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EEnnccoonnttrrooss ddee PPooddeerr 
Veja como é possível experimentar 
o Poder Transformador do Senhor Jesus! 
 
Marcelo A. L. Cardoso 
 
AD Santos Editora Ltda., 1996, Curitiba, PR 
 
Digitalizado por Roberto Roltman 
Revisado e formatado por SusanaCap 
HTTP://SEMEADORESDAPALAVRA.QUEROUMFORUM.COM 
S um ár i o 
PREFÁCIO 
1. INTRODUÇÃO 
2. CLEÓPAS E O OUTRO, NO CAMINHO DE EMAÚS 
3. MARIA, IRMÃ DE MARTA E LÁZARO 
4. JOANA, DE CUZA 
5. A MULHER ADÚLTERA 
6. MARIA MADALENA 
7. SIMÃO, O CIRENEU 
8. NICODEMOS 
9. A MULHER-DA-CIDADE E SIMÃO, O FARISEU 
10. ZAQUEU, O PUBLICANO 
11. DE SAULO A PAULO 
12. O MEU ENCONTRO 
13. EU TAMBÉM ENCONTREI JESUS 
 
* * * 
PREFÁCIO 
A maior recompensa desse livro será a de saber que você escreveu o seu último capítulo. 
Se você o fizer, todo sacrifício valeu ! 
O último capítulo é o do 12º encontro, e está reservado para ser 
escrito por você, se você se encontrar com Jesus nas páginas que seguem. 
Ele está aqui!... Bem pertinho de você!... E esperando que você O 
encontre!... 
Procure-O!... Encontre-O!... Registre esse encontro!... E, depois... 
divida essa grande alegria com o povo de Deus ! 
* * * 
1. INTRODUÇÃO 
A língua humana é muito pobre para definir as realidades 
espirituais. Uma delas é a CONVERSÃO. 
METANÓIA é a palavra grega que procura explicar essa realidade. Lê-se "metanóia". Seu significado mais correto é o de "mudança interior; 
mudança de rumo; mudança de opinião; arrependimento; meia volta". 
Mas no testemunho daqueles que se convertem, esta "metanóia" 
destaca-se muito mais como conseqüência, do que como se fora algo 
possível de se conseguir por meio de algum aprendizado. Sente-se que a 
conversão é muito mais fruto do que encontro da alma com a revelação 
pessoal de Deus. 
A conseqüência desse encontro é que é uma mudança radical de 
vida... uma mudança interior... uma mudança de rumo... conversão. 
CONVERSÃO é, pois, a conseqüência de um encontro pessoal com 
Deus. Não há conversão sem mudança. Não é possível ter um encontro 
pessoal com Deus, e não mudar! 
E é essa mudança que intriga muito os chamados cristãos nominais e 
as igrejas. Eles se sentem como se estivessem sendo acusados de não 
serem cristãos verdadeiros, principalmente aqueles que sempre viveram 
na igreja, e se sentem normalmente piedosos. Isso acontece porque, em 
razão das dificuldades lingüísticas apontadas, surgem conceitos como o 
de Pursey, que diz que "conversão é a volta da alma a Deus, depois que 
ela se afastou dEle". 
É uma definição muito bonita, mas a palavra VOLTA, tem levado 
muitas pessoas sinceras a entenderem por VOLTA, como que uma espécie 
de PROCESSO DE VOLTAR... algo que se pode aprender, antes de 
experimentar... como que uma PREPARAÇÃO para a conversão. E é aí que o ENCONTRO fica postergado. 
Realmente, como em relação a qualquer encontro, pode, ou não, 
haver uma preparação para ele. Pode ser um encontro desejado, ou um 
encontro inesperado. 
Às vezes, DEUS vem ao nosso encontro de uma forma súbita; como 
que "arrombando" as portas do nosso "eu" e entrando em contato direto 
com a nossa ALMA. É a crise da conversão. Foi como ocorreu com Paulo, 
no caminho de Damasco. Ele caiu do cavalo! Outras vezes, é um encontro 
desejado, como foi o dos apóstolos, dentre os quais o de Natanael, 
chamado por Felipe: "Vem, e vê" (Jo 1.46). Ele foi, viu, encontrou JESUS, e 
largou tudo para segui-Lo. Só existem essas duas formas de conversão! 
Não pode ser como alguém que marca um encontro com outra pessoa, 
num lugar qualquer, e começa a se preparar para o encontro: toma banho, 
perfuma-se, coloca uma roupa apropriada, penteia-se, etc...., mas não sai 
de casa!... Nunca haverá o encontro! A outra pessoa pode até vir à sua 
casa, e ficar pertinho dela. Mas se a casa permanecer fechada, e a pessoa 
não sair dela, não poderá haver o encontro. 
Outra idéia singular para ilustrar um encontro com Deus é o da 
água-de-coco... do coco verde, dos nossos coqueirais. Essa imagem faz-me 
lembrar de Jo 7.38 - "Quem crer em mim... do seu interior fluirão rios de 
água viva". O encontro da conversão é um encontro de fé. E a fé é muito 
mais do que conhecimento intelectual. Você pode preparar o coco verde com todo carinho: limpá-lo, lavá-lo, escová-lo, dar-lhe brilho... mas se ele 
não for QUEBRADO, jamais você beberá da sua água. Assim também 
acontece com o homem. A nossa casca material é muito dura. Ela é 
formada por diversos elementos: intelecto, orgulho, vaidade, 
condicionamentos familiares, sociais, psíquicos, religiosos, etc. ... Todos 
eles estão como no coco, aprisionando a nossa ALMA. E a conversão é o 
encontro da ALMA com DEUS. A casca tem que ser quebrada. Só então, a 
água fluirá!. 
Cristão nominal é aquele que, apesar da sinceridade dos seus 
sentimentos, passa a vida inteira apenas dando brilho no coco... 
Arrumando, preparando, e embelezando a casca. Por isso, temos visto, 
neste século XX, tantas pseudo-conversões, ou conversões sem frutos. 
Igrejas cheias de "membros", mas vazias de discípulos de CRISTO. É 
preciso que nos convertamos DARIAMENTE. E arrependimento e oração 
também são fundamentais. 
Foi nesse ponto que Marx errou. Fé não é um salto no escuro, mas é 
um salto DO escuro... DA cegueira espiritual da nossa casca material, para 
a maravilhosa Luz de CRISTO. Só depois é que vem o aprendizado. 
Primeiro, o encontro tem que ser experimentado. O aprendizado sem 
DEUS é mera intelectualidade. Mas aprendizado com JESUS é edificação 
espiritual. 
"Pedi, e dar-se-vos-á, buscai, e achareis; batei, e 
abrir-se-vos-á porque aquele que pede, recebe; e o 
que busca, encontra; e ao que bate, se abre" (Mt 
7.7,8). 
Abra-se você também a este encontro decisivo! 
HOJE PODE SER O DIA QUE IRÁ TRANSFORMAR A SUA VIDA. 
AMÉM! 
* * * 
2. CLEÓPAS E O OUTRO, NO CAMINHO DE EMAÚS 
(Lc 24,13-35) 
Era a manhã do terceiro dia após a crucificação. O Mestre havia sido 
covardemente traído e assassinado do modo mais humilhante: morte de 
cruz... entre dois ladrões. Fora "contado entre os transgressores" (Is 53.12)... 
"Transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas 
iniqüidades" (Is 53.5). 
O grupo estava arrasado, e os discípulos perplexos. O risco de serem 
presos e de também morrerem, agora era muito maior. 
Por mais que Jesus houvesse explicado a eles sua missão, eles não 
haviam entendido ainda. A grande esperança deles, como a de todos os 
judeus-cristãos daquela época, era a de que Jesus pudesse ser o grande 
libertador temporal do povo judeu, livrando-os do jugo do Império 
Romano. 
Lembro-me da última ceia. Os discípulos discutindo entre si, sobre qual deles seria maior no reino temporal que esperavam que Jesus 
instaurasse em breve (Cf. Lc 22.24). 
De outra feita, Tiago e João, filhos de Zebedeu, chegaram a pedir a 
Jesus para que, na Sua glória, deixasse que se assentassem um à Sua 
direita e outro à Sua esquerda (Mc 10.35-37). 
Pobres discípulos; AINDA EM PROCESSO DE CONVERSÃO! 
É observando esses detalhes, que entendemos melhor as palavras de 
Jesus a Pedro, em Lc 22.32 - "Tu, pois, quando te converteres, fortalece os 
teus irmãos"... 
- "O que Eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-
ás depois", dissera Jesus quando lavou os pés dos 
seus discípulos (Jo 13.7). 
Eles não podiam entender ainda, como nós também, hoje, ainda não 
podemos entender muitas coisas. 
Os discípulos estavam arrasados. Ânimo abatido. Esperanças 
destroçadas. O grupo em dispersão. Disse-lhes Pedro: "Vou pescar..." (Jo 
21.3). Queria isolar-se. Ir cismar na solidão do mar. É o mesmo que muitos 
de nós fazemos hoje quando, de ânimo abatido, queremos nos afastar de 
tudo, para ver se também afastamos de nós os motivos que geraram as 
nossas mágoas - "Vou pescar...". 
Cleópas já estava longe de Jerusalém. Voltava para a sua aldeiade 
origem, pela estrada de Emaús, trocando lamentos e apreensões com o outro discípulo, que os Evangelhos não registram o nome. E não registram 
propositadamente, porque esse outro discípulo poderia ser eu, ou você, 
depois de um desapontamento com Jesus, e voltando para o nosso lugar 
de origem... 
Tinham andado bastante. Já estavam longe de Jerusalém. Emaús 
ficava a sessenta estádios da Cidade Santa: cerca de 7 milhas romanas e 
meia, ou seja 11 quilômetros e 100 metros. 
E iam conversando... trocando lamentos e desapontamentos... 
quando surge alguém: é outro caminhante que se aproxima e vai com 
eles... conversando também. 
Era Jesus ressuscitado e eles nem o perceberam. Isso é comum nos 
grandes estados de depressão. Ficamos tão tristes, que nem reparamos nas 
alegrias à nossa volta. 
Jesus, num monte, talvez o Hermon, já se havia transfigurado EM 
GLÓRIA, diante de Pedro, Tiago e João (Mt 17.1). Transfigura-se agora, 
EM CORPO CELESTIAL, para Cleópas e o outro discípulo. É um corpo 
que aparece do vazio e, de repente, desaparece do nosso campo visual, 
num abrir e fechar de olhos. Em forma e consistência é semelhante ao 
nosso corpo. Mas as feições devem ser diferentes. Os discípulos não O 
reconheceram pela Sua aparência, nem pela Sua voz... 
De outra vez, nesse mesmo corpo, Jesus atravessou as paredes do 
Cenáculo e se pôs no meio dos discípulos em pânico, e lhes disse: "Paz seja 
convosco!" (Jo 20.19). 
Passados oito dias, apareceu-lhes assim, novamente, e mandou que 
Tomé tocasse as Suas chagas (Jo 20.26). A consistência do corpo era a 
mesma !... 
E lá estava Jesus transfigurado EM CORPO CELESTIAL, 
ressuscitado, andando e conversando com os dois na Estrada de Emaús... 
