Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
10/03/2016 1 FARMACOLOGIA NAS ANGINAS DE PEITOS Daniel Medeiros Lima Objetivos • Definir o que é isquemia miocárdica • Diferenciar angina estável, instável, variante e infarto agudo do miocárdio • Compreender a fisiopatologia da isquemia miocárdica • Entender a farmacologia dos principais fármacos usados no tratamento da isquemia miocárdica Demanda de O2 (necessidade) Fornecimento de O2 Isquemia miocárdica pectus (peito) angina pectoris ankhon (estrangular) 10/03/2016 2 Características da dor precordial 9.000.000 900.000 Prevalência de angina 14.000.000 SBC. Diretrizes de doença coronariana crônica: angina estável. Arq Bras Cardiol 2004; 83. AHA. Circulation 2011; 123: e18-e209. Tipos de isquemia miocárdica Doença cardíaca isquêmica Doença arterial coronariana crônica (angina estável) Síndromes coronarianas agudas (angina instável, IAM) Angina variante (Prinzmetal) Classificação das Anginas 8 Estável Instável Variante (Prinzmetal) Precipitada por estresse físico, térmico ou emocional Ocorre em repouso ou esforço mínimo Em repouso, acompanhada por supradesnível ST Duração < 2 a 10 min Duração < 20 min Ataques noturnos Alívio com repouso ou NTG sublingual Pode ser aliviada com NTG sublingual Alívio com repouso ou NTG sublingual Previsível e reprodutível Aparecimento súbito Dor intensa, jovens Estenose aterosclerótica fixa de uma artéria coronária epicárdica Ruptura de uma placa aterosclerótica, com adesão e agregação plaquetéria Vasoespasmo coronariano 10/03/2016 3 Fisiopatologia Luz patente Função endotelial normal ↓ agregação plaquetária Endotélio Redução da luz ↓ Fluxo sanguíneo coronáriano Placa Angina estável Angina instável Plaqueta Trombo Placa rompida Ruptura de placa ↑ Agregação plaquetária Formação de trombo Não há placas ↑ Vasoespasmo Angina variante Golan et al. Principles of pharmacology. 3 ed. 2012. Isquemia miocárdica Tratamento: objetivos Identificar e tratar doenças associadas que podem precipitar ou agravar a angina Reduzir fatores de risco coronarianos 10/03/2016 4 Tabagismo Hipertensão Dislipidemia Diabetes Obesidade Sedentarismo Estresse Tratamento: objetivos Identificar e tratar doenças associadas que podem precipitar ou agravar a angina Reduzir fatores de risco coronarianos Abordagem geral e não-farmacológica Tratamento farmacológico Revascularização e angioplastia Tratamento não-farmacológico Angioplastia Transluminal Percutânea Cirurgia de Revascularização Miocárdica • Nitratos • Antagonistas dos receptores -adrenérgicos • Bloqueadores dos canais de Ca++ – Antiplaquetários • Trimetazidina • Nicorandil • Ranolazina Tratamento Farmacológico 10/03/2016 5 Nitratos Ascanio Sobrero Alfred Nobel Nitratos - Histórico 19 1867 Brunton Nitrito de amilo por inalação Alívio da dor anginosa 1879 Murrel Efeitos similares da nitroglicerina Alívio e profilaxia da angina por via sublingual ... ... “....que seria ironia o fato de ter sido prescrita nitroglicerina para ser usada internamente ....” 10/03/2016 6 Salvador Moncada University College London Honduras Nitratos – Mecanismo de Ação 23 Gori et al. Circulation 106: 2510, 2002 Mononitrato de isossorbida Dinitrato de isossorbida Nitroglicerina Fígado Mononitrato R-ONO2 Proteína quinase dependente de GMPc Espaço Extracelular Espaço Intracelular Efeitos – vasculares sistêmicos 24 ARTERÍOLAS (resistência) VEIAS ARTÉRIAS (condutância) Basal Dose de Nitrato 10/03/2016 7 Venodilatação Retorno venoso Volume diastólico final Demanda de O2 Dilatação venosa ↓ Pressão diastólica final do VE Perfusão subendocárdica Efeitos - fluxo sanguíneo coronariano Redistribuição do fluxo sanguíneo Áreas de perfusão normal Áreas isquêmicas 1) Aumento do fluxo sanguíneo colateral 2) Aumento da perfusão subendocárdica Efeitos - fluxo sanguíneo coronariano Nitratos – Efeitos Cardiovasculares 28 Braunwald Necessidade de O2 Fornecimento de O2 Fluxo sanguíneo coronariano Colaterais Frequência cardíaca Contratilidade Tensão parietal Isquemia 10/03/2016 8 Angina estável Nitratos – Usos clínicos Angina instável Angina variante Infarto agudo do miocárdio Nitratos – Farmacocinética 30 Fármaco Dose Início da ação Duração Eliminação Nitroglicerina IV: 10-200 µg/min SL: 0,5 mg Transdérmica: 5-10 mg/dia Imediato