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26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102345/ 1/6 ESTUDANDO: ENEM - QUÍMICA 8. ESTRUTURA ATÔMICA DA MATÉRIA A química tem como objeto de estudo a matéria e suas transformações, não apenas as modificações superficiais dos corpos, mas essencialmente, as mudanças que ocorrem no seu nível mais fundamental, quer dizer, a química investiga a transformação de uma substância em outra. Não é possível compreender satisfatoriamente os fenômenos químicos se não conhecemos com alguma segurança a estrutura interna da matéria, ou mais especificamente de que a matéria é realmente constituída no seu nível mais elementar. Esta pergunta inicialmente motivou os filósofos gregos Demócrito e Leucipo a enunciarem o que viria a ser o primeiro modelo atômico 500 anos antes de Cristo. Aliás, a palavra grega que dá nome a esta entidade fundamental carrega em si o próprio conceito, ou seja, para os filósofos gregos deveria existir um pedaço mínimo de matéria que não mais poderia ser dividido, o ÁTOMO. Modelo Atômico de Dalton John Dalton (17661844) John Dalton é merecidamente considerado o autor do primeiro modelo atômico “científico”. A princípio o seu conceito não é muito diferente do modelo grego, todavia ele se baseou em fatos experimentais para construílo, e enunciou postulados que se confirmaram úteis para explicar alguns fenômenos naturais amplamente conhecidos, como a conservação da massa (Lei de Lavoisier), por exemplo. Segundo Dalton os átomos eram (1) pequenas partículas indestrutíveis, extremamente pequenas e eram os constituintes de toda espécie de matéria. (2) Os átomos de um dado elemento químico eram idênticos em todas as suas propriedades, inclusive a massa. (3) Uma substância na verdade é o resultado da combinação de alguns átomos de dois ou mais elementos unidos numa proporção definida e (4) numa reação química o que de fato ocorre é uma redistribuição destes átomos em proporções diferentes. Como podemos observar Dalton utiliza nos postulados 3 e 4 a “Lei da Proporção Definida” de Proust e a “Lei da Conservação da Massa” de Lavoisier, respectivamente, para nortear o seu modelo atômico, fato que garante até hoje a utilidade deste modelo. Não é por acaso que sempre que fazemos um balanço de massa numa equação química (normalmente para efetuarmos cálculos estequiométricos) estamos utilizando o modelo atômico de Dalton. Modelo Atômico de Thompson Joseph John Thompson (18561940) Na época de Dalton os fenômenos relacionados à eletricidade ainda não eram dominados nem as suas causas 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102345/ 2/6 conhecidas. Esta falta de informação fez com que o pioneiro do modelo atômico não considerasse a natureza elétrica da matéria, fato corrigido décadas mais tarde por Joseph John Thompson. No final do século XIX, Thompson se dedicava ao estudo das ampolas de Crookes. Estes dispositivos eram construídos fazendose vácuo num tubo de vidro e polarizando eletricamente dois eletrodos posicionados em suas extremidades como mostram as figuras abaixo: Tubo de raios catódicos Representação do experimento em tubos de raios catódicos A partir de uma dada pressão surgia uma luminosidade difusa no interior do cilindro de vidro que se transformava em um raio luminoso quando a pressão do gás confinado no recipiente atingia valores ainda menores. Como o raio surgia no pólo negativo (cátodo) e se dirigia ao pólo positivo, a ampola de Crookes ficou conhecida como “tubo de raios catódicos”, sendo ainda hoje empregado em lâmpadas fluorescentes e tubos de imagens de televisores convencionais. Após uma série de experimentos Thompson percebeu que os tais raios apresentavam propriedades de partículas eletricamente carregadas. Por exemplo, os raios viajavam em linha reta, mas eram desviados por campos elétricos e magnéticos, produziam sombras bem definidas e ao se colocar uma pequena ventoinha no caminho do raio esta se movimentava quando o dispositivo era acionado, sugerindo claramente que além de apresentar carga elétrica (negativa) os raios deveriam ser formados por pequenas partículas capazes de transferir energia numa colisão com um anteparo como a ventoinha. Representação do átomo de Thompson Em 30 de abril de 