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CRIMINOLOGIA

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CRIMINOLOGIA 
 
Art. 1º CP: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
 
Criminologia e a Maioridade Penal 
O Brasil adota o critério biológico para a maioridade penal. Basta ter 18 anos para ser 
imputável. 
O art. 228 combinado com o art. 60 mostra que a maioridade penal é uma cláusula 
pétrea e só pode ser mudada com uma assembléia nacional constituinte (uma nova 
constituição). Uma lei infraconstitucional, entretanto, pode ampliar o prazo em que o 
menor infrator fica recolhido. Menor não pratica crime, pratica ato infracional. 
Criminologia 
(1) Introdução 
Por mais que se pesquise e estude, não se consegue penetrar no cérebro humano. 
 
(2) O Que é Criminologia 
Criminologia é a ciência que se dedica ao estudo do crime, ao estudo dos criminosos. 
Ela busca soluções para reduzir a criminalidade, para colocá-la em níveis suportáveis. O 
poder público pode ajudar a reduzir a criminalidade (ex: iluminando as ruas, criando 
hospitais e escolar nas favelas, etc.). 
 
(3) O Que Diz a Criminologia Atual 
A Criminologia atual está preocupada de forma absoluta na recuperação do criminoso, 
mas não se oferece condições para isso. 
O crime no estado se organizou ao se espalhar os líderes dos criminosos por diversos 
presídios do estado. Foi um erro estratégico que espalhou células do crime organizado 
por todo o estado, resultando em ataques e morte de policiais e agentes penitenciários. 
 
(4) A Composição da Criminologia 
É composta da Sociologia Criminal, que estuda o meio social que leva o indivíduo a 
cometer crimes. A Sociologia Criminal foi fundada na Itália por Henrique Ferri. 
Também é composta pela Antropologia Criminal, que estuda o homem delinqüente, a 
sua constituição física, as causas que o levam a cometer crime. A Antropologia 
Criminal, também chamada de Biologia Criminal, for fundada por Cesare Lombroso. 
O terceiro elemento da Criminologia é a Política Criminal, a ciência que estuda os 
métodos a serem usados na repressão do crime. Foi criada por Von List. 
 
Construir cadeias é medida de Política Criminal. Penas alternativas também são 
medidas de Política Criminal. A Política Criminal é, dos 3, o elemento mais importante 
do momento. 
 
 
Criminologia e as Correntes Migratórias 
1970. Após a conquista do Tri começou uma corrente migratória para o Sudeste em 
busca de uma vida melhor. Por dia chegam entre 2 mil e 3 mil pessoas. 
Elas vão para a periferia, montam barracos, criam favelas. O perfil do retirante é: 
homem que deixa a família em sua terra, traz apenas algumas roupas, não consegue 
arranjar emprego e, quando consegue algum trabalho, é quase escravizado. Desesperado 
pela situação, é convencido por alguém a participar de algum assalto para arranjar 
dinheiro. É preso. Na cadeia é espancado e violentado. 
Torna-se um criminoso. Sairá da prisão para cometer crimes. Este é o perfil de 100 mil 
homens em São Paulo. 
 
História do Direito Penal 
1. História 
2. Pena 
3. Código de Hamurábi 
4. Código de Manu 
5. Código de Hia 
6. Direito Germânico 
7. Direito Canônico 
8. Direito Romano 
9. Revolução Francesa 
 
1. A história do Direito Penal é a história da humanidade. Sempre acompanhou o 
homem, nunca se afastou do homem. O crime sempre existiu. 
2. Antes se via que a pena era uma vingança. A pena em épocas antigas era a pena de 
morte. Até que surge o Código de Hamurábi. 
3. O Código de Hamurábi surgiu na Babilônia. Foi um grande avanço na história do 
direito Penal, pois previu a lei do talião (olho por olho, dente por dente)., não se 
podendo mais matar quem furtasse, mas apenas quem matasse. 
4. No século XIII A.C. surge o código de Manu na Índia. Previa a composição 
(aplicada no Brasil e no mundo), que é a reparação de danos. Hoje no Brasil em muitos 
casos paga-se a multa e não vai preso. 
5. No século XII A.C. surge o Código de Hia na China. Prevê cinco penas 
fundamentais: perfuração dos olhos; extração das orelhas; extração do nariz; morte por 
enforcamento e obturação de todos os orifícios do corpo humano (a pior pena de todas). 
 
