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Direito Penal – Parte Geral
Antes de nos ater as diversas classificações do Direito Penal, vamos estudar os princípios que dão lastro a toda e qualquer norma jurídica. Todos esses princípios derivam do principal, que é o da dignidade da pessoa humana.
Princípio da insignificância ou bagatela:
      O nosso Código Penal adota também o princípio da intervenção mínica ( ultima ratio), ou seja, o Direito Penal deve ser utilizado em último caso, quando os demais ramos do direito não resolvem o caso. Dessa forma, o Direito penal não poderá agir aplicando a norma descrita a todo e qualquer caso concreto, pois para algumas casos não haverá a necessidade da aplicação de tal norma, mesmo estando o caso  tipificado como crime. A tipicidade penal exige um mínimo de lesividade ao bem jurídico protegido.
Obs.: De acordo com o princípio da bagatela, a conduta é formalmente típica, entretanto é materialmente atípica.
      Exemplificando: Um rapaz está fazendo manobras para sair de sua garagem, eis que sua vizinha atravessa no fundo do seu carro. Quando ele da à marcha à ré percebeu sem saber , ao certo, que seu automóvel havia topado em alguma coisa, ou seja, na sua vizinha. Ao encostar-se à perna da moça, causou-lhe uma arranhão com pouco menos de 1 cm de extensão. Poderá o rapaz responder por lesão corporal descrito no artigo 303 do Código de transito? Provavelmente, não. Pois, a conduta foi insignificante.
 Obs.: O que é insignificante não é a COISA, visto que a coisa tem seu valor. Entretanto, é a CONDUTA praticada que levou ao cometimento de uma PERDA ou LESÃO a um BEM, no qual, NÃO foi tão GRAVOSO para o mundo penal.
Princípio da Alteridade ou transcendentalidade:
      É o princípio que proíbe a incriminação de atitude meramente interna, subjetiva do agente e que, por essa razão, revela-se incapaz de lesionar o bem jurídico. O fato pressupõe um comportamento que transcenda a esfera individual do autor e seja capaz de atingir o interesse do outro (altero).
      Tal princípio foi desenvolvido porClaus Roxin, segundo o qual “ só pode ser castigado aquele comportamento que lesione direitos de outras pessoas e que não seja simplesmente pecaminoso ou imoral. À conduta puramente interna, ou puramente individual, seja pecaminosa, imoral, escandalosa ou diferente, falta a lesividade que pode legitimar a intervenção penal.
Exemplificando: Ninguém pode ser punido por causar dano a si mesmo. (tentativa de suicídio). Ninguém pode ser punido por ter uma opção sexual diferente (homossexuais, bissexuais, transsexuais...). Dentre vários outros exemplos.
Princípio da confiança:
Este princípio funda-se na ideia de que todos devem esperar por parte das outras pessoas que estas sejam responsáveis e ajam de acordo com as normas da sociedade, visando a evitar danos a terceiros.  Por essa razão, consiste na realização da conduta, na confiança de que o outro atuará de um modo normal já esperado, baseando-se na justa expectativa de que o comportamento das outras pessoas se dará de acordo com o que normalmente acontece.
      Exemplificando: Nas intervenções médico-cirúrgicas, o cirurgião tem de confiar na assistência correta que costuma receber dos auxiliares, de maneira que, se a enfermeira lhe passa uma injeção com medicamento trocado e, em face disso, o paciente morre, não haverá conduta culposa por parte do médico, pois não foi sua ação mais sim a de sua auxiliar que violou o dever objetivo de cuidado. O medico havia depositado confiança na enfermeira.
      É bom frisar, que não se deve haver abuso da confiança.
      Exemplo: um motorista que passa bem ao lado de um ciclista não tem por que esperar uma súbita guinada do mesmo em sua direção, mas deveria ter acautelado para que não passasse tão próximo, a ponto de criar uma situação de perigo. A confiança que depositou na vitima é proibida.
Princípio da intervenção mínima:
Este princípio remete tanto ao legislador quando ao operador do direito. Tendo em vista que o legislador deverá ter cautela ao eleger as condutas que merecerão punição criminal, abstendo-se de incriminar qualquer conduta. O operador do Direito não deve proceder ao enquadramento típico, quando perceber que outros ramos do direito já resolvem o caso.
      A intervenção mínima decorre da característica da subsidiariedade, ou seja, o Direito Penal servirá como subsídio quando os outros ramos do Direito não atuarem.
Principio da lesividade:
Ao direito penal somente interessa a conduta que implica dano social relevante aos bens jurídicos essenciais à coexistência. A autorização para submeter às pessoas a sofrimento através da intervenção no âmbito dos seus direitos somente está justificada nessas circunstâncias. É o princípio que justifica (ou legitima) o Direito Penal; o direito penal somente está legitimado para punir as condutas que implicam dano ou ameaça significativa aos bens jurídicos essenciais à coexistência. (Carlos Dalmiro Silvo Soares).