1897 o físico inglês apresentou o seu modelo, até hoje conhecido como “pudim de passas” pela 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102345/ 3/6 alegoria que ele utilizou para explicálo aos colegas da Royal Institution da GrãBretanha. Pela primeira vez considerouse o fato do átomo poder ser dividido em partículas ainda menores. Segundo o modelo de Thompson a esfera maciça e indestrutível ainda estava lá, mas agora ela apresentava carga positiva e estava incrustada com pequenas partículas de carga negativa que podiam ser arrancadas ou depositadas na superfície com certa facilidade e eram responsáveis pelo fenômeno dos raios catódicos. O nome elétron veio como referência ao âmbar (elektron, em grego), resina fossilizada que desde a antiguidade sabiase ser possuidora de propriedades “interessantes”, posteriormente explicadas pela facilidade de ser carregada com eletricidade estática, adquirindo carga negativa. O âmbar também deu origem à palavra eletricidade. Modelo Atômico de Rutherford Ernest Rutherford (18711937) Como pudemos perceber, até aqui o modelo atômico para a estrutura da matéria está diretamente relacionado com o contexto históricocientífico do período em que foi desenvolvido. Isto é um fato corriqueiro em ciência, principalmente quando falamos de modelos teóricos. No fim das contas estamos tentando descobrir a estrutura de algo que nunca vimos de fato e tudo o que nos resta é testar a eficiência do modelo explicando os fenômenos já observados e prevendo outros que ainda não o foram. O modelo de Thompson infelizmente não previa os fenômenos radioativos descobertos acidentalmente por Henri Becquerel em 1895, nem os resultados do clássico experimento de Ernest Rutherford usando partículas α incidentes sobre uma fina lâmina de ouro. A figura mostra o experimento de Rutherford. Como podemos perceber as partículas α se chocam em movimento retilíneo com a fina Lâmina e são detectadas por um filme fluorescente. Ao analisar os resultados Rutherford percebeu que a grande maioria das partículas passou sem alterações de trajetória pela lâmina de ouro, o que chamou a atenção do cientista, no entanto, foram as poucas partículas que sofreram desvios e aquelas que foram literalmente refletidas pelo anteparo. A figura a seguir mostra a interpretação que Rutherford deu ao fenômeno. Segundo ele as partículas desviadas ou refletidas tiveram a “azar” de se chocar, ou passar muito perto, de uma região do espaço muito densa e positivamente carregada. A lógica deste raciocínio está nas propriedades da própria partícula radioativa usada por Rutherford, esta era muita “pesada” e tinha carga positiva de modo que somente uma partícula semelhante poderia repelila ao ponto de provocar desvios em sua trajetória. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102345/ 4/6 Representação esquemática do comportamento das partículas Obviamente as que passaram em linha reta não haviam encontrado tal obstáculo, e como este grupo era a grande maioria, Rutherford concluiu que o átomo era na verdade um grande espaço vazio, no centro deste espaço se encontrava uma região muito pequena, mas de elevada massae de carga positiva. Em 1912, pela primeira vez, Rutherford usou a palavra núcleo quando se referiu a esta parte do átomo. A Falha do Modelo de Rutherford Não havia como negar a existência do núcleo e a partir de 1911 o modelo atômico de Rutherford para o átomo era o mais aceito. Os resultados do experimento simplesmente não podiam ser explicados com base no modelo de Thompson, que previa uma distribuição uniforme de massa e cargas elétricas em todo o átomo. No entanto não ocorreu a Rutherford uma explicação convincente para a seguinte pergunta: “Aonde estão os elétrons?” Diagrama mostrando como um elétron poderia perder energia ao girar em torno do núcleo Se ficassem parados perto do núcleo eles seriam atraídos e fatalmente provocariam o colapso do átomo quando se chocassem contra ele. A possibilidade de estarem em movimento também foi descartada pelas teorias do eletromagnetismo. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102345/ 5/6 Segundo James Klerk Maxwell, se o elétron girasse em torno do núcleo ele seria obrigado a se manter em constante aceleração por causa da atração eletrostática, o que provocaria uma perda contínua de energia potencial fazendoo descrever uma órbita em espiral na direção do núcleo. O resultado seria o mesmo da hipótese anterior. Assim o modelo de Rutherford permaneceu “inacabado” até que um dos seus alunos propôs uma solução um tanto revolucionária. Modelo de Bohr Niels Bohr (18851962) Em 1911 o dinamarquês Niels Bohr chegou a Cambridge, Inglaterra, para trabalhar com J. J. Thompson. Infelizmente o primeiro encontro entre os dois não deu muito certo e em março de 1912 Bohr se transferiu para Manchester, também na Inglaterra, para trabalhar com Rutherford. Como não havia nesta ocasião amostras radioativas que pudesse usar em suas atividades experimentais, Bohr se envolveu na interpretação do espectro atômico do hidrogênio. Basicamente os elementos químicos emitem luz quando são excitados com eletricidade ou calor, por exemplo. Ao contrário da luz emitida pelo sol, que é composta por todas as cores visíveis e formam o que chamamos de espectro contínuo (ver as 2 primeiras figuras a seguir), os elementos emitem apenas algumas cores, ou linhas espectrais (3ª figura). A luz branca, ao passar pelo prisma, é decomposta em um espectro. Cores do espectro contínuo. Espectros de elementos químicos. Com base no trabalho de Max Planck, que pela primeira vez levantou a hipótese que a energia era transferida entre os corpos em quantidades discretas, ou pequenos pacotes chamados de quantum (ou no plural, quanta), Bohr desenvolveu um modelo matemático que explicava satisfatoriamente a estrutura eletrônica dos átomos, em outras palavras Bohr começou a responder à pergunta: “Afinal, onde estão os elétrons dentro do átomo?”. O modelo eletrônico de Bohr consistia em dividir a eletrosfera, região do átomo na qual os elétrons estão localizados, em camadas. Cada uma destas camadas apresentava uma quantidade de energia bem definida. Ao contrário do que previam as equações de Maxwell (lembra do gargalo do modelo de Rutherford?) os elétrons não podiam passear livremente entre as camadas, uma vez que a quantização da energia não permitia que elétrons absorvessem ou liberassem qualquer quantidade de energia. Para entender melhor a diferença entre o que dizia Maxwell e o que Planck e Bohr acreditavam podemos fazer a seguinte alegoria: No mundo macroscópico estudado 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102345/ 6/6 pela física clássica a energia se desloca em grandes quantidades subindo ou descendo uma rampa, portanto, qualquer quantidade de energia pode ser trocada entre os corpos. Já no mundo microscópio e invisível estudado pela nova física, a física quântica, a energia se desloca em pequeníssimas quantidades subindo e descendo uma escada. Como sabemos não é possível estar entre dois degraus da escada, ou estamos no degrau de baixo ou no de cima, nunca entre eles. Para subir precisamos de energia, não qualquer quantidade, mas exatamente a necessária para chegar ao próximo degrau. Assim esperase que dentro de um corpo tão pequeno quanto um átomo a energia só possa ser transferida em quantidades discretas, os quanta de energia, do latim quantidade. Para mudar de órbita, ou de camada, o elétron deveria perder ou ganhar uma quantidade exata de energia, o quantum. Desta forma ele garantia que o elétron tivesse uma órbita estável. Ao invés de se deslocar em espiral em direção ao núcleo o elétron permanecia girando na sua órbita por tempo indeterminado. Quando recebia um quantum de energia ele avançava para uma camada superior e para voltar à camada original deveria liberar o mesmo quantum que recebeu. Era justamente neste momento que o átomo emitia luz (atualmente acreditamos que esta luz também é emitida em pacotes, ou pequenas partículas luminosas chamadas fótons). Emissão e absorção de energia pelo elétron, segundo Bohr Bohr provou matematicamente que cada transição eletrônica estava relacionada com uma das linhas espectrais (a cor que podia ser vista no espectro atômico) e calculou todas essas linhas para o átomo de hidrogênio determinando as órbitas nas quais o seu único elétron poderia estar, tanto no estado fundamental (o estado de mais baixa energia) quanto os diversos estados excitados possíveis.
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