E eles nem se davam conta de que andavam com Jesus... 
Talvez esteja acontecendo agora a mesma coisa, comigo e com você... 
Nós dois, na estrada de Emaús da nossa vida... 
Quantas vezes deverá ocorrer isso conosco ? Jesus estar do nosso 
lado e nós não O percebermos!... Quem sabe em alguém que passa?... 
Numa palavra amiga... no sorriso de um filho... num olhar sincero... no 
nascer do Sol... no cair da tarde... 
Jesus está sempre ao nosso lado, mas nem sempre O percebemos. 
Que pena! Quanta alegria perdida! 
- "Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que 
caminhais?", Perguntou-Lhes Jesus (v. 17). 
- "Qual é a sua preocupação?", pergunta-lhe Ele agora. "Por que é 
que você está triste?"... 
- "Ignoras as ocorrências deste últimos dias?" (v. 18), perguntou-Lhe 
Cleópas. 
- "Você não sabe?, pergunta você... "Você é Deus e não sabe?..." 
"Onde está Você?" 
Eis a diferença entre os discípulos de Emaús e nós. Eles viam Jesus e 
não sabiam que era Ele. Nós muitas vezes não O vimos porque não nos 
apercebemos da Sua presença nos outros... Queremos vê-Lo só em nós!... 
Mas, pela Sua graça, em algumas poucas vezes, como agora, não O 
vemos, mas sentimos que Ele está aqui... de alguma forma Ele está aqui... 
do nosso lado... dizendo que ama você... que está com você... apesar de 
você não poder vê-Lo e nem entender agora, como os discípulos de Emaús 
também não entendiam. Jesus procurava esclarecer a Cleópas "e, 
começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o 
que a seu respeito constava em todas as Escrituras" (v. 27). Assim como 
agora nos relembra que a ressurreição só vem depois do Calvário!... 
Primeiro é o sofrimento, depois a alegria... Primeiro a dor, depois a glória... 
Primeiro a noite, depois o dia... 
Pararam na aldeia de Emaús. Já declinava o dia. Jesus aceitou o 
convite e entrou na casa para ficar com eles. Sentaram-se à mesa e então, 
"tomando Ele o pão, abençoou-o, e, tendo-o partido, lhes deu; então se 
lhes abriram os olhos, e O reconheceram; mas Ele desapareceu da 
presença deles" (vv. 30,31) 
Foi no partir do pão que eles O reconheceram. E ainda é no partir do 
pão - na Comunhão - com os nossos irmãos e com o nosso próximo, que 
nós O reconhecemos. 
E muitas vezes, como aconteceu em Emaús, quando O 
reconhecemos também é tarde... Já está declinando o dia... E quando O 
reconhecemos tarde Ele desaparece... para que nós acordemos do sono das tristeza e das depressões, e passemos a procurá-Lo, colocando a Verdade, 
a Esperança, e a Alegria no foco principal da nossa Vontade. 
Ao desaparecer, Jesus levou consigo o medo dos discípulos de 
Emaús e eles, de súbito, se esqueceram até que já era noite, que as estradas 
eram perigosas, e, "na mesma hora, levantando-se, voltaram para 
Jerusalém..." (v. 33). 
É isso que Ele também quer que aconteça na sua vida, meu amado, 
ou minha amada! Mesmo que você esteja achando que já é tarde... 
reconheça-O agora... no partir dos nossos corações... LEVANTE-SE... erga 
a cabeça... saia da aldeia em que você está... da Emaús do seu passado... e 
vamos para Jerusalém. Jerusalém é onde estão os outros discípulos... 
Vamos ao encontro deles para contar as nossas experiências passadas... 
para dividir as alegrias do que o Mestre fez e faz em nossas vidas, porque 
ele continua a aparecer e a fazer milagres. Continua a mudar os rumos das 
nossas vidas: íamos para Emaús e, agora, voltamos sorrindo para 
Jerusalém... para o céu... para a igreja... para a família... para a 
congregação dos discípulos... 
Vamos? 
* * * 
3. MARIA, IRMÃ DE MARTA E LÁZARO 
(Jo 12.1-8; Mt 26.6-13; Mc 14.3-9) 
Esse encontro deu-se em Betânia, na casa de Simão, o leproso, "seis 
dias antes da Páscoa". 
Lá estavam Lázaro, a quem o Senhor ressuscitara (Jo 11.1), e suas 
irmãs com ele: Marta e Maria. 
Judas Iscariotes também estava lá, entre os discípulos. 
Era um jantar de agradecimento e de apresentação. De 
agradecimento a Jesus pela ressurreição de Lázaro, e de apresentação de 
Simão, com vistas à cura da sua lepra. 
Maria não cabia em si de contentamento. Ela que antes "quedava-se 
assentada aos pés do Senhor a ouvir-Lhe os ensinamentos" (Lc 10.39), 
procurando-O, aparece agora encontrando-O e, não mais numa atitude 
passiva de ouvir, mas em atitude ativa de UNGIR - quebrando um vaso 
de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro e derramando o 
bálsamo sobre a cabeça de Jesus (Cf. Mc 14.3), além de ungir os seus pés 
com o perfume, e enxugá-los com os seus próprios cabelos (Cf. Jo 12.3), 
"enchendo-se toda a casa com o perfume do bálsamo". 
Em Maria vimos, antes, a atenção da busca e, agora, a alegria do 
encontro, na doação do que tinha de melhor. 
Diz o texto de João que "Marta servia" (Jo 12.3). Continuava 
servindo como da primeira vez, porque essa é uma das características de 
quem já encontrou Jesus na Sua realidade messiânica. Servi-Lo, como 
Senhor, Salvador e Rei. Marta já O tinha encontrado desde a primeira vez. 
Lucas diz que ela "hospedou-O na sua casa" (Lc 10.38), transliteração de 
hospedá-Lo no seu coração. E, com Jesus no coração, depois de encontrá-
Lo como o Deus que salva, cura, liberta, e ressuscita os mortos, não há quem resista à alegria de servi-Lo. 
Em João, igualam-se Marta e Maria: ambas servem a Jesus! 
Judas Iscariotes achou um absurdo: "por que não se vendeu esse 
perfume por trezentos denários, e não se deu aos pobres?" (Jo 12.5). 
Todo interesseiro á falso caridoso. Acha sempre um absurdo o nosso 
modo de servir a Deus. 
Judas acenava com a bolsa dos pobres para ter donde tirara 
furtivamente. Só enxergava cifras. Só projetava coisas materiais. Jamais 
poderia entender que a alegria da gratidão não tem preço. A gratidão de 
quem estava morto e ressurgiu não pode ser medida por dinheiro... não há 
preço que pague! 
Lázaro estava morto e ressurgiu. A alegria de Maria não tinha 
preço... 
O filho Pródigo "estava morto e reviveu" (Lc 15.32). A alegria de seu 
Pai não tinha preço.. 
Quantos irmãos e irmãs, filhos e pais, estavam mortos ontem: em 
vícios e pecados, e reviveram por um milagre de Deus... por umencontro 
com Jesus... A alegria da verdadeira família não tem preço! Mas, às vezes, 
pensamos que todas as pessoas que se sentam à nossa mesa são amigos, 
ou familiares... mas alguns são Judas... e não entendem a alegria dos que 
NASCERAM DE NOVO! 
É Jesus quem conforta Maria. É Jesus quem nos conforta: "Deixai-a; 
porque a molestais? Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres 
sempre tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas 
a mim nem sempre me tendes. Ela fez o que pôde: antecipou-se a ungir-
me para a sepultura" (Mc 14.6-8) 
Jesus, ao mesmo tempo que anunciava a Sua morte próxima, nos 
advertia sobre os de espírito pobre que, ao contrário dos pobres de 
espírito, postam-se sempre críticos, invejosos, despeitados e interesseiros, 
ao lado dos que adoram a Deus. 
"...a mim nem sempre me tendes..." - Adoremos ao Senhor, de todo o 
coração, em Espírito e em Verdade, enquanto O temos conosco, porque "a 
hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém" adorarão ao Pai 
(Jo 4.21). 
Graças a Deus, até aqui, ainda temos tido liberdade para adorar. 
Mas quantos países não a têm? Em quantos lugares os cristãos são 
perseguidos e discriminados? 
Enquanto os Judas estão só do nosso lado, sentados às mesmas 
mesas... tenhamos a coragem de Maria, dando vazão ao entusiasmo do 
seu encontro glorioso com Jesus, prostrando-nos aos Seus pés, 
enxugando-os com os nossos cabelos, e ungindo-O com os valores mais 
preciosos da nossa vida. 
- "Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o 
evangelho, será também contado o que ela fez...", disse Jesus (Mc 14.9). 
E de você? O que será que se conta a respeito do seu relacionamento 
com Deus? 
Você ainda tem vergonha de adorá-lo em público? Ou é daqueles 
que ainda se escondem em evasivas como a de que ninguém tem nada a 
ver com o seu modo de adorar? 
* * * 
4. JOANA, DE CUZA 
(Lc 8.3; 23.55 e 24.10) 
Dentre os beneficiários dos milagres operados por Jesus para 
fariseus e líderes romanos, a Bíblia registra a gratidão de Joana, mulher de 
Cuza, procurador de Herodes Antipas. À semelhança do "estrangeiro" que 
fazia parte do grupo dos dez leprosos curados por Jesus, "de caminho 
para Jerusalém" (Lc 17.11-19), ela também foi uma que voltou para 
agradecer. Encontramo-la no grupo de mulheres que assistiam Jesus com 
as suas posses (Lc 8.3) e, depois, dentre as que acompanharam Maria 
Madalena ao sepulcro de Jesus (Lc 23.55 a 24.10). 
Ela havia sido curada por Jesus, "de espíritos malignos ou de 
alguma enfermidade" (Cf. Lc 8.2). 
Nada sabemos sobre a conduta de Jairo, ou da sua filha, após 
ressuscitada por Jesus (Lc 8.40-42 e 8.49-56). Sabemos que ele era chefe da 
sinagoga, mas a Bíblia não registra sua conversão, nem a sua gratidão. Diz 
apenas que os pais "ficaram maravilhados" (v. 56). Este silêncio talvez se 
deva ao cumprimento literal da advertência que lhes fizera Jesus, para que 
"a ninguém contassem o que havia acontecido" (v. 56)... Talvez! 
Quanto ao Centurião de Cafarnaum e ao seu servo, também pouco 
ficamos sabendo, além do registro da sua fé e das palavras de Jesus em Mt 8.11 - "...muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa, 
com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus". 
Mas Joana, de Cuza, voltou! Foi curada e mostrou sua gratidão a 
Jesus, até o Seu túmulo! Durante o seu ministério terreno assistiu-O "com 
as suas posses" (Lc 8.3) e, no sepulcro, vemo-la levando bálsamos e 
perfumes para ungir o corpo (Lc 24.1-10). 
