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Soluções em tempos de crise - Fasciculo3

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INTRODUÇÃO
Muito além da garra e da força de trabalho
“Tenha um grande respeito pelo seu nome, pois ele permanecerá com você muito mais tempo do que um 
grande suprimento de ouro.”
Euclesiastes
Lutar com consciência e alma não é suficiente para fazer de você um vencedor. É preciso 
desenvolver diferenciais que o tornem alguém imprescindível no mercado
esse fascículo, vamos buscar 
compreender o que é ser um 
profissional especial. Ou seja, aquele 
que define o jogo a favor de seu time. 
Aquele que tem uma marca 
registrada de seu trabalho. 
N
Semelhante ao que acontece na vida de um atleta, 
existem habilidades que garantem a presença de 
um profissional na partida e competências que o 
transformam numa pessoa especial. Preparo 
físico, garra e estado de alerta auxiliam um 
jogador a participar do jogo, mas não são 
suficientes para levá-lo ao pódio. 
Ao observar os atletas que chegam ao pódio, você 
percebe que os campeões têm características fora 
do comum que determinam o sucesso de sua 
trajetória. É sobre essas características que vamos 
conversar.
Se somente a garra definisse o resultado de uma 
partida, os times uruguaios seriam vencedores de 
todos os campeonatos que disputam. Infelizmente 
– para eles, é claro -, a garra tem sido 
acompanhada de habilidades que garantam a 
vitória.
Sem dedicação, é claro que um profissional 
dificilmente vai ter emprego. Por outro lado, se 
ele só tiver garra, vai ficar patinando na carreira.
No mundo moderno, 
apenas trabalhar mais não 
é o bastante para criar o 
diferencial de que um 
vencedor precisa. Já não 
se trata de uma questão de 
vestir a camisa da 
empresa.
Por isso, esse fascículo vai ajudá-lo a descobrir 
quais características realmente podem tornar você 
um profissional especial.
O segredo é se diferenciar
A globalização criou muitos fantasmas, realidades 
e dramas até então desconhecidos. O que mais 
tem chamado minha atenção é o fenômeno que 
alguns analistas denominam “commoditização”.
Commodities, no sentido clássico do termo, são 
produtos sem diferenciação. Soja, alumínio, 
feijão, ferro e petróleo são alguns exemplos. 
Quando você adquire uma commodity, o fator 
determinante na escolha do fornecedor é o preço. 
E é lógico que todos querem pagar o mesmo valor 
por um produto que é igual no mundo inteiro.
O Brasil, por exemplo, antes comprava petróleo 
do Iraque. Com o acordo do Mercosul, passou a 
adquirir da Argentina. Depois, devido ao melhor 
preço, nosso fornecedor passou a ser a Venezuela. 
E atualmente, o País se tornou auto-suficiente em 
petróleo.
No cenário econômico global em que vivemos, a 
velocidade das informações e instantaneidade 
com que a tecnologia avança geram uma pressão 
que pode levar muitas empresas e profissionais a 
se transformem em commodities.
Por exemplo, nas grandes cidades, as pizzarias 
para viagem – um exemplo sempre interessante – 
estão virando commodities. Como a maioria 
desses estabelecimentos faz pizzas sempre iguais, 
o principal atributo para conquistar os 
consumidores acaba sendo o preço.
Com os bancos ocorre um fenômeno parecido. 
Todos eles apresentam serviços semelhantes. Se 
um deles, para se destacar, inventa uma novidade, 
logo os outros estão oferecendo o mesmo serviço. 
Quando os competidores ficam parecidos, começa 
a guerra dos preços.
Na competição em que a preferência do 
fornecedor é adquirida pelo preço, a margem de 
lucro fica muito pequena. Se os custos não forem 
bem administrados, logo a empresa irá à falência. 
O desafio é criar algo 
exclusivo que faça o 
cliente voltar sempre a 
consumir os produtos da 
empresa. 
Algumas pizzarias, por exemplo, para não virar 
commodity, proporcionam vantagens ao 
consumidor: rapidez na entrega, promoções de 
pizza grátis para quem juntar dez cartelinhas, 
massas e recheios incrementados etc.
Com os profissionais não é diferente. Existe uma 
intensa pressão do mercado de trabalho para que 
se tornem commodities. Muita gente oferecendo 
os mesmos serviços, as mesmas habilidades e as 
mesmas competências, sem nada de especial.
Os mesmos gerentes de Recursos Humanos.
Os mesmos professores, com as mesmas aulas.
Os mesmos pediatras, com os mesmos remédios.
Essa mesmice joga a remuneração lá em baixo. 
Hoje, para se ter uma idéia, uma pessoa que perde 
o emprego vai conseguir uma colocação 
ganhando, em média, 30% a menos do que o 
salário anterior.
No meio dessa pasteurização de serviços e 
produtos, a saída para cativar o cliente é agregar 
valor para sua empresa e para você. A boa notícia 
é que, no deserto, um oásis faz uma diferença 
visível e fundamental. Ou seja, o cliente está 
disposto a pagar mais, desde que perceba que está 
adquirindo algo especial.
Vencedores x dinossauros
Nesse mundo de iguais, a existência de 
diferenciais gera uma grande defasagem entre os 
vencedores e os dinossauros. Enquanto os salários 
dos campeões são maravilhosos, os seres pré-
históricos simplesmente lutam para manter o 
emprego.
Se você possui um diferencial que o torna um 
profissional de raras qualidades, não é o preço 
que vai definir sua contração. Quem procura um 
campeão sabe que está empregando alguém capaz 
de decidir o campeonato. E as pessoas que estão 
no pódio reconhecem que merecem cada um dos 
milhões de centavos que cobram, porque são 
incomuns, inesquecíveis e geram lucros para 
quem os contrata.
Um exemplo de um profissional que não é 
commoditie é o do cirurgião plástico Ivo 
Pitanguy. Se você quiser fazer uma cirurgia com 
ele, não dá para pedir desconto na hora de pagar. 
O mestre é mais que uma grife, e já é um presente 
o fato de ele dedicar um tempo a você tendo uma 
agenda tão lotada.
Lembre-se: profissionais especiais têm 
competências e capacidades tão distintas que não 
permitem comparações com os outros. Um 
exemplo: a última turnê dos Rolling Stones no 
Brasil deu prejuízo para os organizadores. Um 
dos empresários reclamou que a banda não 
concedeu nenhum desconto, apesar de estar 
tocando no Brasil. Ora, os Stones não são 
commodities. Eles têm tantos convites na Europa, 
perto de casa, que não faz qualquer sentido viajar 
longas distâncias para fazer shows mais baratos.
