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Soluções em tempos de crise - Fasciculo10

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INTRODUÇÃO
A felicidade
“A maior parte da nossa felicidade depende de nossa atitude e não das circunstâncias.”
Martha Washington
Muita gente, em situações críticas, consegue ter 
paz no coração e atravessar o oceano de 
angústia com um sorriso no olhar. Por outro 
lado, indivíduos com todo tipo de conforto não 
encontram nenhum estímulo para se sentirem 
felizes.
ma das maiores batalhas que tenho 
enfrentado em minha vida tem sido 
mostrar às pessoas que não é o 
tamanho dos problemas que as 
impede de serem felizes. É uma luta 
sangrenta, querem me convencer de que problemas 
grandes são sinônimo de infelicidade. Mentira!
U
Muita gente, em situações críticas, consegue ter 
paz no coração e atravessar o oceano de angústia 
com um sorriso no olhar. Por outro lado, 
indivíduos com todo tipo de conforto não 
encontram nenhum estímulo para sair da cama e 
partirem em busca da realização de seus sonhos. 
Se a falta de problemas fosse sinônimo de 
felicidade, os países nórdicos, devido ao 
avançado estágio de evolução econômica, não 
teriam a maior taxa de suicídio do mundo. E os 
Estados Unidos, com todo seu desenvolvimento 
econômico, não seriam a nação com o número 
mais elevado de depressivos.
Há pessoas que, mesmo diante das piores 
tragédias, não desistem de serem felizes. Lembro-
me do iatista Lars Grael que, no auge da sua 
forma, precisou amputar a perna depois de ser 
atingido por uma lancha dirigida por um sujeito 
acusado de estar embriagado. E o que aconteceu 
depois? Lars Grael ressurgiu das cinzas como 
uma fênix moderna.Lembro também o caso 
daquele menino que ficou cego por causa de uma 
infecção oftalmológica, que poderia ter sido 
evitada se o pai tivesse dinheiro para comprar 
uma injeção de penicilina. Seu nome: Ray 
Charles. Ou daquele outro menino que estava 
brincando quando perdeu o pé num atropelamento 
em sua cidade, Cachoeira do Itapemirim, e se 
transformou em nosso Rei: Roberto Carlos.
São pessoas que poderiam, 
com razão, ficar 
amarguradas e revoltadas 
por causa do que 
aconteceu, mas decidiram 
tocar a vida o melhor 
possível e se converteram 
em exemplos de fé e 
determinação.
Minha mãe, quando eu era criança e começava a 
reclamar da vida, costumava contar a seguinte 
história: havia um homem que estava muito 
infeliz com sua cruz. Um dia ele pediu a Deus 
para trocar de cruz, e o Criador, em sua suprema 
bondade, o autorizou a procurar uma nova. O 
rapaz foi até o depósito de cruzes para ver se 
encontrava uma de seu agrado, mas ficou 
angustiado com o tamanho delas. Todas eram 
imensas e, para piorar, algumas eram de mármore 
ou de chumbo. Já frustrado, estava se preparando 
para ir embora, quando olhou um dos cantos e viu 
uma cruz tão pequena que parecia um crucifixo. 
Olhou para Deus e, quase envergonhado, pediu a 
ele se podia levar aquela. O Mestre, com um 
sorriso, fez sinal positivo. Quando ele examinou 
atrás da cruz, viu seu nome escrito.
Nossa tendência é sempre pensar que nosso 
problema é o pior do mundo. Certamente isso 
acontece com a maioria das pessoas. Mas, ao 
analisar seus problemas com minúcia, você 
percebe que eles não são dos mais pesados para se 
carregar. 
O tamanho das nossas dificuldades não está 
relacionado com o tamanho dos nossos 
problemas, e sim com a nossa capacidade de criar 
soluções. Portanto, logo depois de entrar na dor 
de uma adversidade, saia atrás de uma solução, 
porque esse é o caminho indicado para tornar sua 
existência mais leve. Chorar num momento de 
infortúnio é normal, mas ficar chorando a vida 
inteira é masoquismo.
Neste último fascículo, vamos falar sobre a 
felicidade e suas várias facetas: a felicidade na 
empresa, na família e na vida pessoal. Eu acredito 
na possibilidade de sermos felizes e sei que Deus 
diz sim para aquilo em que acreditamos. Acredite 
também você nessa possibilidade e, se sua vida 
não está do modo como você gostaria, dê um jeito 
de transformá-la. Este é o maior presente que 
você pode dar a si mesmo.
Bom trabalho,
Roberto Shinyashiki
PARTE 1
A felicidade é a grande vantagem competitiva
Na minha opinião, a maior vantagem competitiva está em agregar a felicidade ao seu trabalho, serviço 
ou produto.
ada vez mais, os produtos e serviços 
estão parecidos. O cliente olha para o 
lado, percebe que existe um mundo 
de lojas muito semelhantes e fica 
procurando algo que o atraia. Todas 
as empresas têm buscado uma forma de se 
diferenciar. Na minha opinião, a maior vantagem 
competitiva está em agregar felicidade ao seu 
trabalho, serviço ou produto.
C
Invente um jeito de seu cliente sair feliz depois de 
fechar um negócio com você. Esse é o melhor 
parâmetro da boa parceria: ver a alegria do cliente 
em comprar de você. Alguns exemplos:
- Livros existem em muitas livrarias, mas são 
poucas as que conseguem dar a seus clientes o 
prazer de um atendimento especial. 
- Todos os médicos sabem receitar remédios, mas 
são poucos, muito poucos, os que transmitem 
confiança e afeto ao paciente.- É importante que 
uma loja de roupas saiba vender mais do que 
roupas, levando beleza e elegância aos clientes. 
- Um restaurante não pode simplesmente vender 
comida, do contrário, as pessoas não pagarão, em 
uma coxinha, o preço de 1 quilo de frango. O 
restaurante deve vender sabor, qualidade, 
ambiente agradável, informação etc.
Sob essa nova ótica, fica claro que apenas 
dinheiro ou tecnologia não são mais suficientes. 
As empresas campeãs vendem produtos e 
serviços, mas também entregam a felicidade 
como bônus. Junto com o serviço, oferecem 
confiança, prazer em servir e certeza de 
qualidade.
- Mas, Roberto, como eu crio felicidade em meus 
negócios?
A primeira medida é promover a felicidade de 
seus colaboradores, que vão tratar seus clientes da 
mesma maneira como são tratados. Certamente, 
em meio a muita pressão por resultados, pode 
parecer quase impossível que as pessoas sejam 
felizes. Mas você pode ver profissionais felizes 
em lugares de alta pressão, como um pronto-
socorro ou um Corpo de Bombeiros. A chave para 
isso é envolvê-los em projetos e decisões, 
ajudando cada um a se sentir importante para a 
organização.
A segunda medida é atrair os clientes para sua 
empresa. Convide-os para participar de seus 
projetos, estimule-os a opinar, escute suas 
sugestões e você vai saber o que realmente 
importa para eles. Mas, principalmente, seja você 
um exemplo de profissional que trabalha com 
amor, que tem prazer de estar na empresa. Sua 
energia de líder vai contaminar os outros.
Afinal, ter sucesso é não perder a 
oportunidade de fazer alguém feliz. 
E, por incrível que pareça, hoje essa 
é a melhor forma de ganhar dinheiro. 
PARTE 2
Os pilares da felicidade
A felicidade não é um presente divino, mas sim uma conquista diária, que tem solidez quando se 
realiza sobre pilares resistentes.
 felicidade é como uma casa: 
primeiro você deseja - é um sonho; 
depois, você projeta - é um plano; e, 
finalmente, você a constrói – torna-se 
uma ação.A
Quando alguém pensa que ganhou a felicidade de 
presente, logo vem um pesadelo. É como aquele 
homem que encontra uma mulher adorável e 
imagina que ela vai resolver todos os seus 
problemas. Os poucos, ele percebe que precisa 
evoluir muito para merecer estar com essa pessoa 
especial.