Alguns autores não diferenciam o princípio da alteridade da lesividade. Eles são muito parecidos, mas tem uma diferença. A lesividade é aquelas em que para que haja lesão ao Direito, é necessário atingir o direito de outrem. Nada irá ser punido se não houver a lesividade. E o que é a lesividade? É a lesão a um bem juridicamente tutelado pelo direito penal.
Princípio da proporcionalidade:  
      A pena, ou seja, a resposta punitiva do Estado deve guardar proporção com o mal infligido ao corpo social. Deve ser proporcional à extensão do dano, não se admitindo penas idênticas para crimes de lesividade distintas, ou para infrações dolosas e culposas. Ex.: art. 59 do CP.
Princípio da pessoalidade (artigo 5º, XLV da CF):
      É aquele em que somente o condenado é que terá de se submeter à sanção que lhe foi aplicada pelo Estado.
      Zaffaroni assim diz: “nunca se pode interpretar uma lei penal no sentido de que a pena transcenda da pessoa que é autora ou partícipe do delito. A pena é uma medida de caráter estritamente pessoal, haja vista ser uma ingerência ressocializadora sobre o condenado”.
Princípio da individualidade da pena ( artigo 5º, XLVI da CF):
      O legislador, de acordo com um critério político, valora os bens que estão sendo objeto de proteção pelo Direito Penal, individualizando as penas de cada infração penal de acordo com a sua importância e gravidade.
      Uma vez em vigor a lei penal, proibindo ou impondo condutas sob a ameaça de sanção, que varia de acordo com a relevância do bem, se o agente, ainda assim insistir em cometer a infração penal deverá por ela responder. Se o agente optou por matar ao invés de somente ferir, a ele será aplicada a pena correspondente de homicídio.
Princípio da Culpabilidade:
      Nilo Batista leciona que o princípio da culpabilidade “impõe a subjetividade da responsabilidade penal. Não cabe, em direito penal, uma responsabilidade objetiva, derivada tão-só de uma associação causal entre a conduta e um resultado de lesão ou perigo  para um bem jurídico”.
      Isso significa que para determinado resultado ser atribuído ao agente é preciso que a sua conduta tenha sido dolosa ou culposa. Se não houve dolo ou culpa, é sinal de que não houve conduta; se não houve conduta, não se pode falar em fato típico; e não existindo fato típico, como consequencia lógica, não haverá crime.
Princípio da presunção da inocência( artigo 5º, LVII):
Por esse princípio, ninguém será considerado culpado até o transito em julgado de sentença penal condenatória. Entretanto, aqui no Brasil temos as prisões provisórias, na qual serve para manter a segurança, mas 51 % dessas prisões na verdade não deveria haver.
Princípio da adequação social:
      Na lição de  Luiz Reges Prado,
                          “a teoria da adequação social, concebida por Hans Welzel, significa que apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada”.
      Temos como exemplo a contravençãodo  “ jogo do bicho”. Pela maioria da sociedade, essa prática é adequada, e sobre elas não mais deveriam incidir os rigores da lei penal.
Obs.: Em hipótese alguma a lei de contravenção foi revogada pelo não uso. Não é porque a lei não é visivelmente aplicada que ele foi revogada. Aliás, somente lei revoga outra lei.
Princípio da legalidade:
      Este princípio está disposto no artigo 5º, XXXIX, da Constituição Federal, que diz: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem prévia sem cominação legal.
      Tudo que não for expressamente proibido é lícito em Direito Penal. Este princípio já vem desde a carta magna inglesa de 1215 de João sem terra, no qual limitava as arbitrariedades com relação a propriedades, liberdades das pessoas pelos “poderosos”.  
      Depois veio com a Revolução Francesa que também foi previsto na declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.
Funções do princípio da legalidade:
a-     Proibir a retroatividade da lei penal;
b-    Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes;
c-     Proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas;
d-    Proibir incriminações vagas e indeterminadas.
Qual a diferença de legalidade formal e material?
Por legalidade formal entende-se a obediência aos tramites procedimentais previstos pela Constituição para que determinado diploma legal possa a vir a fazer parte do nosso ordenamento jurídico.
Por legalidade material entende-se que se deve obediência também ao conteúdo, respeitando-se suas proibições e imposições para a garantia de nossos direitos fundamentais por ela previstos.
Obs.: O conceito de vigência está ligado a legalidade formal, e o conceito de validade está ligado a legalidade material.
      Como é o processo legislativo?
O processo legislativo é composto pelas seguintes fases:
a-     Discussão;
b-    Votação;
c-     Sanção e veto;
d-    Promulgação;
e-     Publicação;
f-      Vigência.
