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Fecundação e clivagem Prof. Dr. Juscélio C. de Abreu FERTILIZAÇÃO A fertilização ou fecundação ocorre geralmente na região mais larga e mais pregueada da tuba uterina denominada ampola. É aí que normalmente se dá o encontro entre o ovócito secundário, que está estacionado na metáfase da 2ª divisão meiótica e o espermatozoide. Observações Ovócitos humanos mantêm-se viáveis para a fertilização por até 24 horas após a ovulação. - Espermatozoides humanos mantêm-se viáveis para a fertilização até 48 horas no trato genital feminino. NÃO! ENTÃO VAMOS RECORDAR: Durante o período de capacitação, por ação de substâncias secretadas pelas mucosas uterina e tubária, uma capa de glicoproteínas e de proteínas seminais é removida da superfície do ACROSSOMA do espermatozoide, o que modifica não somente a razão colesterol/fosfolipídios da membrana plasmática, como também o potencial de ação da membrana. Isso torna o espermatozoide mais ativo e apto a fecundar o ovócito. Para fecundar o ovócito, os espermatozoides ejaculados devem passar por um período de condicionamento no aparelho genital feminino, denominado CAPACITAÇÃO (LEMBRA?) Espermatozoides capacitados alcançam a região ampular da tuba uterina, onde o ovócito se encontra, e começam a sofrer REAÇÃO ACROSSÔMICA (RA). A RA habilita o espermatozoide a penetrar através da zona pelúcida e a fundir-se com a membrana plasmática do ovócito. A RA depende do influxo de Ca2+ sendo basicamente um fenômeno de fusão de membranas entre a membrana acrossomal externa e a membrana plasmática da cabeça do espermatozóide de forma a liberar os conteúdos do acrossômo através das fenestras. Uma das enzimas mais abundantes liberadas do acrossômo é a hialuronidase, a qual auxiliaria na passagem através da corona radiata Reação acrossômica e fusão Os receptores [vermelhos] no esperma entrar em contato com a corona radiata [amarelo]. Isto induz a reação acrossômica. Os microfilamentos de actina [rosa] empurra o acrossoma para fora do esperma expondo os receptores de ligação [azul]. Os receptores de ligação promovem a fusão. O citoplasma do espermatozoide contém NOS (Óxido Nítrico Sintase) que é ativado junto com a reação acrossômica. Em contato com o vitelo [amarelo] a NOS ficará ativado [verde] A NOS ativada produzirá óxido nítrico (NO) [verde claro]. Após a fusão o NO produzido ativa a liberação de cálcio [vermelho]. O cálcio ativa a NOS, já presente no vitelo, liberando mais NO, que libera mais de cálcio, etc. Iniciando uma onda de cálcio por todo o ovo. Descrição das Fases da fertilização 1. Passagem do espermatozoide pelas células da corona radiata – enzima (hialuronidase) liberada pelo acrossoma auxiliadas por enzimas secretadas pela mucosa tubária, bem como os movimentos da cauda do espermatozoide provocam a dispersão das células da corona radiata e põem os espermatozoides em contato com a zona pelúcida. 2. Passagem dos espermatozoides pela zona pelúcida – enzimas, como esterases, acrossina e neuraminidase, também liberadas pelo acrossoma, destroem a zona pelúcida e permitem que o espermatozoide alcance o ovócito. OBS: os passos 1 e 2 => REAÇÃO ACROSSÔMICA 3. Reação de zona e reação cortical – tendo o espermatozoide ultrapassado a zona pelúcida, enzimas lisossômicas, liberadas por grânulos localizados na periferia do ovócito, modificam a permeabilidade tanto da zona pelúcida quanto da membrana plasmática do ovócito, tornando-as impermeáveis à entrada de outros espermatozoides. Esse fenômeno irá bloquear a POLIESPERMIA. 4. Fusão de membranas – as membranas plasmáticas de ambas as células se fundem, permitindo que o núcleo e a cauda do espermatozoide penetrem no citoplasma do ovócito. A membrana do espermatozoide não entra no ovócito. 5. Término da segunda divisão meiótica e formação do pronúcleo feminino – com a entrada do espermatozoide, o ovócito é ativado, sua 2ª divisão meiótica termina e origina um óvulo e um segundo corpúsculo polar. Os cromossomos do núcleo do óvulo se descondensam para formar o pronúcleo feminino. 6. Formação do pronúcleo masculino – a cauda do espermatozoide degenera e seu núcleo cresce (cromossomos também se descondensam) para formar o prónúcleo masculino. 7. Fusão dos pronúcleos – os pronúcleos se aproximam, seus envoltórios nucleares se dissolvem e os materiais genéticos de ambas as células se misturam (anfimixia). Após a fusão, o envoltório nuclear é refeito. Está formada a célula-ovo ou zigoto. A partir daí, uma nova vida se desenvolverá. Com a fertilização, ocorre a restauração do n° diploide de cromossomos, bem como sua variação, em virtude da mistura dos materiais genéticos materno e paterno. Ocorre também a determinação cromossômica do sexo e a ativação metabólica do zigoto que iniciará o processo de clivagem. Consequências da fertilização Leitura complementar: fertilização in vitro O processo de fertilização pode ser feito em laboratório, permitindo a realização dos sonhos de mulheres estéreis. A metodologia para isso inclui: tratamento com gonadotrofinas para estimular ovulações múltiplas; aspiração dos folículos maduros por laparoscopia (exame dos ovários com um aparelho denominado laparoscópio); fertilização dos ovócitos colocados em uma placa de Petri, contendo meio de cultura adequado e espermatozoides capacitados; monitorização da fertilização e da clivagem, ao microscópio, e transferência do zigoto no estágio de quatro a seis células para o interior do útero. Como, em geral, mais de quatro embriões são inseridos no útero, a probabilidade de nascimentos múltiplos é grande. Veja o vídeo para mais informações http://www.youtube.com/watch?v=ao5eqdEK8RQ CLIVAGEM A partir da sua formação, o zigoto, depois de ativado, inicia uma série de divisões mitóticas sucessivas, denominadas clivagem. As células resultantes dessas divisões são conhecidas como blastômeros. A primeira divisão do zigoto ocorre cerca de 30 horas após a fertilização, dando origem a dois blastômeros. Enquanto se dividem e ainda envolvidos pela zona pelúcida, os blastômeros vão diminuindo de tamanho e migrando para o útero, local onde futuramente ocorrerá a implantação. Aproximadamente 3 dias após a fertilização, o concepto, constituído por 12 a 16 blastômeros ainda envolvidos pela zona pelúcida, denominado MÓRULA, cai na cavidade uterina. No ambiente uterino, a zona pelúcida começa a ser digerida por enzimas do fluido uterino, que penetra por entre os blastômeros e forma uma cavidade, a BLASTOCELE, que separa dois grupos de células: as mais periféricas, o TROFOBLASTO, as mais centrais, o EMBRIOBLASTO ou massa celular interna. Nessa fase, o concepto é denominado BLASTOCISTO. O blastocisto “nada” livremente nas secreções uterinas por cerca de 2 a 3 dias, e os blastômeros, agora sem a barreira externa formada pela zona pelúcida, crescem rapidamente. http://www.youtube.com/watch?v=Bwa3tQA8vaM http://www.youtube.com/watch?v=duMT_YcekDI http://www.youtube.com/watch?v=6qPaQ1h4Ons Endereços de alguns vídeos do YOUTUBE
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