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Sistema reprodutor feminino

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Sistema reprodutor feminino: informações complementares
Prof. Dr. Juscélio C. de Abreu
 Ao nascer, uma criança do sexo feminino traz em seus ovários cerca de 1 milhões de folículos primordiais. 
 A maioria desses folículos regride durante o crescimento da criança (atresia já estudado - proteína inibitória da apoptose neural (neural apoptosis inhibitory protein –NAIP). 
 Quando ela atinge a puberdade, restam cerca de 40 mil folículos, dos quais aproximadamente 400 tornam-se ovócitos secundários durante toda a vida reprodutiva de uma mulher. 
 Com a puberdade, iniciam-se os ciclos menstruais, quando um grupo de até 20 folículos primordiais é ativado para iniciar o processo de maturação folicular. Em geral, apenas um folículo atinge seu desenvolvimento pleno e sofre ovulação.
 Esse processo envolve a atividade do EIXO HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO e de todo o aparelho reprodutor feminino (ovários, trompas, útero, vagina e glândulas mamárias).
1) Ciclo ovariano – considerações complementares
Quanto desperdício! Será mesmo?
 Você viu que cerca de 20 folículos são ativados a cada ciclo menstrual, embora, em geral, somente um deles sofra ovulação. 
 A razão para esse aparente desperdício de folículos não está esclarecida.
 Sabe-se, no entanto, que durante a maturação, os folículos têm uma função endócrina. 
 A produção de estrogênio pelos folículos em maturação pode estar muito além da capacidade de produção de um só folículo. 
 Portanto, o propósito primário dos demais folículos parece ser o de atuarem como glândulas endócrinas.
Estrogênio – FSH – LH 
1) Com a formação do antro folicular, o folículo primário passa a ser conhecido como folículo em crescimento ou secundário, que ainda contém um ovócito em prófase I suspensa.
2) Nesta fase, os altos níveis de estrogênio secretados pelos folículos inibem a liberação de FSH pelo eixo hipotálamo-hipofisário, que, por sua vez, começa a secretar o hormônio luteinizante (LH). Veja a figura do próximo slides.
Figura: Desenho mostrando um folículo secundário. Observe que surgem pequenas cavidades, lacunas cheias de líquido entre as células foliculares.
3) O LH atua sobre os folículos secundários, estimulando um deles (em geral, o mais desenvolvido e responsivo ao hormônio) a completar a primeira divisão meiótica, iniciar a segunda e estacionar na metáfase.
4) O término da primeira divisão meiótica origina o ovócito secundário e o primeiro corpúsculo polar.
5) Como a divisão é desigual, o ovócito recebe quase todo o citoplasma, sendo, portanto, uma célula grande, e o corpúsculo polar recebe pouco citoplasma, tornando-se uma célula muito pequena e que irá, depois da formação do segundo corpúsculo polar, degenerar.
6) Este folículo continua o seu desenvolvimento, cresce e forma o folículo maduro ou de Graaf. Com o rápido crescimento do folículo maduro, forma-se uma pequena saliência na superfície ovariana.
7) O tecido conjuntivo ovariano sobre o folículo é comprimido, torna-se isquêmico e sofre necrose. 
8) O aumento de LH parece aumentar a pressão do fluido folicular, o que provoca a ruptura da superfície ovariana, já frágil em decorrência da ISQUEMIA. A consequência é, portanto, a liberação do ovócito secundário envolvido pela zona pelúcida e pelas células da CORONA RADIATA. A este fenômeno denominamos ovulação.
ISQUEMIA eu sei o que é!!!
É a supressão da circulação sanguínea em determinada parte do organismo devido à constricção arterial.
Ciclo ovariano
 Algumas mulheres apresentam ciclos anovulatórios, ou seja, sem ovulação, e, portanto, não podem engravidar. 
 Isso acontece devido à secreção insuficiente de gonadotrofinas, que são hormônios hipofisários (FSH e LH) que estimulam a maturação dos folículos ovarianos.
 Mulheres com ciclos anovulatórios podem ser tratadas com drogas que estimulem a secreção de gonadotrofinas e, consequentemente, a ovulação.
 Em geral, essas ovulações são múltiplas, o que leva a um grande aumento na incidência de gravidez múltipla.
Curiosidades
Ciclos anovulatórios
 Os contraceptivos orais recorrem ao sistema de feedback negativo do organismo para prevenir a ovulação e/ou implantação do zigoto.
 Os estrogênios e os progesteronas sintéticos contidos na pílula atingem o hipotálamo e a hipófise, via corrente sanguínea, provocando  uma diminuição da libertação da GnRH pelo hipotálamo e consequente diminuição da libertação da FSH e LH pela hipófise. 
 Os baixos níveis de FSH resultantes vão inibir o desenvolvimento folicular impedindo o aumento fisiológico dos níveis de estrogênicos, além de não ocorre espessamento do endométrio uterino.
   
