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IV Semana de Administração, Orçamentária, Financeira e de Contratações Públicas do Governo Federal Execução de Receita Organização: Alexandre Finéas Lima e Sousa Altamiro Lopes de Menezes Filho Atualização: Abril/ 2006 IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 2 Permitida a reprodução total ou parcial desta publicação desde que citada a fonte. Proibida a venda sem a autorização expressa do autor. Impresso e Publicado no Brasil IV SEMANA DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA, FINANCEIRA & DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS - 2007 MINISTÉRIO DA FAZENDA - MF Secretaria do Tesouro Nacional – STN Escola de Administração Fazendária - ESAF. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos – SPI Secretaria de Orçamento Federal – SOF Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação – SLTI INFORMAÇÕES: Fone: (61) 3412.3082 Correio Eletrônico: altamiro.lopes-filho@fazenda.gov.br Correio Eletrônico: alexandre.fineas@fazenda.gov.br NOTA: “O conteúdo desta publicação é de responsabilidade do(s) autor(es), não expressando necessariamente a posição dos órgãos do governo federal”. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 3 ÍNDICE 1 RECEITA PÚBLICA .................................................................................................................. 4 1.1 Conceito............................................................................................................................ 4 1.2 Classificações da receita................................................................................................... 4 1.2.1 Por Categorias Econômicas ...................................................................................... 5 1.2.2 Por Fontes de Recursos ............................................................................................ 6 1.3 Estágios da receita ............................................................................................................ 7 1.4 O Reconhecimento da Receita Pública............................................................................. 8 1.5 Exercício Financeiro: Conceito ........................................................................................ 9 2 CONTA ÚNICA. INGRESSOS. ASPECTOS LEGAIS E GERAIS. CONTEXTO HISTÓRICO.... 10 2.1 Conta única do Tesouro Nacional .................................................................................. 10 2.1.1 Conceito e Previsão Legal ...................................................................................... 10 2.1.2 Antecedentes........................................................................................................... 10 2.1.3 O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI.. 11 2.1.4 Os Documentos Utilizados na Operacionalização.................................................. 12 2.1.5 Subconta do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS ...................................... 13 2.1.6 Ingressos na conta única ......................................................................................... 13 3 DARF E GPS. ASPECTOS GERAIS. ........................................................................................ 14 4 GRU – GUIA DE RECOLHIMENTO DA UNIÃO. OBJETIVOS. ASPECTOS LEGAIS. CARACTERÍSTICAS GERAIS. ESPÉCIES ...................................................................................... 15 4.1 Tipos de GRU................................................................................................................. 16 4.2 Formas de pagamento de GRU....................................................................................... 22 4.3 Códigos de recolhimento e de destinação. ..................................................................... 24 4.3.1 O código de recolhimento ...................................................................................... 24 4.3.2 O código de destinação........................................................................................... 27 4.3.3 Casos peculiares de recolhimento por GRU........................................................... 28 4.4 Registros de arrecadação: principais eventos e contas contábeis. .................................. 29 4.5 Principais transações. ..................................................................................................... 29 4.6 Referências bibliográficas. ............................................................................................. 29 4.7 Exercícios. ...................................................................................................................... 32 IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 4 RECEITA PÚBLICA. CONCEITO. MODALIDADES DE INGRESSO. TRIBUTO. ESTÁGIOS DA RECEITA. CLASSIFICAÇÕES E NATUREZAS DA RECEITA. FONTES DE RECURSOS. EXERCÍCIO FINANCEIRO 1 RECEITA PÚBLICA 1.1 Conceito De maneira simples, Receita Pública pode ser definida como o ingresso de dinheiro nos cofres públicos para o atendimento das necessidades da coletividade, ou seja, a finalidade estatal. No entanto, nem todo ingresso de recursos representa uma receita pública. Existem ingressos que representam meras entradas de recursos nos cofres públicos, como veremos em seguida. A Receita Pública é conceituada das mais diversas formas. Abaixo transcrevemos algumas dessas definições: É um conjunto de ingressos financeiros com fonte e fatos geradores próprios e permanentes oriundos da ação e de atributos inerentes à instituição, e que, integrando o patrimônio, na qualidade de elemento novo, produz-lhe acréscimos, sem contudo gerar obrigações, reservas ou reinvidicações de terceiros.(Receita – J. Teixeira Machado) (grifo nosso) É a entrada que, integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondências no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. (Aliomar Baleeiro) Todos os ingressos Orçamentários são caracterizados como receitas e estão previstos no orçamento anual onde estão destacadas as Receitas Tributárias (impostos, taxas e contribuição de melhoria). Em respeito ao que estabelece o artigo 57 da Lei 4.320/1964, serão classificados também como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento. No entanto, ingressos como estorno de despesa orçamentária, apesar de se caracterizar como ingresso de recursos, se ocorrer no mesmo exercício em que aconteceu a despesa, deverá ser registrado como estorno de despesa e não como receita. Os ingressos extra-orçamentários não estão previstos no orçamento e correspondem a fatos de natureza financeira decorrentes da própria gestão pública. São valores que entram nos cofres públicos, mas que serão restituídos em época própria, por decisão administrativa ou sentença judicial. Como exemplos podemos citar: ¾ depósito em caução; ¾ depósito para recursos; ¾ depósitos para quem de direito; ¾ consignações a pagar. 1.2 Classificações da receita De modo geral as receitas podem ser classificadas em: • Receitas Originárias – são receitas originadas da cobrança por serviços prestados pelo Estado ou pela venda de bens ou direitos do patrimônio público. São receitas como na iniciativa privada, que têm uma origem real num bem ou serviço vendido, faturados sob a IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 5 forma de preços públicos ou tarifas, sem nenhuma imposição, ou seja: paga quem quer o serviço ou o bem.• Receitas Derivadas – as receitas derivadas, como o próprio nome diz, são derivadas de outros, ou seja, do patrimônio dos contribuintes, sem nenhuma contraprestação específica, como no caso dos impostos ou com alguma contraprestação, mas de caráter obrigatório, independentemente do uso do serviço, como no caso das taxas. Além disto, enquadram-se na definição os demais tipos de tributos de caráter compulsório, como a contribuição de melhoria, as contribuições sociais ou econômicas e os empréstimos compulsórios. No que se refere à classificação orçamentária a receita, assim como a despesa, possui classificações próprias. Dentre elas podemos destacar: a) Classificação por Categorias Econômicas (Natureza da Receita); e b) Classificação por Fontes de Recursos. 1.2.1 Por Categorias Econômicas O artigo 11 da Lei nº 4.320 estabelece que o sistema classificatório das receitas seja feito de acordo com a categoria econômica: Receitas Correntes e Receitas de Capital. Devemos destacar que este também é um dos critérios de classificação da despesa (Despesas Correntes e Despesas de Capital). Com isto temos o Orçamento Corrente (Receitas e Despesas Correntes) e o Orçamento de Capital (Receitas e Despesas de Capital). As Receitas Correntes são compostas de receitas derivadas (receita tributária) e receitas originárias (receitas patrimonial, industrial, entre outras). Segundo a Lei n.