Nestes mais de 30 anos em que tenho trabalhado 
com campeões, percebo que não basta ser bom 
nem é suficiente ser ótimo. É preciso estar na 
vanguarda. É preciso estar um passo adiante da 
concorrência. E tem de adorar se aprimorar e 
estudar para poder estar sempre à frente!
O salto qualitativo que você quer dar em sua 
carreira vai depender da capacidade de 
desenvolver habilidades que efetivamente o 
diferenciem das outras pessoas. Mas lembre-se: 
seja alguém especial a cada momento, no jeito de 
pensar, falar ou agir. Faça que cada trabalho que 
você realiza tenha sua assinatura, seu toque 
particular.
Foi um choque para a aristocracia norte-
americana quando Abraham Lincoln tomou posse 
como presidente dos Estados Unidos. Imagine só 
um proletário assumir a liderança do país? Um 
comentário irônico partiu do senador que 
coordenou seu juramento à pátria:
- Vamos ver se o filho de um sapateiro tem 
condições de dirigir nosso país.
Ao que Lincoln respondeu:
- Que bom que o senhor lembrou de meu pai. 
Eu gostaria de ser um presidente tão bom 
quanto meu pai foi um sapateiro. Aliás, estou 
vendo que o senhor está usando um par de 
sapatos que ele fabricou. Eu aprendi a 
consertar sapatos com meu pai e, se algum dia 
os seus apresentarem algum problema, me 
procure que eu os consertarei.
Não importao que você faça, crie sempre algo 
especial, porque é nos detalhes que você deixa 
sua assinatura.
Quer saber quais são as características que 
distinguem os campeões? Bem, eles são velozes, 
polivalentes, têm visão, realizam e entendem de 
gente. A partir de agora, vamos refletir mais 
atentamente sobre essas características.
Boa leitura!
Roberto Shinyashiki
PARTE 1
Velocidade: a diferença entre ganhar e perder 
mercado
“As pessoas comuns preocupam-se apenas em passar o tempo; quem tem um talento para alguma coisa, em 
utilizá-lo.”
Shopenhauer
A capacidade de produção em ambientes de mudança rápidas e intensas é uma exigência 
inquestionável nos dias de hoje. Um campeão sabe disso e não fica esperando as coisas 
acontecerem
elocidade é a capacidade de se 
adiantar às necessidades e aos 
anseios dos clientes e criar soluções 
antes que os concorrentes o façam. 
Uma silenciosa Unidade de Terapia 
Intensiva, por exemplo, pode ser muito mais rápida 
que um pronto-socorro cheio de enfermeiros 
agitados.
V
Velocidade não é ficar correndo como um 
motoboy suicida por entre os carros numa 
avenida congestionada. Rapidez, hoje em dia, 
deve estar fundamentada em processos e 
tecnologia capazes de propiciar respostas em 
tempo recorde.
Alguém parado em frente 
a um computador pode ser 
mais veloz do que o outro 
correndo 
desesperadamente de um 
lado para o outro. A 
velocidade é muito mais 
um conceito do que um 
ritmo de vida.
Você sabe como o McDonald’s mantém as 
batatas sempre fresquinhas? Eles fazem 
estatísticas para identificar a quantidade provável 
de batatas que vai ser vendida a cada hora. Assim, 
eles podem se preparar para atendê-lo e, quando 
você chega, a batata já está frita à sua espera. 
Muitos recursos facilitam o atendimento com 
rapidez: estatísticas, métodos, sistemas etc. As 
pessoas especiais tentam utilizar esses recursos 
porque sabem que a empresa vive em função dos 
clientes. Como os consumidores estão submetidos 
a cada vez mais pressões, não têm tempo para 
esperar e estão dispostos a pagar um valor extra 
pela resposta mais rápida.
Hoje, aqueles que sabem atuar em alta velocidade 
possuem uma vantagem imensa sobre os lentos. 
Como dizem os vencedores, as batalhas de hoje 
não são mais vencidas pelos grandes, mas, 
principalmente, pelos velozes.
- O que significa ser lento, Roberto?
Ser lento é não perceber que o tempo é uma parte 
importantíssima de seu trabalho. Não adianta 
você entregar um projeto sensacional para uma 
concorrência depois que o prazo está esgotado.
Ser lento é viver preocupado sem conseguir 
resolver o problema de seu cliente.
Ser lento é agitar-se sem produzir soluções.
Ser lento é ficar gritando com todos de sua equipe 
sem definir a meta e as funções de cada um.
Ser lento é deixar que a empresa opere no 
vermelho sem tomar nenhuma providência para 
estancar os prejuízos. 
Ser lento é não ter senso da urgência de suas 
ações.
O profissional que diz 
“tenho meu próprio 
ritmo” está fora do 
negócio. Ele só pode 
pensar dessa maneira se 
seu ritmo for superior 
àquele que o mercado 
exige. 
Pois em ambientes de mudanças rápidas e 
intensas, a capacidade de produção de uma pessoa 
é um diferencial fundamental. 
Um campeão sabe que vivemos sob um constante 
bombardeio de informações e temos pouco tempo 
para digeri-las e menos ainda para tomar decisões 
e implantar as mudanças necessárias. Ele não fica 
esperando as coisas acontecerem, antecipa-se e 
inova, para que suas ações repercutam no 
mercado.
Eu admiro muito o trabalho da FedEx, uma 
empresa que presta serviços expressos de entrega 
no mundo inteiro e foi criada nos Estados Unidos. 
Ela foi capaz de tornar a experiência de enviar e 
receber encomendas algo muito mais agradável. 
Seus funcionários levam o lema da empresa à 
risca: “Absolutamente, definitivamente, no dia 
seguinte”. Para atingir esse patamar, eles 
montaram uma logística de guerra que 
impressiona a quem a conhece.
Mas, como nada é perfeito, a FedEx também tem 
seus extravios; poucos, mas tem. Isso estava 
gerando um desconforto muito grande em seus 
consumidores e, para agravar a situação, o serviço 
de satisfação ao cliente não estava funcionando 
na velocidade desejada, pois uma reclamação 
demorava cerca de seis meses para ser cuidada. 
Quando soube disso, Fred Smith, o presidente da 
empresa, foi até esse departamento, escreveu o 
slogan da empresa na lousa e falou para a equipe:
- Vocês têm seis meses para aplicar nosso lema 
no trabalho.
Isso mostra o quanto pessoas especiais ficam 
angustiadas quando deixam alguém esperando.
Se você, caro leitor, tem 
mais de 25 anos, fique 
atento para não perder 
espaço no mercado de 
trabalho por falta de 
velocidade. 
Nós fomos criados num ambiente muito lento, 
onde a velocidade era uma habilidade exigida 
somente dos corredores de automóveis e do corpo 
de bombeiros.