Quantas pessoas, curadas ou libertadas por Jesus, continuam 
escravas das suas riquezas, ao invés de libertarem-se qual Joana, 
colocando os seus bens a serviço da casa de Cristo? Quantos, após a cura, 
ao invés de seguir o Mestre "de cidade em cidade e de aldeia em aldeia", 
junto com os apóstolos e as Joanas, permanecem ilhados nas suas aldeias... 
distantes do Corpo de Cristo, a igreja, que anda, na procura das ovelhas 
que ainda estão fora do aprisco!... E quantos ainda estão longe da 
companhia daqueles que se edificam mais e mais nessa caminhada com o 
Mestre?!... 
As companheiras de Joana eram outras mulheres que também 
"haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades": Maria Madalena, Suzana, e muitas outras. 
É na igreja que se devem reunir todos os grupos específicos, curados 
das mesmas doenças, ou libertados das mesmas possessões. O seu 
caminho é com os apóstolos, seguindo a Jesus "de cidade em cidade, e de 
aldeia em aldeia". 
O nosso testemunho é o registro vivo do Quinto Evangelho: o 
Evangelho do que Deus continua a fazer HOJE na vida de todos os que O 
buscam em Espírito e em Verdade, porque "Jesus Cristo ontem e hoje é o 
mesmo, e o será eternamente" (Hb 13.8). 
Assim como curou e libertou Maria Madalena; Joana, de Cuza; 
Suzana, e muitas outras, pode curar e libertar VOCÊ, HOJE e AGORA! 
O encontro com Jesus e a conversão das nossas vidas não são 
privilégios dos pobres e iletrados. Muitos fariseus, homens cultos e 
profundamente religiosos, se converteram quando encontraram Jesus, DE 
FATO! Lembro-me de Nicodemus, de José de Arimatéia, e do apóstolo 
Paulo. 
Eles se somam ao grupo de Joanas, e Suzanas, que passam a servir e 
a seguir a Jesus. É a peregrinação da igreja a caminho do céu. Muitos têm-
se juntado a esse grupo, mas, outros, preferem ficar onde estão: à margem 
do caminho. Estes não vão participar da vitória. Vão apenas assisti-la. E 
você, de que lado quer ficar? 
* * * 
5. A MULHER ADÚLTERA 
(Jo 8.1-11) 
Não foi um encontro casual. Acabara a Festa dos Tabernáculos. 
Quase prenderam Jesus. "Mas ninguém Lhe pôs a mão, porque ainda não 
era chegada a sua hora" (Jo 7.30 e 44) 
Os ânimos estavam tensos desde que Jesus, à beira do Mar de Tiberíades, pronunciara o discurso do "Pão da Vida" (Jo 6) para a multidão 
que O seguia - "...pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao 
mundo...Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que 
crê em mim jamais terá sede" (vv. 33 e 35). "Vossos pais comeram o maná 
do deserto, e morreram" (v. 49) e, batendo em Seu peito... - "Este é o pão 
que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o 
pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e 
o pão que Eu darei pela vida do mundo é a minha carne" (vv. 50,51). 
"Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu 
sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e 
beber o meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. 
Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira 
bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em 
Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e igualmente Eu 
vivo pelo Pai; também quem de mim se alimenta. por Mim viverá" e, 
batendo novamente em Seu peito,... "Este é o pão que desceu do céu, em 
nada semelhante àquele que os vossos pais comeram, e contudo morreram: 
Quem comer este pão... (gesticula, batendo em Seu peito, de novo)... 
viverá eternamente" (vv. 53-58). 
Jesus acabara de multiplicar os pães para alimentar a multidão 
faminta que O seguia, "porque tinham visto os sinais que Ele fazia na cura 
dos enfermos" (Jo 6.2) e porque comiam o pão que Ele multiplicava, e se 
fartavam (Jo 6.26). Era a mesma multidão interesseira que, hoje, enche os lugares onde se anunciam milagres. Jesus queria mostrar-lhes que esses 
milagres não os levam à vida eterna. Esses pães só matam a fome 
transitoriamente, mas não concedem vida eterna. Não há nenhum poder 
miraculoso nos pães materiais! Não adianta comer pão "bento", mesmo 
que consagrado "em nome de Jesus"! Jesus queria mostrar que o 
verdadeiro pão era o Seu Evangelho e a Sua vida. Era preciso absorvê-la... 
assimilá-la... digeri-la... compartilhar dela... crer na Sua mensagem... Esse é 
que é o pão verdadeiro que conduz à vidaeterna! Assim como os seus 
pais comeram maná no deserto, e morreram; eles também poderiam 
comer de todos os pães multiplicados por Jesus e usufruir dos benefícios 
dos Seus milagres, mas morreriam também, se não acreditassem 
verdadeiramente nEle, e se não assimilassem o Seu Evangelho. 
Esse foi o discurso mais polêmico de Jesus. Para os judeus, era uma 
blasfêmia! Aquele Rabi, chamado Jesus, estava se colocando como se fora 
o próprio Messias anunciado pelos Profetas... e isso era um "absurdo"! 
Eles não viam nenhum sinal de messianidade naquele rude carpinteiro de 
Nazaré, da Galiléia. "O Messias viria de uma linhagem real... e de Belém, 
segundo as Escrituras"... Eles não conseguiam entender! Para eles uma 
blasfêmia! E os escribas e fariseus, sacerdotes e doutores da Lei, enchiam-se de raiva e rasgavam suas vestes... arrancavam as suas barbas... pelo 
ódio de só pensar no nome de Jesus!... Era por isso que "procuravam 
MATÁ-LO" (Jo 7.1). 
Por causa desse mesmo sermão, muitos dos seus discípulos se 
escandalizaram e "O abandonaram", não andando mais com Ele (Jo 6.66)... 
(Aqui, a Providência Divina foi tão sutil, que marcou o versículo dos que 
abandonaram Jesus, com o mesmo número da Besta, 666, o número que 
marcará todos os que abandonarem Jesus (Ap 13.16-18). 
Aqueles discípulos eram como muitos de hoje. Pensavam que o seu 
líder estava ficando maluco; desvairado, dizendo coisas absurdas; quem 
sabe, fosse esclerose precoce? Não prestariam mais a sua "preciosa" ajuda 
nesse ministério! Quem sabe, assim, com o afastamento deles, Ele caísse 
em si ? É sempre a mesma ilusão dos falsos discípulos! Nanicos na fé e tão 
cheios de vaidade! 
E Jesus... em voz compassada... cheio de Amor e, qual um triste 
lamento... comenta com o grupo: "O espírito é o que vivifica; a carne para 
nada aproveita; as palavras que Eu vos tenho dito, são espírito e são vida. 
Contudo há descrentes entre vós" (Jo 6.63,64). 
Os seus irmãos carnais, filhos de José e de Maria, também não 
querem riscos; e chegam a aconselhá-Lo a ir para a fogueira da Judéia, 
onde ardia o ódio contra Ele, e onde queriam matá-Lo (Jo 7.1-3). Mas é o 
versículo 5 que nos explica o porque dessa atitude: "nem mesmo os seus 
irmãos criam nele". 
E não é de admirar! Mesmo hoje vemos "irmãos" assim: fazem de 
tudo para não se identificar com os outros que, no seu conceito, mancham 
a aparente pureza e doce harmonia da família. A meditação neste 
versículo talvez nos abra horizontes para melhor entender Mc 3.31-35... -
 ..."Quem é minha mãe e meus irmãos?... qualquer que fizer a vontade de 
Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe". 
Mas, no Seu imenso Amor, Jesus não quer comprometer nem os seus 
irmãos, nem os seus discípulos... Abandonado por uns, e mal aconselhado 
por outros, prefere ficar só! "Antes só do que mal acompanhado!" - Vai 
sozinho... e sobe a Jerusalém, à Festa dos Tabernáculos. Vai ao centro da 
fogueira. Vai ao templo... e começa a ensinar. 
Surpreende os judeus: "Como sabe estas letras, sem ter estudado?" 
(Jo 7.15). 
E então, Jesus reforça a Sua pregação sobre o Pão da Vida: "O Meu 
ensino não é meu, e sim, daquele que me enviou" (Jo 7.16)... 
Cutuca o leão com vara curta... "Vocês não cumprem nem a Lei que 
Moisés vos deu! Não está escrito lá - Não matarás? - Por que procurais 
matar-Me?" (Jo 7.19). 
Ressoa no ar, mais uma vez, o que Jesus dissera a seus irmãos em Jo 
7.7 - "Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou 
testemunho a seu respeito de que as suas obras são más". 
E volta Jesus a cutucar os fariseus... Vocês julgam pelas aparências, e, 
não, pela reta justiça (Jo 7.24). Vocês não praticam a circuncisão no dia de 
sábado, para cumpria a Lei? E como é que me condenam por Eu ter 
curado um homem num sábado? 
O ódio cresce! - "Tens demônio!", dizem eles (Jo 7.20) E tentam 
disfarçar: "Quem é que procura matar-te?" (v. 20). Mas Jesus, que conhecia 
o pensamento deles, respondia a altura: "Vós não somente me conheceis, 
mas também sabeis donde eu sou; e não vim porque eu de mim mesmo o 
quisesse, mas aquele que me enviou é verdadeiro, aquele a quem vós não 
conheceis" (Jo 7.28). 
"Então procuravam PRENDÊ-LO" (Jo 7.30)... "mas ninguém Lhe pôs 
a mão, porque ainda não era chegada a hora" (Jo 3.30). 
Foi por causa dessa coragem de Jesus que "muitos creram nele" (v. 
31), e foi por eles que Jesus se arriscou! 
Diante disso, os fariseus se enfureceram ainda mais e, juntamente 
com os principais dos sacerdotes, mandaram guardas para O prenderem 
(v. 32). 
E Jesus continuava a pregar. Quanto mais falava sobre o Reino de 
Deus, mais atônitos e confusos ficavam os fariseus. 
Agora, no Templo de Jerusalém; no último dia da Festa dos 
Tabernáculos, Jesus está dizendo que é a FONTE DE ÁGUA VIVA (Jo 
7.37). Na beira do Mar de Tiberíades anunciara-se como O PÃO DA VIDA. 
Agora é a FONTE DE ÁGUA VIVA. PÃO E ÁGUA. Os dois principais 
alimentos, e ao mesmo tempo, os mais simples, e que preservam a vida. 
PÃO e ÁGUA, alimentos comuns na mesa de ricos e pobres... alimentos 
de sábios, e de ignorantes... de pretos, e de brancos... Todos devem 
alimentar-se do PÃO e beber da ÁGUA do Evangelho de Cristo. Todos devem alimentar-se dEle. Basta ter fome e sede de vida eterna. 
E essas palavras de Jesus, paradoxalmente, vão modificando aa 
atitudes dos seus opositores: Primeiro, "procuravam MATÁ-LO" (Jo 7.1). 
Agora, "queriam PRENDÊ-LO" (Jo 7.44)... "mas ninguém lhe pôs a mão, 
porque ainda não era chegada a Sua hora!" (Jo 7.30) 
Era o carisma de Jesus... O carisma divino bloqueando os seus 
algozes!... E os guardas voltam de mãos vazias... sem Jesus! (Jo 7.45). 