Princípio da Reserva legal:
O princípio da reserva legal não impõe somente a existência de lei anterior ao fato cometido pelo agente, definindo as infrações penais. Obriga, ainda, que no preceito primário do tipo penal incriminador haja um definição precisa da conduta proibida ou imposta, sendo vedada, portanto, com base em tal princípio, a criação de tipos que contenham conceitos vagos ou imprecisos.
Exemplificando: Um preceito primário com o seguinte texto: “São proibidas quaisquer condutas que atentem contra os interesses da pátria”. O que isso significa realmente? Quais são essas condutas que atentam contra os interesses da pátria? O agente deve saber exatamente qual conduta que está proibida de praticar, não podendo ficar assim, nas mãos do interprete, que a depender do momento poderá alargar a interpretação para seu interesse.
      
Direito Penal – Parte Geral
Conceitos: É um ramo do Direito público, constituído por normas jurídicas, no qual o Estado ao selecionar os bens mais relevantes para a sociedade proíbe determinadas condutas definindo crimes e cominando as respectivas sanções.
     
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL:
a)     Direito Público – Regula as relações entre indivíduo e a sociedade, mantendo uma harmonia entre eles. Os bens protegidos pelo Direito Penal não interessam ao indivíduo, EXCLUSIVAMENTE, mas à coletividade como um todo.
b)    Ciência Cultural – É uma ciência do DEVER SER e não do SER. Estuda o cumprimento das regras, como sendo uma dogmática jurídica.
c)     Normativa – Porque tem como objeto o estudo da norma, do Direito Positivo.
d)    Valorativo - Consiste na valoração das normas pelo Direito, em conformidade com o fato e em escala hierárquica. (Fato, valor e norma).
e)     Finalista – Consiste na sua atuação e, defesa da sociedade, protegendo bens jurídicos fundamentais.  (Vida, integridade física, patrimônio).
f)      Sancionador – Protege a ordem jurídica cominando sanções. Através dessa cominação, protegem normas de natureza extrapenal.
g)     Dogmático – Pois expõe seu conteúdo através de normas.
CONTEÚDO DO DIREITO PENAL:
                        -----Do crime – art.1º a 31
ESTUDO           ----- Da pena - art. 32 a 99
                       ----- Do delinquente – art. 121 a 359
ESPÉCIES DO DIREITO PENAL:
a) Direito Penal comum: É aquele que é aplicado a todo o cidadão. (é processado na justiça comum.) Ex.: justiça Estadual ou Federal
b) Direito Penal especial: É aquele que se aplica a uma classe (é processado na justiça especial). Ex.: Tribunal militar, justiça eleitoral.
Obs.: O juizado especial criminal (JCRIM), por mais que tenha o nome especial, não faz parte do Direito Penal especial, pois faz parte da justiça Estadual (Direito Penal comum). É chamado juizado especial criminal, porque vai julgar causas de menor potencial ofensivo que possa atingir qualquer pessoa da sociedade.
c) Material ou substancial: É aquele que define crimes e comina as sanções. É o corpo do Direito Penal (Código).
d) Formal ou adjetivo: É o direito processual, ou seja, aquele que define regras de aplicação do direito material.
TIPOS DE DIREITO PENAL:
a) Objetivo: É aquele representado pelas leis (Ordenamento jurídico).
b) Subjetivo: É a possibilidade que tem o Estado de criar e fazer suas normas, executando as decisões condenatórias proferidas pelo poder judiciário. É o próprio ius puniendi. Este ius puniendi, no entanto, não se limita à execução da condenação do agente que praticou, por exemplo, o delito. A própria criação da infração penal, atribuída ao legislador, também se amolda a esse conceito. Assim, tanto exerce o ius puniendi o Poder Legislativo, quando cria as figuras típicas, como o Poder Judiciário, quando, depois do devido processo legal, condenado o agente que violou a norma penal, executa sua decisão.
     
CIÊNCIAS AUXILIADORAS DO DIREITO PENAL:
a) Criminologia: É a ciência que estuda o crime com fato social.
b) Medicina legal: É aquela que através de perícias verifica-se a extensão e a natureza dos danos causados (necropsia).
c) Psicologia jurídica: Consiste na psicologia aplicada aos personagens do processo penal, bem como na utilização de meios em busca da verdade.
d) Criminalística: É a técnica que resulta da aplicação de várias ciências à investigação criminal, visando à elucidação dos crimes e a identificação do autor ou autores.
      RELAÇÃO DO DIREITO PENAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO:
a) Direito Constitucional: Este ramo dar legitimidade aos demais ramos do Direito. O Direito Penal assim como todos os outros são subordinados a Constituição.
b) Direito Administrativo: Há uma relação quanto ao auxílio para execução de algumas punições. Ex.: Em uma penitenciária, o diretor do presídio tem a função de punir, ou seja, é uma função administrativa. Entretanto, a função de aplicar à pena é judicial, ou seja, faz parte do Direito Penal.
c) Direito Civil: Há alguns conceitos de Civil que interessam ao Direito Penal. Ex.: Família, patrimônio, vida...
d) Processo Penal: Há relação entre eles, pois um complemente o outro. Ambos possuem normas que são comuns. Ex.: Art. 100 § 3º CP E O Art. 29 do CPP. Art. 24 do CPP e o art. 103 do CP.