6. O Direito Germânico julgava pelo fato, pelo elemento objetivo. Não importava o 
motivo do crime. 
7. Pouco depois vem o Direito Canônico. Diferentemente do Direito Germânico, 
julgava pela conduta do agente, e não pelo fato. Criaram as penitenciárias. Julgava-se 
pela intenção do agente. 
8. O Direito Romano foi o que mais separou o Direito da Igreja, aboliu a pena de morte 
(em muitos países), criou os Princípios Gerais do Direito, punição pela tentativa, 
legítima defesa, estado de necessidade, culpabilidade, co-autoria. 
9. A Revolução Francesa criou três princípios fundamentais do Direito 
Penal: 
• Não há crime sem pena 
• Não há crime sem lei 
• Não há pena que não venha do Poder Judiciário 
 
Escolas Criminológicas 
Tivemos 3 escolas que deram vida ao Direito Penal. 
A pioneira foi a chamada Escola Clássica do Direito Penal, a primeira em que se 
estuda criminologia. 
Fundada por César Bonesana (Marquês de Becaria). Autor de “Dos Delitos e das 
Penas”, chamada de certidão de nascimento do Direito Penal. A Escola Clássica 
também é chamada de Escola Humanitária. Para Becaria, o que importava era a certeza 
que o criminoso será punido. Ele propôs que as leis seriam criadas pelo Legislativo, de 
forma simples, e que ao Judiciário caberia apenas julgar. 
Becaria também dizia que deveria se ouvir a palavra do acusado. As leis deveriam ser 
escritas, para que todos saibam seu conteúdo. Dizia que existiam 3 (três) crimes que 
eram muito difíceis de provar: pederastia, infanticídio e adultério. Ele propôs o fim da 
pena de morte. Propôs que a família de quem comete suicídio não seja punida. 
A Escola clássica teve 3 grandes nomes. 
 O grande vulto foi Franceso Carrara, autor de “Programa de Direito Criminal”. 
Para Carrara, crime é livre-arbítrio, ninguém é obrigado a praticar crime. Para a 
escola clássica, o importante é a defesa, se preocupou exclusivamente em punir. A 
grande preocupação é com o delinqüente, e não com os problemas sociais. Crime é 
um ente jurídico, se está na lei é crime. 
 Para Pelegrino Rossi, pena é para punir, é um fator preventivo (quem está preso não 
comete crime). 
 John Howard, foi da escola clássica, o fundador das prisões. Dizia que nas cadeias 
deveria ter educação, para que se penitenciasse daquilo que fez. Devia ter médico na 
cadeia. 
 
 
 
Criminologia e Preconceito Racial 
O Brasil passou a punir o preconceito racial em 1951 (lei 1390/51). 
A lei 1390/51 (Lei Afonso Arinos) previa a pena de detenção. Posteriormente veio a lei 
7716/89, que previa a pena de reclusão. De 1951 a 1989 apenas quatro casos de 
preconceito racial foram registrador, sem nenhuma condenação. O crime de preconceito 
racial pune a segregação, enquanto que o crime de injúria pune a ofensa. A criminologia 
pune o racismo. 
 
Escola Positiva 
1. Césare Lombroso – Livro “L´Umo Delinquente” 1886 
a) Criminoso nato 
b) Ocasional 
c) Fronteiriço (meio-louco) 
2. Henrique Ferri – Livro “Sociologia Criminal” 1896 
a. Nato 
b. Louco 
c. Ocasional 
d. Passional 
e. Habitual 
3. Rafael Garófalo – Livro “Criminologia” 1896 
 
A Escola Positiva foi quem primeiro falou a expressão Criminologia. Teve três 
expoentes. O mais famoso foi o legista Césare Lombroso. Entendia que o crime não 
era livre-arbítrio, o crime era instinto, tinha várias causas para a pessoa cometer o crime. 
Dizia que existia uma espécie de criminoso, denominado nato, que nascia para cometer 
crime. Descrevia fisicamente o criminoso nato. A Escola Positiva discordava da Escola 
Clássica.Para Lombroso, existiam três tipos de criminosos: 
a. Nato. Por fatores endógenos, há um impulso para a prática de crime. São 
pessoas que matam pelo prazer de matar. 
b. Ocasional. Um mau-caráter, aproveita-se do descuido da vítima para cometer 
crime. 
c. Fronteiriço (meio-louco). Não tem a capacidade de saber o que está fazendo. 
São os silvícolas, os surdo-mudos, os deficientes mentais. Tem a capacidade 
reduzida de entender o que está fazendo. 
Para Lombroso, criminoso é um gênero humano. Pena é para recuperar o criminoso. O 
Brasil adota a Escola Positiva. 
 