O mesmo acontece com o jovem que se forma em 
uma faculdade e pensa que, agora, está tudo 
resolvido.Até ele descobrir que o diploma é 
somente o início de uma série de processos a 
serem enfrentados.
Há também aquela pessoa que monta sua própria 
empresa e pensa que, por não existir patrão, não 
haverá mais riscos de ser mandada embora. Logo 
ela nota que existe um mundo de competências 
novas que ela vai precisar desenvolver se quiser 
que sua empresa sobreviva.
Observe que as pessoas verdadeiramente felizes 
construíram suas vidas sobre bases sólidas, feitas 
com um mesmo concreto. É preciso aprender com 
elas. É assim que você perceberá que os 
fundamentos da conquista da felicidade são:
Competência;
Reciprocidade;
Ação;
Sentido.
Competência
Tudo o que uma pessoa faz bem é resultado do 
desenvolvimento de sua competência. Se você 
quiser ser um bom pai, vai ter que expandir sua 
competência em educar filhos. Se quiser ser um 
empresário, vai ter que expandir sua competência 
em gerenciar um negócio.
Quando a pessoa pensa que as competências para 
enfrentar os futuros desafios são as mesmas que 
ela empregou para enfrentar os antigos 
obstáculos, está enganada. Com certeza, vai se 
frustrar, pois precisará de novas competências 
para seguir adiante.
Toda competência é associada a três habilidades: 
estudo, treino e continuidade. O estudo é 
fundamental para que a gente não gaste tempo 
inventando a roda ou repetindo os erros dos 
outros. Muitos freqüentadores de minhas palestras 
me perguntam por que não conseguem estudar. 
Eu sempre digo:
- Você não consegue porque, no fundo, é 
orgulhoso. Não acha quem possa lhe ensinar o 
que não saiba.
As pessoas felizes têm a humildade de aprender 
com os outros, para ganhar tempo, evitando os 
erros que eles já cometeram.
Quanto ao treino, tudo na vida é resultado de 
nossa capacidade de treinar. Só adquirimos uma 
competência assim. Se você é um grande 
cirurgião, você treinou arduamente para isso. 
Mas, cuidado, esse processo não se resume 
apenas às coisas positivas; as negativas também 
estão inclusas nele. As pessoas depressivas 
passaram muito tempo observando, comentando e 
valorizando fatos negativos Ou seja, treinando 
para serem deprimidas. Os hipocondríacos, por 
exemplo, dedicam a vida inteira à procura de 
sintomas desagradáveis em seu corpo até que se 
tornam especialistas no assunto. Vivem lendo 
bulas de remédio e tudo o mais que aparecer a 
respeito de doenças. Eles também conversam e 
pensam sobre enfermidades o tempo todo.
Quando eu era menino, assistia aos treinos do 
time do Santos. Ficava espantado ao ver o Pelé 
treinando mais tempo do que os outros e pensava:
- Para quê, se ele já é o melhor do mundo?
Tempos depois, eu descobri que ele era o melhor 
do mundo porque treinava mais do que os outros.
A competência também requer continuidade. Não 
adianta ser bom apenas por um dia. Tem que ser 
bom sempre. Não adianta começar milhares de 
cursos, é preciso completá-los. Não adianta 
atender maravilhosamente bem um cliente e ser 
desatento com os outros. Não adianta um único 
diálogo sensacional com o filho e distanciamento 
o resto do ano.
Quem consegue ser bom todos os dias depois de 
um tempo fica ótimo. Muitos processos de 
educação não dão resultados por falta de 
continuidade. Lembre-se de tantos regimes 
alimentares que as pessoas interrompem e de 
todas as demais iniciativas que são suspensas: 
tratamentos médicos, cursos de inglês, de violão, 
projetos de vida etc. Não se esqueça de que as 
pessoas competentes concluem a trajetória que se 
propuseram cumprir.
Reciprocidade 
Não faça aos outros o que não gostaria que 
fizessem com você. Mas, principalmente, faça aos 
outros o que gostaria que fizessem com você. O 
verdadeiro campeão tem muito prazer em 
proporcionar crescimento para todos. Ele tem em 
mente que pode realizar seus sonhos desde que 
ajude o maior número de pessoas a realizar os 
sonhos delas.
Os campeões conseguem ver além de seus 
interesses pessoais. Eles abrem espaço para as 
pessoas a sua volta evoluírem e oferecem 
oportunidades para isso. Se você tem um 
restaurante e não dá chance de seu maître crescer, 
ele acaba montando um restaurante em frente ao 
seu.
Tenha prazer em criar a felicidade para todos que 
convivem com você: seu cônjuge, seus filhos ou 
seus clientes. Quando você quiser agradá-los, 
imagine algo que eles gostariam muito de fazer e 
surpreenda-os. Abra um champanhe para sua 
esposa no meio da noite. Compre um ingresso 
especial para aquele show de heavy metal que seu 
filho tanto quer ver.
Não entre numa luta de poder, como acontece 
entre muitos adolescentes e seus pais. O jovem 
pensa:
- Vou agir como sapo até que meu pai me trate 
como príncipe.
E o pai pensa:
- Vou tratá-lo como sapo até que ele aja como 
príncipe.
Nessa luta, os dois saem derrotados.
Por isso, tome sempre a iniciativa de fazer as 
outras pessoas felizes e, com certeza, sua vida 
ficará mais gostosa.
Ação
Antigamente querer era poder. As pessoas que 
desejavam muito uma coisa conseguiam dar 
saltos em suas vidas. Hoje é preciso entender que 
o mundo mudou: fazer é poder. As pessoas de 
sucesso são aquelas que implantam o que 
desejam. São as que se propõe a um projeto e o 
realizam, prometem pedir desculpas a alguém e 
pedem, planejam construir um novo 
relacionamento com os filhos e fazem isso.
Não adie as ações importantes de sua vida. Faça 
hoje. Faça agora! 
- Dê aquele abraço de reconciliação. 
- Peça aquelas desculpas para o colega 
de trabalho.
- Faça aquela declaração de amor.
Na verdade, a maior parte das pessoas sabe o que 
tem que fazer e fica esperando o dia ideal, que 
nunca chega, e a vida passa. Como disse John 
Lennon, “vida é aquilo que acontece enquanto 
você faz planos”. Por isso, continue sonhando e 
fazendo planos mas, principalmente, saia para a 
ação.
Sentido
As grandes vitórias são criadas por quem vê 
significado em suas lutas. A guerra do Vietnã é 
um exemplo. De um lado, o exército norte-
americano todo aparelhado, sendo derrotado por 
um grupo de pessoas famintas. De outro, os 
vietcongues, que tinham clareza do sentido 
daquela guerra para eles e para seus filhos.
A força motriz para superar as dificuldades do 
dia-a-dia é a certeza de que existe um motivo pelo 
qual batalhamos. Para que as dificuldades tornem-
se menores, a disposição deve ser maior e o brilho 
nos olhos deve estar presente. Quem cumpre o 
simples ato de pegar o carro e ir para o trabalho, 
como um gesto vazio, não olha para além do 
cotidiano. Se você sabe porque está fazendo seu 
trabalho, se tem clareza sobre sua função no 
mundo, será um vencedor. 
Os resultados mais gratificantes são aqueles que 
aparecem como conseqüência natural de uma 
jornada que a gente vem cumprindo, e não como 
pagamento por uma estratégia de carreira bem 
montada, mas vazia de significados. Quem opta 
apenas por construir uma carreira, sem se 
preocupar com o significado do que faz, pode até 
conseguir ter uma carreira aparentemente 
brilhante mas não verásentido naquilo que faz, 
correndo o o risco de desenvolver uma depressão 
e de ser muito infeliz. Claro que, nesse caso, a 
pessoa tem sempre a alternativa de fazer uma 
mudança radical na vida e recomeçar, passando a 
construir uma vida cheia de significado. 
