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26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 1/10 ESTUDANDO: ENEM - QUÍMICA 12. FORÇAS INTERMOLECULARES E OS ESTADOS FÍSICOS DE AGREGAÇÃO DA MATÉRIA Desde tempos remotos a humanidade vem tentando identificar os diversos tipos de matéria (substâncias) e classificálas de acordo com a forma com que se apresenta em determinadas condições. A expressão “estado físico” normalmente está associada a estes modos de manifestação da matéria, mas também pode ser interpretada como uma descrição das variáveis de estado de um dado sistema ou corpo, isto é, podemos definir um conjunto de informações como temperatura, pressão, volume, densidade, etc. como o estado físico de um sistema da mesma forma que o seu estado de saúde pode ser evidenciado com base em medidas de temperatura corporal, pressão arterial, freqüência cardíaca, e outras informações disponíveis mediante exames biomédicos. Por conta disto é mais conveniente que chamemos cada uma destas formas de apresentação das substâncias de Estados Físicos de Agregação da Matéria, uma vez que é importante especificar que estamos falando de uma maneira em particular da matéria se organizar em sua estrutura mais elementar: átomos e moléculas. A palavra agregação tem justamente esta conotação e pode ser entendida como “a forma com que as partículas (átomos, íons e moléculas) estão organizadas no espaço”. Pelo menos três destes estados de agregação (sim, existem outros) merecem um destaque especial, são eles o estado sólido, o estado líquido e o estado gasoso. Estes três podem ser facilmente identificados no cotidiano e podem ser diferenciados com base em duas propriedades: forma e volume. Como sabemos os sólidos têm forma e volume definidos, ao contrário dos gases que mudam de forma e de volume em função do recipiente que os contêm. Os líquidos têm forma variável como gases, mas mantêm o volume constante como os sólidos, o que nos faz pensar se este estado de agregação não é uma espécie de transição entre os dois primeiros. Sob o ponto de vista microscópico esta é a conclusão mais óbvia, vejamos: o que de fato define a forma fixa de um sólido é a força com que as suas partículas estão ligadas, e conseqüentemente a distância entre elas. As fortes ligações entre as unidades que formam o sólido (ou unidades reticulares) deixam estas partículas tão próximas que mesmo sob a força da gravidade elas não escoam, permanecem juntas quase sem sair do lugar. Se a pressão aumenta muito o sólido não pode “encolher” porque as partículas já estão na distância mínima possível, se por outro lado a pressão diminui as partículas não podem se afastar por causa da intensa força que as mantêm unidas. Com os gases as coisas ocorrem de modo diferente, praticamente não existem forças efetivas de ligação entre as partículas e, portanto estas se encontram extremamente afastadas umas das outras. A conseqüência é que o gás sempre ocupa todo o recipiente que o contém independente da forma e do volume. O que podemos concluir com relação ao estado líquido é que as forças não são fortes o bastante para impedir que ele escoe, isto é, mude de forma quando se troca o recipiente, mas são efetivas o suficiente para impedir que as suas unidades elementares se afastem livremente quando há alguma variação de pressão. Assim os líquidos são fluidos como os gases, embora também seja considerado um estado condensado (não muda o volume por variação de pressão) como os sólidos. Forças Intermoleculares Até agora discutimos as forças responsáveis pela existência das diversas substâncias que conhecemos (compostos iônicos, metálicos e moleculares). Estas forças, porém nem sempre explicam o estado de agregação em que estas substâncias se encontram (sólido, líquido ou gás) e muito menos porque a maioria absoluta delas está normalmente misturada homogeneamente umas às outras formando um sistema que chamamos de “solução”. Outra pergunta ainda não respondida é porque a água é líquida nas condições ambientais e porque este líquido é capaz de dissolver um número tão grande de substâncias. Neste tópico veremos as forças responsáveis por estas proezas, conhecidas como ligações intermoleculares. Tipos de Interações Intermoleculares ⇒ Dipolo Induzido – Dipolo Induzido (Dispersão de London): Essas forças ocorrem em