Entretanto, os jovens de hoje cresceram num 
mundo de videogames e super-heróis que não têm 
a tranqüilidade da Gata Borralheira. Isso não 
significa dizer que todos os jovens são ágeis nem 
que todos os quarentões são lentos, mas a 
tendência dos mais velhos à lentidão pode ser 
perigosa diante da rapidez da juventude.
O aprendizado dessa moçada é diferente do 
nosso. Os psicólogos têm a mania de dizer que 
videogame é ruim para as crianças. Na verdade, 
os games treinam as crianças para que atuem num 
ambiente de muita pressão, de muitas exigências, 
sendo obrigadas a analisar, decidir e agir em alta 
velocidade. A inclinação dos adultos é jogar 
pôquer ou dominó, em que as coisas acontecem 
uma por vez e beeeeeemmm devagar.
 Nesse mundo de grandes mudanças econômicas, 
em que as catástrofes e os milagres ocorrem 
muito rapidamente, não há tempo para distrações, 
pois, se você perde um capítulo, pode perder todo 
o sentido da trama.
O pior é que, nessa novela 
da globalização, tem gente 
que está perdendo um 
capítulo atrás do outro. 
Isso se aplica não apenas 
ao trabalho, mas também 
à vida pessoal, incluindo 
aí o processo pelo qual as 
pessoas educam os filhos.
Para que nossos filhos estejam adequadamente 
preparados para o mundo, é preciso estar 
constantemente atento ao nosso redor. Do 
contrário, vamos criá-los para atuar em um 
mundo que só existe na nossa cabeça.
Vamos supor que, um dia desses, você chega em 
casa e encontra seu filho pesquisando na Internet, 
fazendo download de um arquivo 
superimportante da Sibéria. Enquanto ele vai 
copiando o programa, pega o celular e combina 
um passeio com um amigo. Ao mesmo tempo, ele 
também faz a lição de casa no caderno da escola e 
ouve um CD que toca heavy metal num volume 
quase ensurdecedor. Enquanto esse garoto estuda 
e se diverte, você entra em seu quarto e se sente 
tentado a dizer o que sempre ouviu de seu pai:
- Filho, uma coisa de cada vez!
Mas, se reparar melhor, 
você vai ver que quem 
realiza uma tarefa de cada 
vez nestes tempos em que 
vivemos, ou é um bom 
pesquisador, ou ocupa os 
cargos mais baixos nas 
organizações.
Um faxineiro, por exemplo, faz uma coisa por vez 
e com calma, assim como o servente de pedreiro, 
o cobrador de ônibus e o vigia noturno. A partir 
do momento em que eles decidem crescer, 
começam a incorporar mais atividades à sua vida.
À medida que uma pessoa evolui 
profissionalmente, ela passa a fazer várias coisas 
ao mesmo tempo de forma cada vez mais rápida. 
Gerentes têm de estar envolvidos em pelo menos 
três tarefas; diretores têm de analisar e decidir no 
mínimocinco projetos; e um grande empresário, 
então, tem sempre milhares de coisas para fazer. 
Tudo simultaneamente.
Como você pode ver, a velocidade pode significar 
a diferença entre ganhar e perder mercado. Um 
verdadeiro campeão conhece bem essa diferença 
e sabe que aperfeiçoar sua capacidade de atuar em 
alta velocidade o transforma num profissional 
especial.
O tempo gasto para se comercializar alguns produtos
Éter: vários séculos.
Máquina de escrever: 150 anos.
Máquina de colher cereais: 100 anos.
Telefone: 36 anos.
Refrigerador: 34 anos.
Radar: 15 anos.
TV: 12 anos.
Transistor: 5 anos.
Circuito integrado: 3 anos.
Modelos de computador: 6 meses.
Sony: 1 novo produto por dia.
Dicas para aumentar sua velocidade
• Jogar vodeogame de igual para igual com seu filho. Parece impossível? Experimente. É só uma questão de 
treinamento. No começo, é complicado, mas, com o tempo, os reflexos vão se aprimorando e tudo fica 
mais fácil.
• Praticar uma arte marcial. Exija sempre mais de seu cérebro. Você vai ficar surpreso com seu potencial.
Dicas para aumentar a velocidade de sua equipe
• Desenvolva sistemas para responder às solicitações o mais rapidamente possível.
• Administre bem seus horários para sobrar tempo.
• Defina as metas e as responsabilidades de cada um.
• Utilize instrumentos que facilitem suas respostas frente às necessidades (há modelos de computador qe já 
estão superados).
PARTE 2
Polivalência: a necessidade de ser 
multifuncional
Faça a seguinte pergunta a si mesmo: “como profissional, eu sou um radinho de pilha ou um computador?” Um 
rádio de pilha vale alguns míseros reais, tem apenas uma função e custa muito pouco... 
oje não existe mais espaço para 
um profissional imaginar que ele é 
propriedade de uma área chamada 
Recursos Humanos, Produção, 
Marketing, Vendas, Finanças ou 
qualquer outra. Quando digo isso para os 
jornalistas, eles geralmente me perguntam:
H
- É o fim da era dos especialistas?
Eu respondo: Sim, sem dúvida! Então, eles me 
colocam uma outra questão:
- É o retorno da era dos generalistas?
E eu respondo: Nãoooooooo!
Sua empresa não paga para você ser um marreco, 
aquele bicho que não anda direito, não nada 
direito, não voa direito, ou seja, não faz nada 
direito! Você não ganha seu salário para quebrar 
um galho. Portanto, hoje, você tem que ser um 
multiespecialista. 
- Mas, Roberto, o que significa ser um 
multiespecialista?
Ser um multiespecialista significa entender 
entender de tudo. Você precisa ser fera em 
marketing, vendas, administração, relações 
humanas etc. Enfim, fera em tudo.
Quando eu era criança, existiam três aparelhos de 
som: rádio de pilha, toca-discos e gravador. 
Depois, juntaram esses três equipamentos num só 
e criaram os famosos três-em-um, que muita 
gente na época dizia que não iria pegar. Mais 
tarde, aperfeiçoaram o três-em-um e criaram os 
microsystems, com AM, FM, CD-Player e 
minidisk.
E as novidades não pararam por aí: pouco antes, 
inventaram também o computador, essa máquina 
sensacional que simplifica a vida de quem o 
compreende. Aliás, você já parou para pensar em 
quantos aparelhos e profissionais estão embutidos 
num computador? Fax, correio, agenda, secretária 
eletrônica, pesquisa eletrônica, planilhas, 
máquina de datilografar, rádio, TV, CD, DVD, 
sem falar na Internet e nos programas que fazem 
trabalhos de maestros, músicos, meteorologistas, 
carteiros... Ufa! Já imaginou se tivéssemos de 
comprar todos esses equipamentos ou contratar 
todo esse pessoal?