º 4.320, em seu artigo 11, § 1º, são as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. As Receitas de Capital (receitas secundárias), ainda conforme aquela lei, nos §s 2º e 3º, são provenientes da realização de recursos oriundos da contração de dívidas (operações de crédito interna e externa); da conversão, em espécie, de bens e direitos (alienação de bens móveis e imóveis); dos recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privados destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital; e do superávit do Orçamento Corrente (diferença positiva entre Receitas e Despesas Correntes). Codificação da Receita Orçamentária (Natureza da Receita) A.B.C.D.EF.GH A- Categoria Econômica 1 - Receitas Correntes 2 - Receitas de Capital B- Fonte de Receita 1.1 -Receita Tributária 1.2 -Receita de Contribuições 1.3 - Receita Patrimonial 1.4 - Receita Agropecuária 1.5 - Receita Industrial 1.6 - Receita de Serviços 1.7 - Transferências Correntes 1.9 - Outras Receitas Correntes 2.1 - Operações de Crédito 2.2 - Alienação de Bens 2.3 - Amortização de Empréstimos Concedidos 2.4 - Transferências de Capital IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 6 2.5 - Outras Receitas de Capital C- Subfonte D- Rubrica EF- Alínea GH- Subalínea 1.2.2 Por Fontes de Recursos A classificação por fontes de recursos vai indicar a origem da receita e como se dá a sua arrecadação, isto é, se a instituição detentora da receita é a mesma que arrecada o recurso para sua posterior aplicação. Assim teremos quatro grandes grupos: a) Recursos do Tesouro: onde estão consignados todos os recursos ordinários tais como impostos, taxas e contribuições; as operações de crédito realizadas diretamente pelo Tesouro; recursos diretamente arrecadados pela administração pública direta (órgãos autônomos); resultados do BACEN, entre outros; b) Recursos de Outras Fontes: onde estão consignados os recursos de incentivos fiscais, as operações de crédito realizadas pelas demais instituições, os recursos diretamente arrecadados pelas instituições da administração pública indireta ou fundacional; c) Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores d) Recursos de Outras Fontes – Exercícios Anteriores Codificação da Receita Orçamentária (Fonte de Recursos) A.B.CD.EFGHIJ A- ID Uso 0 - País 1 – BIRD 2 – BID 3 – Outras Contrapartidas B- Grupo Fonte 1 – Recursos Tesouro – Exercício Corrente 2 – Recursos Outras Fontes – Exercício Corrente 3 – Recursos Tesouro – Exercícios Anteriores 4 – Recursos Outras Fontes – Exercícios Anteriores CD- Fonte EFGHIJ- Detalhamento da Fonte (Utilizado apenas na execução – SIAFI) IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 7 Exemplo: Fonte Grupo de Fonte/Fonte 1 Recursos do Tesouro – Exercício Corrente 100 Recursos Ordinários 00 Recursos Ordinários 2 Recursos de Outras Fontes – Exercício Corrente 250 Recursos não-financeiros Diretamente Arrecadados – Outras Fontes 50 Recursos não-financeiros Diretamente Arrecadados 3 Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores. 306 Recursos Ordinários Condicionados 06 Recursos Ordinários – Condicionados 6 Recursos de Outras Fontes – Exercícios Anteriores 680 Recursos Financeiros Diretamente Arrecadados 80 Recursos Financeiros Diretamente Arrecadados 1.3 Estágios da receita O Regulamento de Contabilidade Pública, instituído pelo Decreto Federal nº 15.783, de 08 de novembro de 1922, que regulamentou o Código de Contabilidade Pública baixado pelo Decreto Legislativo nº 4.536, de 28 de janeiro de 1922, estabelece, em seu artigo 139, que toda receita do Estado percorre três estágios: fixação, arrecadação e recolhimento. Tendo como parâmetro os princípios orçamentários inclui-se ainda o estágio da previsão orçamentária da receita. Previsão É a estimativa do que se espera arrecadar durante o exercício. Lançamento De acordo com artigo 53 da Lei nº 4.320/1964, o lançamento da receita é assim definido: "... é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta”. O Código Tributário Nacional, em seu artigo 142, estabelece que o lançamento compete privativamente à autoridade administrativa preenchendo as finalidades de: a) verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação; b) calcular o montante do tributo devido; c) identificar o sujeito passivo; e, conforme o caso, d) propor a penalidade cabível. É preciso destacar que algumas receitas não estão sujeitas a lançamento e ingressam diretamente no estágio arrecadação. É o caso, por exemplo, das receitas realizadas pelo lado empresarial do Estado, isto é, receita originária. Só passam pela fase de lançamento as receitas provenientes de tributos, receitas derivadas. Arrecadação É o segundo estágio a ser percorrido pela receita lançada. O momento da arrecadação é aquele em que os contribuintes comparecem perante os agentes arrecadadores, geralmente através de estabelecimentos bancários oficiais ou privados, devidamente credenciados, a fim de liquidarem suas obrigações para com o Estado. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 8 Duas observações devem ser feitas aqui. A primeira refere-se a que os agentes arrecadadores devem fornecer recibo das importâncias arrecadadas, contendo nome do contribuinte, proveniência e classificação, data e assinatura do recebedor. Recolhimento Caracteriza-se pela entrega do produto da arrecadação efetuado pelos agentes arrecadadores diretamente ao caixa da União, Tesouro Nacional. Só através do recolhimento, em conta específica, é que se pode dizer que os recursos estão disponíveis para a utilização pelos gestores financeiros, em nome da União. Não é demais lembrar que artigo 56 da Lei nº 4.320/1964 estabelece que "o recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais”. 1.4 O Reconhecimento da ReceitaPública A lei 4.320/1964, em seu artigo 35, estabelece que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas. Em decorrência dessa determinação diz-se que na contabilidade pública adota-se o regime de caixa para a classificação da receita. Atualmente, as receitas ingressam no caixa único do Tesouro Nacional basicamente de três formas e são assim reconhecidas: a) Receitas administradas pela Secretaria da Receita Federal – SRF – São arrecadadas por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais – DARF utilizando-se dos bancos arrecadadores credenciados pela SRF. Da data em que o contribuinte paga o tributo, conhecida como data de arrecadação (D), o banco tem 1(um) dia útil (D+1) para repassar os recursos para a conta única do Tesouro (data de recolhimento). A instituição financeira poderá permanecer ainda mais 1(um) dia com os recursos, sendo que neste caso deverá remunerar o Tesouro Nacional pela permanência, devendo ser utilizada a taxa SELIC do dia. A receita é contabilizada decendialmente de forma automática no Sistema Integrado de Administração Financeira pelo decêndio de arrecadação do tributo. Assim, não existe contabilização diária da receita arrecadada, mas a cada dia 10, 20 ou 30 de cada mês, de acordo com o decêndio da arrecadação. b) Receitas Administradas pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS – São arrecadadas por meio da Guia da Previdência Social – GPS, mediante pagamento junto à rede arrecadadora credenciada pelo INSS. Segue basicamente as mesmas regras do DARF e são reconhecidas mensalmente como receita de acordo com as informações da área de arrecadação. c) Receitas Diretamente Arrecadadas – São arrecadas por meio de Guia de Recolhimento da União – GRU e centralizada numa conta de referência do Tesouro Nacional mantida no Banco do Brasil - BB. O banco tem 2(dois) dias para repasse dos recursos para a conta única do Tesouro. São reconhecidas como receita na data de arrecadação. Do exposto acima, verifica-se que a contabilidade pública não registra suas receitas pela ótica de caixa e sim pela ótica de arrecadação que antecede ao ingresso dos recursos no caixa único do Tesouro. As únicas exceções eram as receitas diretamente arrecadadas que quando se utilizam da sistemática do depósito direto na conta única, até 2004, eram registradas sob a estrita ótica de caixa, ou seja, no momento do recolhimento. Com a implantação da GRU estas também passaram a ser contabilizadas pela data de arrecadação em respeito ao artigo 35 da Lei 4.320/64. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 9 1.5 Exercício Financeiro: Conceito É o espaço de tempo compreendido entre o início da execução orçamentária e a data de seu término. No caso brasileiro, conforme determina o art. 34 da Lei nº 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil (grifos nossos). IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 10 2 CONTA ÚNICA. INGRESSOS. ASPECTOS LEGAIS E GERAIS. CONTEXTO HISTÓRICO 2.1 Conta única do Tesouro Nacional 2.1.1 Conceito e Previsão Legal Pode-se dizer que as diretrizes para a criação de uma conta única tiveram seu início a partir da publicação da Lei 4.320 em 1964 estabelecendo, no artigo 56, que o recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação em caixas especiais.ara criação de caixas especiais O Decreto-Lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, ao promover a organização da Administração Federal e estabelecer diretrizes para a Reforma Administrativa, determinou ao Ministério da Fazenda que promovesse a unificação dos recursos movimentados pelo Tesouro Nacional, através de sua Caixa junto ao agente financeiro da União, com o objetivo de obter maior economia operacional e racionalizar a execução da programação financeira de desembolso. Essa determinação legal foi cumprida em setembro de 1988, com a promulgação da Constituição, quando todas as disponibilidades do Tesouro Nacional, existentes nos agentes financeiros, foram transferidas para o Banco Central do Brasil, em uma conta única centralizada, exercendo o Banco do Brasil a função de agente financeiro do Tesouro Nacional. A conta única do Tesouro Nacional mantida no Banco Central constitui a unificação de todas as disponibilidades financeiras das unidades gestoras do governo federal participantes do Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI. A partir da edição da Medida Provisória nº 1.782, de 14.12.1998, atual MP 2.170-36, de 23.08.2001, também as disponibilidades das Autarquias, Fundos e Fundações públicas passaram obrigatoriamente a ser movimentadas sob os mecanismos da conta única. Assim, o arcabouço legal existente não permite que os órgãos públicos movimentem recursos fora da conta única em contas correntes mantidas em instituições financeiras públicas ou privadas. Sendo esta a regra geral as exceções ficarão apenas para as contas de unidades gestoras “off line”, as contas em moeda estrangeira e outras autorizadas pela STN, por meio da IN STN 04, de 30.08.2004. 2.1.2 Antecedentes Não obstante as determinações legais existentes até a promulgação da constituição de 1988, a implantação do sistema de caixa único no Governo Federal, foi efetivamente iniciado no final do ano de 1988, logo após a criação da Secretaria do Tesouro Nacional. Sua implementação constituiu parte do processo de reordenamento financeiro do Governo Federal, desenvolvido no final da década de 80, quando os atuais mecanismos de administração das finanças foram introduzidos com vistas a permitir maior controle e meios de gerenciamento dos gastos públicos. A necessidade de controle centralizado dos gastos do Governo Federal tornou-se evidente a partir de 1982, quando a interrupção do fluxo de recursos externos para o Brasil fez transparecer as falhas do sistema vigente para gestão das finanças públicas. Até então, devido à facilidade de obtenção de poupança externa, nas condições de tempo e valor desejados, todo IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 11 o desequilíbrio financeiro do setor público era financiado de forma tranqüila, apesar dos impactos que poderiam causar posteriormente. A desorganização das finanças públicas nessa ocasião se refletia tanto no que se refere ao ordenamento institucional das principais entidades das finanças públicas no País, quanto em relação aos seus principais instrumentos de controle. O Tesouro Nacional, o Banco Central e o Banco do Brasil funcionavam como se fossem uma única instituição, sob o ponto de vista financeiro. O Banco do Brasil realizando operações por conta do Banco Central e do Tesouro, e o Banco Central realizando operações por conta do Tesouro. Atendendo a essa necessidade de reordenamento das finanças públicas, dentre outras ações e medidas adotadas pelo Governo Federal, foi implantada em 1988, pela Instrução Normativa nº 10 da STN, a conta única do Tesouro Nacional, que veio aprimorar as inter- relações entre Secretaria do Tesouro Nacional, Banco Central, Banco do Brasil e Unidades Gestoras. 2.1.3 O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI O SIAFI, como sistema computacional, foi implantado em 1987, se tornando, desde então, em importante instrumento para o acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e contábil do Governo Federal. Um dos objetivos gerais do SIAFI é o de fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal. Assim, a implantação do SIAFI, viabilizada a partir da criação da Secretaria do TesouroNacional, teve papel importante no processo de unificação das contas bancárias, no âmbito do Governo Federal, contribuindo também na melhoria do processo de administração de caixa. O SIAFI é o principal instrumento utilizado para a movimentação do caixa único. Trata-se de sistema que interliga, através de terminais de computador, milhares de unidades da Administração Pública em todo o País. São integrados ao SIAFI órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, incluindo a administração direta, como os tribunais, as câmaras legislativas e os ministérios, e também as entidades da administração indireta, como as autarquias, fundações públicas. Nos últimos anos a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tem trazido a determinação de que as empresas estatais dependentes passem a utilizar o SIAFI na modalidade total. Além das entidades públicas vinculadas ao Governo Federal, entidades estaduais, municipais e privadas utilizam o SIAFI mediante convênio ou termo de cooperação. Fundamentalmente, o SIAFI representa sistema informatizado de processamento da contabilidade do Governo Federal. Cada unidade administrativa do Governo está ligada “on line” ao SIAFI, e realiza no sistema os registros contábeis correspondentes aos seus atos de gestão. Os recursos de caixa do Tesouro são colocados à disposição das unidades também mediante registro contábil, no qual se apropria, à conta de disponibilidades financeiras da entidade beneficiária, o montante que lhe está sendo destinado. A unidade, possuindo limite de saque na conta única em conta contábil específica, poderá emitir no SIAFI as ordens bancárias, documentos utilizados para a realização dos pagamentos do Governo Federal. Os Bancos Comerciais O sistema financeiro brasileiro apresenta como característica fundamental a presença de grandes instituições com atuação a nível nacional. Os grandes bancos comerciais dispõem de IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 12 agências na maioria das cidades brasileiras, fator que contribui não só para a coordenação das atividades do Governo, como também para a integração das diversas regiões do País. A rede bancária, nos últimos anos, principalmente após a implantação do Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB, incorporou fortemente os instrumentos proporcionados pelo desenvolvimento da informática e das comunicações, de forma que a grande maioria das agências dos bancos comerciais se encontram interligadas “on-line”, o que permite a realização de transferências financeiras instantâneas para os mais distantes pontos do território brasileiro. As matrizes dos bancos comerciais, além de disporem de informações instantâneas a respeito do movimento realizado em suas agências, contam também com ligação com o Banco Central do Brasil, através do SPB, e utilizam o sistema de mensageria para a realização de suas transações com aquele Banco. Estes instrumentos permitem que os tributos pagos pelos contribuintes, em qualquer ponto do País, possam ser transferidos das agências bancárias para as matrizes dos bancos, e destes para o Banco Central, já no dia seguinte ao da arrecadação. No Banco Central os recursos são imediatamente creditados à conta única do Tesouro Nacional, e passam a constituir disponibilidade para a realização dos pagamentos do Governo. A grande novidade após a implantação do SPB é a possibilidade de pagamento de tributos direto ao Tesouro. As Unidades Gestoras Chama-se de Unidade Gestora - UG a unidade orçamentária ou administrativa investida do poder de gerir recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob descentralização. Denomina-se Unidade Gestora Executora aquela UG que utiliza o crédito recebido da unidade gestora responsável. A unidade gestora que utiliza os seus próprios créditos passa a ser ao mesmo tempo unidade gestora executora e responsável. Unidade Gestora Responsável constitui aquela UG responsável pela realização de parte do programa de trabalho por ela descentralizado. 2.1.4 Os Documentos Utilizados na Operacionalização Constituem documentos de movimentação da conta única: a - a Ordem Bancária - OB, documento emitido nas condições e modalidades previstas na IN STN 4/04, de 30/08/2004; b - a Nota de Sistema - NS, utilizada exclusivamente pela STN, para registro da movimentação dos recursos, confirmada pelo agente financeiro; c - a Nota de Lançamento - NL, utilizada exclusivamente pela STN, para registro de operações especiais efetuadas através das contas Reservas Bancárias das Instituições Financeiras no Banco Central do Brasil - BACEN; d - o Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF - DF, utilizado pelas UG integrantes da conta única, para o recolhimento de receitas federais; e - a Guia da Previdência Social - GPS - GP, utilizada pelas UG integrantes da conta única, para o recolhimento de contribuições da previdência; f - o Documento de Arrecadação de Estados/Municípios - DR, utilizado pelas UG integrantes da conta única, para o recolhimento de receitas dos Estados/Municípios que assinarem convênio com a União; g – a Guia do Salário Educação – GSE - GE, utilizada pelas UG integrantes da conta única, para recolhimento da Contribuição do Salário Educação; h – a Guia de Recolhimento da União – GRU - GR, utilizada pelas UG integrantes da conta única, para recolhimento de receitas administradas pelos órgãos integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social, ingressos diversos, bem como outras movimentações Intra-SIAFI; i - a Nota de Registro de Arrecadação - RA, utilizada para registro da movimentação dos recursos arrecadados por meio da GRU; IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 13 2.1.5 Subconta do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS Em cumprimento à recomendação n.