FONTES DO DIREITO PENAL:
Fonte: É o lugar que provém o Direito. Fonte do Direito são todas as formas ou modalidades por meio das quais são criadas, modificadas ou aperfeiçoadas as normas de um ordenamento jurídico.
TIPOS
a) Fontes materiais: São as fontes de produção. Relaciona-se à origem do Direito. (SÓ O ESTADO CRIA. Art. 22 da CF).
b) Fontes formais: É a fonte de conhecimento ou cognição. Relacionam-se as formas de manifestação das normas jurídicas. (É A LEI).
CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES PENAIS
Material – União
Formal – Imediata: LEI (A lei é a manifestação do direito. Consiste no ato de autoridade soberana que: regula, ordena, autoriza ou veda).
              - Mediata: Costumes e Princípios Gerais do Direito.
Fonte formal mediata – É aquela que influencia na criação, aplicação e interpretação do Direito Penal.
São eles:
Princípios Gerais do Direito -São premissas éticas retiradas do material legislativo.
Costumes - São regras de comportamento que as pessoas obedecem, não pela sua obrigatoriedade jurídica, mas por íntima convicção.
COSTUMES:
Elementos:
a)    Objetivo: Consiste na Constancia e uniformidade dos atos. (É o aspecto exterior).
Ex.: Quando um pai ao sair da garagem atropela seu filho de 2 anos sem ter o visto. Esse fato configura-se um homicídio de acordo com o artigo 121 do CP (elemento objetivo);
Art. 140 do CP, ao dizer: Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
b)    Subjetivo: Consiste na íntima convicção da obrigatoriedade jurídica (É o aspecto interior).
Ex.: Pegando o primeiro exemplo citado acima: Quando um pai ao sair da garagem atropela seu filho de 2 anos sem ter o visto. Esse fato configura-se um homicídio de acordo com o artigo 121 do CP (elemento objetivo). Como as consequências para o pai vão ser tão graves (elemento subjetivo), a sanção penal se torna desnecessária. Art. 212, § 5º do CP.
Outro exemplo é o artigo 140, inciso I do CP. Art. 140 caput, ao dizer: Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro (elemento objetivo), inciso I: Quando o ofendido, de forma reprovável (elemento subjetivo), provocou diretamente a injúria.
Espécies:
a)    Contra - legem: São aqueles que influenciam na inaplicabilidade da lei em face do desuso.
Ex.: Um exemplo clássico é “o jogo do bicho”, no qual está estabelecido no art. 58 da Lei de Contravenções Penais. É uma contravenção, mas a sociedade não muito repudia tal prática.
b)    Secundum - legis: São aqueles que influenciam na criação e na aplicação da lei.
Ex.: Devido às diversas práticas de violências contra a mulher, criou - se a lei Maria da Penha 11.340/06, ou seja, foi um costume que encontrou proteção legal. Estando também presente no artigo 61, inciso II alínea (f) do CP.
c)     Praeter - legem: São aqueles que auxiliam na interpretação da lei, especificando conteúdo e a extensão da norma.
Ex.: A interpretação do assédio sexual pela sociedade auxilia na aplicação da lei, pois se leva em conta as diversidades culturais. Art. 216 do CP.
TEORIA GERAL DA NORMA
Deve-se reconhecer que a lei é fonte formal da norma penal, sendo esta conteúdo da lei. Ou seja, a lei penal pode conter uma norma de característica proibitiva, permissiva, explicativa ou complementar.
Segundo Binding, não há que se confundir “lei” e “norma”. A norma caracterizaria um imperativo primário, enquanto a lei contém uma mera proposição autorizadora da imposição de sanção penal.
Conteúdo:
a)    Preceito primário: É o encarregado e fazer a descrição detalhada e perfeita da conduta que se procura proibir ou impor.
b)    Preceito secundário: Cabe a tarefa de individualizar a pena, cominando-a em abstrato.
Obs.: Preceito é o comando principal, e a sanção é o pretexto secundário.
     
Características:
a)  Exclusividade: Pois, é de competência somente da União para elaborar as normas penais e definir crimes com as respectivas sanções.
b) Imperatividade: Impõe-se imperativamente a todos.
c)   Generalidade: É geral “erga omnes”, dirigindo-se a todos, inclusive aos inimputáveis. (art.26,27 CP).
d) Impessoalidade: destinando-se a todos de forma impessoal, sem distinção.
Classificação das normas penais:
Normas penais em branco: São aquelas em que há uma necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário. Estas normas se classificam em normas penais em branco homogêneas e normas penais em branco heterogêneas.
a)    Normas Homogêneas: São aquelas em que seu complemento é oriundo da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento.