Há alguns anos, participei como bolsista de um 
programa no Japão com empresários de mais de 
13 países. Bem, quando alguém visita uma 
empresa, normalmente recebe o histórico e o 
balanço financeiro, que demonstramsua forma de 
atuação. Ao analisarmos o balanço e o momento 
da empresa que visitávamos, um mexicano 
sugeriu ao administrador que demitisse 400 
funcionários. Essa medida faria dobrar seus 
lucros. O administrador olhou para nosso 
companheiro e, calmamente, respondeu:
- No Ocidente vocês costumam ver o dinheiro 
como a única forma de lucro. Mas, para mim, 
lucro é só recompensa financeira. A lealdade aos 
meus funcionários também é lucro. A sensação de 
estar construindo uma nação forte também 
representa um grande lucro. E a tranqüilidade de 
realizar minha missão de vida é a maior de todas 
as formas de lucro.
Eu, que estava assistindo à 
cena, pensei:
- A felicidade também é 
lucro!
PARTE 3
Os mandamentos da felicidade
Quem deixa para ser feliz no futuro pode se encontrar com a morte antes do tempo. A felicidade é 
construída todos os dias, nos pequenos detalhes, nos encontros e nas reflexões.
Seja feliz todos os dias
 maior parte das pessoas deixa 
para ser feliz no futuro: quando se 
formar, quando tiver a casa própria, 
quando se casar, quando seus filhos 
crescerem, quando se aposentar etc. 
É desperdício trabalhar o mês inteiro para ser feliz 
só no dia de receber o cheque ou se torturar o ano 
todo para ser feliz apenas nas férias. Quem deixa 
para ser feliz no futuro se encontra com a morte 
antes do tempo. 
A
A felicidade é construída todos os dias, nos 
pequenos detalhes, nos encontros e nas reflexões. 
Aquela xícara de chá que você toma em silêncio 
conversando com seus pensamentos. Aquele 
filme a que você assiste logo após o trabalho. 
Aquele pôr-do-sol que ilumina seu coração. 
Aquele chocolate que você dá para o menino no 
semáforo. Aquele sanduíche que você come com 
seus filhos.
Aceite os outros do jeito que são
Muita gente gasta uma energia preciosa querendo 
mudar os outros e deixa de aproveitar a beleza 
dessas pessoas. Deus nos criou únicos para que 
tivéssemos oportunidade de nos conhecer nos 
encontros das nossas diferenças. Procure admirar 
as peculiaridades de cada um. Não torture quem 
você ama sob o pretexto de ajudá-lo. Rosas são 
belas sendo rosas.
Muita gente se torna infeliz querendo que o filho 
exerça outra profissão;tentando mudar o jeito 
rebelde da filha; imaginado que um dia o marido 
vai deixar de bater papo com os amigos depois do 
trabalho; forçando a mulher a se comportar do 
modo que o agrada etc. Pare de se irritar com 
bobagens e entenda, de uma vez por todas, que a 
vida das pessoas pertence a elas, e não a você.
Quanto mais uma pessoa é infeliz, mais ela tenta 
mudar os outros. Quanto mais é incapaz de 
realizar suas metas, mais fica torturando as 
pessoas. Saiba que, se alguém muda, não é porque 
você ficou fazendo a cabeça dele. Mas é porque 
simplesmente chegou a hora. 
Em vez de gastar tempo tentando mudar as 
pessoas, é muito mais proveitoso conversar com 
elas, escutar suas histórias para conhecê-las 
melhor. Você vai se surpreender com a riqueza do 
universo dos outros.
Mas, algumas vezes, aceitar o outro significa 
separar-se dele. Aceitar que seu marido é 
alcoólatra pode significar abandonar esse 
casamento. Aceitar que seu sócio queira tirar 
férias de quatro meses talvez signifique terminar a 
sociedade. Isso pode preservar a amizade de 
vocês. E, principalmente, vai tirar um peso de 
suas costas.
Cuide de seu corpo
A maioria das pessoas não cuida do corpo com o 
mínimo de carinho necessário. Quando somos 
jovens, o poder de recuperação de nosso corpo é 
maravilhoso, mas algumas pessoas aprendem 
nessa época a maltratá-lo e, à medida que o tempo 
passa, não mudam seus hábitos. Por isso, pare de 
ingerir comidas prejudiciais em quantidades 
exageradas, como carne e açúcar, que exigem um 
demasiado trabalho do organismo.
Não beba em excesso, faça exercícios físicos 
regularmente e cuide de seu sono. Procure dormir 
num quarto arejado, com colchão macio.
Nossa mente alimenta nossa psique. Portanto, 
antes de dormir, descarte a leitura da sessão de 
crimes no jornal e filmes violentos e baixo-astrais 
na TV. Mesmo que seu negócio esteja indo de 
vento e polpa, ao ler notícias de falências, sua 
tendência será se preocupar com problemas que 
não existem para você. 
Outra dica fundamental: aprenda a escutar seu 
corpo. É ele quem vai avisar que um amor 
terminou; que não é possível continuar fingindo 
orgasmos; que é chegada a hora de mudar o rumo 
da vida; que vai orientar a escolha do novo 
namorado...
Aliás, você sabia que uma criança, quando está 
com anemia por deficiência de ferro, come terra? 
Intuitivamente, ela sabe o que seu organismo 
necessita. Essa consciência permite que encontre 
uma solução para uma dificuldade. Infelizmente, 
com o passar do tempo, as pessoas param de 
escutar o corpo e se afastaram de si mesmas. Por 
isso, é importante arranjar tempo, todos os dias, 
para sentir seu corpo, observar suas sensações. É 
o caminho mais fácil para fazer o que você 
precisa e deseja. 
Alimente bem sua alma
“Diz-me com quem andas que te direi quem és”. 
Lembra desse ditado tão repetido em nossa 
infância? Ele continua válido. Conversar com 
pessoas motivadas faz nossa alma ficar mais feliz 
para enfrentar os desafios. Andar com gente 
negativista, que nos puxa para baixo, é um atraso 
de vida.
Existem pessoas que secam plantas, como espada-
de-são-jorge, arruda e comigo-ninguém-pode, só 
com o olhar. E, quando chegam perto de um 
grupo, fazem as pessoas começar a chorar por 
causa de tantas desgraças que contam. Na 
verdade, elas não querem amigos, mas 
testemunhas de seu martírio. Quanto mais você 
chorar, mais ficarão alegres. É uma gangorra: 
quando você desce, ela sobe; e vice-versa. 
Certamente, todos nós, em algum momento, 
vamos ter problemas, e desabafar com um amigo 
é o melhor remédio que existe. Mas uma coisa é 
falar sobre um problema para encontrar uma 
solução e outra é falar sobre um problema para 
encontrar mais problemas.
Você já percebeu que, quando você e seu marido 
vão almoçar com um casal que está brigando, 
vocês saem de lá irritados um com o outro? 
Quando você escuta notícias de violência sexual, 
fica angustiado com os amigos de sua filha? 
Quando assiste a uma missa, tem a tendência de 
perdoar as pessoas que o magoaram?
Leia livros inspiradores, assista filmes que 
alimentem sua alma e, principalmente, tenha 
amigos campeões. Escolha-os com o cuidado de 
quem seleciona o nome para um filho. Eles vão 
definir seu estado de espírito.
Viva o presente 
O único momento para ser feliz é o presente. 
Quem vive no passado, em geral está cheio de 
culpa e ressentimentos. Passa o tempo todo se 
perguntando o que teria acontecido se tivesse 
feito diferente. A única resposta é ninguém sabe! 
É impossível saber.
Nossas decisões do passado foram as melhores 
que tivemos condições de tomar. Se não deram 
certo, paciência, precisamos assumir as 
conseqüências e tocar a vida. O passado pertence 
à história. Já quem vive no futuro lota a cabeça de 
preocupações que, na maioria das vezes, são 
inúteis e servem apenas para encher o coração de 
medo. O futuro é uma miragem.