º 013/98, de 29/09/98, da Comissão de Controle e Gestão Fiscal – CCF, as receitas do INSS, a partir de 19/10/1998, deixaram de ingressar na conta institucional daquele órgão para ingressar diretamente na conta única do Tesouro Nacional, sob a gestão do INSS. Posteriormente, a edição da Medida Provisória nº 1.782, de 14/12/98, atual MP nº 2.170-36, de 23 de agosto de 2001, ratificou esse procedimento ao proibir a manutenção das disponibilidades das Autarquias, Fundos e Fundações fora da conta única do Tesouro Nacional. A receita do INSS compreende a arrecadação de contribuições previdenciárias, através das Guias de Recolhimento da Previdência Social - GPS pela rede bancária, da parcela arrecadada por DARF sob a sistemática do “Simples” e demais receitas do INSS, líquidas de restituições de Contribuições Previdenciárias e Transferências a Terceiros 1. A necessidade de demonstrar os ingressos e saídas de recursos do INSS separados dos valores do Tesouro Nacional no Banco Central determinou a criação da subconta INSS junto àquela autoridade monetária. Visando maior controle e transparência, foram adotadas as seguintes medidas em relação à conta do INSS no Banco Central: 1. Os recursos do INSS são creditados junto ao Banco Central do Brasil, em conta distinta da que acolhe os recursos do Tesouro Nacional; 2. A subconta INSS é remunerada pelos mesmos critérios da conta única do Tesouro Nacional, sendo creditada pelos valores dos respectivos rendimentos; 3. A remuneração daquela subconta constitui receita do INSS; 4. Os saldos existentes na subconta INSS têm correspondência no SIAFI em conta de depósito (passivo) na STN, e contrapartida no INSS em conta de crédito a receber (ativo). Esses saldos são conciliados diariamente; 5. O BACEN disponibiliza ao INSS, no SISBACEN, consulta ao extrato da subconta INSS; 6. Os recursos da arrecadação do INSS são utilizados exclusivamente para pagamentos de despesas de benefícios previdenciários, sendo complementados comrecursos do Tesouro Nacional quando insuficientes, por meio de transferência de cotas orçamentárias; 2.1.6 Ingressos na conta única Receitas Administradas pelos Órgãos Contexto Histórico Até 1998 as receitas diretamente arrecadadas eram depositadas em contas abertas no Banco do Brasil (contas tipo “C”) em nome dos diversos órgãos que administravam estas receitas. Assim, quando um contribuinte precisava fazer um pagamento a determinado órgão do governo, que não fosse receita administrada pela SRF ou pelo INSS, efetuava um depósito na 1 São transferencias ao FNDE, SESI, SESC, SENAI, SEBRAE, e outras entidades cujas receitas também são recolhidas por GRPS. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 14 conta do órgão, que por sua vez procedia periodicamente a transferência dos recursos arrecadados para a conta única. A partir de 1998 esta sistemática foi aperfeiçoada com a implantação do Depósito Direto na Conta Única - DDCTU, que teve como objetivo promover a extinção das contas correntes de arrecadação das diversas unidades do governo, de maneira a garantir maior transparência na gestão dessa parcela de arrecadação e otimizar a conciliação dos saldos e a classificação dessas receitas, que passou a ser efetuado automaticamente pelo SIAFI. Assim, o DDCTU constituía-se em outra forma de ingresso de recursos financeiros na conta única do Tesouro Nacional, paralelamente ao DARF e à GPS. Esse mecanismo permitia que as unidades gestoras detentoras de receitas próprias acolhessem depósitos diretamente na conta única, por meio das agências do Banco do Brasil, utilizando-se das guias de depósitos comuns, ou por meio de outros bancos, através da utilização do Documento de Ordem de Crédito (DOC) para crédito no agente financeiro. O depositante informava, quando da efetivação do preenchimento da guia de depósito, seguintes dados: banco, agência e conta, acompanhado do código de depósito informado pela unidade gestora. 3 DARF E GPS. ASPECTOS GERAIS. Receitas Administradas pela SRF e INSS Um dos processos integrantes da conta única, o ingresso dos recursos, se dá quando o contribuinte efetua o pagamento de seus tributos por meio de DARF, junto à rede bancária. A rede bancária efetua o recolhimento dos valores arrecadados em nome do governo federal à Conta Única no BACEN, no prazo de até dois dias. A opção pelo recolhimento no 2º dia implica no pagamento pela rede bancária da variação da taxa Selic. As informações do DARF são encaminhadas, no prazo máximo de 3 (três) dias, ao Serviço Federal de Processamento de Dados – SERPRO, que processa, em nome da Secretaria da Receita Federal, a classificação decendial das receitas arrecadadas. No caso da arrecadação da Contribuição Previdenciária, por meio da Guia da Previdência Social – GPS, segue-se basicamente o mesmo roteiro, diferenciando-se apenas o órgão que processa as informações da arrecadação, que neste caso é a DATAPREV e o período de classificação da receita, que acontece mensalmente após o envio dos relatórios ao INSS. Características: Receitas Administradas pela SRF:DARF Float de um dia (+ 01 dia com SELIC) Contabilização decendial R$ 1,39 por documento recolhido em guichê de caixa R$ 0,60 por documento acolhido pelo sistema Receitas Administradas pelo INSS: GPS Float de um dia (+ 01 dia com SELIC) Contabilização decendial Mesmos valores do DARF IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 15 4 GRU – GUIA DE RECOLHIMENTO DA UNIÃO. OBJETIVOS. ASPECTOS LEGAIS. CARACTERÍSTICAS GERAIS. ESPÉCIES Desde a criação da sistemática de depósito identificado na conta única, o número de unidades que arrecadam nesta modalidade e os montantes arrecadados cresceram significativamente. Naquela época já se previa, oportunamente, o aperfeiçoamento do processo de depósito direto na conta única de forma a permitir melhor controle dos valores ingressados e acesso às informações gerenciais. Além disso, várias unidades vinham demandando melhorias para atender suas necessidades, dentre elas a de identificar o depositante, que no início somente era possível por meio de convênio de cobrança com o banco, que gerava custo de tarifas para a unidade. Com o objetivo de atender o disposto no Art. 98, da Lei nº 10.707, de 30.07.2003 – LDO foi implantada a Guia de Recolhimento da União – GRU, que cria um documento único e padronizado para registrar os ingressos de valores na conta única, em substituição ao mecanismo de depósito direto na conta única. Para viabilizar esta arrecadação e a imediata classificação da receita, foi criada, no SIAFI, uma tabela única de Códigos de Recolhimento, administrada pela STN, cujos códigos têm 6 (seis) dígitos, sendo o último, um digito verificador – DV. A GRU veio também com o propósito de reduzir custos com despesas bancárias existentes na antiga sistemática de arrecadação e a busca por mais controle da arrecadação e maior transparência na classificação das receitas arrecadadas. Assim, a GRU é o documento padronizado para efetuar todo e qualquer depósito na conta única do Tesouro, excetuado o caso de receita administrada pela SRF e pelo INSS, que deve, respectivamente, ser efetuado por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF e da Guia da Previdência Social - GPS. Além do recolhimento de receitas, a GRU também é utilizada para registrar os demais ingressos tais como: estorno de despesa, caução, depósito de terceiros, etc. Dessa forma, com implantação deste novo documento o Governo Federal passa a dispor de somente três documentos para realizar todo e qualquer ingresso de recursos na Conta Única do Tesouro Nacional, quais sejam: GRU, DARF e GPS. A GRU pode ser utilizada para quaisquer espécies de ingressos na Conta Única, inclusive: - devoluções de convênios; - devoluções de diárias; - devoluções de suprimento de fundos; e - ressarcimento de despesas de diversas origens. Para a arrecadação da GRU, foi firmado convênio, regulamentado pela Instrução Normativa nº 03/2004 da Secretaria do Tesouro Nacional – STN/MF, para que o Banco do Brasil centralize o recurso arrecadado em toda a rede bancária e transfira para a Conta Única dois dias úteis após o efetivo ingresso do valor em sua reserva bancária. A remuneração do BB pelo serviço é o rendimento auferido pela aplicação dos recursos diariamente arrecadados durante dois dias, prazo do float acordado. Abaixo está o Fluxo de Pagamento da GRU. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 16 Fluxo de Pagamento da GRU Contribuinte Rede Bancária GRU Cobrança GRU Simples Arquivo De GRU 2 dias CONTA ÚNICA UG1 UG2 STN Ingresso Ingresso de de RecRecursosursos Administrados pela Administrados pela STN (GRU)STN (GRU) Banco Central Mensagem SPB ConcodGR O preenchimento e impressão da GRU podem ser efetuados, pelo próprio recolhedor ou pela UG responsável pela arrecadação, a partir de aplicativo desenvolvido para este fim e disponibilizado nos sítios da STN na Internet. Foi desenvolvido para os órgãos interessados, aplicativo que possibilita a impressão de GRU diretamente no órgão, sem precisar acessar a internet. Os órgãos que possuem sistema informatizado próprio de controle e acompanhamento de suas cobranças podem imprimir a GRU, desde que siga no leiaute definido pela IN nº 03 da STN. A GRU possui código de barras que segue o padrão do Sistema Financeiro Nacional – SFN e de acordo com as especificidades dos recolhimentos, algumas Guias de Recolhimento poderão ser compensáveis – pagas em qualquer banco, enquanto outras somente poderão ser pagas no Bancodo Brasil ou na Caixa Econômica Federal. Os registros de ingresso dos recursos arrecadados por meio da GRU somente serão efetuados no SIAFI após a STN receber do Banco do Brasil o respectivo arquivo magnético, contendo as informações de arrecadação recebidas pela rede bancária. Para cada GRU será gerado no SIAFI uma Nota de Registro de Arrecadação – RA. 4.1 Tipos de GRU. A abrangência da GRU é vasta, visto que, para todas as entidades da administração pública federal, é o instrumento único de ingresso de recursos na conta única excetuando as receitas administradas pela Secretaria da Receita Federal e pelo INSS. As características gerais de uma GRU são as seguintes: • Código de barras; • Compensável ou de recebimento exclusivo no BB ou na CEF; • Pode ser efetuado depósito direto no guichê de caixa sem emissão de guia; • Formulários impressos via Internet ou pelas UG; IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 17 • Possibilidade de identificação e registro de dados diversos; • Classificação via sistema da fonte e da natureza da receita; • Destinação imediata de receitas compartilhadas. Os principais tipos de GRU são: • GRU Simples • GRU Judicial • GRU Cobrança • GRU Eletrônica ou Intra-Siafi • GRU Restituição (OB de Restituição: OBP, OBC e OB Intra-SIAFI) • GRU Retificação Características da GRU Simples A GRU-Simples contém, em seu código de barras, as informações básicas para o registro do ingresso do recurso na conta única, quais sejam: recolhedor, UG/Gestão e código de recolhimento. Em alguns casos, como veremos abaixo, somente esses três parâmetros, incluindo o valor, são suficientes para o registro da arrecadação. Em outros casos, a GRU- Simples possui mecanismos para capturar outros campos, ampliando os controles internos do órgão arrecadador. A guia impressa de GRU-Simples, por qualquer cidadão, pode ser obtida a partir do sítio da STN na internet ou por aplicativo específico disponibilizado pela STN e instalado na própria UG. Após a impressão, a guia poderá ser paga somente no Banco do Brasil, ou na Caixa Econômica Federal, conforme o tipo de arrecadação, por meio dos diversos serviços disponíveis nessas instituições, tais como terminais de auto-atendimento, bankhome na internet etc. Modelo de uma GRU Simples IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 18 A impressão da GRU-Simples pode ser dividida em dois grupos, conhecidos por “seguimento” na linguagem da Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN. A impressão com seguimento 5, na GRU-Simples, implica em uma guia cujo código de barras é a transcrição dos elementos essenciais para o registro da arrecadação no SIAFI, dentre outros obrigatórios no padrão FEBRABAN. Os principais elementos são: o CPF, a UG/GESTÃO e o valor. Cabe observar que, por a UG/GESTÃO representar um conjunto de 11 algarismos, foi criada um algoritmo, o apelido da UG/GESTÃO, formado por cinco dígitos, que pode ser consultado no SIAFI. Nesse seguimento, somente a leitura do código de barras é suficiente para a captura dos dados da guia de recolhimento. Segue abaixo a descrição do código de barras da GRU-Simples/Segmento 5. Observe que a coluna “posição” indica também a quantidade de algarismos que poderá compor o “campo” do seguimento. O outro grupo é formado pela impressão das guias dentro do Seguimento 9. Nesse caso, o código de barras possui um padrão misto de captura de dados. Ao contrário do seguimento 5, em que somente a leitura é suficiente para a captura dos dados da guia, no seguimento 9, parte da captura é realizada pela leitura ótica e a outra parte pela digitação em que o operador do guichê de caixa fica direcionado em fazer. É importante lembrar, conforme a impressão da guia, que o operador será obrigado a capturar determinados campos da guia de recolhimento, conforme orientação automatizada no próprio código de barras. CAMPO POSIÇÃO (DE – ATÉ) INFORMAÇÃO DESCRIÇÃO 1 01-01 “8” Identificação da Arrecadação 2 02-02 “5” Segmento 5- Órgãos Governamentais 3 03-03 “6” Identificador do Valor: Reais/Referência 4 04-04 DV Dígito verificador geral – módulo 11 5 05-15 Valor Valor do Documento GR-Simples 6 16-19 Código STN Código STN junto à FEBRABAN (0254) 7 20-24 Código Recolhimento Código Recolhimento 8 25-29 UG/Gestão Apelido UG/Gestão resp. p/ arrecadação CONCODBBGR) 9 30-30 Tipo Contribuinte 1-CNPJ ou 2-CPF 10 31-44 Ident. Contribuinte CNPJ/CPF IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 19 Descrição do Código de Barras da GRU-Simples/Segmento 9. Observe que existe a mesma quantidade de “campos”, mas a posição é diferenciada, pois os valores a serem capturados são diferenciados. A GRU-Judicial é uma variação da GRU-Simples, específica para a arrecadação típica da atividade judiciária, tais como custas judiciais e outras taxas processuais, bem como para o registro dos depósitos judiciais e sua possível conversão em renda. A diferença básica entre a GRU-Simples e a Judicial é que, além de seu recolhimento ser exclusivo para o poder judiciário, é que esta última possui campos diferenciados. A GRU-Cobrança é utilizada quando se tem conhecimento do sujeito passivo ou responsável pelo recolhimento dos valores devidos, ou quando se tem a necessidade de a arrecadação ser realizada por outros bancos. Deve ser utilizada quando o órgão possui um sistema de gestão financeira independente do SIAFI, ou seja, dentro do SIAFI as informações estarão registrada em um nível mais básico que o sistema independente. O exemplo clássico são as empresas públicas que possuem carteira de clientes. Possui as seguintes características: • Boleto de Cobrança pagável em qualquer instituição financeira; • Código de barras padrão Febraban; • Carteira 18 com distintas variações; • Geração de arquivo-retorno (STN, Órgãos, TCU); • Inexistência de quaisquer tarifas; CAMPO POSIÇÃO (DE – ATÉ) INFORMAÇÃO DESCRIÇÃO 1 01-01 “8” Identificação da Arrecadação 2 02-02 “9” Segmento 9-Uso Interno 3 03-03 “6”/”7” Identificador do Valor: Reais/Referência 4 04-04 DV Dígito verificador geral – módulo 10 5 05-15 Valor Valor do Documento GR-Simples 6 16-19 “0001” Identificação BB 7 20-27 Num. Convênio Num. Convênio BB (01095523) 8 28-29 Identificador dos campos obrigatórios para pagamento (FLAG) Identifica a combinação dos campos que deverão ser preenchidos pelo agente arrecadador no momento do pagamento 9 30-34 Código de Recolhimento Código de Recolhimento 10 35-39 UG/Gestão Apelido da UG/Gestão responsável pela arrecadação 11 40-40 Tipo de contribuinte 1-CNPJ, 2-CPF, 3-CNPJ/CPF (não utilizado ainda), 4-Isento 12 41-44 livre Livre (ZEROS) IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 20 • Preferencialmente para valores acima de R$30,00. • possui na parte livre do código de barras um identificador de controle interno nos moldes do “Nosso Número”; • são emitidas por sistema informatizado próprio da UG, a partir dos dados de controle e acompanhamento de suas cobranças; Modelo de GRU Cobrança GRU Restituição (OB de restituição) A GRU-Restituição é utilizada para devoluções parciais ou totais de valores recebidosa maior, em duplicidade ou indevidos. Rotina básica da restituição Para casos de devoluções de recolhimentos, enquanto não for criada a RA Restituição, a rotina deverá seguir a seguinte lógica: 1-Solicitação de Recursos Se receita fonte tesouro: i - etapa: solicitar recursos via setorial financeira por meio de pf espécie 1 tipo 3B; ii - etapa: incluir no CPR documento hábil TF com a situação T38; iii - realizar o compromisso na confluxo. Se receita fonte própria: i - etapa: incluir no CPR documento hábil TF com a situação T57; ii - etapa: realizar o compromisso na confluxo. 