Henrique Ferri foi discípulo de Lombroso. Foi o fundador da Sociologia Criminal. 
Escreveu o código penal italiano. Classificou os criminosos em cinco espécies: 
a. Nato: o que nasce para cometer crimes. 
b. Ocasional: vale do descuido da vítima para cometer crimes. 
c. Habitual: faz do crime uma profissão, um meio de vida. É o ladrão de 
automóveis, o traficante, o ladrão de carga. 
d. Passional: age por paixão, é movido por um impulso no momento do crime. 
e. Louco: enfermo mental. 
 
Rafael Garófalo era, da Escola Positiva, o único que defendia a pena de morte. Se a 
sociedade tem um tumor (o criminoso), deve ser extirpado. A pena de morte seria para 
os criminosos cruéis, perigosos. 
 
 
Divisão da Criminologia 
Segundo a Unesco, a Criminologia deve ser dividida em duas partes: 
Criminologia Geral: é composta pela Biologia Criminal, pela sociologia Criminal e 
pela Política Criminal. A Criminologia Geral é a que estuda o crime em geral, as causas, 
os fatores endógenos e os fatores exógenos. A Criminologia Geral mostra que as 
pessoas desprovidas de recursos têm maior tendência à prática do crime, mas não afasta 
as de bom nível social a cometer também. 
Criminologia Clínica: é composta pela Medicina Legal, pela Polícia Científica (ou 
Criminalística) e Psicologia forense. Estudam os casos individuais através de estudos 
científicos e interdisciplinares. 
A Medicina Legal atua em vários campos. 
a. Traumatologia, onde constata os danos à saúde, ao corpo, à vida. 
b. Tanatologia, que estuda as causas da morte, realiza as necropsias. 
c. Sexologia, que constata as lesões sexuais, verifica se foi estuprada. 
d. Toxicologia, que verifica se o réu tinha condições de entender o que estava 
fazendo, entender o caráter ilícito do fato criminoso. 
A Polícia Científica ou Criminalística colhe impressões digitais nos locais de crime, 
analisa o local do crime, faz exames grafotécnicos, balística. 
A Psicologia Forense analisa unicamente hoje a credibilidade de um testemunho 
infantil. 
 
As Causas da Criminalidade no Brasil 
A primeira causa de criminalidade no Brasil é a impunidade. Alberto Marinho Jr, 
desembargador de SP, dizia que “mate 1, mas espante 1000”. Era favorável à pena de 
morte. Achava que bandido tinha que ser punido. 
A segunda causa da criminalidade no Brasil é o desemprego. Segundo Dalmo Dallari, o 
desemprego é a causa principal da criminalidade no país. 
A terceira causa é a pobreza, a miséria. Paulo Sérgio Pinheiro, presidente do núcleo de 
violência da USP, diz que a desigualdade social, a má distribuição de renda é a maior 
causa da criminalidade no país. 
A quarta causa á a má educação, a ignorância. Basileu Garcia, ex- professor da USP, 
dizia que o ensino concorre de maneira extraordinária para reduzir os crimes violentos. 
A quinta causa é o mau ambiente social. Nelson Hungria dizia que o mau ambiente 
social é a soma do congênito com o adquirido. 
 
Luiz Carlos Rocha entende que a disseminação das drogas é a causa principal da 
criminalidade. 
Damásio diz que as armas de fogo são responsáveis pelo índice extraordinário de 
violência no país. 
Para Nilton Fernandes, a falência do sistema penitenciário é a causadora da violência 
no país. 
Para o prof. Guaracy, o corporativismo de delegados, promotores e juízes é uma das 
maiores causas da criminalidade no país. 
 