Vou contar mais uma bela história do Jack Welch, 
ex-presidente da General Electric. Um dia ele 
convocou seus assistentes e perguntou:
- Alguém de vocês previu a crise da Ásia?
Todos se entreolharam e responderam:
- Não, Jack!
Ele, então, completou:
- Eu também não! As encrencas, cada vez mais, 
vêm de lugares que não esperamos. Então. Por 
favor,tenham agilidade e flexibilidade para 
acertar o rumo do barco quando alguma crise 
exigir uma mudança de nossa empresa.
Viva o presente aprendendo as lições do passado 
e observando o futuro, mas sabendo que a vida 
acontece neste exato instante. Muitos 
profissionais destroem suas vidas por não viver o 
momento. Quando estão com os filhos, pensam 
nos problemas do trabalho; quando estão na 
empresa, sente-se culpados por não estar com os 
filhos. O único momento para ser feliz é agora. O 
único lugar para ser feliz é aqui.
Arrume tempo para a família
Sem dúvida, a coisa mais importante para sermos 
felizes é nossa família. Quando a morte chegar, se 
você se arrepender de algo, tenho certeza de que 
não vai ser de nada ligado ao dinheiro. Vai ser de 
coisas muito simples, como amor, filhos, irmãos, 
pais, amigos etc.
Alguém, certa vez, me disse que felicidade é algo 
que não se constrói em casa, o sucesso é feito na 
rua. Isso não é uma verdade absoluta, pois uma 
família saudável é um maravilhoso estímulo para 
o sucesso, e o trabalho, é claro, pode ser uma 
imensa fonte de felicidade. Mas brincar com os 
filhos, acompanhar seu crescimento, participar da 
conquista da nova casa com seu cônjuge e ter um 
amigo são fundamentais para a vida valer a pena.
Por mais que esteja sobrecarregado de tarefas, 
arrume um tempo para a família. Não importa em 
que país do mundo você esteja, dê um jeito de 
entrar em contato com as pessoas que ama. É a 
melhor maneira de manter o coração aquecido.
Espiritualize-se
Eu respeito as pessoas que não acreditam em 
Deus e admiro sua capacidade de encontrar a paz 
interior, mas, para mim, o melhor alimento para o 
espírito é sempre criar um espaço para conversar 
com Deus. O mundo material é como a luz de 
néon: brilhante, porém vazio.
Às vezes, estou sob pressão para escrever um 
artigo para uma revista, o prazo vencendo, o 
editor cobrando, e nada! Tudo o que faço para 
melhorar o texto só faz piorar. Em vez de lutar 
comigo mesmo, me dou conta de que é hora de 
acender um incenso, colocar uma música legal e 
ir para frente do oratório abrir o coração para 
receber uma idéia do Mestre.
Naqueles momentos em que a vida está difícil, 
um problema acontecendo em seguida do outro, 
parece que não existe saída para seu drama. Se 
nem mesmo as conversas com os amigos estão 
ajudando, é hora de entrar numa igreja, sinagoga, 
seja qual for seu credo, e fazer algumas orações. 
Humildemente, ajoelhe-se e peça ajuda a um Ser 
superior.
Eu ainda mantenho o hábito que desenvolvi no 
tempo de catecismo de orar pelas manhãs e ao 
deitar. Principalmente para agradecer tantas 
coisas boas que recebi durante o dia. Neste 
mundo de competição, em que as angústias se 
ampliam à velocidade da luz, precisamos ter um 
reservatório de luz para não sermos mais um na 
multidão dos desesperados. 
Seja generoso com você mesmo
Ninguém é perfeito! Errar faz parte da vida. 
Enquanto estamos nessa viagem, a aprendizagem 
deve ser constante. Por isso, quando errar, seja 
generoso com você mesmo. Talvez seu resultado 
não tenha sido tão bom quanto poderia, você não 
tenha sido tão compreensivo quanto gostaria ou 
não tenha feito o trabalho à altura de sua 
capacidade. Mesmo assim, lembre-se: o amanhã 
vai ser melhor se parar de se torturar.
Você é uma pessoa honesta e digna. Quando tiver 
feito uma bobagem, em vez de se culpar, vá tomar 
um sorvete, telefone para um amigo alto-astral, 
olhe o sol e deixe a tensão ir embora aos poucos. 
Aconteça o que acontecer, tenha em mente que 
você procurou fazer o melhor e que da próxima 
vez vai aceitar. Você é seu amigo mais 
importante.
PARTE 4
Estar próximo de seus filhos deve ser uma de 
suas metas!
Temos que pensar que ter pouco tempo não é igual a não ter tempo. Não podemos nos esquecer de 
que a qualidade do tempo destinado às crianças é mais importante do que a quantidade.
oje em dia, a maioria dos 
executivos reclama que, devido ao 
excesso de trabalho, não 
acompanha o crescimento dos 
filhos. Muita gente faz hora extra e 
acaba chegando em casa somente depois que os 
filhos já foram dormir. Parece que o único tempo 
disponível é o final de semana. O pior é que, com o 
aumento da separação dos casais, o encontro entre 
os pais e as crianças ficou ainda mais escasso. Por 
tudo isso, os pais acabam carregando uma culpa 
enorme por não estarem presentes nos momentos 
em que os filhos mais precisam.
H
Temos que pensar que ter pouco tempo não é 
igual a não ter tempo. Se você utilizar bem suas 
horas livres, criará um relacionamento construtivo 
com seus filhos. Não podemos nos esquecer de 
que a qualidade do tempo destinado às crianças é 
mais importante do que a quantidade. De nada 
adianta ficar em casa se você dedicar seu tempo a 
assistir novela, jogo ou noticiário, e deixar seus 
filhos de lado, implorando por atenção. O 
importante é aproveitar o pouco tempo de que 
dispõe, de modo a tirar seu máximo proveito. 
No final da semana, por exemplo, separe pelo 
menos 3 horas para você e seus filhos saírem 
juntos e colocarem as fofocas em dia. Uma 
convivência prazerosa é o grande segredo para o 
crescimento do respeito mútuo.
Outro fator essencial para o relacionamento é 
perceber que você precisa estar com seus filhos 
para ser mais competente. Não são só seus filhos 
que precisam de você. Você também precisa 
deles. O tempo que passam juntos serve para você 
respirar e recarregar as baterias. É um momento 
para semear dentro de você uma nova energia, 
uma nova maneira de enxergar a vida.
O problema é que a preocupação em deixar uma 
boa herança material para os filhos transforma 
muitos pais em viciados em trabalho. Não é assim 
que deve funcionar. A melhor herança para os 
filhos é a certeza de que são amados ou foram 
amados pelos pais. Essa sensação não é 
transmitida com presentes, mas com olhares 
cúmplices, com um ombro amigo nos momentos 
de dor ou com frases do tipo: “filho, eu adoro ser 
seu pai”; “tenho orgulho de você”; “obrigado 
pelas coisas que você me ensina”. Sem dúvida, 
assim seus filhos vão se sentir especiais.
Claro que expressar sentimentos não é tarefa das 
mais fáceis para muitas pessoas. Alguns pais têm 
muita dificuldade em dar carinho aos filhos, mas 
nunca é tarde para começar. Pode ser aos poucos, 
mas é preciso começar de alguma forma. É assim 
que as coisas tendem a acontecer, não se pode ser 
imediatista. As flores e os frutos desabrocham o 
tempo certo, não adianta querer pular etapas e 
processos.
Você pode lançar mão de inúmeras artimanhas 
para incrementar o relacionamento com seus 
filhos, mas selecionei quatro dicas que considero 
essenciais:
1. Entenda que cada filho é um ser 
único
Respeite as características e necessidades de cada 
filho. Se você tem dois filhos, procure sair com 
eles em dias distintos, reservando um espaço para 
cada um. É claro que alguns programas devem 
reunir a família inteira, mas é importante existir 
um momento em que seu filho se sinta especial. 
