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1 Aula 3 – Ligação Química Profª: Andréia Alves Costa Ligação Química Por quê os elementos se combinam para formar ligações químicas? 2 3 Ligação Química Uma ligação química somente irá se formar se a molécula gerada for mais estável que os átomos isolados. A formação de qualquer ligação química será sempre um processo exotérmico. O rompimento de qualquer ligação química será sempre um processo endotérmico. Teorias de Ligação 4 A Teoria de Ligação de Valência (TLV) foi desenvolvida por Linus Pauling e, apesar de suas limitações, é extensivamente utilizada pois consegue explicar a geometria molecular. A Teoria do Orbital Molecular (TOM) foi desenvolvida por Robert Mulliken e, apesar de ainda receber refinamentos, consegue explicar de forma precisa as propriedades magnéticas e espectroscópicas das moléculas. 5 Tipos de Ligação Ligação Iônica: ocorre através de forças eletrostáticas que existem entre íons de carga oposta. Ligação metálica (ou covalente multicentrada): caracterizada por uma grande quantidade de átomos unidos por um número grande de elétrons. Ligação covalente: formada pelo compartilhamento de elétrons entre dois átomos. Ligação Iônica Exemplo: Formação do NaCl Na(s) + ½ Cl2(g) NaCl (s) H 0 f = - 410,9 KJ. mol -1 A reação indica que o átomo de sódio perdeu um elétron e que o átomo de cloro ganhou um elétron. 6 Formação de um sólido iônico Ligação Iônica • O Na perdeu um elétron para se transformar em Na+ e o cloro ganhou o elétron para se transformar em Cl-. Observe: Na+ tem a configuração eletrônica do Ne e o Cl- tem a configuração do Ar. • Tanto o Na+ como o Cl- têm um octeto cincundando o átomo central. 7 Na : 1s2 2s2 2p6 3s1 = [Ne] 3s1 Cl : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 = [Ne] 3s2 3p5 Na+ : 1s2 2s2 2p6 = [Ne] Cl- : Cl : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 = [Ar] Ligação Iônica 8 A principal razão para os compostos iônicos serem estáveis é a atração entre os íons de cargas opostas. Energia de Rede: é a energia necessária para separar completamente um mol de um composto sólido iônico em íons gasosos A energia de rede depende das cargas nos íons e dos tamanhos dos íons: Onde k é uma constante (8,99 x 109 J m/C2), Q1 e Q2 são as cargas nas partículas e d é a distância entre seus centros. d QQ E 21 Energia de Rede A energia de rede aumenta à medida que: • As cargas nos íons aumentam. • A distância entre os íons diminui. Tabela 1. Energia de Rede para alguns compostos iônicos 9 Quanto maior a energia de rede, maior é a interação entre os íons. Ligação Iônica Configurações Eletrônicas de Íons dos Elementos Representativos As configurações eletrônicas podem prever a formação de íons estáveis. Vejamos alguns exemplos. Mg: [Ne]3s2 Mg+: [Ne]3s1 não estável !!! Mg2+: [Ne] estável !!! Cl: [Ne]3s23p5 Cl-: [Ne]3s23p6 = [Ar] estável !!! 10 Ligação Iônica Ocorre geralmente entre metais (baixa energia de ionização) e entre não-metais (alta afinidade eletrônica). 11 Grupo Carga Grupo Carga 1 + 1 15 - 3 2 + 2 16 - 2 13 + 3 17 - 1 Exemplos: K+Cl- KCl Al3+O2- Al2O3 Ca +2I-1 CaI2 Características dos Compostos Iônicos São sólidos nas condições ambientes. São duros e quebradiços. Possuem altos P.F. e P.E.. Conduzem corrente elétrica quando fundidos ou em solução aquosa (não conduzem corrente elétrica no estado sólido). Formam retículos cristalinos. 12 Ligação Covalente • Quando dois átomos similares se ligam, nenhum deles quer perder ou ganhar um elétron para formar um octeto. • Quando átomos similares se ligam, eles compartilham pares de elétrons para que cada um atinja o octeto. 