Ex.: Alguém contrai um novo casamento já estando casado, sendo que o artigo 237 do CP assim reza: Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: pena – detenção, de 3 meses a 1 ano. Mas, a norma penal não diz quais são os tipos de impedimentos. Estes vão ser encontrados no art. 1.521, I a VII, do Código Civil que trará a complementação da norma.
Outro exemplo é com relação ao art. 312 do CP com o art. 327 do mesmo código. (o art. 312 fala sobre funcionário público e o art. 327 explica o que seja funcionário público).
Mais um exemplo é com relação ao art. 150 do CP com o seu § 4º. (ao explicar o que seria “casa”).
b)    Normas Heterogêneas: É aquela em que o seu complemento é oriundo de fonte diversa daquela que a editou.
Ex.: Ex.: No artigo 28 da Lei de drogas o legislador traz dezoito verbos (núcleos do tipo), mas não diz o que é droga. Se um indivíduo usar tabaco, por ser droga, ele também irá ser preso? Então, foi criada uma portaria n. 344 de 12 de maio de 1998 da Agência de Vigilância Sanitária e Medicamentos – ANVISA, no qual exemplificava quais seriam os tipos de drogas. Então, é heterogênea por ter seu complemento em uma portaria, pois esta não advém da mesma fonte legislativa do CP.
          INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL:
Interpretar: É esclarecer o conteúdo e o significado da norma.
Formas para interpretar:
a)    Equidade: É a correspondência ética e jurídica da norma com o fato concreto. (Fato, valor e norma). Em outras palavras: A equidade é o conjunto das premissas e postulados éticos, pelos quais o juiz deve procurar a solução mais justa possível do caso do caso concreto, tratando todas as partes com absoluta igualdade.
Ex.: “Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a punição. Ex.: João matou José por vingança. É necessário saber se foi por motivo torpe ou relevante para assim aplicar a lei penal.
b)    Doutrina: É aquela feita pelos estudiosos e cultores do direito. Atenção: A Exposição de Motivos é interpretação doutrinária e não autêntica, uma vez que não é lei.
c)     Jurisprudência: Consiste em decisões repetidas e constantes em casos assemelhados.
d)    Tratados e convenções: Art. 49, inciso I, da CF.
Espécies:
Quanto ao SUJEITO:
a)    Autêntica: É a interpretação realizada pelo próprio texto legal.
Contextual: É a interpretação realizada no mesmo momento em que é editado o diploma legal que se procura interpretar.
Ex.: O artigo 327 do CP, que interpreta o art. 312. Outro exemplo é o art. 150 do CP, que é interpretado pelo seu parágrafo 4º.
Não contextual ou posterior: É a interpretação realizada pela lei, depois da edição de um diploma legal anterior. Surge essa interpretação para afastar qualquer dúvida de interpretação existente quanto a outro diploma legal já editado anteriormente.
Ex.: A lei 10.826/03 é interpretada pelo decreto 5123/04.
b)    Doutrinária: Aquela feita pelos jurisconsultos ou estudiosos, através de livros, artigos, trabalhos científicos.
c)     Judicial: Feito pelos órgãos do Poder Judiciário através de decisões ( sentenças dos juízes, acórdãos do colegiado)
Quanto ao MEIO:
a)    Literal, gramatical ou sintática: É aquela fundada em regras gramaticais, ou seja, no sentido literal das palavras.
Ex.: Quando se diz no art. 121 do CP: Matar alguém. Interpretando gramaticalmente teremos que saber o que é vida, pessoa...
b)    Lógica ou teleológica: É aquela que busca a finalidade da lei, ou seja, para que fim ela foi criada.
Elementos:
1b) Ratio Legis – É aquela que vai buscar a razão da lei. O porquê e para que, que a lei foi criada.
2b) Histórico  - O interprete  volta ao passado, ao tempo em que foi editado o diploma que se quer interpretar, buscando os fundamentos de sua criação, o momento pelo qual atravessava a sociedade, etc.
3b) Sistêmico – Determina para qual sistema a lei se filiou, ou seja, sistema rígido, carcerário)
Ex.: A lei seca se filiou a um sistema com um sistema rígido.
4b) Direito comparado – É a comparação com outros países com outros ramos do Direito. (O Direito vai analisar como certas questões são tratadas em outros países).
Quanto aos RESULTADOS:
a)    Declarativa: É aquela em que o interprete nãoamplia nem restringe o seu alcance, mas apenas declara a vontade da lei.
Ex.: Art. 141, III, do CP, o qual preceitua que as penas cominadas para os crimes de calúnia, difamação e injúria serão aumentados de um terço se qualquer dos crimes for praticado na presença devárias pessoas. Interpretando o termo várias,chega-se a conclusão de que o Código exige, pelo menos,  três pessoas . Isso porque quando a lei se contenta com apenas duas ele diz expressamente, como no caso do art. 155, parágrafo 4º, IV.
b)    Restritivas: Ocorre quando a lei diz mais do que deveria dizer.