Para que ele possa reclamar da professora, se 
queixar da matéria que tem mais dificuldade, 
comentar sobre um amigo, contar uma façanha 
que ele tenha protagonizado etc.
2. Dedique tempo também para o 
filho que está se dando bem na 
vida
A maior parte dos pais tem a tendência de dar 
toda a atenção para aquele filho que está com 
dificuldades na escola, para o que está doente, 
para o que terminou o namoro etc. De imediato, o 
outro, que está indo bem, percebe que não há 
vantagem nenhumaem ser um estudante ou uma 
pessoa responsável. Cedo ou tarde, ele começará 
a criar problemas em troca de sua atenção.
3. Mantenha presença marcante na 
vida de seus filhos 
Apesar da falta de tempo, não deixe tudo para o 
final de semana. Isso serve principalmente para os 
pais que são separados. Mesmo que, lá pelas 7 da 
noite, você ainda esteja trabalhando, telefone 
perguntando como foi o dia das crianças. Conte 
também sobre seu cotidiano. Seus filhos devem 
ter curiosidade em saber o que você faz quando 
está longe deles.
Se estiver viajando, mande um cartão postal e 
escreva algo sobre uma lembrança específica de 
vocês. Não deixe de colocar na sua mesa uma 
foto da família. Outro lugar para uma foto só de 
vocês é o quarto deles, simbologia máxima do 
universo em que vivem.
4. Tenha uma boa equipe de 
trabalho
Para que você tenha tempo para seus filhos, é 
importante mudar sua maneira de trabalhar, 
mantendo uma equipe boa abaixo de você, 
delegando tarefas e abrindo mão do controle. Há 
uns cinco anos, as pessoas ainda eram muito 
centralizadoras: não delegavam informações nem 
decisões de nenhum tipo. Por conta disso, muita 
gente acabava se sobrecarregando.
Cada vez mais, sua carreira está ligada 
intrinsecamente à capacidade de ter uma equipe 
que assuma responsabilidades. Não contrate 
puxa-sacos e sim gente competente, que queira 
crescer e ser valorizada. Em troca, eles o ajudarão 
a chegar ao topo com menos trabalho e menos 
preocupação.
Uma palavra final para os pais que tem filhos 
problemáticos. Talvez seu filho não queira 
estudar e você esteja aí enchendo a paciência 
dele. Lembre-se: seus filhos tomam você como 
modelo. É um constrangedor imaginar que pais 
que nunca abriram um livro e nunca fizeram um 
curso exijam isso dos filhos. O mesmo ocorre 
com as mães que estão acomodadas, morrendo de 
medo de sair do emprego em que são 
desvalorizadas, e buzinam o dia inteiro no ouvido 
de suas filhas que elas têm de ter autonomia e 
coragem de ousar.
Seus filhos estão vendo você o tempo todo. Por 
isso, é interessante trazê-los para sua vida. Se 
você está se formando num curso, convide-os 
para assistir à cerimônia. Eles precisam notar que, 
mesmo aos 40, 50 anos, você continua estudando 
e ousando aprender coisas novas. Isso será um 
estímulo para eles.
Quando era criança, eu e meus amigos tínhamos 
muito orgulho de nossos pais. E dizíamos aquela 
frase clássica:
- Quando crescer, quero ser igual a eles.
Hoje, a juventude não tem mais orgulho dos pais. 
A maioria vê dentro de casa pessoas acomodadas, 
paralisadas pelo medo de enfrentar novos 
desafios.
O resultado é que figuras de caráter duvidoso 
acabam se transformando em ídolos. Para evitar 
que isso aconteça, esforce-se para ser o ídolo de 
seus filhos. Claro que você só vai construir essa 
façanha no dia-a-dia: mostrando que está disposto 
a aprender junto com seus filhos. É melhor você 
cuidar bem deles antes que eles saiam atrás de 
outros pais.
CASO
Irmã Dulce: o “anjo bom” da Bahia
Uma vida toda dedicada ao bem-estar das comunidades carentes de Salvador, Bahia, 
fez dessa religiosa brasileira, indicada ao Prêmio Nobel da Paz, um exemplo de boa 
vontade, perseverança, humildade, luta e fidelidade a seus ideais.
ostumo dizer que as pessoas são 
realmente felizes quando estão em 
perfeita sintonia com sua essência. 
Isso parece senso comum, todo 
mundo finge que realmente sabe do 
que se trata, mas são poucos os que buscam, nas 
ações do dia-a-dia, eco em seu coração. 
C
No mundo globalizado, em que as palavras de 
ordem são competitividade e competência, temos 
que estar atentos para não perdermos o sentido de 
nossa viagem à Terra. Pessoas que mantém o 
amor em tudo o que fazem são estrelas que nos 
guiam nesse mar de desafios. Por isso, é 
importante sempre olhar para os exemplos que 
nos estimulam a ser pessoas melhores. 
Para mim, Irmã Dulce, um anjo que viveu em 
Salvador cuidando dos necessitados, é uma 
permanente força de inspiração. Sua dedicação a 
toda uma população nos lembra que viver é estar 
atento ao mundo. Mesmo quando seu corpo 
estava fragilizado pela doença, ela continuou 
trabalhando por causa do amor que sentia pelos 
mais pobres.
Segundo Monsenhor Luna, seis pontos resumem 
suas ações ao longo de seus 77 anos de vida: 
persistência; eterna capacidade de sonhar; 
confiança ilimitada na Providência Divina; 
coragem de partir para a luta; humildade; e, por 
fim, fidelidade a Cristo, à Igreja e à vida religiosa.
Crenças à parte, estamos falando aqui em 
respeitar vocações. Foi esse respeito que permeou 
toda a vida de Maria Rita de Sousa Brito Lopes, 
nascida em 26 de maio de 1914, em Salvador, 
Bahia, segunda filha de um casal que teve 
diversos filhos. Já aos 13 anos ela atendia pessoas 
carentes em sua casa, época em que manifestou a 
vontade de entrar para um convento.
Depois de se diplomar professora pela Escola 
Normal da Bahia, ingressou, em 1933, na 
Congregação das Irmãs Missionárias da 
Imaculada Conceição da Mãe de Deus, do 
Convento de São Cristóvão, em Sergipe. Daí para 
tomar os votos de profissão de fé religiosa, que a 
fariam freira, foi pouco mais de um ano. Em 
homenagem à mãe, recebeu o nome de Irmã 
Dulce – e, desde então até a morte, mergulhou no 
que acreditava ser sua missão: ajudar o próximo.
Às vezes, pode até parecer que nossos ídolos não 
tem dúvidas. Ledo engano. Em 1935, Irmã Dulce 
tentou lecionar Geografia no Colégio Santa 
Bernadete do Convento da Penha, em Salvador, 
mas concluiu que essa não era sua vocação. 
Estava aberto o caminho para ganhar as ruas e se 
dedicar ao trabalho social. No mesmo ano, a 
pequena mulher fundou a União Operária São 
Francisco, classificada como o primeiro 
movimento cristão operário de Salvador. 
A palavra união, aliás, esteve sempre presente em 
sua trajetória. Por meio de doações, ela fundou 
várias entidades voltadas para os menos 
favorecidos. Foi assim que, em 1937, criou o 
círculo operário da Bahia, mantido com a ajuda 
de três cinemas criados por ela, e também o 
Colégio Santo Antônio, escola pública para 
operários e seus filhos, no bairro da 
Massaranduba.
No mesmo período, irmã Dulce começou a 
abrigar seus doentes em casas arrombadas no 
Mercado do Peixe, nos Arcos do Bonfim, até 
encontrar uma saída para o problema no 
Convento das Irmãs missionárias da Imaculada 
Conceição. Irmã Dulce transformou um velho 
galinheiro do convento num albergue! Essa foi 
uma semente que fez surgir mais tarde o Albergue 
Santo Antônio, com 150 leitos.