 
Criminologia 
1. Tempo do Crime 
a) Conceito 
b) Importância 
c) Teoria Adotada no Brasil 
2. Lugar do Crime 
a) Conceito 
b) Importância 
c) Teoria 
3. Princípio da Territorialidade (art 5º CP) 
a) Aplicação da Lei Brasileiro 
b) Imunidades Diplomáticas 
 
1. Tempo do Crime 
Artigo 4º CP. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado. Teoria da atividade quando se fala do tempo do 
crime. A importância do tempo do crime é grande. 
 
Primeiramente porque ele define que lei vai ser aplicada (com base na vigência da lei). 
A segunda importância é o chamado crime permanente, que é aquele que se prolonga no 
tempo. Outra importância é o momento em que se cometeu a ação ou omissão. 
 
2. Lugar do Crime 
Artigo 6º CP. O Brasil adota a teoria da umbiguidade (ou teoria mista) quanto ao local 
do crime. Apura-se o lugar onde o crime foi cometido ou onde o resultado produziu 
efeitos. Tocou no nosso território, aplica-se a lei brasileira. 
 
3. Princípio da Territorialidade 
Artigo 5º CP. O Brasil adota o princípio da territorialidade temperada. 
Existem imunidades, se vem um diplomata aplica-se a lei do país dele. 
A todo crime praticado no nosso território aplica-se a lei brasileira, salvo os tratados que 
o Brasil assina, as normas internacionais. 
Cônsul não possui imunidade. Já os embaixadores, seus familiares e os funcionários das 
embaixadas sim. 
Se ocorrer um crime em uma aeronave ou embarcação brasileira que se encontra em 
águas internacionais ou no espaço aéreo internacional aplica-se a lei brasileira. Da 
mesma forma se o presidente sofre um atentado no exterior. 
A Convenção de Viena dá autonomia para os Estados apurarem os crimes cometidos em 
seu território. 
 
Classificação Doutrinária dos Crimes 
1. Crime comum 
2. Crime Próprio 
3. Crime de Mão Própria 
4. Crime de Dano 
5. Crime de Perigo 
6. Crime Material 
7. Crime Formal 
8. Crime de Mera Conduta 
9. Crimes Comissivos 
10. Crimes Omissivos 
11. Crime Comissivo por Omissão 
12. Crime de Ação Pública – Incondicionada 
13. Crime de Ação Pública – Condicionada 
 
 
 
1. Crime Comum 
É aquele praticado por qualquer pessoa, a lei não especifica o sujeito ativo. 
Ex: matar alguém, Furto, dano, roubo, homicídio, etc. 
 
2. Crime Próprio 
É aquele que exige uma qualidade pessoal do agente, uma condição individual. 
Ex: art. 156 CP (furto de coisa comum): subtrair o co-herdeiro, sócio ou condômino; art. 269 CP: 
deixar o médico de ?????; praticar bigamia (deve ser casado para praticar); infanticídio, peculato. O 
crime próprio admite co-autoria. 
 
3. Crime de Mão-Própria 
Muito parecido com o crime próprio. É aquele que só pode ser praticado pelo agente em pessoa. 
Ex: art 338 CP (reingresso de estrangeiro expulso); porte ilegal de arma; falta de carteira de 
habilitação para motorista. 
O crime de mão própria não admite co-autoria. Também é chamado de crime de autuação pessoal. 
O infanticídio também é um crime de mão-própria. 
 
4. Crime de Dano 
É aquele que ofende o bem jurídico. 
Ex: homicído (ofende a vida); o roubo (ofende o patrimônio); o estupro (ofende os costumes). 
 
5. Crime de Perigo 
É aquele que se consuma com a possibilidade de causar dano. 
Ex: art 130 CP (contágio venéreo); art 132 CP (perigo de vida ou saúde); Art. 133 CP (abandono de 
incapaz). Não chega a ocorrer o dano no crime de perigo. 
 
6. Crime Material 
Exige a produção do resultado para ser consumado. 
Ex: homicídio exige o corpo; furto exige o objeto furtado. 
 
7. Crime Formal 
É aquele que se consuma independentemente do resultado. É chamado por muitos escritoresde crime 
de resultado cortado ou crime de consumação antecipado. 
Ex: art 288 CP (formação de quadrilha); art 289 CP (falsificação de moeda); art 159 CP (extorsão 
mediante sequestro); ameaça, injúria, calúnia, etc. 
 