Os fariseus de enfurecem ainda mais! E é então que a interferência 
oportuna de Nicodemos, já nascido de novo, os dispersa, indo cada um 
para sua casa ( vv. 50,51): "Como prender alguém sem primeiro ouví-lo e 
saber o que ele fez?" 
Acabara a Festa. Jesus quase fora preso. Fora sozinho. Poupara o 
risco a seus irmãos e a seus discípulos. Nicodemos interveio 
oportunamente, e dispersou os fariseus (v.53). 
Os fariseus foram para casa - TRAMAR! 
Jesus foi para o Monte das Oliveiras – ORAR! (vv. 7.53 e 8.1). 
Eis a diferença da noite de Jesus para a noite dos fariseus! O que 
teriam feito estes, nas sombras daquela noite? Era preciso achar um 
pretexto!... E procuravam... espiando... bisbilhotando... confabulando... É 
como fazem hoje muitos, que procuram pecado nos outros... 
Na realidade, procuram é um PRETEXTO para justificar as suas 
posições! São os mesmos fariseus, no século XX !. 
E, de súbito, no escuro da noite dos cegos de espírito, um deles disse: 
achei!... Um adultério! Ótimo pretexto! (Quem procura sempre acha!). 
Acharam um ótimo pretexto: - um adultério! 
A Lei de Moisés mandava que aqueles achados em adultério fossem 
apedrejados até a morte. Levariam uma adúltera a Jesus, que "estava se 
colocando como se fosse Deus!" Se ele dissesse que deviam obedecer a Lei 
e apedrejá-la, estaria indo de encontro à mesma Lei, que também dizia: 
"Não matarás" (Êx 20.13)... e poderiam, então, desmascará-lo e prendê-Lo, 
por estar contra a Lei! 
Se ele dissesse que não deviam apedrejá-la, estaria blasfemando 
contra a Lei e, assim, também teriam um bom motivo para prendê-Lo. 
Naquela noite, escribas e fariseus providenciaram uma mulher 
adúltera, e a trouxeram à presença de Jesus, arrastada do modo mais humilhante, e empurrada pelo meio do povo. Os fariseus gritam para 
Jesus a sua estória, e pedem o Seu parecer: "O que dizes, Mestre?"... Todos 
traziam grandes pedras nas mãos... 
Jesus ouve... não diz nada e, inclinando-se... começa a escrever na 
terra... 
Penso que começou mais ou menos assim: 
- "LADRÃO"... (e um fariseu ao ler essa palavra, lembrou-se que 
certa vez espoliara uma viúva... Baixou a cabeça e recuou um pouco...). 
- "ASSASSINO"... (Outro lembrou-se de um homicídioque praticara 
numa estrada deserta... e afastou-se também...). 
- "PERJURO"... (Um que se lembrou do falso testemunho que 
prestara contra um inocente... se afasta também...). 
E Jesus continua escrevendo: ORGULHO... VAIDADE... 
FALSIDADE... PRESUNÇÃO.. ÓDIO... IDOLATRIA... MALDADE... 
ADULTÉRIO... 
Os fariseus olham alguns dos seus pecados escritos no chão... ficam 
meio sem jeito... vão se retirando, os mais velhos... Mas alguns jovens e 
afoitos, permanecem e insistem na pergunta: "Que dizes, Mestre?" - "Ela 
foi pega em adultério, e a Lei...". 
Jesus se levanta; olha-os nos olhos, e diz-lhes: 
- Aquele que dentre vós estiver sem pecado (ou sem um desses 
pecados), seja o primeiro que lhe atire a pedra" (Jo 8.7) 
Jesus inclina-se de novo, e escreve mais... O que estaria escrevendo 
agora ? 
Ouço barulho de pedras caindo, ou sendo jogadas no chão! PUM... 
PUM... PUM... 
São fariseus e escribas atirando as suas pedras! Não na mulher, 
como pretendiam. Ela permanecia ali, de pé, imóvel... E as pedras caiam 
no chão! Jesus se abaixa, para que a mulher cresça. E ela crescia diante dos 
escribas e fariseus. O pecado estava sendo condenado, mas uma pecadora 
arrependida já até as lágrimas, estava sendo exaltada e, nela, a exaltação 
da condição humana. Não era ela mais o alvo das pedradas. Agora eles 
jogavam as sua pedras apenas NOS SEUS PECADOS, ESCRITOS NO 
CHÃO! Era o desejo de apedrejá-los... de tirá-los dali... 
Os fariseus viam os seus pecados no chão... Jesus os via nos seus 
corações! 
E as pedras caíam: PUM... PUM... PUM... 
Jesus continuava escrevendo! Eles olhavam... e foram se retirando; 
um a um... 
Parece que estou vendo essas segundas anotações de Jesus, no chão: 
- "Onde está o homem que vocês arranjaram para pecar com ela?... A 
Lei de Moisés manda que OS DOIS SEJAM APEDREJADOS! (Lv 20.10 e 
Dt 22.22-24). Porque só a ela trouxeram?" 
E eles, lívidos de espanto, iam se retirando... um a um... até ficarem 
"só Jesus e a mulher no meio onde estava" (v. 9). 
"Erguendo-se Jesus a não vendo a ninguém mais além da mulher, 
perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te 
condenou?" (v. 10). 
"Respondeu-Lhe ela: Ninguém, Senhor. Então lhe disse Jesus: Nem 
eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais". 
Jesus iguala acusadores e acusada: todos se vão! 
Jesus condena o pecado, mas ama a todo pecador que se arrepende. 
E as Suas palavras continuam a ecoar para os dois grupos... e para cada 
um de nós também... "Vai, e não peques mais"... "Nem eu tão pouco te 
condeno; vai, e não peques mais"... meu amigo e minha amiga, meu irmão 
e minha irmã... Vamos, e não pequemos mais... Olhemos apenas para o 
nosso pecado escrito no chão das nossas vidas, e não mais para os pecados 
do outro. Atiremos as nossas pedras só nos nossos próprios pecados... e 
tenhamos piedade do nosso próximo ! 
Vamos, irmãos... e não pequemos mais!... 
* * * 
6. MARIA MADALENA 
(Jo 20.11-18) 
João, o discípulo amado, entrou no túmulo de Jesus logo após a Sua 
ressurreição... "viu" o túmulo vazio, e "CREU", mesmo sem compreender a 
necessidade de tudo aquilo por que Jesus passara e o milagre da Sua 
ressurreição dentre os mortos. Não compreendia ainda, mas "VIU" o 
túmulo vazio, e "CREU" (Cf. Jo 20.8,9). 
Para crer não é preciso ver, ou compreender! Crê-se com a coração. 
Compreende-se coma razão. João, mesmo sem ver Jesus, creu na Sua 
ressurreição... porque O SENTIU, pelo milagre da fé! "Bem-aventurados os 
que não viram e creram" diria Jesus pouco mais tarde (Jo 20.29). João não 
usou a razão para crer. Foi ao túmulo... VAZIO; e voltou cheio de fé... com 
Jesus no coração! 
Maria Madalena não quis entrar no sepulcro. Permaneceu chorando 
junto à pedra que lhe fora revolvida. Apenas abaixou e olhou para dentro 
(Cf. Jo 20.11). 
João entrou e não viu nada além de um túmulo vazio. Maria 
Madalena não quis entrar; apenas olhou... e "viu dois anjos; vestidos de 
branco; sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro 
aos pés" (v. 12). João não viu com os sentidos humanos, mas creu com os olhos da fé... Maria não conseguiu ir além do que os seus olhos 
enxergavam e, assim, parou nas simples conjecturas da nossa condição 
humana: "...levaram o meu Senhor..." e não sei onde o puseram...". 
João, sem ver, creu... Maria Madalena, mesmo vendo (dois anjos)... 
não conseguiu acreditar de imediato: 
"...levaram o meu Senhor..." e "não sei onde o puseram...". 
Maria Madalena conhecia Jesus muito bem. Jesus expulsara sete 
demônios do seu corpo (Lc 8.2). Com os seus bens, prestava assistência a 
Jesus, sempre que necessário (Cf. Lc 8.3). Ela estava ao pé da cruz e 
assistiu a crucificação do Mestre (Mt 27.56; Mc 15.40; Jo 19.25). Observou o 
sepultamento de Jesus (Mt 27.61; Mc 15.47). Ela o conhecia muito bem! Era 
uma das pessoas que poderiam nos esclarecer o que nos ensina Isaias, 53.2 
- "Ele não tinha aparência nem formosura... nenhuma beleza havia que 
nos agradasse". 
Mas quando Maria Madalena, junto a entrada do tumulo, voltou-se 
para trás e olhou para o Mestre ressurreto, de pé diante dela, "nao 
reconheceu que era Jesus" (v. 14)! Pensou que fosse o jardineiro (v. 15)! 
Por que? 
E não foi só com ela que aconteceu isso!... 
Na estrada de Emaús, os dois discípulos também não o 
reconheceram... a não ser quando partiu e repartiu o pão (Lc 24.13-35). 
No mar, "açoitados pelas ondas", os discípulos pensaram que Ele era 
"um fantasma" andando por sobre o mar, e Pedro só acreditou que era 
Jesus quando, ao olhar para Ele, conseguiu também andar por sobre as 
ondas, enquanto desviando os olhos dEle, afundava -"Salva-me, Senhor" 
(Mt 14.30), foi o que ele disse. 
E Maria Madalena só o reconheceu pelo seu chamado: "Maria!" (v. 
16). Só então é que ela, "voltando-se, Lhe disse, em hebraico, Raboni!, que 
quer dizer, Mestre" (v. 16). 
E hoje, amados? Como é que reconhecemos o nosso Mestre, hoje? O 
Senhor Jesus glorificado? Como reconhecê-Lo? 
Continua a ser dessas mesmas maneiras!... 
Pelo modo como Ele nos chama, como fez com Maria... o nosso 
chamado para o Corpo de Cristo... para a conversão... para a igreja... 
continua a ser uma das formas mais poderosas para reconhecê-Lo. 
Outra, é no partir e repartir do pão com o nosso irmão, ou com o 
nosso próximo, da mesma forma como foi com os dois discípulos de 
Emaús. 
Quando conseguimos andar acima das ondas, no meio dos 
temporais dessa vida, olhando com fé, como fez Pedro, também o 
reconhecemos. Se não olharmos com fé, afundamos. 
Também podemos reconhecê-Lo, com dor e com lágrimas, carregar 
a cruz de um sofrimento, como aconteceu com Simão, o cireneu (Lc 23.26). 
Lá, era uma cruz de madeira; hoje, pode ser de uma doença incurável... da 
perda de um ente querido... da aflição do desemprego... 
Jesus continua a aparecer nas nossa vidas como sempre apareceu. E 
todos esses encontros são de uma beleza transcendental. São de um 
contraste marcante com ls 53.21! 
Será por isso que não o reconheceram de pronto? 
Será por causa do Jesus histórico, que muitos não reconhecem o Jesus divino? 
O fato é que todos nós sempre estamos qual Maria: à beira de um 
túmulo vazio... e o túmulo vazio, de nos mesmos... e é por isso que urge 
ouvir depressa o chamado de Jesus: - "Maria, não me detenhas... vai ter 
com os meus irmãos" (Jo 2o.16,17). 