Já se podia verificar a envergadura de sua atuação 
com a criação, em 1959, da Associação Obras 
Sociais Irmã Dulce, fundação de caráter 
filantrópico que reunia um albergue, um asilo de 
velhos e um centro educacional para menores 
desamparados. 
Então com 45 anos, Irmã Dulce ainda teve fôlego 
para fazer o bem e servir de farol para os que não 
acreditavam, não lutavam e não sonhavam. 
Posteriormente, entre outras obras, foram criados 
o Centro de Reabilitação e Prevenção de 
Deficientes e a Unidade Médico-Social. O 
reconhecimento de seu trabalho foi inevitável. Em 
1980, ela teve seu primeiro encontro com o Papa 
João Paulo II e, em 1988, foi indicada para o 
Prêmio Nobel da Paz, que projetou seu trabalho 
internacionalmente.
Em 1990, sua saúde começou a dar sinal de alerta 
e, depois de dezesseis meses de internação, 
alternadas por períodos de trabalho,em 13 de 
março de 1992, Irmã Dulce faleceu no Convento 
de Santo Antônio. Como lembra o cantor e 
compositor Padre Antônio Maria, Irmã Dulce não 
gostava quando diziam: “a sua obra...” Ela logo 
corrigia: 
- A obra não é minha, é de Deus.
O povo de Salvador vai sentir saudade da 
incansável Irmã Dulce por toda a eternidade, 
embora o trabalho preconizado por ela continue a 
ser feito por seus seguidores. Desde sua morte, 
foram criados um laboratório, um centro de 
bioimagem e um centro de tratamento para 
alcoólatras. Na missa relativa ao sexto aniversário 
de sua morte, em 1998, foi entregue a Dom Lucas 
Moreira Neves uma justa petição para a abertura 
do processo de beatificação de Irmã Dulce, para 
sempre conhecida como o “anjo bom” da Bahia.
Quando falamos dos campeões, é importante 
deixar claro que o verdadeiro campeão não é 
quem tem roupas caras, carros importados, 
apartamento na praia etc. O campeão é aquele que 
trabalha o dia inteiro na empresa, chega em casa e 
cuida da família e, quando coloca a cabeça no 
travesseiro, cansado, o Criador entra em seu 
quarto, põe a mão em sua testa e diz:
- Obrigado, meu filho, por continuar minha 
criação.
Irmã Dulce foi uma das maiores campeãs que 
nosso país já produziu. A riqueza que ela 
construiu ficará para sempre guardada nos 
corações dos milhares de pessoas que ela ajudou.
ARTIGO 
A fórmula para ser feliz
Ken é um amigo especial, porque tem como objetivo de vida fazer as pessoas desenvolverem a paz 
interior.
Roberto Shinyashiki
A felicidade e suas conseqüências em termos de sucesso prático são resultados do 
alinhamento do potencial do seres humanos com suas metas.
Por Ken O'Donnell*
o final das contas e, apesar dos 
acontecimentos, o que queremos da 
vida? Nas minhas muitas viagens 
pelo mundo, já fiz essa pergunta para 
grupos diversos –índios do planalto 
boliviano, cientistas gregos, donas de casa 
americanas, operários de uma fábrica de cimento no 
sul da Índia e um grupo de policiais de Soweto, na 
África do Sul, que acabara de perder um colega 
baleado num tiroteio. Quase todos, 
independentemente de raça, cultura, nação, religião, 
profissão e circunstâncias, responderam que 
queriam ser felizes. Essa é a meta mais consistente 
do ser humano.
N
Certa vez, em Washington, tive uma percepção 
profunda sobre a natureza da felicidade ao 
conduzir um programa sobre valores humanos 
numa das maiores empresas do setor 
farmacêutico. Passei três dias explorando os três 
valores previamente estabelecidos – cooperação, 
liderança e serviço –, junto com setenta pessoas 
da equipe principal de recursos humanos. Ficou 
claro, desde o início, que a compreensão sobre os 
mecanismos desse trio nobre estava num plano 
bastante superficial.
Como é comum, um grupo pequeno havia se 
reunido com alguns consultores externos para 
definir esses valores. Produziram todo tipo de 
bugiganga com essas três virtudes impressas – 
pôsteres, camisetas, cadernos, canetas e até os 
copos usados para servir os refrigerantes. É 
incrível que a direção de uma empresa de tão 
grande porte esperasse que a mera definição e a 
impressão dos valores fariam com que as pessoas 
automaticamente fossem líderes cooperativos, 
servindo de forma consistente a seus clientes 
internos e externos. Em inglês, chamamos esse 
enômeno de spray and pray. Difundimos as idéias 
e rezamos para que dêem certo.
Empresas e icebergs
Fazer uma analogia entre uma empresa e um 
iceberg nos ajuda a entender o que acontece 
quando os planos são uma coisa e o resultado é 
outra. Em um iceberg, a parte visível corresponde 
a 10% e correspondem, na empresa, à sua missão, 
visão e metas. Os 90% que ficam debaixo d'água 
representam medos, hábitos, crenças, sentimentos 
e valores das pessoas.
Se o vento que sopra na superfície vai para o 
norte e as correntes do mar se dirigem para o sul, 
o iceberg segue para o sul, apesar do esforço do 
vento. Esse exemplo vale tanto para uma 
organização como para o indivíduo. A felicidade 
e suas conseqüências em termos de sucesso 
prático são resultados do alinhamento da parte de 
cima, visível, com a parte de baixo, invisível.
Num outro programa semelhante, realizado num 
grande banco brasileiro, um alto executivo me 
disse que estava com dificuldade em equilibrar a 
vida profissional e a familiar com seu 
desenvolvimento como ser humano. Para muitos, 
os malabarismos diários entre esses três fatores os 
deixam exaustos e sem preenchimento. No 
começo do dia, entramos num "carrossel" de 
pensamentos, palavras e ações que nos despeja na 
cama 18 horas depois zonzos e esgotados, para 
acordar no dia seguinte para mais uma rodada.
A resposta das duas situações citadas acima está 
em entender dois aspectos fundamentais: a 
identidade profunda do ser e o senso claro de 
propósito. Se não identificamos quem somos, não 
sabemos o que fazemos. Se não sabemos o que 
queremos fazer, não faremos nada de substancial.
Aquele que se identifica com os papéis que 
desempenha no trabalho, na rua ou em casa 
fatalmente acaba passando a vida num “carrossel” 
de cenas, situações e transações. Cresce, 
amadurece, definha e morre sem sair dele. Pior, 
nem percebe que a vida poderia ser diferente. 
Aquele que só se identifica com os sucessos 
externos – na vida ou no trabalho – se condena a 
passar pela tristeza dos fracassos também.
Platão dizia que “a sabedoria é um exercício de 
constante autodefinição”. Assim, nos 
perguntamos, o que é o ator por trás dos papéis e 
ações que realiza no palco do mundo? O que é 
que dá vida à nossa vida?
Como no iceberg, os papéis e seus resultados são 
a parte visível. O que nos move realmente é a 
parte interna e profunda. Se Kasparov conseguiu 
usar apenas 10% do seu potencial intelectual para 
tentar derrotar o computador no xadrez, quer 
dizer que 90% estavam num estado latente. Nós, 
que não somos nenhum Kasparov, utilizamos 
cerca de 3% a 4% de nosso potencial intelectual, 
deixando o resto no seu estado inato, sem falar 
dos potenciais emocional e espiritual.
O desafio de qualquer ser humano é “dês”-cobrir 
ou “des”-envolver seu potencial latente. Por causa 
do rush das atividades na parte visível do iceberg, 
não damos a atenção devida à mina de qualidades 
e poderes que carregamos dentro de nós. Quem se 
identifica com seu lado mais profundo encontra 
lastro para agüentar os mares altos. As ondas 
podem ser fortes, mas esse indivíduo não afunda.