Ex.: Preconiza no inciso II do art.28 do CP que a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substancia de efeitos análogos não exclui a imputabilidade penal. No caso em exame, o artigo não quis referir-se à chamada embriaguez patológica, uma vez que esta última encontra-se abrangida pelo caput do art. 26 do CP, e não pelo art. 28.
c)     Extensiva: É quando a lei diz menos do que deveria dizer.
Ex.: Quando a lei proibiu a bigamia, criando, para tanto, o crime previsto no art. 235 do CP, quis, de maneira implícita, também abranger a poligamia; no caso do delito de perigo de contágio venéreo, tipificado no art. 130 do CP, a lei incrimina não só a situação de perigo à qual é exposta a vítima que mantém relação sexual com alguém que, sabendo-se doente, com ela pratica o ato sexual, como o próprio dano causando com o contágio.
Obs: Alguns autores entendem que, havendo o efetivo contágio, o delito deixa de ser aquele tipificado no art. 130 e passa a ser o de lesões corporais.
1c) Decorrente da interpretação extensiva temos a interpretação analógica e analogia.
a)    Da interpretação analógica:  É aquela que aumenta o alcance da norma. Consiste na aplicação da lei a casos não alcançados por ela, onde após uma sequência específica segue uma sequência genérica, possibilitando ao interprete a extensão do alcance a hipóteses semelhantes.
Ex.: Art. 121, parágrafo 2°, III, IV, do CP.
b)    Da analogia: Consiste em aplicar hipótese não regulada por lei, à disposição relativa a caso semelhante.
Ex.:  O art. 128 do CP prevê as hipóteses legais de abortamento. A hipótese mais clássica é aquela em que a mulher é vitima é estupro e fica grávida. A lei, nesse caso, admite a manobra abortiva. Mas o legislador impôs requisitos, quais sejam: que haja consentimento da gestante e seja realizado por médico. Isto é, não o abortamento não for realizado por médico, o agente que o praticou responderá pelo crime de aborto? Mas imaginemos que Eva tenha ficado grávida em decorrência do estupro. E Eva mora em cidade longínqua que não há médico na região; há, apenas, uma parteira. Eva procura à parteira e esta realiza a manobra abortiva. Ocorre que a parteira responderá pelo crime de aborto, porque o legislador disse que tem de ser praticado apenas por médico. Para que não ocorra injustiça, teremos de fazer o uso da analogia, in bonam partem, para beneficiar a parteira.
Exemplo extraído do site: http://atualidadesdodireito.com.br/rodrigocastello/2012/03/30/analogia-em-direito-penal-2/ : Acessado em 21/03/2013.
Natureza jurídica da analogia: É forma de auto-integração a um fato previsto.
Tipos de analogias:
a)      Intra legem – É aquele que ocorre dentro da lei.
b)     In Bonam Partem – É aquela que é feita em favor do réu.
c)      In malam Partem – É aquela que é feita em prejuízo ao réu.
DIFERENÇAS ENTRE INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA E ANALOGIA E EXTENSIVA:
Analogia – É norma de auto-integrarão, porque não há lei reguladora para a hipótese.
Interpretação analógica – Há lei, mas essa lei mos traz uma formulação genérica.
Interpretação extensiva - Há lei, entretanto, a lei disse menos do que devia.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL:
A aplicação da lei penal vai do art. 1º a 12 do Código Penal Brasileiro.
O art. 1º assim reza: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.Esse texto expressa o princípio da legalidade, reserva legal e anterioridade.
Obs.: A regra é a da IRRETROATIVIDADE da lei penal, salvo para beneficiar o réu.
Eficácia da lei penal: É o momento em que a lei adquire a sua vigência e produz seus efeitos.
Momentos ou etapas:  
a)    Sanção ou veto – É o ato do poder executivo ao declarar a aprovação ou reprovação da lei.
b)    Promulgação - Ato que proclama a existência e a executoriedade da lei. (poder legislativo).
c)     Publicação – É o ato que torna a lei obrigatória. (art. 361 do CP).
d)    Revogação  - Ato que extingue total ou parcialmente uma lei.
Obs.: Ab-rogação é a revogação total. Derrogação é a revogação parcial.
VACÁTIO LEGIS – é o lapso de tempo entre a publicação e a vigência da lei.
LEI PENAL NO TEMPO art. 2º ao 4º do CP.
Ao estudar a lei penal no tempo, é preciso se situar com relação às atividades. A atividade que estou me referindo é com relação à capacidade que a lei penal tem para regular fatos ocorridos durante o seu período de vigência.