* * * 
7. SIMÃO, O CIRENEU 
(Lc 23.26; Mt 27.32; Mc 15.21) 
"E obrigaram a Simão Cireneu que passava, vindo do campo, pai de 
Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz." Mc 15.21). 
Simão era um judeu que, pelos embates da vida, tinha ido parar 
numa aldeia distante: Cirene, colônia grega na costa setentrional da África, 
chamada depois Barka, ou Cirenaica, em Trípole. Desde o ano de 75 a.C. 
era uma província romana. 
À época da crucificação, o que estaria fazendo o cireneuem Jerusalém? 
Diz-nos o texto que ele vinha do campo. E daí, deduz-se que havia 
fixado residência em Jerusalém: ele,sua esposa e seus dois filhos - 
Alexandre e Rufo (ver Rm 16.13). 
Esse versículo nos mostra também que ele voltou... porque é desejo 
de Deus que todos nós voltemos: voltar para casa... voltar para os país... 
voltar para a terra... voltar para Deus... O cireneu voltou! E encontrou 
Jesus nessa volta! Mas o encontrou sendo escarnecido e maltratado pela 
soldadesca que o conduzia. 
Quantas vezes acontece isso conosco? Quando voltamos aos lugares 
donde saímos, sermos constrangidos a ajudar Jesus, maltratado e 
escarnecido pelos que continuam a crucificá-Lo?! 
E, quantas vezes, embora constrangidos pelas circunstâncias e pelos 
circunstantes, não temos a coragem de Simão, o cireneu? E nos furtamos 
de ajudar Jesus, escondendo-nos em artifícios de linguagem, ou no 
mutismo da nossa covardia... 
Simão, o cireneu, também é uma prefiguração da volta do povo de 
Deus para a terra prometida: da volta para Jerusalém... da volta para o 
céu... da volta para casa... da volta para a igreja... Existe sempre uma cruz 
a carregar, quando voltamos. Mas não a carregamos sozinhos. Jesus está 
conosco. Somos só os cireneus... 
Rm 16.13 mostra-nos Rufo, "eleito no Senhor", e sua mãe, agora já 
entre os cristãos de Roma, ajudando o apóstolo Paulo. Valeu o sacrifício 
de Simão! Paulo refere-se a Rufo como "eleito no Senhor", e à esposa de 
Simão como sendo qual uma "mãe" para ele. É o exemplo do pai 
conduzindo a família. Simão ajudou Jesus... Rufo converteu-se e, 
juntamente com a mãe, ajudou a Paulo. Um dia, quando chegarmos ao céu, 
saberemos o que aconteceu com Alexandre, o outro filho de Simão. A 
Bíblia não registra. 
O encontro de Simão com Jesus foi um encontro forçado. Foi um 
encontro de dor e de lágrimas. Mas muito tempo depois, como nos 
mostrou Rm 16.13, vimos que valeu a pena. Todo encontro com 
Jesus vale a pena! 
Hoje continuam a haver muitos cireneus, forçados a um encontro 
com Jesus entre dores e lágrimas... São todos os que são constrangidos a 
carregar a cruz do câncer e de todas as doenças graves... a cruz da perda 
dos seus entes queridos... a cruz do abandono e do desprezo dos homens... 
E do modo como carregamos essa cruz, pode depender o futuro dos 
nossos filhos e de todos os que nos observam. Talvez signifique a 
conversão de todos os "Rufos" que estão à nossa volta. 
- "...puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após 
Jesus" (Lc 23.26). 
A cruz que carregamos, Jesus já carregou antes: "Ele tomou sobre si 
as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si" (Is 53.4). 
O maior peso Ele já levou. O cireneu vai após Jesus. Carregamos a 
cruz, seguindo os passos de Jesus. Ele vai na frente! É o nosso modelo... a 
nossa direção... o nosso ponto de referência... 
O segredo é olhar para Jesus, e não para a cruz que carregamos! 
Assim, em nossos ombros ficará a grande alegria de estarmos vendo Jesus 
à nossa frente. 
Este é o segredo, cireneu amigo... meu cireneu do século XX; tão amado por Deus, que Ele lhe permitiu ver Jesus, mesmo nessa caminhada 
de dor. 
* * * 
8. NICODEMOS 
(Jo 3.1-15) 
Foi um encontro furtivo... às escondidas... na calada da noite. 
Nicodemos era um fariseu, "um dos principais dos judeus" (Jo 3.1). 
Não poderia se expor, falando publicamente com Jesus; principalmente 
depois do que Ele fizera na véspera: expulsara do templo, a golpes de 
azorrague, todos "os que vendiam bois, ovelhas e pombas, e também os 
cambistas" que ali se assentavam (Jo 2.13-16). Eram os mesmos 
exploradores da fé que, ainda hoje, aumentam nas proximidades das 
festas religiosas. Uns, conscientemente, e outros, tentados pelos 
argumentos sutis do Diabo, que sopra pelas suas bocas: "O que é que tem 
demais isso?" É a tentação da oportunidade do lucro, que pode cegar até mesmo os da família da fé. 
- "Não façais da casa de meu Pai casa de negócios" (Jo 2.16) - foi e 
continua a ser uma grande advertência de Jesus. Quem é que nos dá vida 
e saúde, para escrever e produzir? Quem é que nos ensina? Que, é que nos 
sustenta e tem cuidado de nos? Não é suficiente a Sua Graça? (2Co 12.9). 
Então, por que fazer negócio da casa de Deus? Temos ou não temos fé? - 
"Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós", disse Jesus (Cf. Tg 4.7). 
Os cambistas e os negociantes da casa de Deus certamente foram 
reclamar com o Sinédrio. Exigir providências! Afinal de contas, eram 
grandes as gratificações, comissões e ofertas que faziam para o templo!... 
Os homens continuam a ser os mesmos. Pouca coisa mudou... Os do 
Sinédrio trincaram os dentes contra Jesus... "Que petulância!... Quem Ele 
pensa que é?...". 
Nicodemos era um deles, mas já havia sido atingido pela Verdade... 
e queria conhecer melhor Jesus e o Seu Evangelho. Mas como fazer? Tinha 
de ser às escondidas... Jesus avançara muito! Dissera até que se destruíssem o templo, que levara 46 anos para ser edificado, em três dias 
Ele o levantaria (Jo 2.19-22). Era demais... Deveria ser um lunático, 
diziam... Mas não haviam percebido que, ao dizer isso, Jesus colocara a 
ponta do Seu dedo indicador em Seu próprio peito, junto do coração... Ele 
se referia ao templo do Seu próprio corpo! Sabia que o zelo pela casa do 
Pai o consumiria (Jo 2.17), e anunciava já a Sua ressurreição. Mas os 
judeus não entendiam. O ódio cega! A curiosidade de Nicodemos já se 
transformara, agora, num desejo ardente. Como faria para falar com 
aquele "Rabi"? Ele não tinha casa! Onde encontrá-Lo a sós? Jesus era um 
pregador itinerante. Não tinha nada. Tudo lhe fora emprestado: a 
manjedoura onde nasceu... o barco, donde pregava para as multidões... o 
jumentinho sobre o qual entrou em Jerusalém, na última Páscoa... Tudo 
Lhe fora emprestado! Até a sepultura lhe seria emprestada por José de 
Arimatéia! (Mc 15.42-46). De Seu mesmo, só me recordo de três coisas: a 
Sua Cruz, o Seu Poder, e o Seu Amor... 
Onde Nicodemos encontraria Jesus a sós? Durante vários dias ele 
deve ter planejado esse encontro: seguido Jesus às escondidas e, talvez, 
usando algum disfarce, para que os outros do Sinédrio não viessem a 
saber. 
Esse encontro foi de noite, em algum lugar próximo de Jerusalém. 
Nicodemos deve ter se aproximado sorrateiramente e... baixinho... 
chamado Jesus: "Rabi... Rabi... Psiu... (com o dedo na boca, pedindo 
silêncio...). Sou eu, Nicodemos. Preciso falar contigo". "Sabemos que és 
Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais 
que tu fazes, se Deus não estiver com ele" (Jo 3.2). 
No escuro em que Nicodemos estava ainda, não era possível ver em 
Jesus nada além de um Mestre vindo da parte de Deus. A noite era escura, 
e a fé ainda estava na penumbra. Via apenas sombras, mas ainda não 
identificava Deus na pessoa de Jesus. 
E Jesus Lhe diz, ao pé-do-ouvido: -"Nicodemos... se alguém não 
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3). 
Hoje ainda existem muitos "Nicodemos" que também estão assim: 
com Jesus, mas ainda na penumbra! Ainda não nasceram para a nova 
realidade da divindade de Cristo. Ainda não deixaram Jesus entrar nos 
seus corações. Ainda o tem só na cabeça! É para esses, que se estende até 
aqui o diálogo de Jesus com Nicodemos: "É preciso nascer de novo". E no 
dia em que acontecer isso, assim como aconteceu com Nicodemos, você também sairá do escuro, e passará a brilhar, refletindo a gloriosa Luz de 
Jesus, do mesmo modo como Nicodemos a reflete até hoje, nas 
maravilhosas páginas do Evangelho. "É preciso nascer de novo, para ver o 
reino de Deus!" 
- "Mas... como pode um homem nascer, sendo velho? Pode por 
ventura, voltar ao ventre materno e nascer uma segunda vez? ", 
perguntou Nicodemos (Jo 3.4). 
- "Como poderá acontecer isso comigo?" - talvez esteja perguntando 
você! Será que é preciso abrir mão de todaa minha cultura e abdicar de 
toda a minha inteligência para poder ter fé e acreditar nisso?... 
"O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do espírito, é 
espírito ", disse Jesus. "Não te admires de eu te dizer: Importa-vos nascer 
de novo" (Jo 3.6,7). "Quem não nascer da água e do Espírito não pode 
entrar no reino de Deus" (v.5). 
Cultura e inteligência são da carne. Fé é do Espírito. 
Se você já tem sede dessa "Água" é porque o Espírito já habita em 
você. É preciso agora, que você se esvazie, para que Ele ocupe todos os 
espaços da sua vida. E como uma garrafa com um pouco de agua e um 
pouco de ar. Para que fique totalmente cheia de ar, e preciso esvaziá-la da 
água. Assim também, na nossa vida: esvaziados do nosso egoísmo, 
vaidade, presunção e pseudo-intelectualidade... o Espírito de Deus pode 
ocupar todo o nosso espaço... Para isso, o seu alimento deve ser a Água 
desse Evangelho. Beba dessa Água. Coma dessa Comida. Se fizer assim, 
"nascerá de novo,... A Luz de 
Cristo nascerá em você e, qual Nicodemos, você será uma nova 
criatura. Sua cultura e sua inteligência entrarão com você no Reino de 
Deus. 
- "Não te admires de eu te dizer: Importa-vos nascer 
de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, 
mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim 
é todo o que é nascido do Espírito. Então perguntou 
Nicodemos: Como pode suceder isso? Acudiu Jesus: 
Tu és mestre em Israel e não compreendes estas 
coisas?" (vv.7-10). 
Você e tão inteligente e ainda não entendeu isso? 