Minha decalcomania para este ano de tantas crises 
é “Apesar de...” Apesar dos obstáculos e 
problemas, eu tenho dentro de mim tudo o que 
preciso para vence-Ias. Não tenho de equilibrar 
ou conciliar nada com nada, porque eu sou a 
mesma pessoa de dentro para fora – apesar dos 
diversos papéis e atividades profissionais, 
familiares e sociais. Essa autenticidade me poupa 
de muitos pensamentos inúteis e negativos que 
acabam sendo os verdadeiros ladrões da minha 
felicidade.
Uma vez me pediram para ajudar 300 pessoas da 
área de compras de uma grande fabricante de 
automóveis no Brasil a lidar com seu estresse. 
Nessa indústria específica, há muitas pressões que 
tendem a se intensificar com a chegada dos novos 
fabricantes no mercado. Eu disse que, embora as 
pressões reais fossem piorar, a única saída seria 
aprender a diminuir as pressões irreais que 
criamos internamente com o excesso de 
pensamentos inúteis e negativos.
Estes geram tal estado de confusão e peso que não 
temos a clareza suficiente para tomar decisõescorretas. “Por que ele fez isso comigo?” “Como 
vou sair desta?” “Onde tudo vai terminar?” A 
lista enorme de perguntas e possíveis respostas 
nos rouba a energia que deveríamos estar usando 
para resolver os problemas.
A felicidade é o prêmio para aquele que tem a 
clareza de saber quem é e o que quer. Sem um 
propósito pessoal, a vida roda como uma 
mangueira solta. O indivíduo tem grande vontade 
e potencial para fazer algo, mas não sabe o quê, e 
a vida passa numa espécie de hemorragia 
existencial. Saber o que quer e querer o que 
reconhece como correto e verdadeiro é a fórmula 
para ser feliz. A felicidade tem exatamente o 
mesmo tamanho do potencial interno realizado na 
vida prática.
*Ken O'Donnell, australiano radicado no Brasil, é 
consultor de empresas nas áreas de planejamento 
estratégico, desenvolvimento organizacional e pessoal. 
Autor de livros publicados em diversas línguas. 
Coordenador para a América do Sul da Organização 
Brahma Kumaris, uma ONG com status consultivo geral na 
ONU e no Unicef.
PERFIL DO AUTOR
Tudo ao mesmo tempo agora
oberto Shinyashiki é uma figura 
ímpar. Além de ser um dos 
palestrantes mais requisitados do 
país, ocupa uma posição privilegiada 
no competitivo mercado editorial 
brasileiro. Hoje, é um dos autores de maior sucesso, 
batendo a marca dos 6,5 milhões de exemplares 
vendidos. Preside duas empresas: a Editora Gente e 
o Instituto Gente.
R
Em 1998, 1999, 2000 e 2001 a editora marcou 
pontos preciosos conquistando quatro vezes o 
cobiçado prêmio Top of Mind, concedido aos 
melhores profissionais de Recursos Humanos, na 
categoria de livros de gestão empresarial. Assim 
como a editora, que visa o aprimoramento do 
conhecimento humano, o Instituto Gente também 
tem uma missão bastante desafiadora.
O próprio Roberto o define como um “centro de 
estudos voltado para a realização de palestras e 
seminários para criar um Brasil mais forte, por 
meio de empresas campeãs”. Todos os dias, ele 
recebe dezenas de solicitações de entrevistas e 
artigos para diversos veículos de comunicação.
Tudo isso já seria suficiente para lotar sua agenda, 
mas Roberto ainda encontra tempo para correr 8 
quilômetros três vezes por semana, namorar sua 
esposa, Cláudia, e “corujar” as peripécias de seus 
cinco filhos. Uns, ele busca na escola, outros 
passam o dia com ele na empresa, outros o 
seqüestram no final de semana para alguns 
passeios. Assim, vai ganhando forma na prática e 
teoria da felicidade que tanto divulga em seus 
livros.
Agitação é, com certeza, o substantivo mais 
adequado para definir a vida de Roberto. Está 
sempre delegando tarefas, resolvendo problemas 
e correndo de um lugar para o outro, coordenando 
seus horários entre um aeroporto e uma palestra. 
Viajar não é empecilho para realizar suas tarefas 
rotineiras. Munido com seu laptop e celular, ele 
telefona, manda e-mails, apodera-se do fax do 
hotel, tudo o que for preciso para checar se suas 
empresas estão caminhando bem. Como não gosta 
de esperar, não deixa nada para amanhã. É a 
polivalência que tanto prega em exemplo 
máximo.
Depois das palestras, é capaz ainda de dar 
entrevistas e ler, ler muito, os mais variados 
assuntos fazem parte de seu menu literário. E 
lembra de praticamente tudo. Além disso, tem 
imenso prazer em estudar e fazer cursos. “Seu 
diferencial é entender de temas que vão desde 
meditação até economia”, diz Anderson, seu 
assessor direto.
Para muitos, o segredo de seu sucesso está na 
maneira clara e simples com que expõe suas 
idéias sobre a vida pessoal e profissional. Assim 
como suas palestras, seus textos primam pela 
leveza e informalidade, como se fossem uma 
conversa com o leitor, característica que preserva 
desde a época em que atuava como psiquiatra.
Perfeccionista crônico, não chega a ser um 
workaholic. Mas, para estar junto dele, é preciso 
entrar no seu ritmo. Veloz e inquieto, contagia 
todos ao seu redor. Certa vez, disse que a única 
coisa que fazia devagar era voar. Brincadeiras à 
parte, Roberto sabe que a velocidade imprime 
uma marca muito especial a seu trabalho: a 
capacidade de realizar. Mesmo que custe tempo 
ou que tenha de passar noites em claro.
Roberto tem uma percepção aguçada em relação 
ao público de suas palestras. Sabe exatamente o 
que as pessoas querem ouvir e sempre encontra a 
melhor maneira de passar suas mensagens. 
Consegue mesurar, num relance, como está a 
aceitação da platéia em suas colocações e o que 
ela espera daquele encontro.
Para Lúcia Speretta, amiga de Roberto e ex-
gerente de produção da Editora Gente, Roberto 
sabe como incentivar sua equipe de trabalho 
primeiro porque conseguiu conquistar a 
admiração de seus funcionários, que o tomam 
como modelo. “Roberto faz a gente desenvolver 
nosso lado profissional. Eu o tenho como 
exemplo. Tanto no âmbito profissional como 
pessoal, sua visão acrescentou muito à minha 
vida”, completa.
Segundo porque não deixa ninguém dentro da 
empresas sem retorno de seu trabalho. “Se gostou 
de sua atuação, ele elogia. Se achou que você não 
cumpriu seu papel, não hesita em dizer”, afirma 
Cláudia. Mas visão de longo alcance não se 
restringe ao trabalho. Ele consegue ver de longe 
quando algo não vai bem com alguém na vida 
pessoal também. E quando pergunta, não precisa 
de muitas explicações, já captou no ar o que está 
acontecendo. Suas análises geralmente se 
confirmam.
Alguns amigos o admiram, mas, ao mesmo 
tempo, não o compreendem muito bem. “Para 
mim ele tem alguma coisa especial, inexplicável... 
Senão, como é que ele consegue tanta energia!?”, 
questiona Antônio de Pádua. Se você quiser 
conhecer melhor Roberto Shinyashiki, leia seus 
livros.
O primeiro, A Carícia Essencial, foi lançado em 
1985. Sucesso instantâneo, o livro analisa os 
caminhos que as pessoas utilizam para 
demonstrar amor e outros sentimentos e aborda a 
necessidade que o ser humano tem de dar e 
receber carícias. Está em sua 162a edição e foi 
incluído na bibliografia de cursos de pós-
graduação na área de psicologia. É adotado como 
referência por diversos consultores empresariais.
Bem, daí em diante Roberto não parou mais de 
escrever. O segundo livro, Amar Pode Dar Certo, 
de 1988, escrito em parceria com Eliana 
Bittencourt Dumêt, expõe uma visão altamente 
positiva do relacionamento a dois, defendendo a 
dissociação do binômio amor/dor, tão presente em 
nossa cultura. Está em sua 153 a edição.