todos os tipos de moléculas, mas são as únicas que acontecem entre as moléculas apolares. Quando essas moléculas estão no estado sólido ou 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 2/10 líquido, devido à proximidade existente entre elas, ocorre uma deformação momentânea das nuvens eletrônicas, originando pólos e +. Alguns exemplos de substâncias formadas por moléculas apolares que interagem por forças intermoleculares dipolo induzidodipolo induzido: H2, CO2, CH4, C2H6, etc. Representação da Formação de Dipolos Induzidos (Dispersão de London) ⇒ Dipolo – Dipolo (Forças de Van der Waals): Esse tipo de força intermolecular é característico de moléculas polares. Veja como exemplo a interação que existe no HCl sólido Representação da Atração DipoloDipolo no HCl Esse tipo de interação é semelhante à que ocorre entre os íons Na+ e Cl– no retículo do NaCl (ligação iônica), porém com intensidade bem menor. Alguns exemplos de substâncias polares em que suas moléculas interagem por dipolodipolo: HF, SO2, H2S, etc. ⇒ A ligação de hidrogênio: Formando um grupo à parte aparecem as ligações de hidrogênio (ou pontes de hidrogênio como preferem alguns autores). Elas ocorrem sempre que o hidrogênio está ligado diretamente a Flúor, Oxigênio ou Nitrogênio. A diferença de eletronegatividade nestes grupos faz com que a polaridade se torne exageradamente alta gerando uma atração eletrostática muito mais intensa que num dipolodipolo convencional. Este tipo de ligação, dentre outras coisas, faz com que a água seja líquida entre 0 e 100ºC e seja um excelente solvente para moléculas polares e compostos iônicos. A ligação de hidrogênio e a estrutura de um cristal de gelo O Estado Gasoso A palavra gás é derivada do grego chaos, e obviamente descreve um sistema absolutamente desorganizado (caótico). Isto se deve ao fato de não existirem nos gases perfeitos forças de atração que mantenham as partículas unidas e organizadas como no caso dos estados condensados (líquidos e sólidos). A consequência disto está nas suas propriedades, ele não tem forma nem volume definidos, ocupam todo o recipiente que o contém assumido sempre a sua forma. Estas características tornam a manipulação de um gás problemática, principalmente se a substância manipulada apresenta algum perigo ao ambiente e/ou aos seres humanos. Por outro lado a descrição física de um sistema gasoso pode ser extremamente simplificada. Se as forças que unem as partículas são desprezíveis então praticamente todos os gases se comportam da mesma forma e podem ter este comportamento descrito por uma equação geral aplicável a qualquer gás perfeito. As Leis Empíricas dos Gases Basicamente três estudos experimentais, ou empíricos, serviram de base para o desenvolvimento da teoria (e suas equações) que atualmente descreve o comportamento de gases perfeitos. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 3/10 ⇒ Lei da transformação isobárica, ou Lei de Charles: O volume é diretamente proporcional à temperatura se a pressão permanece constante. ⇒ Lei da transformação isotérmica ou Lei de BoyleMarriote: O volume é inversamente proporcional à pressão se atemperatura é mantida constante. ⇒ Lei da transformação isométrica, isocórica ou isovolumétrica, ou Lei de GayLussac: A temperatura é diretamente proporcional à pressão se o volume permanece constante. As equações abaixo mostram estas relações: Combinando estas três leis numa única equação chegase à Equação Geral de Estado do gases: Esta equação pode ser aplicada para prever qualquer transformação física que um gás possa sofrer desde que não ocorra perda de matéria para a vizinhança ou por reação química, isto é, a quantidade de matéria (número de mols do gás) dentro do sistema deve permanecer constante. Uma outra combinação entre estas leis pode ser feita adicionandose mais uma variável, o próprio número de mols, e uma constante chamada Constante Universal do Gases. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 4/10 PV = nRT P = pressão V = volume T = temperatura n = quantidade de matéria (mol) R = constante universal dos gases perfeitos Esta equação é conhecida como Equação de Clapeyron ou Lei dos Gases Ideais e por considerar o número de mols como uma variável pode ser usada para prever o comportamento do gás mesmo quando uma reação química está em andamento. Misturas Gasosas Além das transformações físicas a que um gás está sujeito outras propriedades dos gases são de interesse da humanidade. Por exemplo, o que acontece quando gases diferentes ocupam o mesmo recipiente? Algo semelhante ocorre quando enchemos o pulmão de ar, uma mistura de oxigênio, nitrogênio, argônio e outros constituintes menores. Nos pulmões o ar perde oxigênio para o sangue e recebe dele o gás carbônico produzido pela respiração celular mudando a sua composição. John Dalton enunciou uma equação que prevê as variações nas propriedades de um sistema composto por uma mistura de gases perfeitos. Tal equação é conhecida como Lei de Dalton para uma mistura de gases ideais. Pt = P1 + P2 + ... +Pn A lei de Dalton se baseia na seguinte regra: “Em uma mistura gasosa, a pressão de cada componente é independente da pressão dos demais, a pressão total (Pt) é igual à soma das pressões parciais dos componentes”. Exemplificando: se misturarmos volumes iguais de dois gases como o Argônio (Ar) e Hélio (He) que estiverem mantidos na mesma temperatura, chegaremos à Lei de Dalton se considerarmos que a soma das pressões que os componentes exercem é a pressão total do sistema correspondente: PTotal= PHe + PEr Outra situação importante está relacionada à velocidade com que um gás se espalha no ambiente, especialmente se o gás é perigoso, ou com que velocidade um gás confinado num cilindro escapa quando uma válvula de abertura é acionada, como numa lata de tinta tipo spray. A Lei da Efusão/Difusão de Graham determina que a velocidade de difusão (quando um gás se mistura a outro) ou efusão (quando um gás pressurizado escapa por um pequeno orifício para uma região de menor pressão) de um gás é inversamente proporcional à sua densidade ou à sua massa molar. A Teoria Cinética dos gases foi sintetizada com o intuito de explicar as propriedades e o comportamento interno dos gases. A compreensão dessa teoria é fundamental para o entendimento das leis empíricas, do comportamento dos gases em misturas e da lei de efusão/difusão de Graham. A teoria Cinética dos gases se fundamenta nos seguintes postulados: Todo gás é composto de inúmeras moléculas que se movimentam de forma desordenada e com uma alta velocidade. Essa movimentação é chamada agitação térmica. O grau dessa agitação serve para identificar a temperatura dos gases. As moléculas dos gases têm um tamanho desprezível em relação às distâncias entre elas, o que faz com que o volume ocupado pelas moléculas de um gás seja praticamente desprezível. O gás ocupa todo o espaço do lugar onde está contido, devido às moléculas dele se movimentarem em todas as direções. O fato do movimento das moléculas dos gases serem perpétuos, é que, o choque delas contra si mesmas e contra as paredes do recipiente onde o gás está contido é perfeitamente elástico, o que faz com que as moléculas não percam energia cinética nem quantidade de movimento. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 5/10 As moléculas de um gás só interagem entre si quando elas colidem. Fora as colisões elas apresentam movimento retilíneo uniforme (MRU). Vale lembrar que a capacidade que os gases têm de se comprimir facilmente e a sua grande dilatação térmica, vêm do fato de suas moléculas terem tamanho praticamente desprezível. O Estado Líquido Ao contrário dos gases perfeitos, que não apresentam forças de interação significativas, os estados condensados (líquidos e gases) se diferenciam justamente pela natureza destas forças e conseqüentemente pela intensidade com que estas mantêm as unidades fundamentais unidas. A conclusão mais imediata é que não deve ser simples escrever uma equação geral que atenda a todos os líquidos ou todos os sólidos. Isto posto podemos continuar a descrever o estado líquido com base nas suas propriedades e na relação destas com as forças de agregação. Propriedades do Estado Líquido: ⇒ Viscosidade: Podemos definir viscosidade como uma oposição ao escoamento, ou seja, quanto mais viscoso maior a dificuldade que o líquido terá de fluir ou alterar a sua forma. Dois fatores são determinantes para compreender a viscosidade dos líquidos. (1) forças de interação e (2) volume molecular. O primeiro fator define justamente a intensidade com que as moléculas do líquido estão presas umas às outras, quanto maior a força desta interação