- "Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, 
o Filho do Homem (que está no céu). E do modo por que Moisés levantou 
a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem SEJA 
LEVANTADO". (vv. 13,14). Essa expressão "ser levantado", para os judeus, 
era sinônimo de morte de cruz - ser levantado na cruz! Nicodemos 
conhecia bem essa expressão, e Jesus estava se referindo a passagem de 
Nm 21.9 e, assim, pela primeira vez, anunciando a Sua morte. Era preciso 
morrer, para ser glorificado. O Calvário vem antes da Ressurreição. É 
preciso morrer o velho homem, para nascer o novo homem. 
Por que teria Jesus feito essa confidência a Nicodemos? Ele não era 
apóstolo... não andava com os discípulos... ainda não seguia Jesus... pelo 
contrário! 
Estava do lado das altas intelectualidades do Sinédrio... estava em 
posição oposta a de Jesus. Por que Jesus leria feito essa confidência a ele?... 
Era preciso morrer, para nascer de novo... Isso deve ter ficado na cabeça 
de Nicodemos... E isso também deve estar agora, na sua cabeça... Por que 
Jesus estará dizendo isso a você, agora?... 
- É Jesus mesmo quem nos responde, no verso 15: "...para que todo o 
que nEle crê tenha a vida eterna". 
* * * 
9. A MULHER-DA-CIDADE E SIMÃO, O FARISEU 
(Lc 7.36) 
Jesus não faz acepção de pessoas: entra em casa de publicanos 
(Zaqueu - Lc . 19.1) e de fariseus (Simão - Lc 7.36). 
Mas por que Simão, o fariseu, teria convidado Jesus para jantar com 
ele? o texto deixa-nos perceber uma intenção de curiosa bisbilhotice, que 
poderia resultar, quem sabe (?), em algum fato novo, importante para o 
Sinédrio? Os fariseus já estavam por demais preocupados com aquele 
"Rabi", que polarizava tanto as atenções do povo... 
- "Jesus, entrando na casa, tomou lugar à mesa" (v. 36). Não houve 
recepção com o ósculo, que era habitual, e nem Lhe ofereceram água para 
lavar os pés, ou óleo para desempoeirar os cabelos. Simão tinha pressa 
para chegar logo aos seus assuntos. 
- "E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que Ele 
estava na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento e, 
estando por detrás, aos seus pés, regava-os com suas lágrimas e os 
enxugava com os próprios cabelos; beijava-lhe os pés e os ungia com o 
ungüento " (vv. 37,38). 
A expressão "mulher da cidade" era um termo a designar "prostituta, 
enfatizado pelo adjetivo pecadora... E a facilidade com que a mulher-da-
cidade entra na casa de Simão permite pressupor que já se conhecessem 
bem. Certamente que, em situação normal, a prostituta não teria 
permissão para entrar na casa do fariseu. Costuma ser sempre assim. Os 
fariseus e que entram nas casas das prostitutas, as escondidas..., mas 
proíbem-nas de aproximarem-se deles quando em público, ou perto dos 
seus amigos e familiares. O pecado delas é de conhecimento do povo, mas 
o deles é velado... escondido por trás de uma falsa aparência de piedade. 
Diante de Jesus, porém, fariseus e prostitutas estão em igualdade de 
condições. Ele sabe de todos os pecados deles. Sabe que por trás das 
aparências, os dois são pecadores, e e isso que quebra as barreiras da 
aparência e encoraja a prostituta para entrar na casa de Simão. Quando 
Jesus entra na casa, igualam-se as posições. O fariseu precisa sentir que é 
igual à prostituta. Ambos são pó. Todos nós somos pó. Nossa carne é pó, e 
voltará ao pó. Mas a presença de Jesus convida a reflexão do que é eterno, 
e que Ele quer salvar; a alma e o Espírito, tanto do fariseu, quanto da 
prostituta. Se Jesus entrar na casa deles... nos seus corações... eles podem 
ser salvos - os seus pecados perdoados... Mas é preciso que o convite não 
seja apenas uma formalidade; uma armadilha; ou uma ocasião para 
"analisar melhor Jesus". Tem de ser um convite para que Jesus entre, para 
ficar... para morar para sempre nos corações... Tem de ser um convite de 
arrependimento e de Amor... de confissão e de reconhecimento! 
Eis a diferença entre o fariseu e a prostituta: a alma de Simão 
também era farisaica... Não recebeu Jesus com o ósculo, como era de 
costume. Não Lhe deu água para lavar os pés e aliviar a dor das longas 
caminhadas. Não Lhe ofereceu óleo para os cabelos empoeirados. Ele 
estava apressado para inquirir... para observar... para bisbilhotar... e para 
tentar descobrir algo que pudesse comprometer Jesus. Não era uma 
acolhida sincera! Arrependida, a pecadora lavou os pés de Jesus com as 
suas lágrimas... enxugou-os com os seus próprios cabelos e, durante todo 
o tempo, santificou-se, beijando seguidamente os pés de Jesus, com ósculos santos (v. 38)... e ungindo-os com ungüento que levara, talvez, 
num dos presentes que Lhe dera Simão - quem sabe? - era um vaso de 
alabastro (v. 37)... talvez, toda a sua riqueza... depositada aos pés de Jesus! 
Então, o fariseu parece achar o que procurava: - "Se este fora profeta, 
bem saberia quem e qual é a mulher que Lhe tocou, porque é pecadora " 
(v. 39). Este pensamento de Simão é a prova de que ele a conhecia bem! E, 
lá no íntimo, a sua astúcia sorria, alegrando-se com a ilusão de que Jesus 
não devia saber de nada e, assim, não seria esse "profeta" que se dizia... 
Jesus, então, conhecendo-lhe o pensamento, conta-lhe a parábola do 
credor e seus dois devedores (Lc 7.41,42) e, através dela, mostra a Simão 
que Deus perdoa a quem tem muitos e a quem tem poucos pecados. 
Quanto mais pecados perdoados, mais amor e gratidão a Deus. "Onde 
abundou o pecado, superabundou a Graça". (Rm 5.20). 
Mas, para o perdão, é necessário procurá-Lo com sinceridade, como 
fizera aquela mulher, reconhecendo-o como o seu Credor e se 
arrependendo, abrindo assim as portas do coração para receber a Graça de 
Deus. 
Outra diferença importante: a mulher reconhecia a messianidade de 
Jesus, e o fariseu desconfiava! Não reconhecendo, não o procurava como o 
seu Credor, e nem se arrependia, fechando assim, as portas do céu para o 
derramamento da Graça e do perdão de Deus. 
Quando Jesus perdoa a mulher, escandaliza os outros fariseus que 
estavam a mesa: - "Quem é esse que até perdoa pecados?" (w. 48,49). Eles 
também não acreditavam. Faltava-lhes fé. A mulher, com fé, buscava 
perdão... Eles, com a razão, procuravam argumentos... A fé se dá ao nível 
do coração, e os argumentos, se procuram ao nível da razão. Jesus nos 
mostra que não éao nível do intelecto que encontramos Deus. Se fora 
assim, o que seria dos menos inteligentes? Com a razão, o máximo que se 
pode achar e o Jesus histórico. Mas o Jesus divino entra pelo coração, 
porque "Deus é Amor" (1 Jo 4.16). 
- " Vai-te em paz', a tua fé te salvou ", disse Jesus a prostituta (v. 5o). 
Jesus perdoa, e a fé salva! 
Quanto a Simão, Jesus apenas entrou na sua casa. Quanto a 
prostituta, Jesus entrou no seu coração e na sua vida... Entrou para ficar... 
e ela foi salva. É mais fácil a salvação dos grandes pecadores! A mulher 
saiu da casa salva! Mas Jesus, no Seu imenso Amor, permaneceu ainda lá... junto do fariseu... deixando-Se examinar mais e mais... A paciência de 
Jesus e paciência divina! Ele continua esperando. Quem sabe, o fariseu 
caía em si? Quem sabe acorde para a realidade de que a sua inteligência e 
a sua razão Lhe foram dadas por Deus, não para que resista a Deus, mas 
para que, após um glorioso encontro de Amor, ao nível do coração, use a 
razão, depois de ter o coração aberto para as gloriosas realidades do Reino 
de Deus? Não foi o que aconteceu com Nicodemos? Não foi o que também 
aconteceu com José de Arimatéia? Eles também não eram fariseus? 
- Jesus também os perdoa! Eles sabem disso. Eles entenderam a 
parábola. 
Mas ao sair da casa, depois de partilhar da companhia de Jesus, 
duas coisas podem acontecer aos fariseus: voltar para o Sinédrio, ouvindo 
o silêncio de Jesus... ou caminhar para o céu, ouvindo o mesmo que Ele 
disse para a mulher arrependida - "Vai-te em paz; a tua fé te salvou"... 
O que você deseja ouvir de Deus ao sairmos desta página? 
* * * 
10. ZAQUEU, O PUBLICANO 
(Lc 19.1-1o) 
A maior festa dos judeus era a Páscoa, comemorada todos os anos, 
no dia 14 de Nisã, o quarto mês do calendário judaico. Todos 
peregrinavam para Jerusalém, e Jesus estava a caminho, com os seus 
discípulos: da Galiléia para a Judéia, passando por Samaria (Lc 17.11). Os 
judeus não passavam por Samaria, porque os dois povos não se davam. 
No caminho para Jerusalém, os galileus davam longa volta, atravessando 
pelo vale do Jordão. Mas Jesus passava por Samaria! Estava (e está) muito 
acima das rivalidades pessoais, religiosas, ou políticas entre os homens. 
Veio para salvar a todos: judeus, samaritanos, ou gentios. A todos curava. 
Jamais perguntou a religião de alguém! Seu propósito, ao passar por 
Samaria, era o de salvar samaritanos. Curou a muitos e... dos muitos que 
curou, alguns se salvaram. Um destes foi o samaritano leproso. Foram dez 
os que se aproximaram de Jesus suplicando misericórdia e cura. Jesus os 
curou e mandou que fossem se apresentar aos sacerdotes, como prescrevia 
a Lei de Moises acerca dos leprosos depois de curados (Lv 14.1-32). Os dez foram mostrar-se aos sacerdotes. Nove foram só curados, e as Escrituras 
não falam mais deles. Ficamos sem saber o que fizeram na alegria da cura. 
Mas, certamente, fizeram o que os homens continuam a fazer: continuam 
samaritanos! Jesus apenas passou por sua vidas, mas eles não saíram das 
suas aldeias. Querem a cura, mas não aceitam Jesus no altar das suas 
vidas, onde já tem outros deuses. Adoram noutros lugares. Não vão a 
Jerusalém com Jesus. Jesus apenas passou pelas suas vidas... 
Mas o décimo samaritano, ao ver-se curado, '"voltou dando glória a 
Deus em alta voz e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, 
agradecendo-Lhe" (w. 15,16). Voltou... e juntou-se ao grupo peregrino de 
Jesus. Saiu da sua aldeia e foi com Jesus a caminho de Jerusalém. A sua 
vida mudou. A sua religião mudou. Estava leproso, e ficou limpo! Estava 
perdido, e foi salvo! "...a tua fé te salvou" (v. 19), disse-lhe Jesus. Este, além 
de curado, foi salvo! Aleluia! 