Daí, nasce uma pergunta para você se fazer todos 
os dias quando for trabalhar:
- Como profissional, sou um radinho de pilha ou 
um computador?
Um rádio de pilha vale alguns mísero reais, tem 
apenas uma função e custa muito pouco. Para 
valer mais do que isso, você tem de ser um 
computador. Deve tocar vários instrumentos e 
estar sempre ponto para adquirir novas 
habilidades.
Muitos analistas de Recursos Humanos ainda 
perdem um tempo precioso discutindo se estamos 
numa era de especialistas ou de generalistas. 
Nenhum dos dois. Estamos em tempo de 
multiespecialistas.
Olhe para o lado e veja os 
indivíduos que você 
admira em sua empresa ou 
em sua profissão. Eles não 
se contentam em ser bons 
técnicos, eles são ótimos 
em tudo.
Lembra-se de como eram os diretores de criação 
de uma agência de publicidade antigamente? 
Geralmente, eram pessoas desleixadas, que não 
estavam nem aí para os clientes. Hoje, esses 
mesmos publicitários são sensacionais 
administradores, relações públicas, líderes de 
equipe, feras em marketing etc. Tudo ao mesmo 
tempo.
Quer outro exemplo? Lembra-se dos vendedores 
de antigamente, que só precisavam ser bons 
tiradores de pedido? Hoje, os vendedores são 
ótimos consultores de negócio, analistas de 
mercado, relações públicas da empresa na 
comunidade, treinadores das equipes de seus 
clientes, analistas de informática, verdadeiros 
polivalentes. Os que continuaram apenas tirando 
pedidos ficaram para trás.
Então, você deve estar querendo me perguntar:
- Mas, Roberto, e se eu não dou conta sequer de 
ser um especialista, como poderei me tornar um 
multiespecialista?
Como você sabe, Deus somente diz uma palavra: 
sim. Mas Ele não vai dizer sim para o que você 
pede, pois ele não é um pai mimador. Ele vai 
dizer sim para o que você acredita.
Se você acreditar que não é capaz de ser um 
multiespecialista, é bem provável que Deus diga 
sim e dê um jeito de você nunca se tornar um. 
Mas se você passar a acreditar que pode ir além e 
pensar “vou aproveitar essa dica do Roberto e me 
tornar um multiespecialista”, o Mestre vai ajudá-
lo a encontrar uma forma de ser polivalente.
No entanto, não se iluda imaginando que basta 
acreditar. Afinal, o caminho para a polivalência 
requer muitos passos pelos estudos e pelo 
conhecimento adquirido junto a profissionais de 
outras áreas.
Cada vez mais é 
fundamental fazer cursos, 
participar de congressos, 
ler livros e revistas e 
conversar com pessoas 
que tenham experiência 
para ajudá-lo a evoluir. A 
educação é um diferencial 
competitivo essencial.
É por meio dela que o profissional desenvolve a 
polivalência. Mas o estudo só vai produzir 
resultados se houver uma atitude de abertura e 
interesse pelo que está acontecendo fora de seu 
quintal.
PARTE 3
Visão: passaporte para o futuro
“Os únicos limites que existem são aqueles determinados por sua visão.”
James Boughton
Quando não se enxerga adiante, paga-se com empresas, empregos, amores, momentos de 
felicidades, coisas que as pessoas valorizam quando as oportunidades ficam para trás.
 
isão é a arte de ver o invisível. É a 
visão diferenciada que pode 
transformá-lo numa pessoa especial. 
Quando você vê o que quase todos 
vêem, não consegue ser alguém 
especial, torna-se o que a maioria é. O que, 
infelizmente, costuma ser muito limitado.
V
Ver além cria a competência necessária para 
aproveitar as oportunidades que existem no meio 
das ameaças. Porque o campeão consegue 
enxergar o que está escondido nas entrelinhas. Ele 
se antecipa. Para as pessoas comuns, o ano de 
2010 é um acontecimento no futuro; para os 
campeões, acontece hoje, pois o futuro é 
conseqüência do presente. 
Um campeão sabe que existem duas batalhas 
ocorrendo ao mesmo tempo: a do presente e a do 
futuro. Ele se dedica para vencer a luta do 
presente, mas não esquece que há outra batalha 
no horizonte: a do imaginário, a que o levará à 
conquista do futuro.
Um vencedor não se 
acomoda com o sucessode 
hoje. Ele sabe que na 
garupa do sucesso sempre 
vem o fracasso. E, se não 
se empenhar, corre o risco 
de amargar derrotas no 
futuro.
Você se lembra de quando os computadores 
começaram a chegar no Brasil na década de 80? 
Os donos de escolas de datilografia, para citar um 
exemplo do fascículo anterior, disseram o 
seguinte:
- Quem é que vai querer ter um computador em 
casa? O brasileiro não tem cabeça para a 
tecnologia. Daqui a pouco essa moda passa. 
Ocorre que a informática não era uma moda e, 
por isso, a maioria das escolas de datilografia 
faliu. Aqueles que negaram a importância dos 
computadores pagaram com suas empresas e 
empregos o preço da falta de visão.
Esse é o imposto mais caro que podemos 
pagar: o da falta de visão. Afinal, quando não se 
enxerga adiante, pagamos por nossa incapacidade 
perdendo empresas, empregos, amores, 
momentos de felicidade, etc. Essas são coisas que 
as pessoas só costumam valorizar quando as 
oportunidades ficam para trás.
Dicas para ampliar sua visão
• Convide o futuro para fazer parte da sua vida!
• Converse com sua equipe sobre quem está roubando seu emprego. Se for uma máquina, é péssimo sinal. 
Geralmente, elas são mais constantes e mais baratas a longo prazo.
• Preste atenção na competição não-tradicional. Procure saber com que tipo de empresa está tendo que 
dividir mercado. Não é só um cinema, por exemplo, que rouba o cliente de outro cinema. Videolocadoras, 
televisão a cabo, eletroeletrônicos mais baratos, violência nos grandes centros, comidas para viagem e 
Internet estão levando mais clientes dos cinemas do que os outros cinemas.
• Converse com profissionais que admira sobre as perspectivas de sua carreira nos próximos dez anos.
PARTE 4 
Capacidade de realização: o fazer 
indispensável
“Tudo vem para quem age enquanto espera.”