maior a dificuldade que o líquido terá para fluir, assim a glicerina extremamente polar e cheia de ligações de hidrogênio entre as suas moléculas é extremamente viscosa, enquanto o álcool etílico muito menos polar é pouco viscoso. Os óleos vegetais são praticamente apolares, mas mesmo assim são muito viscosos, como o óleo de soja por exemplo. Isto deixa claro que a força intermolecular não é o único fator relacionado à viscosidade. Neste caso específico podemos explicar a grande dificuldade de escoamento com base no volume molecular, isto é, o volume que a molécula ocupa individualmente no sistema. Se você já teve que se deslocar dentro de um ônibus lotado já percebeu que os “magrinhos” se deslocam com maior desenvoltura. O mesmo acontece com as moléculas, quanto maior o volume hidrodinâmico delas mais dificuldade terão para se deslocar no sistema, por isso o óleo de soja que é constituído de moléculas enormes é tão viscoso mesmo sendo praticamente apolar. ⇒ Tensão superficial: Você já deve ter visto fotos de insetos e lagartos que estão “planando” sobre as águas. Isto ocorre por que toda vez que a superfície de um líquido é pressionada ela tenta resistir a esta pressão impedindo que a sua superfície seja violada. Acontece que na superfície dos líquidos as forças intermoleculares estão concentradas em apenas algumas direções (para os lados e para baixo) Tensão superficial dos líquidos Este “desequilíbrio” de forças tem uma conseqüência, as moléculas da superfície estão mais fortemente ligadas umas às outras do que as que estão no volume. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 6/10 Representação vetorial das interações intermoleculares num líquido E é justamente isto que faz a superfície de qualquer líquido oferecer resistência a algum corpo estranho que tenta penetrálo. Obviamente em alguns líquidos, como a água, estaresistência é bem maior, isto se deve mais uma vez à natureza das ligações intermoleculares, quanto mais polar for a molécula (e a água é muito polar) maior será a intensidade da ligação entre elas e conseguintemente maior a tensão superficial. ⇒ Pressão de vapor (volatilidade): Se um líquido estiver confinado dentro de uma garrafa com espaço “vazio” acima da superfície algumas de suas moléculas, impelidas pela energia cinética, evaporam. Se a garrafa está firmemente tampada o vapor vai se acumular nesta região até um determinado limite. Este limite surge da dinâmica do processo, isto é, da mesma forma que algumas moléculas se “soltam” da fase líquida e viram vapor, outras que já vaporizaram podem se chocar com a superfície do líquido ficando aprisionadas. Quanto mais moléculas estiverem na fase gasosa maior a freqüência com que estes choques ocorrem e em determinado ponto a velocidade com o que as moléculas escapam se torna a mesma com as que já escaparam voltam à fase líquida. A esta pressão máxima que o vapor de um líquido pode atingir quando confinado num recipiente hermeticamente fechado chamamos de pressão de vapor, esta depende exclusivamente da temperatura e está diretamente associada com a volatilidade da substância. Raciocinemos da seguinte forma, se numa dada temperatura o líquido A tem pressão de vapor (Pv) igual a 25 torr, enquanto a do líquido B é 60 torr, estamos dizendo que o líquido B, nas mesmas condições do A, “liberou” um maior número de moléculas para o estado gasoso. Se o recipiente estivesse aberto e estas moléculas fossem perdidas para a vizinhança o volume restante do líquido B seria menor que do líquido A (considerando volumes iniciais iguais). A pressão de vapor e a volatilidade dependem certamente das forças intermoleculares, quanto maior a intensidade da ligação menor a pressão de vapor, o que torna o líquido menos volátil. Todavia não se pode negligenciar a influência do peso molecular, moléculas mais pesadas, ao se vaporizarem, enfrentam maior dificuldade de vencer a força da gravidadeque as puxa para baixo, assim o óleo mineral, muito usado como laxante, apesar de apolar é menos volátil que a água. Uma outra propriedade relacionada à pressão de vapor é o ponto de ebulição de um líquido. Considerando que a ebulição é na verdade um estado de equilíbrio entre as fases líquida e gasosa espera se que o líquido só encontre este estado (em recipiente aberto e ao nível do mar) quando a sua