E foi mais um a juntar-se o grupo de Jesus, a caminho da Cidade 
Santa. 
Jesus parava aqui e ali. Conversava com uns... curava outros... 
Respondia a quem Lhe perguntava... A multidão se juntava a beira das 
estradas, e muitos, se juntavam ao grupo que ia com Ele. 
São sempre lindas as palavras de Jesus: "Não vêm o reino de Deus 
com visível aparência... porque o reino de Deus está dentro de vós " (Lc 
17.2o,21). o Filho do Homem voltara para reinar "mas importa que 
primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por esta geração. Assim 
como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: 
comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, ate o dia em que 
Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. o mesmo 
aconteceu nos dias de Ló; comiam, bebiam, compravam, vendiam, 
plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu 
do céu fogo e enxofre, e destruiu a todos. Assim será no dia em que o 
Filho do Homem se manifestar". (Lc 17.25-30). 
A multidão se maravilhava com esses ensinos de Jesus... e muitos o 
seguiam, juntando-se ao Seu grupo. Uns se convertiam; outros, eram 
apenas curiosos. Alguns queriam cura... Outros, queriam achar algum 
defeito... Uns eram fariseus; outros, escribas... Uns, judeus; outros, 
samaritanos... Onde estava Jesus, havia gente de todo tipo a Sua volta. E 
Ele segue, andando e ensinando a respeito da Parousia, da Sua volta 
gloriosa para reinar neste mundo. 
- "Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa 
cama; um será tomado, e deixado outro... dois 
estarão no campo; um será tomado e o outro deixado" 
(Lc 17.34-36). 
- "Onde será isso, Senhor? Lhe perguntaram" (v. 37). 
- "Onde estiver o Corpo aí se ajuntarão também os 
abutres". (v. 37). 
E essa frase de Jesus, atravessando os séculos, continua a ecoar, com 
a mesma vibração, em nossos dias e nas nossas igrejas... "Onde estiver o 
Corpo, aí se ajuntarão também os abutres"... Mais um sinal dos tempos! 
Assim como a volta de Jesus haviam santos e perdidos; convertidos 
piedosos e fariseus religiosos; lobos e ovelhas... Hoje também... e, quanto 
mais próximo o dia do Filho do Homem, mais será assim: "Onde estiver o 
Corpo, aí se ajuntarão também os abutres". Há lobos que se convertem, 
mas também há os que devoram as ovelhas... Há desesperados, que 
choram as suas misérias, mas também há abutres, que se alimentam 
delas... Isso e a igreja dos últimos tempos! Um vasto hospital... com muita gente, mas com poucos santos! E o Corpo de Cristo, com os abutres 
voando à sua volta. 
A multidão caminha com Jesus. Jerusalém e o seu destino. Sobem 
pelas estradas. Atravessam aldeias. Cruzam cidades. Alguns correm na 
frente anunciando que Jesus está a caminho. E Ele caminha... pregando... 
Conta-lhes a Parábola do Juiz Iníquo... (Lc 18.1-8)... a Parábola do Fariseu 
e do Publicano (Lc 18.9-14)... Abençoa as crianças que correm a Sua volta 
(Lc 18.15-17)... Adverte o jovem rico sobre o perigo das riquezas (Lc 18.18-
3o)... Prediz, outra vez, a Sua morte e Ressurreição (Lc 18.31-34)... 
Aproxima-se de Jericó e, aí, cura outro cego (Lc 18.35-43)... Este, a beira do 
caminho, "ouvindo o tropel da multidão que passava, perguntou o que era 
aquilo" (v. 36). "Anunciaram-lhe que passava Jesus, o Nazareno, e então, 
ele clamou: Jesus, FILHO DE DAVI. tem compaixão de mim!" (vv. 32-39). 
Alguns judeus mandavam que ele se calasse, pois já estavam próximos de 
Jerusalém... Haviam espias do Sinédrio em Jericó, e ele, gritando "Filho de 
Davi" era o mesmo que estar anunciando que Jesus era o Messias esperado 
por Israel! Isso era um perigo! o Sinédrio queria matar Jesus (Jo 7.1)!... Mas, 
quanto mais lhe mandavam calar, mais ele gritava: "Filho de Davi... Filho 
de Davi... Tem misericórdia de mim!"... Já Lhe tinham contado as 
maravilhas que Jesus vinha fazendo: os leprosos ficavam limpos... os paralíticos andavam... os cegos passavam a enxergar... as prostitutas 
viravam santas... os mortos ressuscitavam... Ele só podia ser o Messias 
mesmo! E aquela multidão devia ser formada em grande parte pelos ex-
cegos, ex-paralíticos, ex-mortos, ex-prostitutas, ex-leprosos... Ele também 
queria ser umdos "ex" seguindo Jesus!... "Filho de Davi, Filho de Davi, 
Tem Misericórdia de mim!"... 
- "Que queres que Eu te faça?", disse-lhe Jesus. 
- "Que eu torne a ver", disse ele. "Então Jesus lhe disse: recupera a 
tua vista; a tua fé te salvou'1 (vv. 41,42). E, imediatamente, tomou a ver e, 
glorificando a Deus, juntou-se ao ex-leproso samaritano e a todos os "ex" 
que seguiam Jesus; seguindo-o também, a caminho de Jerusalém... E a 
igreja a caminho do céu... Jesus dirige a caminhada de todos os ex-
perdidos que o seguem, dando glórias a Deus. Os fariseus ficam à 
margem da estrada... As vezes, misturam-se com o povo mas, cada vez 
que olham para esse Corpo que caminha, lembram-se das palavras do 
Cristo: "...Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem 
no reino de Deus " (Mt 21.31). 
* 
E lá estava o publicano de Jericó: Zaqueu, o cobrador de impostos. 
Odiado pelos judeus porque cobrava impostos para o Império Romano; e 
menosprezado por todos, porque era corrente que extorquia dracmas e 
denários dos seus compatriotas, para viver nababescamente, gastando-os 
em ricas festas, regadas com os melhores vinhos e ao som das melhores 
orquestras, tocando para as melhores dançarinas. 
Zaqueu era um homem rico. Tinha tudo que o dinheiro pode 
comprar. Podia ver os espetáculos mais sofisticados da sua época... os 
mais caros... os mais luxuosos... 
Ouvindo o burburinho da multidão que chegava, anunciando a 
passagem de Jesus, também queria vê-Lo... mas não podia... por ser de 
pequena estatura" (Lc 19.3)! Para ver Jesus, não adianta dinheiro, nem 
posição social!. Ele era baixinho... e tinha muita gente na frente... muitos 
obstáculos... 
Hoje, continua a ser assim: há pessoas que querem ver Jesus, mas há 
muita gente que fica na frente, criando obstáculos; fazendo com que se 
sintam pequenas, como Zaqueu. 
O que fazer? 
Zaqueu era um publicano... era um pecador... como todos nós o 
somos! A diferença entre os seus pecados e os dos fariseus era que os seus 
eram públicos, todos viam... enquanto que os fariseus escondiam os seus 
numa aparência de falsa piedade. 
Zaqueu foi tocado pela Verdade. Queria ver Jesus. Sinal de que Jesus 
já o tinha visto! Mas, dinheiro, posição social e intelectualidade não Lhe 
permitiam ver Jesus. Hoje continua a ser assim! Mas ele já tinha uma das 
condições fundamentais para poder ver Jesus: o querer ver! Ele queria ver 
Jesus! SÓ lhe faltava a segunda condição: o esforço para ver! 
- "Desde os dias de João Batista, até agora, o reino dos céus é tomado 
por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele'9ç 11.12). 
Ele se esforçou. fez o que lhe cabia. "Correndo adiante subiu a um 
sicômoro a fim de vê-Lo, por que por ali havia de passar" (v. 4). 
Baixinho e, certamente, gordo... odiado por todos em Jericó... quem 
Lhe teria ajudado a subir naquela arvore? Quem sabe, o ex-leproso, ou o 
ex-cego de Jericó que, a essa altura já estariam à frente do grupo, 
anunciando a aproximação de Jesus?! Ainda hoje é assim.L. Quase sempre, 
são os ex-perdidos que mais ajudam os perdidos que querem ver Jesus. 
Talvez tenham deixado Zaqueu subir nos seus ombros ou, quem sabe, 
segurado os seus pés com as próprias mãos, na alegria desinteressada e 
sacrificial de todos os que já tiveram o seu encontro com Cristo. 
Zaqueu subiu, e ficou ali, de olhos fitos no caminho... 
Jesus já sabia do seu arrependimento e, assim, nos dá uma linda 
lição, ao permitir que o pecador arrependido fique num plano mais alto 
do que todos os escribas e fariseus que, talvez, devessem, estar sentados 
por trás da multidão... confabulando... 
Jesus exalta o pecador arrependido... mas não se deixa ver pelo falso 
piedoso! 
- "Desce daí, Zaqueu... ", disse Jesus ao passar por ali. "Desce daí, 
Zaqueu... Eu já te vi e tu já me vistes também... Quisestes ver... te 
esforçastes por ver... e vistes... agora me convém ficar hoje em tua casa" (v. 
5). E "ele desceu a toda pressa e o recebeu com alegria" (v. 6). 
É preciso pressa!... Porque Jesus está passando... Desce depressa da 
posição antiga: Quem sabe, dos píncaros da intelectualidade em que você se colocou... ou do pedestal de orgulho onde você ficou... Quem sabe, da 
torre da descrença e do materialismo?... Quem sabe, da Batel das 
confusões religiosas? Desce depressa, meu amado (a)... e sobe na Árvore 
da humildade, do arrependimento, e da vontade de ver Jesus, porque e 
por aí que Ele vai passar, e e aí que você vai vê-Lo... E daí que você vai 
ouvi-Lo dizer, como disse a Zaqueu: "Desce depressa, pois me convém 
ficar hoje em tua casa" (v. 5). 
Receba-o com alegria e, talvez, com lágrimas, como deve ter feito 
Zaqueu... Não dê ouvidos aos fariseus que murmurarem maliciosamente, 
tentando macular o brilho desse encontro. Lá, eles não viram os melhores 
momentos desse encontro, porque os melhores momentos aconteceram 
dentro da casa de Zaqueu, e eles estavam do lado de fora. E como hoje 
também: os melhores momentos acontecem dentro do nosso coração. Os 
fariseus ficam do lado de fora. Encontra-se com Jesus a esse nível! Ao 
nível do coração, e não, ao nível da cabeça... do intelecto... ou da razão! 
Arrependa-se hoje... Confesse... Chore... Ria... E depois saía... e junte-
se ao grupo que segue Jesus... a caminho do céu... a caminho de Jerusalém 
Celestial... a caminho da Vida... 
* * * 
11. DE SAULO A PAULO 
(At 9.1-20) 
Muito se tem falado sobre Saulo e sua conversão. De grande 
perseguidor dos cristãos, a apóstolo dos gentios. De perseguidor, a perseguido... De comandante, a comandado... De zeloso fariseu, a 
apóstolo de Cristo... Era Saulo, e tornou-se Paulo. 