Thomas Edison
Quem não acredita não tem a mínima chance de vencer. A dúvida mata a força criadora, faz 
tremer as mãos do artista e balança o amor do amante.
ocê já sabe que admiro muito Fred 
Smith, o criador da FedEx. Vou 
contar mais uma história dele. No 
final da década passada, a empresa 
recebeu muitos prêmios por sua 
competência. Certa vez, quando estava sendo 
homenageado, ele fez o seguinte comentário:
V
- Tudo o que nós fazemos na FedEx está nos 
livros, a diferença é que nós conseguimos 
implantar as idéias que aprendemos.
Os campeões não se contentam em sonhar, eles só 
sossegam quando realizam seus objetivos.
Qualquer pessoa que você 
admira, seja ela sua mãe, 
seu chefe, Bill Gates, 
Antônio Ermírio de 
Moraes, Caetano Veloso 
ou Fernanda Montenegro, 
tem algo em comum: a 
capacidade de fazer aquilo 
que se propôs.
As realizações acontecem quando você coloca seu 
projeto em ação.
Três sapos estavam em cima de uma folha numa 
lagoa e dois deles decidiram pular na água. 
Quantos sapos ficaram na folha? Três, pois os 
dois que decidiram pular não fizeram nada a 
respeito. Assim são os sapos e certas pessoas. 
Essas, em geral, têm consciência de que precisam 
mudar, tomam decisões de mudança, mas na hora 
H não agem.
Adiar é o câncer da 
mudança. Parta para a 
ação! 
Outro ponto fundamental para quem quer 
implementar mudanças e realizar seus projetos é a 
organização. Com tantos afazeres à espera, 
ninguém pode se dar ao luxo de desperdiçar 
tempo. A maior parte dos vendedores, por 
exemplo, sai a campo sem plano de visitas e fica 
dando voltas pela cidade enquanto a concorrência 
fecha os negócios. Depois não entende por que o 
dia não rendeu o esperado!
Por isso, é imprescindível ter um plano bem 
definido, que esclareça bem o que deve e o que 
não deve ser feito. Como dizem os arquitetos e os 
decoradores, discuta bem o projeto antes de 
iniciar a obra, pois mudar a planta é simples, já 
que o papel é barato, mas derrubar parede é muito 
caro.
Finalmente, para realizar, é preciso acreditar. São 
Tomé estava errado, não é ver para crer, é crer 
para ver. Quem não acredita não tem a mínima 
chance de vencer. A dúvida mata a força criadora, 
faz tremer as mãos do artista e balança o amor do 
amante. E o vendedor indeciso perde o negócio 
antes mesmo de oferecê-lo ao cliente.
Infelizmente, hoje, no 
Brasil, economistas, 
administradores e 
políticos adeptos da 
desgraça ganham cada vez 
mais projeção na 
imprensa com previsões 
negativas. 
Eles são os catastrofistas, pessoas que vivem 
prevendo catástrofes, e estão dominando o 
mercado, gerando mais e mais dúvidas na cabeça 
dos profissionais, aumentando a ansiedade e a 
possibilidade de que as catástrofes realmente 
venham a acontecer. 
Isso faz eu me lembrar da atitude de certos 
médicos incompetentes que, ao proferir um 
diagnóstico, agravam, propositadamente, as 
condições ruins do paciente só para evitar se 
responsabilizar pelas conseqüências negativas. 
Pediatras que, ao examinar um pequeno paciente, 
percebem que a criança está apenas com uma 
gripe forte e falam para a mãe:
- Seu filho está com uma pneumonia gravíssima, 
mas confie, nós faremos tudo o que for possível 
para que ele fique bom. 
Um dia, quando ainda era estagiário de medicina, 
vi uma cena muito parecida com essa. Fiquei 
chocado com a fala do profissional e perguntei 
porque ele havia feito isso. Escutei como 
resposta:
- Roberto, se a doença piorar, a mãe não vai me 
acusar de imperícia e, se a criança ficar boa, 
ela vai me adorar e eu vou ganhar muito 
dinheiro.
Fiquei com tanta raiva que tive vontade de bater 
nele. Imagine só: ele estava tentando lucrar com a 
falta de noção de realidade daquela mãe. 
Portanto, esteja atento para não deixar que sua 
noção de realidade se perca. É claro que você não 
precisa negar as dificuldades que existem, mas 
sim buscar ter uma noção exata da gravidade das 
situações. Se você conseguir manter a serenidade, 
será capaz de fazer uma análise profunda sobre as 
circunstâncias e tomar decisões mais acertadas.
É repugnante a atitude desses profissionais que 
pioram o tamanho da crise para depois poder 
anunciar:
- Eu não avisei? Olha como sou bom, consegui 
evitar uma catástrofe!
Assim, quando suas terríveis previsões não se 
concretizam, eles podem se sentir orgulhosos e 
dizer que o pior não aconteceu porque eles 
tomaram providências.
No entanto, se compreendermos que cada um tem 
de se responsabilizar pelas palavras que 
pronuncia, as coisas mudam. Pois se o sujeito 
previu uma desgraça e ela não aconteceu, é sinal 
de que ele foi incompetente na previsão. Se ele 
não acerta nunca, então é melhor parar de fazer 
previsões e de espalhar dúvidas e baixo-astral 
pelo país.
O campeão, quando sai 
para o trabalho, proíbe-se 
de usar a palavra 
“será”...
- Será que eu vou vender?
- Será que vai dar certo?
Essas frases não existem em seu vocabulário. 
Para o campeão, se ele saiu para fazer alguma 
coisa, vai dar certo. Sua fé é indestrutível. Nem 
mesmo uma derrota consegue abalar sua 
segurança, porque ele sabe que sua vida não é 
definida pelo número de quedas que sofre, mas 
sim pelas vezes em que desiste de se levantar. 
Certa vez, eu estava apoiando um empresário que 
apresentava um importante projeto para uma série 
de possíveis parceiros. Depois de um certo 
instante, todos começaram a querer desanimá-lo. 
De repente, ele deu um soco na mesa e gritou:
- Eu proíbo vocês de querer destruir meu 
sonho. Eu troco vocês, mas não troco de 
sonho!
Acredite. Avance. Certamente as pessoas comuns 
vão desistir no meio do caminho, mas depois vãoadmirar sua capacidade de ir atrás de seus sonhos.
PARTE 5
É preciso entender de gente 
“Todos vêem o que pareces, poucos sentem o que és.”
Maquiavel
As pessoas não são produtos em série, são seres únicos. Para algumas, é preciso lançar mão 
de uma palavra mais forte; para outras, um sussurro ao pé do ouvido é o bastante.
iver é se relacionar com seres 
humanos o tempo todo. Cliente é 
gente. Fornecedor é gente. Chefe é 
gente. Quem não possui a habilidade 
de tocar a alma das pessoas vai 
ficando para trás.