13 Figura 1. Ligação entre dois átomos de hidrogênio. H + H H2 Elétrons em uma linha conectando os dois núcleos de H. Polaridade de Ligações Covalentes • Diferenças de eletronegatividade próximas a 0 resultam em ligações covalentes apolares (compartilhamento de elétrons igual ou quase igual). • Diferenças de eletronegatividade próximas a 2 resultam em ligações covalentes polares (compartilhamento de elétrons desigual). • Diferenças de eletronegatividade próximas a 3 resultam em ligações iônicas. 14 Figura 2. Ligação covalente apolar (F2); ligação covalente polar (HF) e ligação iônica (LiF). 15 O Modelo de Lewis (1916) O primeiro modelo de ligação química com sucesso foi o de Gilbert N. Lewis. Lewis reconheceu que a ligação entre átomos envolve elétrons e que haviam dois tipos de elétrons: Elétrons ligantes (“bonding electrons”). Elétrons isolados (“lone-pair electrons”) No modelo de Lewis apenas os elétrons de valência do átomo são considerados. O Modelo de Lewis 16 Tabela 2. Símbolos de Lewis Estruturas de Lewis • As ligações covalentes podem ser representadas pelos símbolos de Lewis dos elementos: • Nas estruturas de Lewis, cada par de elétrons compartilhados em uma ligação é representado por uma única linha: 17 Cl + Cl Cl Cl Cl Cl H F H O H H N H H CH H H H 18 Ligação Covalente Localizada e o Conceito de Lewis Uma ligação química entre dois átomos é formada por um par de elétrons que pertence igualmente a ambos os átomos de forma compartilhada (A : B ou A – B) . Dois pares de elétrons pertencentes a dois átomos formam uma ligação dupla (A :: B ou A = B) e três pares uma ligação tripla (A:::B ou A ≡ B) Todos os demais pares de elétrons dos átomos que não estiverem compartilhados serão pares de elétrons isolados. H H O O N N 19 Regra do Octeto “Cada átomo perde, ganha ou compartilha elétrons com seus átomos vizinhos para atingir um total de oito elétrons de valência (4 pares ou um “octeto”).” A presença de 4 pares de elétrons está relacionada com o preenchimento de todos os orbitais dos subníveis s e p no nível de valência (configuração de um gás nobre). Um grande número de moléculas simples apresentam esta configuração eletrônica. 20 Hipervalência e Expansão da Camada de Valência Os elementos do período 1 da tabela periódica apresentam apenas o subnível s no nível de valência e só podem alojar 2 elétrons. Os elementos do 2°período (Li – Ne) obedecem a regra do octeto, porém a partir do 3°período ocorrem desvios. Espécies que demandam a presença de mais do que um octeto de elétrons ao redor do átomo são denominados hipervalentes. Tradicionalmente é atribuído o fenômeno da expansão da camada de valência pela utilização de orbitais “d” (metais de transição). Os elementos do período 3 ou superior podem alojar mais 10 elétrons no nível de valência. . Exceções 21 Estrutura de Lewis 1ª Etapa: Determinar o número de elétrons a serem incluídos na estrutura somando todos os elétrons de valência dos átomos envolvidos. 2ª Etapa: Escrever os símbolos químicos dos átomos num arranjo que mostre quais átomos estão ligados entre si. 3ª Etapa: Distribuir os elétrons em pares, de forma que haja um par de elétrons formando uma ligação simples entra cada par de átomos ligados entre si, e então acrescente pares de elétrons (isolados ou múltiplas ligações) até que cada átomo tenha um octeto. 