2-Preenchimento do documento hábil: Entrar na >ATUCPR Na tela inicial informar: documento hábil TF. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 21 Na 1ª tela de dados básicos informar: - a situação; - o credor, no caso, CNPJ ou CPF do restituído; - o domicílio bancário do credor; - data de vencimento do compromisso a ser gerado; - valor e observação. Na 2ª tela de dados básicos informar: - categoria de gasto "c"; e - fonte da receita Na tela de dados contábeis informar: - na classificação 2, a conta correspondente a receita a ser restituída. Pressionar PF6 para registrar o compromisso. 3-Como realizar o compromisso: Entrar na >CONFLUXO 1ª tela informar: critérios da consulta do compromisso. 2ª tela: realizar o compromisso com a escolha da opção "v". “Restituição” de cheque Procedimentos quanto aos cheques devolvidos nas ocorrências de devolução de cheques nos pagamentos efetuados por GRU, enquanto não for implementada a GR- Restituição, deverão ser adotar os mesmos procedimentos da solicitação de recursos para uma restituição normal e os seguintes passos: No preenchimento do documento hábil (utilizando a transação >ATUCPR): Na tela inicial informar "documento hábil TF"; Na 1ª. tela de dados básicos informar: - a situação - o credor, no caso o CNPJ do banco favorecido. - no domicilio bancário do credor informar a expressão "banco"; - a data de vencimento do compromisso a ser gerado; - valor e observação. Na 2ª tela de dados básicos informar: - categoria de gasto "c" e CIT = UG + "DEVL" (UG+DEVL); - a fonte da receita. Na tela dos dados contábeis, informar: - na classificação 2, a conta correspondente a receita a ser restituída; Pressionar PF6 para realizar o compromisso. Como realizar o compromisso: Entrar na >CONFLUXO Na 1a. tela informar: critérios da consulta do compromisso. Na 2a. tela: realizar o compromisso com a escolha da opção "v". IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 22 Futuramente, o próprio BB irá realizar o desconto automático dos cheques não compensados cujos valores tenham sido repassados para as Unidades Gestoras. GRU Retificação – informações básicas Todo recolhimento de uma GRU gera uma Nota de Registro de Arrecadação, que poderá ser alterada por meio de uma GRU Retificação. Abaixo segue lista das informações que poderão ser modificadas. UG/Gestão favorecida; Recolhedor, UG/Gestão ou CPF/CNPJ; Competência; Código recolhimento; Processo; Vencimento; Valor documento; Desconto/abatimento; Outras deduções; Mora/multa; Juros/encargos; Outros acréscimos; Nosso numero/numero referencia. Atenção: não é possível alterar o valor total. No entanto, é possível modificar os valores dos demais campos, sempre mantendo o somatório dos valores igual ao valor total. 4.2 Formas de pagamento de GRU. Por meio da rede bancária existem diversas formas de pagamento de uma guia de GRU, que pode assumir a forma de um boleto bancário, uma transferência entre bancos (DOC/TED) ou simplesmente um depósito direto no guichê de caixa. Conforme as facilidades de seu banco, os pagamentos podem ser realizados ainda por meio de Terminais de Auto-atendimento, pela Internet e outros. A GRU foi constituída para proporcionar maior controle e qualidade gerencial da atividade recolhedora. Por esse propósito, nos casos de uma GRU Simples, os recolhimentos podem ser identificados no SIAFI, por exemplo, pelo número de referência (campo de uso livre do gestor, com 17 posições). Nos casos de uma GRU Cobrança, o BB envia arquivo retorno para o gestor quando o recolhimento é concluído no BB. Em ambos os casos, é possível o controle do vencimento do pagamento e aplicação de juros ou multa, quando na observação da guia existir as instruções de tais cobranças. O gestor deverá sempre monitorar as diversas formas de pagamento, pois cada uma proporciona diferentes formas de controle. GRU Simples A GRU Simples deverá ser paga exclusivamente no Banco do Brasil. Poderá ter data de vencimento e, nos casos de liquidação após o seu vencimento, o contribuinte poderá arcar com penalidades tais como juros, multa etc, ou, simplesmente, a guia vencida não será quitada no BB. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 23 A versão simples da GRU, por ser exclusiva do BB, pode ser recebida nos terminais de auto-atendimento, na internet e em outras disponibilidades para clientes desse banco. Para os não-clientes, a guia deverá ser paga no guichê de caixa. GRU Judicial Instrumento de arrecadação da atividade judiciária, a GRU Judicial, derivada da GRU Simples, é uma guia a ser paga, nos casos de custas e depósitos judiciais, exclusivamentena Caixa Econômica Federal. Em outros casos, poderá ser paga também no Banco do Brasil. GRU Cobrança Trata-se de boleto bancário compensável a ser liquidado em qualquer instituição financeira até a data de vencimento. Cada instituição financeira possui aplicativos próprios para o pagamento da GRU Cobrança. Após o vencimento deverá ser paga, obrigatoriamente, nos guichês de caixa do BB. GRU Depósito De forma semelhante ao antigo depósito direto na Conta Única, a GRU assume também a forma de depósito comum a ser utilizada para pagamentos simples, exclusivamente, nos caixas do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. Caberá o pagador informar valor único, CNPJ/CPF válido e código identificador (seqüência numérica composta de UG/Gestão/Código de recolhimento). GRU DOC/TED Os contribuintes que não são clientes do Banco do Brasil poderão efetuar transferência de valores para a Conta Única do Tesouro Nacional a partir de conta corrente de qualquer banco integrante do sistema de compensação nacional. Para isso, será necessário o preenchimento de DOC e/ou TED informando os dados da Conta Única no Banco do Brasil (agência 4201-3, c/c 170.500-8) e a seqüência de identificação do recolhimento (a mesma para depósitos diretos, sem o dígito verificador). O preenchimento do código identificador deverá ser, obrigatoriamente, no caso de DOC, nas primeiras 16 posições do campo “Nome do Favorecido”. No caso da TED, o código será informado no campo “Código Identificador de Transferência”. O contribuinte informará, obrigatoriamente, o CNPJ da Unidade Gestora Favorecida. O valor a ser informado também será único, ou seja, não haverá distinção entre os valores de multa, juros, descontos, abatimentos, outras deduções ou acréscimos. GRU SPB – Via Sistema de Pagamentos Brasileiros. Trata-se de modalidade de transferência de recursos com previsão de implantação para 2006. A GRU-SPB permitirá aos Bancos efetuarem transações financeiras por meio de mensagem específica no SPB (TES 0034), principalmente, nos casos de transferência de recursos oriundos de obrigações de titularidade ou responsabilidade das instituições financeiras integrantes do STR - Sistema de Transferência de Reservas, conforme disposto no Art. 7º, da IN - Instrução Normativa nº 4, de 30/08/2004, da Secretaria do Tesouro Nacional. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 24 GRU Eletrônica Conhecida como GRU intra-SIAFI, a GRU Eletrônica possibilita um pagamento entre unidades gestoras executoras, por meio da transação >GRU. O recurso não sai do âmbito da Conta Única e, quando o pagamento for realizado entre unidades pertencentes ao Orçamento Geral da União, o gestor deverá utilizar códigos específicos, iniciados pelos números 7 ou 5, com contas de receitas diferenciadas, como veremos a seguir. A transação >GRU permite a entrada de dados de um código de barras, proveniente de uma guia de recolhimento, GRU Simples, ou de um boleto de GRU Cobrança. Após preencher a seqüência numérica do código de barras, a transação recupera todos os dados que foram preenchidos na emissão da guia ou do boleto. Atualmente, para emissão da GRU intra-SIAFI, há necessidade de registro em conta do passivo mediante o uso do evento 52.0.335, para rotinas que possuem empenho, ou do 52.0.337, para rotinas sem empenho. A GRU intra-SIAFI poderá ser cancelada por meio da transação >CANGRU, mas somente na data da emissão. Para consulta de GRU Eletrônicas emitidas, acessar a transação >CONGRU. GRU Eletrônica por CPR A GRU Eletrônica possui dois lados dentro da estrutura da Conta Única; o lado do pagador e o lado do recebedor do pagamento. Quando focado pelo lado do recebimento a GRU Eletrônica é efetivamente uma guia eletrônica semelhante à impressa. Ao ser “recebida” pelo Agente Arrecadador STN, tal como seria se fosse pelo Banco do Brasil, o pagamento se transforma em dois Registros de Arrecadação conforme um pagamento de uma GR-Simples ou Cobrança. Por outro lado, quando a GRU Eletrônica é enfocada pela ótica de um pagamento, trata- se de um documento de pagamento comum semelhante a um pagamento de um serviço prestado ou um bem comprado. Dessa forma, a GRU Eletrônica deverá ser paga por meio do Sistema de Cobranças e Pagamentos a Receber – CPR. Essa modalidade de pagamento ainda está em construção dentro do SIAFI e em breve será divulgada por meio de comunicados e manuais. 