V
Sempre existe um jeito certo de lidar com cada 
pessoa. Por isso, cuidado para não apertar o botão 
errado. Por incrível que pareça, cada ser humano 
tem um botão que liga e outro que desliga.
Quando o filho vai mal na escola e o pai fala “seu 
estúpido, você não faz nada direito, eu me mato 
de trabalhar e você tira essas notas na escola? Seu 
retardado!”, ele está apertando o botão que 
desliga. Porém, se ele olha o filho com carinho e 
diz “filho, você é um campeão, não tem lógica 
nenhuma tirar essas notas. Vamos ver o que está 
acontecendo, pois eu quero ver você brilhando”, 
ele está tocando no botão que liga. Nas futuras 
vitórias, o filho certamente vai sentir uma imensa 
gratidão pelo pai, por causa da maneira como seu 
“velho” soube tocá-lo.
No passado, as empresas 
procuravam negar os 
sentimentos das pessoas, 
relegando-os para o lado 
de fora até que finalmente 
começaram a perceber o 
óbvio: 
o ser humano não existe sem sua alma e ele só 
atinge seu pleno potencial quando sente que é 
parte importante para o sucesso de um projeto. A 
empresa é uma ficção que só se transforma em 
realidade quando seus funcionários começam a 
trabalhar. E as organizações que criam a 
felicidade dessas pessoas são as que conseguem 
realizar melhor seus objetivos.
Atenção: muitos projetos fracassam antes 
mesmos de ser implementados nas empresas 
porque simplesmente as pessoas não se 
comprometeram com a realização. 
Não adiante você ter os 
mais lindos planos, 
toneladas de pesquisas, 
aparelhos de alta 
tecnologia, se não 
conseguir envolver seus 
colegas de trabalho.
São as pessoas que transformam os projetos em 
resultados, e o verdadeiro líder é capaz de saber 
qual frase deve usar para motivar cada elemento 
da equipe. As pessoas não são produtos em série, 
são seres únicos. Para algumas, é preciso lançar 
mão de uma palavra mais forte; para outras, um 
sussurro ao pé do ouvido é o bastante. Cada uma 
precisa ser tocada de uma maneira.
Quando falamos em encantar o cliente, é 
importante ter em mente que, em primeiro lugar, 
você deve conhecê-lo: conversar com ele, olhar 
em seus olhos, escutar suas reclamações e 
sugestões e, principalmente, saber ouvir o que 
não está sendo dito.
Quando falamos em revolução, temos de aprender 
a conquistar os não-clientes – aqueles que ainda 
não sabem que vão comprar nossos produtos e 
serviços amanhã.
Quando falamos em conquistar novos mercados, 
precisamos conhecer a maneira de pensar e de 
sentir de povos que são muito diferentes da gente. 
Um empresário japonês, por exemplo, vai pensar 
que alguém que fecha um contrato logo no 
primeiro encontro é um irresponsável; já um 
executivo norte-americano vai imaginar que, se 
você for mal vestido a uma reunião, é porque não 
tem poder de decisão. Falar a linguagem do outro 
é mais importante do que falar o mesmo idioma.
Quando falamos em parcerias, temos de saber 
como motivar profissionais que não trabalham 
para nós, mas conosco. 
Nossa área de influência 
tem de ultrapassar as 
divisórias do escritório, as 
paredes da empresa e até 
as fronteiras do nosso 
país.
Quando falamos em liderar, não é somente a 
nossa equipe, mas principalmente nosso chefe e 
os companheiros gerentes.
Quando falamos em felicidade, temos de 
encontrar uma maneira de nos sentirmos 
próximos das pessoas da nossa família, mesmo 
que nos encontremos num hotel em outro 
continente. Precisamos criar uma forma de 
transformar pequenos momentos em encontros 
inesquecíveis.
E, principalmente, quando falamos em realização, 
temos de procurar compreender a pessoa mais 
importante da nossa vida, que somos nós 
mesmos. Com nossas idiossincrasias, 
fragilidades, virtudes, sonhos etc.
Aquele que encontra a chave desse tesouro será o 
ser humano mais rico do mundo.
CASO
Christopher Reeve: o verdadeiro super-
homem
O ator americano, que ficou tetraplégico, foi um exemplo vivo de superação de limites. É difícil dizer se o 
personagem que interpretou nas telas teria força suficiente para vencer as barreiras que ele enfrentou na vida 
real.
uitas vezes, a vida nos prega 
peças terríveis e nos obriga a 
procurar significados para as 
tragédias. Uma pessoa especial 
sempre se mostra mais forte do 
que as adversidades impostas pelo destino.
M
Christopher Reeve, o ator que representou o 
inesquecível Super-Homem nos filmes de 
Hollywood, foi um exemplo vivo de força e 
superação das dificuldades mais atrozes. A 
dignidade e a coragem demonstradas por ele são 
admiradas até hoje por todos os que 
acompanharam sua história que, por sinal, foi tão 
fascinante quanto dramática.
Como todos sabem, o ator ficou tetraplégico após 
uma queda de cavalo em 1995. 
O destino parece tê-lo 
escolhido a dedo, de modo 
a atingi-lo com ironia e 
maldade. Logo ele, que 
representou nas telas do 
mundo inteiro o ideal 
norte-americano de 
supremacia e 
invencibilidade. 
Reeve protagonizou o sonho de força e beleza de 
milhares de pessoas em todo o mundo.
Ao Super-Homem cabia resguardar a vida e a 
integridade dos habitantes do planeta, não 
importando se o inimigo vinha em formas como a 
do quase imbatível e famigerado Lex Lutor ou 
por meio de catástrofes naturais de toda a espécie, 
como maremotos e terremotos.
Ele expulsou para galáxias distantes malfeitores 
vingativos do seu planeta de origem, Krypton, e 
ainda arranjava tempo de paquerar (com 
reciprocidade absoluta) a competente Lois Lane, 
jornalista e alter ego das americanas dos anos 80. 
Uma mulher inteligente, bonita, charmosa, bem-
sucedida e independente. Perfeita para o Super-
Homem.
A kryptonita, única fraqueza do personagem nas 
talas, transfigurou-se para a vida real como uma 
lesão irreversível na coluna. Em sua 
autobiografia, intitulada Still Me (“Ainda Eu”), 
Reeve divulgou detalhes dolorosos dos momentos 
que sucederam o acidente.
O livro conta que a própria mãe do autor sugeriu 
à equipe médica que desligasse os aparelhos que 
o mantinham respirando, tal era o sofrimento 
vivenciado por ele. O ator narra também que a 
grande força para lutar pela sobrevivência veio do 
apoio incondicional de sua esposa e da lembrança 
de seus filhos.