Então, se uma lei está em vigor, e na sua vigência surgir um fato que precisa da aplicação de uma lei, qual lei aplicar? Pela lógica seria essa que estar em vigor, neh? Bom, mas nem sempre é assim. Ás vezes precisamos nos utilizar da extratividade.  Sim, extratividade, sabe porque? Porque, nem sempre a lei que está em vigor é a lei que deverá ser aplicada a um caso concreto naquele momento. Podendo a lei a ser aplicada, ser diversa da atual. Vamos ao conceito de extratividade:
Extratividade: é a capacidade que a lei penal tem de se movimentar no tempo regulando fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo depois de ter sido revogada ou de retroagir no tempo, a fim de regular situações ocorridas anteriormente à sua vigência, desde que benéfica ao agente. (Rogério Greco).
Essa extratividade é dividida emRETROATIVIDADE E ULTRA-TIVIDADE.
   Bom, como se trata de extratividade, então vimos que  é uma lei que vai ser aplicada fora de seu tempo de vigência, lembra? A atividade da lei vai ser extra, ou seja, fora do seu lugar. É como se fosse uma lei “folgada”, isto é, uma lei que vai ser aplicada no lugar de outra rsrs
Ultra-tividade – É quando uma lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos ocorridos durante a sua vigência.
Ex.: Boca de urna. Sim, boca de urna, sabe porquê? Quando um político ou outra pessoa é pego fazendo boca de urna, o processo vai ser julgado no mesmo tempo das eleições, ou só depois das eleições é que vai resolver o processo? Só depois. Então, o político não vai poder alegar que já se passou a vigência da lei de boca de urna e ficar impuni. A lei que estava em vigor vai ultragir (ir para frente) para atingir o infrator.
Retroatividade – Seria a possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.
Trago um bom exemplo do meu querido Greco, vamos lá.
Suponhamos que alguém, dirigindo seu automóvel, tenha praticado, no transito, um crime de homicídio culposo no dia 1º de setembro de 1997. O § 3º do art. 121 do Código Penal prevê uma pena de detenção de um a três anos para essa modalidade de infração penal. O processo, depois de concluídas as investigações, teve início me 5 de novembro daquele mesmo ano, estando os autos conclusos para julgamento em março de 1998, ocasião em que já estava em vigor o novo Código de Transito brasileiro ( Lei nº 9.503, de 23/9/97). O novo Código de Transito, almejando punir com mais rigor os motoristas causadores de homicídio culposos, criou uma nova figura típica por intermédio de seu art. 302, assim redigido:
                        
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas – detenção, de 2 a 4 anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Indagamos: as novas disposições criminais do Código de Trânsito poderiam retroagir a fim de alcançar a conduta praticada pelo agente, que a elas se amolda, ocorrida anteriormente à sua vigência, ou o Código Penal,por ser mais benéfico, será ultra-ativo? A regra que deverá prevalecer, no exemplo fornecido, em obediência às determinações constitucionais, será a da ultra-atividade do Código Penal.
 SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO:
Período: Vai da prática da conduta delitiva, até o término de execução (cumprimento) da respectiva sanção penal.
a) Abolitio criminis: É um tipo penal que deixa de ser considerado como tal. (art. 2º do CP).
 Natureza jurídica: É uma causa de extinção de punibilidade. (art. 107, III do CP).
Mas o que é punibilidade? É a possibilidade jurídica que possui o Estado de aplicar o Direito Penal subjetivo (ius puniendi).
a)    Novatio legis in mellius: O crime ainda continua existindo, mas uma lei nova de alguma forma beneficia o réu. (diminuindo ou excluindo uma causa de aumento). (§ único do art. 2º do CP).
b)    Novatio legis incriminadora: É quando um fato passa a ser considerado crime. Ex.: Porte ilegal de arma, antes era contravenção e hoje já é considerado com crime.
c)     Novatio legis in pejus: O crime já existe e surge uma nova lei que prejudica o réu.
LEIS EXCEPCIONAIS E LEIS TEMPORAIS
a)    Leis temporais: São aquelas que possuem vigência previamente fixada pela lei ou pelo legislador. Em outras palavras: É quando a lei traz expressamente em seu texto o dia do início, bem como o do término de sua vigência.
b)    Exepcionais : São as promulgadas em casos de calamidade pública, guerras, cataclimas e epidemias, cuja vigência perdura enquanto durar a situação que a determinou. Em outras palavras: é aquela cuja vigência é limitada pela própria duração da aludida situação que levou à edição do diploma legal.
Geralmente quando surgem essas leis excepcionais e temporais, também surge leis in pejus, até mesmo para manter a segurança jurídica. E como fica depois que passar essa fase e a lei voltar ao normal? Ainda permanece a lei in pejus, ou seja, ela ultrage?