Em 1990, ele publicou Mistérios do Coração, 
escrito em forma de uma carta de um homem para 
sua ex-esposa, contando suas experiências e 
vivências do casamento. Mostra a busca do amor 
sob a ótica masculina, normalmente pouco 
explorada.
Para compartilhar sua idéia de que a convivência 
familiar pode ser uma experiência maravilhosa, 
em 1992, lançou Pais e Filhos – Companheiros 
de Viagem. Já em Sem Medo de Vencer, de 1993, 
Roberto aborda pela primeira vez o tema sucesso, 
seja ele no amor, na espiritualidade ou no campo 
profissional. A partir de um trabalho comparativo 
entre o mito grego de Sísifo e os dias atuais, ele 
instiga o leitor a superar vícios e bloqueios que 
impedem sua realização pessoal.
Em 1995, Roberto mostra as transformações do 
mundo dos negócios e propõe caminhos e opções 
em A Revolução dos Campeões. Para abordar a 
importância da felicidade na vida do ser humano 
e contestar a ambição desmedida, que elimina o 
que realmente é importante na vida, escreve O 
sucessoé Ser Feliz, publicado em 1997.
Em 2000, Roberto lança Os Donos do Futuro, 
um livro direcionado à carreira, em que fala das 
atitudes que o profissional deve ter para atender 
às necessidades das empresas num mundo em 
constante evolução. 
Já em 2001, apresenta caminhos que ajudam o 
leitor a construir uma carreira de sucesso e uma 
vida plena em Você: a alma do negócio. Nesse 
caso, aborda questões como o verdadeiro valor do 
dinheiro, a diferença entre ambição e ganância, a 
vocação profissional, o perfil empreendedor, o 
entusiasmo, o amor ao próximo, a solidariedade e 
a espiritualidade. 
O 13o livro do autor, O Poder da Solução, chega 
às livrarias em 2003, com a missão de ajudar o 
leitor a identificar seus problemas, sugerindo 
estratégias para resolvê-los. 
Em 2005, Roberto lança Heróis de Verdade, 
criticando a cultura da imagem e das celebridades 
que prevalece nos dias de hoje e reforçando a 
força dos valores morais dos heróis anônimos.
Em 2006, foi a vez de Tudo ou Nada, um livro 
para quem deseja construir sua história do jeito 
que sempre sonhou, mas nunca realizou...
Walter Arruda
PARA REFLETIR
O diabo manda de volta
erta vez, perguntei para um de meus 
mestres na Índia:C
- Porque existem pessoas que saem facilmente 
dos problemas mais complicados, enquanto outras 
sofrem por problemas muito pequenos e morrem 
afogadas num copo de água?
Ele simplesmente sorriu e me contou essa 
história.
Um sujeito viveu amorosamente toda sua vida. 
Quando morreu, todo mundo lhe falou para ir ao 
céu, um homem tão bondoso quanto ele somente 
poderia ir para o Paraíso. Ir para o céu não era tão 
importante para aquele homem, mas mesmo 
assim ele foi até lá.
Naquela época, o céu não havia ainda passado por 
um programa de qualidade total. A recepção não 
funcionava muito bem. A moça que o recebeu deu 
uma olhada rápida nas fichas em cima do balcão 
e, como não viu o nome dele na lista, lhe orientou 
para ir ao Inferno.
E o Inferno você sabe como é. Ninguém exige 
crachá nem convite, qualquer um que chega é 
convidado a entrar. O sujeito entrou lá e foi 
ficando. Alguns dias depois, Lúcifer chegou 
furioso às portas do Paraíso para tomar 
satisfações com São Pedro:
- Você é um canalha. Nunca imaginei que fosse 
capaz de um baixaria como essa. Isso que você 
está fazendo é puro terrorismo!
Sem saber o motivo de tanta raiva, São Pedro 
perguntou, surpreso, do que se tratava. O 
demônio, transtornado, desabafou:
- Você mandou aquele sujeito para o Inferno e ele 
está fazendo a maior bagunça por lá. Ele chegou 
escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, 
conversando com elas. Agora está todo mundo 
dialogando, se abraçando, se beijando. O inferno 
está insuportável, parece um Paraíso!
E fez um apelo:
- Pedro, por favor, pegue aquele sujeito e traga-o 
para cá! 
Quando o mestre terminou de contar essa história, 
olhou-me carinhosamente e disse:
- Roberto, viva com tanto amor no coração que 
se, por engano, você for parar no Inferno, o 
próprio demônio lhe traga de volta ao Paraíso!
É o amor que faz a gente compreender que os 
problemas fazem parte de nossa vida e não 
podemos deixar que eles nos transformem em 
pessoas amarguradas. Crises sempre vão 
acontecer e, às vezes, você não terá escolha a não 
ser enfrentá-las. Sua vida pode estar sensacional 
e, de repente, você descobre que sua mãe está 
com câncer; que a política econômica do governo 
mudou, enfim, infinitas possibilidades de 
encrencas aparecem. 
Ou seja, você não pode escolher as crises, mas 
pode escolher a maneira como enfrentá-las. E, no 
final, quando os problemas forem resolvidos, 
mais do que sentir orgulho por ter encontrado as 
soluções, você terá orgulho de si mesmo.
Foi maravilhoso falar com você nestes dez 
fascículos. Espero encontrá-lo em breve em outro 
texto ou em uma palestra. Mande um e-mail para 
mim, vai ser muito bom saber como as coisas 
estão indo para você. Enquanto isso, lembre-se: o 
universo está esperando para comemorar suas 
vitórias.
O verdadeiro sucesso é ser feliz!
Torço por você.
Com carinho
Roberto Shinyashiki.
AGRADECIMENTOS
Uma conversa final* 
uando você olhou estes textos no site, viu o nome de Roberto Shinyashiki e decidiu lê-los, não 
imaginou quantas pessoas trabalharam para que o material tivesse essa qualidade. Quero agradecer a um 
grupo maravilhoso de profissionais de primeira linha que realizou este projeto, alguns até varando 
madrugadas.
Q
Professores universitários, pesquisadores, consultores, jornalistas, artistas gráficos, fotógrafos, revisores, a equipe 
de redação da Editora Gente, amigos fiéis que leram os textos e fizeram comentários oportunos, meus irmãos do 
Sebrae por nossa eterna parceria, a equipe do Instituto Gente, que coordena minhas atividades, o Renan, que 
resolve os problemas de meu computador e amigos que ajudaram a mandar os e-mails do exterior quando o 
sistema do hotel não funcionava.
Citar todos os nomes seria correr um risco perigoso demais, mas é inevitável a lembrança dos companheiros que 
trabalharam diariamente nos últimos meses neste projeto: Walter Arruda, Silvyan Mifano, Ivana Traversim, 
Carolina, Goymar Dantas, Margarethe, Anderson, Rosely Boschini, Carlos Neves. 
Você não imagina a epopéia que foi produzir este trabalho num curto prazo. São tantas as partes deste quebra-
cabeças, que algumas pessoas nem tiveram contato direto comigo, mas trabalharam com toda a dedicação.
Quero compartilhar o sucesso com todos vocês e, do fundo do coração, agradecer pelas idéias, sugestões e 
críticas que tornaram esta experiência gratificante. Em muitos momentos, eu me senti pressionado, mas nunca 
sozinho. Quando, às vezes, escrevia os textos em outros países, sabia que vocês estavam aqui no Brasil dando a 
maior energia para que eu pudesse me concentrar.
Obrigado por tudo, especialmente pela paciência e compreensão com meu jeito de ser. Quero também agradecer a 
vocês, que têm lido meus livros, participado de meus seminários e distribuído minhas idéias entre seus familiares 
e colegas de trabalho. Vocês são minha eterna fonte de inspiração.
* Observação:
Inicialmente, estes textos foram publicados em formato de fascículos e distribuídos em bancas de jornais em 
2001.

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