Hoje, Reeve ainda é considerado um exemplo não 
só para os deficientes de todo o mundo, mas 
também para a maioria das pessoas que têm por 
hábito reclamar da vida a todo o instante. Durante 
os nove anos em que o ator viveu, após o 
acidente, ele conseguiu redirecionar sua vida.
Ao contrário do esperado, Reeve manteve suas 
atividades profissionais a todo o vapor, com sua 
agenda sempre lotada, de 1995 a 2004, quando 
morreu devido a um ataque cardíaco. Nesse 
tempo, ele escreveu sua autobiografia; dirigiu o 
elogiadíssimo filme In the Gloaming (“No 
anoitecer”), produzido para a HBO; deixou sua 
marca na disputada calçada da fama; atuou no 
remake do clássico Janela Indiscreta, de Alfred 
Hitchcock; e ainda liderou inúmeras campanhas 
de arrecadação de fundos para pesquisas 
relacionadas às lesões de coluna.A esperança de voltar a andar era tanta que Reeve 
chegou a estipular até mesmo um prazo para que 
isso acontecesse. Sua certeza de que se 
recuperaria era tanta que o levou a viver após o 
acidente de maneira intensa e muito melhor do 
que qualquer médico poderia prever. Sua 
dedicação aos programas de reabilitação 
impressionava os profissionais envolvidos em sua 
recuperação. Para mim, o verdadeiro Super-
Homem é Christopher Reeve, e não o jornalista 
Clark Kent. Pessoas como ele nos mostram a 
força que há no ser humano para destruir todas as 
limitações e previsões negativas. Problemas, 
todos têm. Porém, a maior desgraça começa 
quando o indivíduo se considera vítima do 
destino. Aí, acordar se transforma num pesadelo 
diário.
Para alguém que se sente u mártir da vida, aqui 
vai uma sugestão: visite uma enfermaria de 
crianças com Aids, ajude-as em sua rotina, 
alimente-as, conte histórias e brinque com elas. 
Tenho certeza de que, rapidamente, você vai se 
sentir uma pessoa abençoada e de que o sol vai 
voltar a brilhar em sua vida.
ARTIGO
Caminhos para o sucesso na nova ordem
Identificar os caminhos que levam ao desenvolvimento profissional é o grande 
desafio dos novos tempos. E também um dos meios de conciliar uma carreira bem-
sucedida com os propósitos de realização pessoal.
Por Lindolfo Galvão de Albuquerque*
indolfo Albuquerque é aquele tipo de 
pessoa que todo mundo devia ter como 
amigo. Ele é ótimo em tudo. Um 
pesquisador consistente e profundo 
que mantém a simplicidade de um 
iniciante.
L
Roberto Shinyashiki
Na era do conhecimento, da competitividade e do 
emprego escasso, um dos problemas que mais 
afligem executivos e profissionais é, sem dúvida, 
a (re)definição dos rumos para desenvolver sua 
carreira e as opções para atingir esse objetivo.
Onde estarão as melhores oportunidades de tra­
balho e de crescimento profissional no mercado? 
Quais serão os novos conhecimentos, habilidades 
e posturas profissionais fundamentais para 
atender às necessidades organizacionais, em face 
das perspectivas do ambiente econômico e 
empresarial e das mudanças nos modelos de 
gestão? Como desenvolver as competências 
pessoais para agregar valor de forma contínua e 
crescente às organizações e à sociedade?
Tais questões, entre outras, passam cotidianamente pela ca­beça da maioria dos profissionais no ambiente turbulento desta virada de milênio. Evidentemente, não há uma fórmula mágica nem resposta única para elas.
Entretanto, devemos considerar pelo menos dois 
ângulos de análise e procurar conciliá-Ios.
O primeiro é o lado das oportunidades oferecidas 
pelas organizações e pelo mercado de trabalho. 
Durante décadas, essa foi a única variável levada 
em conta pelos executivos e profissionais, no 
Brasil, ao buscar seu desenvolvimento na carreira. 
O problema era encontrar uma organização 
sólida, com boa imagem, e entregar a ela as 
decisões relativas a seu crescimento pessoal e 
profissional.
À organização cabia definir não apenas um sis­
tema interno de carreira, mas oferecer oportunida­
des de crescimento e ascensão profissional a seus 
colaboradores. Mas o mundo de hoje não é mais 
assim. A competição acirrada e globalizada, as 
mudanças políticas, econômicas e tecnológicas, a 
necessidade de busca incessante de resultados e 
de ganhos de produtividade têm causado enormes 
transformações no mercado de trabalho e nas 
oportunidades de emprego.
Vieram os downsizing, as terceirizações, as 
reengenharias, o desemprego estrutural, a 
horizontalização das estruturas organizacionais. 
Todas essas mudanças, entre outras, apontam para 
a diminuição do emprego como modalidade 
principal de trabalho, para a deterioração das 
relações de trabalho e para a diminuição das 
oportunidades de desenvolvimento profissional.
Além disso, devemos considerar a 
heterogeneidade de situações no mercado de 
trabalho e nas empresas, no que se refere às 
oportunidades de trabalho e de desenvolvimento 
profissional e gerencial, e o crescente nível de 
exigência de conhecimentos, habilidades e 
competências.
O mercado não é homogêneo
Ao mesmo tempo em que certos setores estão 
diminuindo sua força de trabalho, outros estão em 
franca expansão, como o setor de 
telecomunicações e os de serviços educacionais e 
lazer, só para citar alguns exemplos atuais.
No que tange às crescentes exigências de nível de 
qualificação, o desafio torna-se ainda maior: o 
executivo no mercado global deve dominar várias 
línguas estrangeiras, conhecer inúmeras culturas, 
ter conhecimentos de informática, ser empreende­
dor e ter visão generalista e estratégica. Deve, 
ainda, ser líder, ter intuição, trabalhar em equipe, 
saber resolver conflitos, construir bons 
relacionamentos e possuir um bom network.
Não basta mais ser “músico de ouvido” 
É preciso investir em educação continuada, cursar 
um MBA (Master in Business Administration) em 
universidade de primeira linha e dedicar um 
tempo significativo para se manter atualizado e 
adquirir um corpo teórico abrangente e moderno 
que respalde suas ações na organização.
Em suma, para atender a todas essas exigências, 
estamos falando de um(a) executivo(a) que seja 
super-homem ou super-mulher. Portanto, olhar 
para o mercado de trabalho torna-se uma tarefa 
mais complexa e carece de análises mais 
profundas do que pode parecer à primeira vista, 
exigindo do profissional um esforço mais 
cuidadoso e fundamentado.
Por outro lado, 
considerando as 
perspectivas do mercado 
de trabalho para os 
profissionais e gerentes, 
nunca foi tão fundamental 
planejar e gerir sua própria 
carreira como agora. 