 Os níveis baixos de progesterona no organismo, resultantes ingestão diária da pílula, evitam o pico de LH (por feedback negativo), sem o qual a ovulação não ocorre, tornando, também o endométrio uterino desfavorável à nidação, além disso, o muco cervical mantém-se espesso e atrapalha o deslocamento dos espermatozoides.
Contraceptivos orais – anovulatórios 
O que é Síndrome do ovário policístico?
 A mulher que apresenta ovários policísticos produz uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos (testosterona), fator que pode afetar a fertilidade feminina. 
 OBS: o próprio ovário produz testosterona
 Este desequilíbrio hormonal afeta a ovulação. 
 A testosterona produzida pela mulher interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de peqs. cistos, porque eles resultam de um defeito na ação dos hormônios do ovário, impedindo a ovulação.
 Como mais ou menos dez folículos se desenvolvem todos os meses, surgirão dez ou quinze pequenos cistos característicos do ovário policístico. 
O que é Endometriose?
 É uma condição na qual o endométrio (mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo).
 Essa formação de tecido ectópico normalmente ocorre na região pélvica, fora do útero, nos ovários, no intestino, no reto, na bexiga e na membrana que reveste a pélvis. 
 Provável causa: Menstruação retrógrada
 Isso acontece quando o sangue da menstruação que contém células do endométrio retorna pelas tubas uterinas e cavidade pélvica ao invés de sair do corpo da mulher. 
 Essas células endométricas perdidas instalam-se nas paredes dos órgãos da região pélvica e começam a crescer. Apesar disso, continuam a funcionar normalmente, como se estivessem no lugar certo.
 Considerando um ciclo menstrual padrão (28 dias), a ovulação ocorrerá aproximadamente no 14° dia do ciclo, e o ovócito, com suas camadas da corona radiata, será capturado pelas fímbrias da trompa e conduzido para o infundíbulo e daí para a ampola, por meio de leves movimentos peristálticos (contrações da musculatura lisa), estimulados pelo estrogênio.
2) Ciclo reprodutivo e Ciclo endometrial – considerações complementares
 O restante do folículo, ou seja, as células foliculares e as tecais não eliminadas na ovulação, em resposta ao LH, se desenvolverá como corpo lúteo (uma glândula). Ele começará a produzir progesterona.
 A progesterona será essencial para concluir o processo de preparação do aparelho reprodutor para receber o concepto.
 Caso não ocorra a fertilização, o corpo lúteo continuará funcionando, isto é, produzindo hormônios, por 10 dias após a ovulação. 
 Depois ocorrerá a formação de uma pequena cicatriz no ovário, o corpo albicans, e, principalmente, uma queda abrupta nos níveis de estrógenos e progesterona. 
 A queda hormonal levará à perda da camada funcional do endométrio iniciando o ciclo endometrial ou menstrual. Esse se inicia no primeiro dia da menstruação, com a descamação e perda de parte do endométrio. Esse ciclo dura de 4 a 5 dias e consiste em sangue que extravasa de vasos rompidos e em pedaços de tecido endometrial. Esse ciclo é constituído de 3 fases.
Figura: Desenho esquemático da parede do útero. Observe que o endométrio é constituído pelas camadas funcional e basal e que o fundo das glândulas endometriais e os vasos mais calibrosos situam-se na
camada basal e no miométrio.
 1ª fase proliferativa ou estrogênica, que dura aproximadamente 9 dias. Nessa fase, por estímulo dos estrogênios produzidos pelos folículos ovarianos em maturação, toda a camada funcional do endométrio perdida na fase menstrual anterior é regenerada a partir da camada mais profunda do endométrio (camada basal).
 2ª fase secretora ou progestacional dura cerca de 13 dias e coincide com a formação do corpo lúteo. Nessa fase, principalmente por estímulo da progesterona, o endométrio se espessa e as glândulas endometriais são estimuladas a secretar um material rico em glicogênio, que irá nutrir o concepto durante as primeiras fases do desenvolvimento, caso ocorra a fecundação.
 3ª fase isquêmica, dura de 1 a 2 dias e resulta da queda nos níveis de estrogênio e progesterona provocada pela regressão do corpo lúteo. Em resposta a esta interrupção hormonal, as glândulas uterinas param de secretar e as artérias uterinas espiraladas começam a sofrer contrações por períodos cada vez mais longos. Essas mudanças vasculares interrompem o fluxo sanguíneo local, provocando isquemia e ruptura dos vasos, o que leva à perda e ao extravasamento de sangue para a cavidade uterina, juntamente com o tecido endometrial.

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