Saulo, de Tarso, é como era chamado, em referência a sua cidade 
natal, na Cilícia (At 21.39). Era filho de uma família judaica, da Tribo de 
Benjamim (Rm 11.1; Fp3.5). 
Fariseu de nascimento; filho de fariseus (At 23.6), era "irrepreensível 
na justiça da Lei" (Fp 3.6). Seu pai era cidadão de Tarso (At 21.39) e 
cidadão romano (At 22.28), cidadania esta que Paulo invocava quando lhe 
era preciso, como em At 22.24-30. 
Instruído aos pés de Gamaliel (At 22.3), culto e de formação rabínica, 
não podia entender que Jesus fosse o mesmo Messias anunciado na Lei; 
considerando isso a maior de todas as blasfêmias contra Deus; vindo daí o 
seu ódio e a implacável perseguição que impunha aos cristãos. 
No apedrejamento e morte de Estevão, diz-nos o texto que "As 
testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem, chamado Saulo " 
(At 7.58). Lá estava ele, ainda jovem, perseguindo e comandando a 
execução dos cristãos. 
Em At 8.3, vemos que Saulo "assolava as igrejas, entrando pelas 
casas e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere". Podia 
fazer isso, por sua dupla cidadania. Pelo poder religioso do jovem fariseu, 
e pelo poder policial do cidadão romano. 
E é respirando ainda esse ódio, que o vemos pedindo ao sumo 
sacerdote que lhe desse carta de autorização para as sinagogas de Damasco para que, indo àquela cidade, se acaso "achasse alguns que eram 
do CAMINHO, assim homem como mulheres, os levasse para Jerusalém". 
(At. 9:1-2). 
Foi aí, na estrada de Damasco, que se deu o encontro mais 
importante da sua vida. o encontro que mudou o seu nome, a sua vida, e o 
seu destino. 
Lá se vai Saulo, o perseguidor, com sua comitiva... "Seguindo ele 
estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu 
brilhou ao seu redor e, caindo por terra. ouviu uma voz que lhe dizia: 
Saulo, Saulo, por que me persegues? " (At 9.3,4). 
 
Foi como um relâmpago que caí por perto... Um brilho intenso e 
súbito, acompanhado de estrepitoso estrondo, que sacode tudo e nos atira 
ao chão. Seguem-se trevas... E nós, perplexos... permanecemos mudos e 
quietos por alguns instantes... Saulo "caiu ao chão". E hoje também... 
Muitos outros Saulos continuam a cair por terra. Essa "luz do céu"continua a brilhar de formas diferentes: na dor da perda de um ente 
querido... nas doenças incuráveis... nos abandonos da vida... nas falências 
e desgraças desse mundo... nas perdas e nas separações... Caí-se por terra 
e, com perplexidade, ouve-se a mesma voz que falou com Saulo no 
caminho de Damasco: - "Saulo, Saulo, por que me persegues? " 
- "Quem és tu, Senhor? " (v. 5). 
- "Eu sou Jesus, a quem tu persegues". (v. 5). 
É a voz de Deus, que muitas vezes só escutamos quando caímos por 
terra. Mas mesmo caídos, perplexos e abalados pelo terremoto que nos 
jogou no chão, ainda podemos ouvir a voz de Deus, que quer nos levantar: 
- "...levanta-te, e entra na cidade, onde te direi o que 
te convém fazer" (v. 6). 
Antes, orgulhosos e presunçosos, dávamos as ordens. Mas agora, 
Deus nos mostra que convém que sejamos conduzidos com humildade. 
Nós guiávamos. Agora, e hora de sermos guiados e conduzidos pela 
mão. 
Diz-nos o texto que Saulo, "abrindo os olhos, nada podia ver" (v. 8). 
Esta e a situação imediata dos que caem pela Graça de Deus. Ainda não 
estão enxergando bem as coisas. Precisam ser conduzidos pela mão de 
outrem (v. 8). 
E lá vai Saulo, assim... "Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu nem bebeu" (v. 9). Resolveu jejuar. Arrependeu-se. Lembrou-
se da Lei e dos Profetas: "Voltei o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar 
com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza". (Dn93). 
Mas Deus já providenciara também alguém para conduzi-lo e para 
ajudá-lo nesses primeiros passos da sua nova vida como Paulo. (Às vezes, 
como aconteceu com Paulo, a gente resiste tanto ao Amor de Deus... A 
gente custa tanto a tirar de campo a nossa vaidade, o nosso orgulho, e a 
nossa presunção, que é preciso Deus nos derrubar, para que acordemos... 
E preciso cegar os nosso olhos físicos, para que possamos enxergar com os 
olhos do coração...). 
Deus escolhe Ananias para ajudar Paulo. Mostra-lhe, numa visão, 
que Paulo tinha sido levado para a casa de Judas, numa rua chamada 
Direita, na Cidade de Damasco... onde estava orando... (w. 1o,11). 
Embora Ananias resistisse, a princípio, porque conhecia bem a fama 
de Saulo... obedece a Deus, e vai... porque era um cristão! Encontra Paulo; 
impõe sobre ele as mãos; ora, e Paulo começa a enxergar: "lhe caíram dos 
olhos como que umas escamas... e, a seguir,... levantou-se e foi batizado". 
(vv. 12 e 18). 
Arrependimento - Jejum - Oração - e Batismo. 
O Senhor derrubou... e o Senhor curou. Caiu Saulo e levantou Paulo. 
Caiu, para morrer Saulo; e levantou-se, para nascer Paulo, pelo Batismo 
cristão. Essa é a necessidade mais urgente após a conversão. Paulo estava 
há três dias sem comer e sem beber... em oração. Devia estar com fome, 
mas a primeira coisa que fez ao levantar-se, não foi buscar um prato de 
comida: foi batizar-se... Porque, convertido, a sua fome espiritual era 
muito maior. E ele não perdeu tempo. Foi batizado por Ananias, ali 
mesmo, na casa de Judas, na cidade de Damasco: "Levantou-se e foi 
batizado" (At 9.18). 
Saulo tinha caído, cego... Paulo se levantou... começando a 
enxergar... E foi assim que foi batizado! 
E você, meu irmão? Está de pé, ou caído? Já se levantou, ou está se 
levantando? Já ouviu o chamado de Deus ou o está ouvindo agora? o que 
e que você está esperando? Se você hoje é Paulo, nós queremos ser 
Ananias! E por isso que estamos aqui. 
* * * 
12. O MEU ENCONTRO 
Segundo o Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, 
parapsicologia é a ciência que estuda experimentalmente os fenômenos 
ditos ocultos (comunicação com o espírito dos mortos, dissociação da personalidade, comunicação telepática, etc.). 
Apaixonei-me por ela quando ainda jovem, e estudei e pratiquei os 
seus fenômenos por mais de 20 anos. 
Sou médico ginecologista há 30 anos, e trabalho com prevenção do 
câncer ginecológico. Considerava-me inteligente, e pesquisava muito 
dentro da minha especialidade. Apaixonei-me pela parapsicologia e 
procurava de alguma forma encontrar Deus em minhas investigações 
acuradas. 
Achava que possuía muitos poderes sobrenaturais: de percepção 
extra-sensorial, levitação, materialização. Freqüentei vários centros 
espíritas e concedia ectoplasma para materialização dos espíritos. 
Encarava tudo isso como experiências científicas. Analisava os processos 
como parte de minha carreira. 
Trabalhava arduamente, realizava, em média, mais de 40 cirurgias 
por mês. Faturava mais que nunca. Para mim, a vida corria bem. 
Certo domingo, em 1977, acordei cedo para barbear-me. Planejara ir 
almoçar com minha esposa e filhos em São Pedro da Aldeia, região dos 
lagos, no Rio de Janeiro. Ão fazer a barba, notei um caroço no pescoço. 
Com a experiência que já tinha na área de cancerologia, diagnostiquei um 
câncer de imediato; crescia muito rápido e sua forma não deixava sombra 
de dúvida. 
Aquele foi o pior almoço de minha vida. Não posso jamais esquecer 
aquele dia. Voltei de lá, procurei um colega, o melhor na especialidade em câncer de cabeça e pescoço, Dr. Jacob Kligherman. Fiz todos os exames e 
fui operado. 
No término da cirurgia, meu colega disse-me: "Marcelo, realmente 
você e um cara de sorte. Não houve nada. E só tirar os pontos daqui a uma 
semana". 
Dois dias depois, feita a biópsia, constatou-se o câncer, o mundo 
desmoronou na minha cabeça. De repente, percebi que meus poderes 
nada podiam fazer. Os meus estudos de parapsicologia eram impotentes 
diante desta realidade. Chamei um tabelião a minha casa, passei todos os 
bens para o nome dos meus filhos e me preparei para a morte. 
Nascido e criado na Ilha de Paquetá, tornei-me muito conhecido. 
Possuía algumas excentricidades como por exemplo, não cobrava consulta 
de moradores de Paquetá; por isso ganhei a simpatia de muitos. Gostava 
muito de carnaval, cheguei a ganhar o tricampeonato de carnaval pela 
Riotur. Era muito popular como médico e conhecido cidadão daquela Ilha. 
A operação levou-me à licença. As visitas tornaram-se freqüentes. 
Certo dia, veio visitar-me minha colega; Dra. Oneida Goulart. Ela 
trabalhou muito tempo comigo no INPS. Costumava sempre colocar sobre 
minha mesa um folhetinho com dizeres da Bíblia. Todos os dias, lia o 
folheto, amassava e jogava fora. Considerava-a chata e obcecada. Os 
folhetinhos só pararam de aparecer sobre minha mesa quando ela se 
aposentou. 
Naquele dia, ela visitou-me juntamente com um casal que me era 
desconhecido. Eles não me pediram nenhum favor. Demonstraram muito 
amor, falaram-me do amor de Deus, com uma linguagem popular, 
descuidada, própria das pessoas simples que falam sem nenhuma 
preocupação gramatical. Havia um desnível cultural muito grande que já 
começava a irritar-me. Naquela época eu estava pesquisando a teoria da 
relatividade de Einstein, tentando, de alguma forma encontrar o 
mecanismo do Universo, quando a Dra. Oneida chegou acompanhada 
pelos dois desconhecidos, os quais me pareceram tão chatos quanto ela. 
Em certo momento, o rapaz falou-me: "Dr. Marcelo, eu creio que a 
Bíblia é a Palavra de Deus. o senhor crê nisso?" -Prosseguiu: "Creio 
também que aqui, neste livro, existe um versículo, uma palavrinha, para 
cada um de nós. Já encontrei a minha e sinto no meu coração que 
encontrei uma para o senhor. Posso dizer?" - perguntou ele. Naquela 
altura, só desejava a partida deles. Imediatamente respondi que sim para 
que eles terminassem com tudo aquilo. Ele abriu a Bíblia e pronunciou: 
"Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, 
para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo 
quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vô-lo conceda" (Jo 15.16). 
Estas palavras não entraram pela cabeça ou pelo raciocínio, mas 
chegaram ao coração. As lágrimas banharam-me a face; chorei como uma 
criança quando encontra o seu pai que havia perdido. Que momento

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