Este é o outro ângulo de análise: o do referencial 
do indivíduo. É curioso notar que os executivos 
sentem-se totalmente à vontade para aplicar os 
conceitos e instrumentos de planejamento e de 
marketing na gestão de suas empresas, mas 
subestimam a importância de utilizar esse 
ferramental em suas próprias carreiras.
Nossa cultura não valoriza muito o 
planejamento
No exterior, principalmente nos Estados Unidos, 
a maior parte da bibliografia relativa ao assunto 
"carreira" trata do planejamento individual, e não 
do enfoque organizacional. No Brasil, é como se 
a carreira fosse um espaço à parte, organizacio­
nal, e não subjetivo, em que as decisões são toma­
das exclusivamente em função dos interesses da 
empresa e o sucesso profissional dependesse da 
aceitação dessa premissa como único caminho 
para se chegar ao topo.
"Chegar ao topo" é apenas uma das formas de 
crescimento profissional atualmente. À medida 
que as estruturas organizacionais se tornam mais 
horizontalizadas, com redução substantiva de 
níveis hierárquicos, as possibilidades de 
promoção vertical se tornam mais limitadas. Por 
outro lado, as perspectivas de desenvolvimento 
podem ser ampliadas se considerarmos as 
possibilidades de movimentação lateral, em 
diagonal e corporativa, além das diversas 
modalidades de trabalho que o mercado oferece 
(empreendimento próprio, trabalho autônomo, de 
consultoria, cooperativas de trabalho etc.).
Uma situação totalmente diferente para o execu­
tivo é a análise de oportunidades por uma empre­
sa ou pelo mercado de trabalho quando se tem ob­
jetivos de desenvolvimento profissional 
definidos. 
Ele deixa de ficar apenas ao sabor das oportunidades que aparecem, assumindo uma postura pró-ativa, indo em busca daquelas que fazem sentido para seus objetivos e suas ações de desenvolvimento.
A partir de uma auto-avaliação, considerando 
suas realizações e suas preferênciaspessoais de 
trabalho (o sucesso depende de gostar do que se 
faz, ou de fazer o que se gosta), seu estilo pessoal 
e seus pontos fortes e fracos para atingir suas me­
tas pessoais de desenvolvimento, o executivo reú­
ne condições importantes para definir um plano 
de ação consistente para atingi-Ias. Não se trata 
de um mero exercício técnico; trata-se da criação 
de um processo, de um espaço contínuo de 
reflexão sobre seu trabalho, seu crescimento e 
desenvolvimento pessoal e profissional, que deve 
integrar seu plano de vida.
A conciliação desses dois enfoques (organizacio­
nal-individual) passa, portanto, pela comparação 
das principais competências e habilidades 
solicitadas dos executivos pelo mercado, com 
suas experiências e conhecimentos pessoais. 
Nesse processo, o executivo pode contar com o 
apoio de consultorias especializadas, de colegas 
de profissão (a maioria dos executivos, ao 
contrário do que se afirma, não é solitária) e, 
eventualmente, dos assessment centers de sua 
organização. Seguramente, esse processo 
permitirá um maior foco na definição de objetivos 
de autodesenvolvimento profissional e de um 
plano de ação para atingi-Ios.
É evidente que ser empreendedor, saber aplicar os 
recursos da informática, dominar mais de uma 
língua estrangeira e cursar um MBA numa 
universidade de renome são, atualmente, 
exigências deste mercado competitivo 
globalizado. A educação continuada é, e 
continuará sendo, de forma crescente, um fator 
fundamental de desenvolvimento de 
competências e de alavancagem na carreira ge­
rencial. Entretanto, para aproveitar bem esses 
esforços de treinamento e educação, teremos que 
atrelá-Ios aos nossos objetivos de 
desenvolvimento profissional. A contra partida à 
auto-avaliação e ao autodesenvolvimento é a 
auto-realização.
* Lindolfo Galvão de Albuquerque é professor titular da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da 
Universidade de São Paulo (USP) na área de Gestão de Pessoas e Coordenador do Programa de Pós-Graduaçãos 
em Administração da instituição. Também é autor de inúmeros capítulos em livros e artigos publicados em 
revistas e jornais brasileiros.
PARA REFLETIR
O guardião do mosteiro
erto dia, num mosteiro zen-budista, 
com a morte do guardião, foi preciso 
encontrar um substituto. O grande 
mestre convocou, então, todos os 
discípulos para descobrir quem seria 
o novo sentinela.
C
O mestre, com muita tranqüilidade, falou:
- Assumirá o posto o monge que conseguir 
resolver primeiro o problema que eu vou 
apresentar.
Então, ele colocou uma mesinha magnífica no 
centro da enorme sala em que estavam reunidos e, 
em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito 
raro, com uma rosa amarela de extraordinária 
beleza a enfeitá-lo. E disse apenas:
- Aqui está o problema!
Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, 
de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao 
centro! O que representaria? O que fazer? Qual o 
enigma?
Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, 
olhou o Mestre e os companheiros, dirigiu-se ao 
centro da sala e zapt!... Destruiu tudo com um só 
golpe.
Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o 
mestre disse:
Você é o novo guardião. Não importa que o 
problema seja algo lindíssimo. Se for um 
problema, precisa ser eliminado.
Um problema é um problema, mesmo que se trate 
de uma mulher sensacional, um homem 
maravilhoso ou um grande amor que acabou. Por 
mais lindo que seja ou tenha sido, se não existir 
mais sentido para ele em sua vida, deve ser 
suprimido.
Muitas pessoas carregaram a vida inteira o peso 
de coisas que foram importantes no passado mas 
que hoje somente ocupam espaço – um lugar 
indispensável para criar a vida.
Os orientais dizem:
- Para você beber vinho numa taça cheia de 
chá, é necessário primeiro jogar o chá para, 
então, beber o vinho.
Ou seja, para aprender o novo, é essencial 
desaprender o velho.
Limpe sua vida. Se você tem um marido em casa 
que não está “usando”, venda-o, alugue-o, 
empreste-o, faça um leasing, mas abra espaço 
para viver um novo amor.
Se você possui verdades que o ajudaram a chegar 
aonde está agora, mas que não são capazes de 
fazê-lo atingir novos objetivos, deixe-as para trás.
Comece a limpar sua vida. Inicie pelas gavetas, 
depois avance para os armários até chegar às 
pessoas do passado que não fazem mais sentido 
estar ocupando espaço em sua mente.
Vai ficar muito mais fácil ser feliz assim!
Nos próximos fascículos, vamos debater com 
mais profundidade as características dos 
campeões. Nosso próximo tema é o 
empreendedorismo. Até lá!
Com carinho de sempre,
Roberto Shinyashiki

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