É muito controvertido na doutrina com relação a isso, visto que, a CF não traz em seu esboço nada mencionando sobre a ultratividade de lei prejudicial e nem a retroatividade de lei não benéfica. Entretanto, o Código Penal assim reza sobre a ultratividade nestes casos:
Ultratividade: é a característica das leis denominadas temporais e excepcionais que permite a sua aplicação aos fatos praticados durante a sua vigência, mesmo após estarem revogadas. 
TEMPO DO CRIME art. 4º do CP
Com relação ao tempo do crime, temos 3 teorias. A teoria consiste na sistematização de um pensamento:
a)    ATIVIDADE: O tempo do crime é o da ação ou omissão. Art. 4º do CP brasileiro.
b)    Resultado: É o momento da produção do resultado.
c)     Ubiquidade ou mista: Para ele tanto faz. O tempo do crime é indiferente, ou seja, pode ser o da conduta ou do resultado.
Obs: O Código Penal brasileiro adotou a teoria da atividade.
APLICAÇÃO DA TEORIA DA ATIVIDADE NOS CRIMES PERMANENTES E CONINUADOS.
a)    Crimes permanentes: São aqueles em que a consumação se prolonga no tempo. Em outras palavras: A execução do crime se prolonga no tempo, existindo uma ficção de que o agente, a cada instante, enquanto durar a permanência, está praticando atos de execução.
Ex.: Art. 148 do CP, quando fala sobre o sequestro. Art. 158 e 159 do CP. Art. 33 da lei 11.343( Lei antidroga) menciona o termo guardar, eis que enquanto o indivíduo manter por sua guarda tal droga, aquele estará cometendo um crime permanente.
b)    Crimes continuados: São aqueles que apresentam pluralidades de valorações jurídicas da mesma espécie (previsto no mesmo artigo de lei, tipo penal), sendo tratadas como violação única em face de certos elementos subjetivos. Estão definidos no art. 71 do CP.
Obs.: Requisitos para que haja o crime continuado:Pluralidade de conduta// Pluralidade de crimes da mesma espécie// homogeneidade das circunstancias. Está posto no art. 69 do CP.
Detalhe: O tempo é de no máximo de 30 dias, passou disse já é concurso de crime. Para que o réu tenha sua pena calculada como crime continuado, o réu deverá confessar os crimes que cometera. 
De acordo com a súmula 711 do STF a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
LEI PENAL NO ESPAÇO art. 5º ao 12º do CP
Princípio da territorialidade relativa art. 5º do CP – Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
Território – É o espaço onde o Estado exerce sua soberania.
Componentes do território:
a)    Solo ocupado – É aquele ocupado pela corporação política ( NAÇÃO).
b)    Rios, mares, lagos, etc. – São os acidentes geográficos.
c)     Faixa de mar territorial – 12 milhas
d)    Espaço aéreo - É medido pela latitude e longitude
Tipos de territórios:
a)    Físico ou material – Representado pelos limites geográficos (mapas). Art. 5º, parágrafo 1º do CP.
b)    Jurídico - Representados pelas embaixadas e diplomatas.
Princípios:
a)    Territorialidade absoluta: Só a lei brasileira aplica-se aos fatos praticados no território nacional.
b)    Territórialidade temperada: Em regra aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional, porém, excepcionalmente, aplica-se a lei estrangeira quando, assim, determinarem os tratados convenções e regras de direito internacional.
Lugar do crime art. 6º CP:
Para identificar qual é o lugar do crime, temos que analisar as 3 teorias, são elas:
a)    Teoria da atividade – O lugar do crime é aquele onde houve a conduta.
b)    Teoria do resultado – O lugar do crime é aquele onde há a produção do resultado.
c)     Teoria da ubiquidade – Para saber qual é o local do crime, não importa se foi onde o agente praticou a conduta ou onde foi realizado o resultado, tanto faz.
Obs.: O Código Penal brasileiro adotou a teoria da ubiquidade.
Para o CPP, em seu art. 70, este se utiliza da teoria do resultado. (está relacionado à competência jurisdicional, ou seja, qual juiz competente. Ademais, é necessário saber qual o melhor local para colhimento de provas.)
Aplicação da teoria do Código Penal brasileiro:
a)     Crimes a distância: São aqueles em que a execução se dar em país e a consumação em outro país.
Ex.: Suponhamos que alguém, residente na Argentina, enviasse uma carta-bomba tendo como destinatário uma vítima que reside no Brasil. A carta-bomba chega ao seu destino e, ao abri-la,a vítima detona o seu mecanismo de funcionamento, fazendo-a explodir, causando-lhe a morte. Se adotada no Brasil a teoria da atividade e na Argentina a teoria do resultado, o agente, autor do homicídio ficaria impune. A adoção da teoria da ubiquidade resolve problemas de Direito Penal internacional.
b)    Crimes à pluri-locais : São aqueles aonde a execução se dar em um local e a consumação em outro local, só que no mesmo país.
Obs.: Para resolver este caso, temos que aplicar a teoria do resultado segundo o CPP.

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