4.3 Códigos de recolhimento e de destinação. Todo ingresso de recurso oriundo de GRU na Conta Única do Tesouro Nacional deverá ser realizado por meio de um código, conhecido por código de recolhimento. Todo código de recolhimento, por sua vez, possui um código de destinação vinculado. Como nem todo ingresso se configura em receita propriamente dita, existem grupos de códigos de recolhimentos para devoluções de recursos ou depósitos de diversas origens. 4.3.1 O código de recolhimento O código de recolhimento, criado exclusivamente pela Secretaria do Tesouro Nacional, é formado por cinco algarismos. Os códigos poderão ser constituídos para utilização geral ou para a atividade exclusiva de arrecadação de uma única Unidade Gestora. Alguns campos do código de recolhimento devem ser sempre observados, tais como: IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 25 Título: O nome do código de recolhimento é a primeira forma de identificação da utilização do código. Quando o código for de uso exclusivo de um órgão ou uma autarquia, a sigla ou outra forma de identificação desse órgão estará inclusa no nome. Quando o código for de uso exclusivo para pagamentos entre unidades pertencentes ao Orçamento Geral da União, no meio do título terá o prefixo INTRA. Os códigos cuja arrecadação é para o Tesouro possuem a sigla STN. Abrangência: estabelece se o código deverá ser complementado com a fonte detalhada para destinação do recurso, a ser preenchida por parte dos gestores. Os códigos iniciados por 288 e 488 possuem o campo “INFGESTOR” para complementação da fonte. Situação (SIT): estabelece a condição de utilização. Se a situação for “A” (Alterado) ou “I“ (Inclusão) o código pode ser utilizado, quando for “E” (Excluso) não deverá ser utilizado. UG Emitente: onde será registrada a RA de Classificação. UG Arrecadadora: registra a arrecadação (RA de Classificação), semelhante à UG Emitente, mas com a exclusividade do preenchimento, ou seja, no código de recolhimento deverá sempre constar a UG informada nesse campo. Órgão Arrecadador: estabelece exclusividade de utilização do código para o órgão nesse campo preenchido e as unidades a ele vinculadas. Ao marcar o espaço à frente desse indicador, indicará se o órgão é superior ou não. Os indicadores do código são divididos em indicadores da GRU Eletrônica, de classificação da arrecadação, de retificação, de restituição e de destinação. Com exceção dos da GRU Eletrônica, os indicadores são essencialmente um conjunto de eventos específicos que fazem automaticamente o registro contábil da receita e dos recursos. Indicadores para GRU Eletrônica: estabelece os critérios de utilização de um código para um pagamento intra SIAFI. Espécie de GR: permite ao código de recolhimento selecionado a utilização do tipo de GR, se cobrança ou simples, além de permitir a captura dos dados implícitos ao código de barras. Tipo de Recurso: limita o tipo de recurso a ser utilizado para o pagamento da GRU Eletrônica, a seguir: 0 - LIMITE DE SAQUE SEM CONTROLE DE EMPENHO – para pagamentos de GRU sem a utilização de empenho. 1 - COM COTA DO ORCAMENTO DO EXERCICIO 2 - COM LIMITE DE RESTOS A PAGAR 3 - COM VINCULACAO DE PAGAMENTO 4 - COM LIMITE DA STN DE EMPENHO CONTRA ENTREGA 7 - COM RECOLHIMENTO PSSS PATRONALTipo de Recolhedor: 1 - UG 2 - CPF 3 - CNPJ 4 - CPF ou CNPJ 5 - Todos IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 26 Exigência de empenho: Preenchimento: estabelece se os campos de pagamento da GRU são de preenchimento obrigatório ou facultativo. Indicadores de classificação – Arrecadação Conjunto de eventos do código de recolhimento definido conforme normativos legais para cada atividade de arrecadação. De uma forma ampla, existem os códigos gerais, que abarcam a atividade básica da administração federal, tais como os serviços de aluguéis, educacionais etc. Para atividades especificas, foram criados eventos específicos. Dentre tais indicadores, deve-se observar a conta “4”, na Classificação 2, conforme a Natureza de Receita definida pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Nos casos de códigos gerais, iniciados por 288, deve-se completar a Inscrição 2 no espaço do INFGESTOR, para o devido registro do recurso na fonte detalhada. Indicadores de classificação – Retificação Conjunto de eventos do código de recolhimento que permite a retificação da arrecadação. Os eventos de retificação anulam os registros contábeis da arrecadação anterior. Indicadores de classificação – Restituição Traduz-se em evento único que permitirá a restituição do recolhimento efetuado, caracterizando-se em saída de recursos da Conta Única. Indicadores para destinação É o código de destinação vinculado ao código de recolhimento, que destinará o recurso para a fonte legalmente instituída. Regra de formação dos códigos de recolhimento A estrutura da numeração do código de recolhimento foi montada para permitir a identificação do código para determinada arrecadação. Na tabela abaixo indica, o primeiro dígito informa qual o Tipo de Receita, sendo subdividida em Receita primária, financeira, anulação de despesa e depósito de diversas origens. 1º DÍGITO TIPO DE RECEITA FONTE 1 RECEITA PRIMÁRIA TESOURO 2 RECEITA PRIMÁRIA PRÓPRIA (150, 250) 3 RECEITA FINANCEIRA TESOURO 4 RECEITA FINANCEIRA PRÓPRIA (180, 280) 5 RECEITA PRIMÁRIA INTRA-ORÇAMENTÁRIA TESOURO 6 ANULAÇÃO DESPESA PRIMÁRIA 7 RECEITA PRIMÁRIA INTRA-ORÇAMENTÁRIA PRÓPRIA 8 ANULAÇÃO DESPESA FINANCEIRA 9 DEPÓSITOS DIVERSOS IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 27 Os dígitos na posição 2 e 3, quando forem iguais a “8”, indicam que o código pode ser de uso geral, conforme tabela abaixo. Alguns códigos com “89” também indicam a mesma finalidade. CÓDIGO GRU TIPO DE RECEITA FONTE OBSERVAÇÃO 188XX STN - USO GERAL TESOURO 288XX GERAL PRÓPRIA HOMOLOGÁVEL 388XX STN - USO GERAL TESOURO 488XX GERAL PRÓPRIA HOMOLOGÁVEL 588XX STN - USO GERAL INTRA-ORÇAMENTÁRIA TESOURO 688XX GERAL DO EMPENHO 788XX GERAL - INTRA-ORÇAMENTÁRIA PRÓPRIA HOMOLOGÁVEL 988XX GERAL 190/990 Quando um código for homologável implica dizer que o código está incompleto. O gestor deverá substituir a informação “INFGESTOR”, observando as indicações do evento. Em sua grande parte, trata-se de homologar a fonte própria da receita, seguida de vinculação e esfera. 4.3.2 O código de destinação O Código de Destinação, também criado exclusivamente pela STN, é formado por seis algarismos e sempre vem vinculado a um código de recolhimento. Sua função básica é destinar o ingresso dos recursos arrecadados para fonte e Unidade Gestora determinadas por lei. Em linhas gerais, divide-se em códigos de fonte própria e de fonte Tesouro e podem ser de destinação primária ou secundária. Alguns campos do código de destinação devem ser observados tais como: Código destinação: é o indicador de destinação dos códigos de recolhimento, composto de 6 algarismos. Título: da mesma forma do título dentro do código, é a primeira forma de identificar a destinação da fonte bem como o órgão ou unidade beneficiária, conforme o campo “Percentual Destino”. Tipo destinação: indica se a destinação é principal ou secundária, e possibilita compartilhar automaticamente a receita para diversas Unidades Gestoras, conforme especificação em Lei. Grupo destinação: indica o agrupamento ao qual pertence o código de recolhimento. Fonte recurso: indica a fonte detalhada em que a receita será classificada, conforme as especificações do evento e da UG/Gestão fixadas no código de recolhimento ou no próprio código de destinação. Tipo beneficiário: indica se a destinação do recurso irá para a UG fixada no código de recolhimento ou se para a UG estabelecida no campo “UG/Gestão beneficiária” do próprio código de destinação. UG/Gestão beneficiária: complementar do campo “Tipo beneficiário”, deve ser preenchido sempre que o beneficiário for diferente da UG estabelecida no código de recolhimento. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 28 Arrecadação, Restituição e Retificação: semelhante ao código de recolhimento, indicam os eventos que acionam os lançamentos contábeis. “Percentual Destino”: complementar ao campo “Tipo de destinação”, é utilizado exclusivamente na destinação principal para indicar as demais unidades beneficiárias da arrecadação, bem como os percentuais destinados. 