22 Exemplo:NH3 1ª Etapa: Determine o número total de elétrons que podem ser incluídos na estrutura somando todos os elétrons de valência fornecidos pelos átomos. Para um íon, considera-se a carga deste íon na soma, i.e., para cada carga negativa soma-se 1 elétron e para cada carga positiva subtrai-se 1 elétron. N = 5 elétrons de valência H = 1 elétron de valência 3H = 3 x 1 = 3 elétrons Total = 8 elétrons 23 Exemplo: NH3 2ª Etapa: Determine como os átomos se arranjam (simetria), mostrando quais estão unidos. Escolhe-se o átomo central para a fazer ligações simples. O átomo central será sempre o menos eletronegativo e os periféricos os mais eletronegativos. Os átomos de hidrogênio serão sempre periféricos. 24 Estrutura de Lewis 3ª Etapa: Distribua os elétrons restantes em pares. Completa-se o octeto dos átomos periféricos que são mais eletronegativos. Se sobrarem elétrons, estes serão alojados no átomo central. 25 Estrutura de Lewis Exceto em casos simples, a estrutura de Lewis não representa a forma das espécies, mas somente o padrão da ligação e os pares isolados. Exemplo: BF4 - Estrutura de Lewis Estrutura Real Estrutura de Lewis Exercícios: CH2O (Formaldeído) NH4 + (Íon amônio) ClO- (Íon hipoclorito) 26 Ressonância Algumas moléculas apresentam estruturas que não podem ser expressas corretamente por uma única estrutura de Lewis. Elas são igualmente válidas e apresentam a mesma energia. Essa fusão de estruturas é chamada de ressonância, e a estrutura final é chamada de híbrido de ressonância. 27 Ressonância Exemplo: Ozônio Pela estrutura de Lewis o O3 apresentaria uma ligação simples (mais longa) e uma ligação dupla (mais curta). Porém, experimentalmente, o ozônio tem duas ligações idênticas. 28 O O O O O O Figura 3. Híbrido de ressonância do O3. Carga Formal • Para determinar qual estrutura é mais razoável, usamos a carga formal. • A carga formal é a carga que o átomo teria se as ligações fossem perfeitamente covalentes. • A carga formal leva em consideração o número de elétrons que um átomo tem na molécula. 29 Cálculo da Carga Formal Onde: V = número de elétrons de valência do átomo livre L = número de elétrons presentes nos pares isolados S = número de elétrons compartilhados. 30 Cálculo da Carga Formal Exemplo: CN-, NO+, N2 1ª Etapa: Encontre o número de elétrons de valência (V) de cada átomo livre. 2ª Etapa: Desenhe as estruturas de Lewis, mostrando cada par de elétrons como pontos. 3ª Etapa: Para cada átomo ligado, conte cada elétron que está como par isolado e adicione apenas 1 elétron de cada ligação que forma. 4ª Etapa: Para cada átomo ligado, subtraia de V o número total de elétrons que ele possui. 31 64 Referências EBBING, D.D., "Química Geral". Tradução Horácio Macedo; Rio de Janeiro; LTC Editora S.A., Vol. 1 e 2 (1998). RUSSELL, J. B., "Química Geral". Tradução Márcia Guekezian e colaboradores; 2ª Edição; São Paulo; Makron Books Editora do Brasil Ltda (1994). BRADY, J. E e HUMISTON, G. E., "Química Geral". Tradução Cristina M. P. dos Santos e Roberto B. Faria; 2ª Edição; Rio de Janeiro; LTC Livros Técnicos e Científicos Editora (1996). MASTERTON, W.L., SLOWINSKI, E.J. e STANITSKI, C. L. "Princípios de Química". Tradução Jossyl de S. Peixoto. 6a. Edição; Rio de Janeiro; Editora Guanabara koogan S. A. (1990). BROWN, T. L. ; LeMAY Jr, H. E. BURSTEN, R. E. "Chemistry: The Central Science" , 7ª Edição, Prentice Hall (1997). ATKINS, P.; JONES, L. “Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente”, Tradução Ricardo Bicca de Alencastro. 3ª Edição; Porto Alegre; Editora Bookman (2007).
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