8. Crimes de Mera Conduta 
Também chamados de crime de simples atividade, resulta da conduta, não exige resultado. 
Ex: invasão de domicílio; ato obsceno; todas as contravenções penais. 
 
9. Crimes Comissivos 
Pratica-se mediante ação. 
Ex: estupro. 
 
10. Crimes Omissivos 
Aqueles que se fazem perante a omissão. São 7 no CP. 
Ex: omissão de socorro. O tipo penal diz “deixar”, “retardar” ou “omitir”. 
 
11. Crime Comissivo por Omissão 
Também chamado omissivo impróprio. 
Ex: a mãe deixa de alimentar o filho. Pode ser doloso ou culposo. 
É aquele em que o agente tem o dever de agir para impedir o resultado. Só pode ser praticado pelo 
garantidor. 
 
12. Crime de Ação Pública 
Crime de Ação Pública é aquele promovido pelo Estado, é aquele em que o Estado tem interesse na 
sua apuração. 
Ação pública incondicionada; Sempre que o CP quiser que o crime seja de ação pública 
incondicionada, ele silencia sobre a quem cabe a ação. 
Ação pública condicionada; O crime de estupro, quando praticado pelo pai, é de ação 
pública incondicionada. Quando a vítima é pobre, sem recursos, é de ação pública 
condicionada. 
 
Crime Permanente 
É aquele que se prolonga no tempo. Enquanto permanecer a ação delituosa, cabe a prisão em 
flagrante. Ex: art 148 CP (sequestro); art 159 CP (extorsão mediante sequestro); art 229 CP (manter 
casa de prostituição); art 244 CP; art 246 CP; art 249 CP. 
 
Crime Instantâneo 
É o que se consuma naquele momento, cabe a prisão em flagrante apenas naquele momento. 
 
Crime Continuado 
Art 71 CP. É aquele em que o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 2 ou mais 
crimes da mesma espécie. Crimes da mesma espécie são aqueles que estão no mesmo tipo. Ex: 
roubou 1 posto de gasolina na segunda e rouba outro posto, a 500m do primeiro, na quarta. Os crimes 
têm de ter sido cometidos em datas diferentes e em locais próximos. 
 
Crime Impossível 
Art 17 CP. “Não se pune a tentativa quando a ineficácia absoluta do meio ou a ineficácia absoluta do 
objeto ????”. Ex: matar um cadáver; furtar um cofre vazio. Não se pune a tentativa. 
 
Crime Habitual 
É a reiteração de condutas que, isoladas, são atípicas, mas em conjunto caracterizam o crime. Ex; 
medicina ilegal (art 282 CP); curandeirismo (art 284 CP); rufião. 
 
Crime Unisubsistente 
É aquele que se consuma com apenas um ato. Ex: crimes verbais (art 140 CP); ameaça (art 147 CP); 
desacato (arts 330 e 331 CP). 
 
Crime Plurisubsistente 
É aquele que se consuma com mais de um ato. 
 
Crime Doloso 
Também chamado de crime ou dano comissivo ou intencional, é aquele em que o agente prevê o 
resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, leva-a adiante, produzindo o resultado. 
Classifica-se em: 
Direto; quando há a previsão do resultado lesivo mais a vonta de livre e consciente de produzi-lo, 
Indireto; quando há a previsão do resultado lesivo mais a aceitação de sua ocorrência. 
 
Crime Culposo 
Culpa Inconsciente ou Pré- Consciente: é uma conduta voluntária, sem intenção de produzir o 
resultado ilícito, porém, previsível, que poderia ser evitado. A conduta deve ser resultado de 
negligência, imperícia ou imprudência. 
exemplos: 
 Imprudência: art. 121, § 3º do Código Penal (CP) - Homicídio culposo. 
A pessoa que dirige em estrada, com sono, resultando em acidente fatal a outrem. 
 Negligência: art. 121, § 3º do CP - Homicídio culposo. 
A pessoa que esquece filho recém-nascido no interior do carro, resultando em morte por 
asfixiamento. 
 Imperícia: art. 129, § 6º do CP - Lesão corporal culposa. 
Pessoa iniciante na prática de artes marciais, durante o treinamento, causa lesão corporal em 
alguém, ao manejar incorretamente arma cortante. 
 