Imediato 30-60 min 20-30 min 8 h Renal Dinitrato de isossorbida SL: 2,5 - 5 mg VO: 10 - 40 mg 3x dia 1-2 min 20-30 min 1-2 h 3-4 h Renal Mononitrato de isossorbida IV: bolus – 20-40 2-3 x/dia cont - 0,4 -1,2 mg/kg/h VO: 20-40 mg 2 x dia ou 50-60 mg 1x dia Imediato Imediato 20-30 min 60-90 min > 8 h 10-14 h Renal Propatilnitrato SL: 10 mg VO: 10 mg 3-4 x dia 2-3 min 20-30 min 1-2 h 3-4 h Renal Tolerância - Hipóteses 32 Expansão do volume plasmático Ativação neurohormonal Redução da biotransformação de nitratos em NO depleção dos grupos sulfidrila inativação da aldeído desidrogenase mitocondrial Geração de espécies reativas de oxigênio Redução da responsividade dos órgãos-alvo ao NO 10/03/2016 9 Nitratos - Tolerância Para evitar: 33 ADMINISTRAÇÃO INTERMITENTE Período ‘off’ de 8-12 h Nitratos – Toxicidade e Efeitos Adversos • Cefaleia • Rubor • Palpitações • Hipotensão postural • Acentuação ou precipitação de edema periférico • Tontura • Fraqueza • Metahemoglobinemia (rara) 34 Inibidores da fosfodiesterase 35 Nitratos NO GTP GMPc GC Fosfodiesterases Músculo Liso Sildenafil Tadalafil Vardenafil Interação medicamentosa Inibidores da fosfodiesterase 36 Nitratos NO GTP GMPc GC Fosfodiesterases Músculo Liso Sildenafil Tadalafil Vardenafil Interação medicamentosa 10/03/2016 10 Antagonistas -adrenérgicos Mecanismo de ação β1 β bloqueadores Betabloqueadores Não seletivos (1ª geração) Seletivos β1 (2ª geração) Não seletivos (3ª geração) Seletivos β1 (3ª geração) Nebivolol (+NO) Carvedilol (α1) Nadolol Propanolol Pindolol Timolol Atenolol Bisoprolol Acebutolol Metoprolol Possuem efeitos cardiovasculares adicionais SA AV Cronotrópico negativo Dromotrópico negativo Inotrópico negativo Anti- isquêmico Efeitos anti-isquêmicos 10/03/2016 11 Efeitos anti-isquêmicos Secreção de renina Demanda de O2 Frequência cardíaca Contratilidade Tensão parietal Pressão sistólica Volume Fluxo sanguíneo coronariano Distribuição regional Extração de O2 Efeitos adversos Cardiovascular Bradicardia Vasoconstrição periférica Hipotensão Pulmonar Broncoespasmo SNC Insônia Depressão Pesadelo Metabólicos Hipoglicemia Angina estável -bloqueadores – Usos clínicos Angina instável Infarto agudo do miocárdio 10/03/2016 12 -bloqueadores NÃO usados na ANGINA VARIANTE Bloqueadores dos canais de Ca 2+ Classificação: estrutura química Não- diidropiridinas Fenilalquilaminas Verapamil Benzotiazepinas DiltiazemDiidropiridinas Nifedipino Anlodipino Mecanismo de ação Músculo liso vascular Cardiomiócitos NSA e NAV Ca2+ 10/03/2016 13 Verapamil Diltiazem Nifedipino Anlodipino ↓ frequência cardíaca Taquicardia reflexa com nifedipina ↓ condução AV ↓ contratilidade Vasodilatação (coronariana) Supressão da contratilidade Supressão da automaticidade (NSA) Supressão da condução (NAV) Nifedipino +++++ + + 0 Diltiazem +++ ++ +++++ ++++ Verapamil ++++ ++++ +++++ +++++ Efeitos cardiovasculares dos BCCs Antagonistas dos canais de cálcio - Nifedipina Efeitos anti-isquêmicos 51 Efeito Resultados Vasodilatação arterial sistêmica ↓ Pressão arterial ↓ Necessidade de O2 pelo miocárdio Vasodilatação das artérias coronárias ↑ Perfusão coronariana ↑ Fornecimento de O2 Antagonistas dos canais de cálcio – não-diidropiridinas Efeitos anti-isquêmicos 52 Efeito Resultados ↓ Frequência cardíaca ↓ Necessidade de O2 pelo miocárdio ↑ Perfusão coronariana ↓ Contratilidade ↓ Necessidade de O2 pelo miocárdio Vasodilatação arterial sistêmica ↓ Pressão arterial ↓ Necessidade de O2 pelo miocárdio Vasodilatação das artérias coronárias ↑ Perfusão coronariana ↑ Fornecimento de O2 10/03/2016 14 Farmacocinética Droga Duração (h) t1/2 (h) BD (%) Eliminação Verapamil 12-24* 3-7 10-35 hepática Diltiazem 12-24* 4-8 41-67 hepática Nifedipino 1-120* 3 45-86 renal * depende das preparações Angina estável Usos clínicos Angina variante Angina instável vasoespasmo Efeitos adversos Cardíaco Bradicardia (Verapamil) Taquicardia (Nifedipina) Vascular Hipotensão GI Constipação Outros Rubor Cefaleia Tontura Diferenças entre a terapia anti-insquêmica convencional β-bloqueadores DHPs Não-DHPs Nitratos Classe Fluxo Coronariano Pressão Arterial Retorno Venoso Contratilidade Miocárdica FC Boden WE et al. Clin Cardiol. 2001;24:73-9. Gibbons RJ et al. ACC/AHA 2002 guidelines. Demanda O2 Oferta O2 / /
Compartilhar