4.3.3 Casos peculiares de recolhimento por GRU Algumas regras para o recolhimento de GRU devem ser observadas para que sejam efetivados da melhor forma possível a correta contabilização do ingresso dos recursos. Devolução de recursos: anulação de despesa x receita. O gestor deverá inicialmente verificar as características da devolução de recursos, tais como, se é de exercício anterior ou do exercício, se despesa incorrida ou não. Tais características vão determinar qual será a utilização do ingresso e especificar/apontar qual tipo de código deverá ser utilizado. Quando a devolução de recursos for referente à despesa no exercício, consumo não efetivado, está caracterizada uma anulação de despesa. Como exemplo temos a diária não utilizada, saldo de suprimento de fundos, saldo de convênio etc. O gestor deverá utilizar um código iniciado por 688 e recompor o empenho inicial por meio de lançamentos no subsistema CPR. Ao incluir e realizar uma "GD", utilização de situação especifica "GXX", será possível a reutilização orçamentária-financeira do recurso. Quando a devolução for de despesa incorrida em exercício anterior, deverá ser utilizado um código de receita, pois neste caso a recuperação é uma receita. Da mesma forma, a devolução de recursos de despesa efetivada no próprio exercício é receita. Como exemplo, são os casos de uso particular de telefone, multas de transito ou outras despesas a serem ressarcidas pelo servidor. Em ambos os casos, deverão ser utilizados códigos iniciados por 188, quando a despesa foi de fonte Tesouro, ou 288 quando fonte própria. Observe que a prestação de um serviço específico, de caráter não eventual, regulamentada pelo órgão, tal com a prestação de serviços xerográficos para terceiros, não será considerada recuperação de despesa (estorno de despesa) ou receita de ressarcimento, mas uma receita de serviços, devendo ser escolhido um código de recolhimento com receita adequada à natureza do serviço. Os demais procedimentos poderão ser consultados no manual SIAFI, item 3.1, do assunto 02.12.02. Esse procedimento visa demonstrar dois fatos contábeis distintos: a) a liquidação e o pagamento da despesa de responsabilidade do órgão; b) o ressarcimento pelo uso de bens públicos especiais. Receitas intra-orçamentárias O gestor deverá distinguir os casos de arrecadação fora do SIAFI dos ocorridos intra- SIAFI. Quando ocorre um pagamento dentro do SIAFI, a despesa de uma UG torna-se a receita de outra, sem que o financeiro tenha saído da Conta Única. Para diferenciar areceita proveniente de um pagamento externo da receita intra-SIAFI (entre UG), foram criados códigos de recolhimento intra-orçamentários. IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 29 4.4 Registros de arrecadação: principais eventos e contas contábeis. Da combinação entre um código de recolhimento e uma UG/GESTÃO, surge a Nota de Registro da Arrecadação (RA). Além de ser a prova de que um determinado recolhimento foi realizado para a administração pública federal, a RA representa uma série de lançamentos contábeis, conforme os eventos do código de recolhimento e de destinação. A RA possui dois momentos que, mesmo sincronizados pelo sistema, transformam-se em dois registros distintos: a RA de Classificação e a RA de Destinação. A RA de Classificação constitui em registro inicial e é responsável pela classificação da receita. Em seguida, o sistema registra a RA de Destinação, ou seja, a classificação da fonte. Portanto, se para uma UG houver somente um único ingresso de depósito, a RA0001 será de classificação e a RA00002 será de destinação. 4.5 Principais transações. ATUCODGR - atualiza/altera código GRU CONCODGR - consulta código GRU ATUDESTGR - atualiza/altera código de destinação CONDESTGR - consulta código de destinação CONCODBBGR - consulta código BBGR, apelido da UG/GESTÃO no código de barras. CONRA - consulta Registro de Arrecadação CONPROCBT - consulta resultado processamento Batch dos arquivos enviado do BB para o SERPRO. CONDEPCTU - consulta depósito conta única para cada Unidade Gestora no SISBB. GRU - emissão de GRU Eletrônica ou intra-SIAFI CONGRU - consulta GRU emitidas (inclusive as de retificação) CANGRU - cancela no mesmo dia uma GRU emitida. RETIFICAGR - retificação da GRU 4.6 Referências bibliográficas. Sítio do Tesouro Nacional. - Aplicativo de impressão da GRU Simples - Manual da GRU - Apresentação da GRU - Manual – Serviços de Impressão - Informações de Pagamentos das GRU no SIAFI - Manual de Pagamentos da GRU Manual SIAFI IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 30 PRINCIPAIS CONTAS Contas de arrecadação Por código de recolhimento 19351.06.00 recolhimento líquido por código de recolhimento - GRU 19351.06.01 = recolhimento do principal por código de recolhimento 19351.06.02 = recolhimento de multa/mora/juros 19351.06.03 = recolhimento outros acréscimos. 19351.06.04 = recolhimento juros e encargos 19351.06.90 * = descontos e abatimentos do recolhimento 19351.06.91 * = outras deduções do recolhimento Por código de destinação primária 19352.05.00 recolhimento líquido por código destinação primária. 19352.05.01 = recolhimento principal por código destinação primária. 19352.05.02 = recolhimento multa/mora/juros. 19352.05.03 = recolhimento outros acréscimos. 19352.05.04 = recolhimento juros/encargos. 19352.05.90 * = descontos e abatimentos do recolhimento 19352.05.91 * = outras deduções do recolhimento Por código de destinação secundária 19352.06.00 recolhimento líquido por código destinação - GRU 19352.06.01 = recolhimento principal por código destinação secundária. 19352.06.02 = recolhimento multa/mora/juros 19352.06.03 = recolhimento outros acréscimos 19352.06.04 = recolhimento juros/encargos 19352.06.90 * = descontos e abatimentos do recolhimento 19352.06.91 * = outras deduções do recolhimento Contas de Retificação Por código de recolhimento 19351.10.00 retificações do recolhimento - por código GR 19351.10.01 = retificações do principal 19351.10.02 = retificações de multa/mora/juros 19351.10.03 = retificações de outros acréscimos 19351.10.04 = retificações juros/encargos 19351.10.90 * = retificação de descontos e abatimentos 19351.10.91 * = retificação de outras deduções de recolhimento Por código de destinação primária: 19352.11.00 retificações líquidas por código de destinação primária – GRU 19352.11.01 = retificação da receita principal por código de destinação primária. 19352.11.02 = retificação da Receita de multa por código de destinação primária. 19352.11.03 = retificação de receita de acréscimos por código de destinação primária. 19352.11.04 = retificação de receita de juros por código de destinação primária. 19352.11.90 * = retificação da destinação primária de descontos/abatimentos – GRU 19352.11.91 * = retificação da destinação primária de outras deduções - GRU Por código de destinação secundária: 19352.10.00 retificação por código de destinação IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 31 19352.10.01 = retificações do principal 19352.10.02 = retificações de multa/mora/juros 19352.10.03 = retificações de outros acréscimos 19352.10.04 = retificações juros/encargos 19352.10.90 * = retificação de descontos e abatimentos 19352.10.91 * = retificação de outras deduções recolhimento Conta de retificação da receita 49800.00.00 retificações Contas orçamentárias 19996.19.03 = controle de arrecadação de receitas - GRU 19114.00.00 = receita realizada (no órgão, somente receita própria) Conta financeira 11216.04.00 = limite de saque com vinculação de pagamento Controle por número da RA retificada: 19351.10.08 = RA retificadas (numero da RA) IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 32 4.7 Exercícios. a) DDO – Depósitos de Diversas Origens (caução, depósitos judiciais, etc) são receitas públicas? Justifique. b) Todo ingresso orçamentário é receita pública? Justifique. c) Operações de crédito são receitas públicas? Justifique. d) Receitas não-previstas no orçamento são receitas públicas? Justifique. e) Estorno de despesa é receita pública? É ingresso orçamentário? f) Marque F (falso) ou V (verdadeiro) nas afirmativas abaixo: A venda de um bem ou um serviço por uma empresa pública é receita derivada. A receita, sob o ponto de vista da categoria econômica, pode ser classificada em Receitas Correntes, Receitas de Capital e Operações de Crédito. São estágios da receita: Previsão, Lançamento, Arrecadação e Recolhimento. É possível arrecadar receitas administradas pela SRF – Secretaria da Receita Federal por meio de GRU. O Governo Federal não possui custo tarifário com os recolhimentos de DARF. g) É possível efetuar o pagamento de uma GRU Simples em outro banco que não seja o Banco do Brasil? Se sim, quais? IV Semana de AOFCP – Contabilidade Pública Aplicada ao SIAFI 33 h) Quais são os meios de obtenção de uma guia impressa de GRU? i) É possível emitir uma GRU cobrança com valor menor que R$ 30,00? Por quê? j) É possível retificar o valor total de uma Nota de Registro de Arrecadação? Por quê? k) Marque F (falso) ou V (verdadeiro) nas afirmativas abaixo: A GRU destina sempre automaticamente as receitas arrecadadas. Homologar um código de recolhimento da GRU significa substituir a informação “INFGESTOR” por fonte + vinculação + tipo de arrecadação. Não é possível retificar um CPF ou CNPJ, de um recolhedor, em uma Nota de Registro de Arrecadação de GRU. Uma Unidade Gestora pode cancelar uma GRU intra-SIAFI emitida no dia posterior ao da sua emissão. É possível ligar dois códigos de destinação a um código de recolhimento. Não é possível ligar dois códigos de recolhimento a um código de destinação RA do exercício passado não podem ser retificadas. A
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