Crime Preterdoloso 
É aquele em que o agente atua com dolo no antecedente e com culpa no consequente. 
Ex: dá um tapa no ouvido do sujeito, que escorrega, cai e morre; 
médico que faz um aborto ilegal e a mulher morre; abandona a criança numa caixa na rua, chove e a 
criança morre afogada. 
 
Crime de Ação Privada 
Depende exclusivamente da vítima. Ex: crime de dano; estupro. 
 
 
 
Vitimologia 
Vitimologia é o estudo científico das vítimas. Tem a finalidade de advertir, proteger, censurar e 
orientar o sujeito passivo de uma infração penal. Tem também o objetivo de retirar do mundo do 
crime os criminosos ocasionais, aqueles que se aproveitam do descuido das vítimas. 
Quem fundou a vitimologia foi Benjamin Mendelson, após a segunda guerra mundial 
Vítimas Natas: aquelas pessoas que nascem para ser vítimas de crime: 
a. As que, pelas condições pessoais (temperamento forte, gênio violento, provocam os outros), 
são facilmente atacadas; 
b. As que possuem desvio de comportamento moral (com desvio sexual); 
c. Pessoas que exercem certas atividades profissionais (ex: policiais, taxistas, motoristas e 
cobradores de ônibus, bancários). 
 
Vitórias Recentes da Vitimologia: 
1. o art. 59 CP, que trata do comportamento da vítima. O juiz é obrigado, ao dar a sentença, a 
analisar o comportamento da vítima; 
2. art. 16 CP, que trata do arrependimento posterior. Toda vez que houver um crime sem 
violência, reparando o dano, a sentença é reduzida; 
3. lei especial 9.807/99 (lei de proteção às vítimas e às testemunhas); 
4. estatuto do idoso (lei 10.741/03); 
5. lei 11.340/06 (lei Maria da Penha), que trata de violência contra mulher; 
6. Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8.069/90). 
 
Da Vitimização no Brasil 
Fatores que levam nosso país a ser o de maior vítimas em todo o mundo: 
• Televisão 
• Desemprego 
• Correntes migratórias 
• Menor abandonado 
• Idoso (desamparado) 
• Erro médico 
• Acidente de trânsito 
• Prostituição infantil 
• Drogas 
• Trote escolar 
 
 
 
Classificação de Vítimas 
1. Segundo Benjamin Mendelson 
- Inocente 
- Menos culpadas que o criminoso 
- Tão culpadas quanto o criminoso 
- Mais culpadas que o criminoso 
- Unicamente culpada 
 
2. Segundo Hans Von Hentig 
• Vítima resistente 
ex: legítima defesa 
• Vítima cooperadora ex: vítima que sabe que pode ser vítima, como atleta com grave problema de 
saúde que continua praticando a atividade 
 
3. Segundo Jimenes de Azua 
• Vítima desconhecida (as mais comuns) 
• Vítima conhecida (ex: furto de sócio, furto por abuso de confiança) 
• Vítima indefinida (combustível adulterado, produto vencido) 
 
4. Segundo Guglielmo Gullota 
• Vítima real (vítimas comuns, vítimas do dia a dia) 
• Vítima falsa (ex: simular o próprio sequestro) 
 
5. Segundo Vasile Stanciu 
• Vítima de nascimento (ex: quem nasce em ambiente de guerra) 
• Vítima dos pais (ex: abandono de incapaz) 
• Vítima da civilização (somos todos nós) 
• Vítima do Estado 
• Vítima da tecnologia 
 
6. Segundo Hilda Marciolli (vítima deveria ser tratada com mais carinho) 
• Vítimas conhecidas do autor 
• Vítimas desconhecidas do autor 
• Vítimas que fazem parte do grupo familiar do vitimário 
(vitimário=autor do crime) 
 
7. Segundo autor não nominado 
• Vítima inocente (não contribui para o crime) 
• Vítima nata (ex: pela atividade profissional) 
• Vítimas omissas (ex: mulher que é estuprada que não dá queixa) 
• Vítimas inconformadas (atuantes)

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