pressão de vapor se igualar à pressão atmosférica (pressão de oposição à vaporização). Se uma substância é pouco volátil (baixa pressão de vapor) precisará de uma temperatura mais alta para entrar em ebulição, isto porque a pressão de vapor aumentar com a temperatura, logo se um líquido tem ponto de ebulição normal (pressão de oposição de 1,0 atm) a 180ºC é porque nesta temperatura a sua pressão de vapor é exatamente igual a 760 torr ou 1,0 atm. ⇒ Capilaridade: Esta é uma das mais interessantes propriedades dos líquidos. Você já deve ter percebido que quando se tenta transferir um pouco de água de um copo para o outro parte do líquido acaba escorrendo pelas laterais do copo e molhando tudo ao redor. Esta aderência da água em superfícies de vidro também é responsável pela formação do menisco numa proveta ou por fazer a água subir por um fino tubo capilar (figuras a seguir): 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 7/10 Foto de menisco num balão volumétrico Foto de menisco numa proveta graduada Fenômeno da capilaridade Por conta deste último fenômeno chamamos de capilaridade, a tendência que os líquidos têm de aderir e se deslocar na superfície de um sólido mesmo contra a ação da gravidade. Basicamente podemos atribuir este fenômeno a duas forças de interação presente no sistema, a força de coesão, que mantém as moléculas do líquido unidas (ligações de hidrogênio no caso da água) e a força de adesão, aquela que mantém as moléculas da superfície do sólido unidas às moléculas do líquido numa região que chamamos interface. No caso específico do tubo capilar mostrado na figura, as moléculas do vidro atraem as moléculas de água para cima (adesão) e estas arrastam as outras moléculas de água que estão no volume (coesão). Se o tubo tivesse um diâmetro um pouco maior o peso da massa de água faria o centro da coluna ficar mais baixo, como numa corda de varal carregada de roupas, formando os menisco das figuras supra acima. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 8/10 O Estado Sólido Assim como para o estado líquido, não existe uma única equação de estado simples que descreva satisfatoriamente o estado sólido. Algumas equações podem, no entanto, ser úteis para prever deformações em estruturas sólidas e mesmo as mudanças de volume provocadas por variações de temperatura e de pressão. É importante observar que mesmo estas equações precisam de parâmetros (constantes) específicos para cada tipo de sólido, e, portanto não têm a mesma utilidade das equações para os gases se não estiver acompanhada de uma tabela de dados físicos. Propriedades dos Sólidos: ⇒ Viscosidade: como se pode imaginar a viscosidade de um sólido pode ser considerada infinita, uma vez que os sólidos não escoam devido à estrutura cristalina e às forças de interação muito intensas, isto obviamente impede que as partículas “rolem” umas sobre as outras. ⇒ Pressão de Vapor (volatilidade): ao contrário do que se possa imaginar alguns sólidos são voláteis. Apesar das fortes ligações substâncias de baixa polaridade como naftaleno (naftalina) e o iodo podem passar diretamente para a fase vapor em temperatura e pressão ambientes. Este processo não inclui a passagem para a fase líquida e é chamado de sublimação. Na verdade qualquer sólido pode sublimar, desde que as condições de pressão e temperatura sejam adequadas. ⇒ Tensão Superficial: assim como no caso da viscosidade podese considerar que a tensão superficial de um sólido é infinita, uma vez que a superfície do sólido resiste a qualquer tentativa de penetração. Tipos de Sólidos De modo geral os sólidos podem ser classificados com relação à estrutura e às forças de interação. Quanto à estrutura os sólidos podem ser cristalinos (sólidos verdadeiros) ou amorfos (pseudo sólidos). Definimos como sólidos cristalinos aqueles que apresentam geometria definida e repetitiva na organização das suas unidades fundamentais, ou unidades reticulares (átomos, moléculas ou íons). Esta geometria depende basicamente do tamanho das partículas que estão agregadas ao cristal e são representadas por uma cela unitária (figura a seguir), estrutura básica que tem a capacidade de representar todo o retículo cristalino. Em outras palavras o retículo cristalino é constituído por infinitas celas unitárias alinhadas entre si de forma quase perfeita. Representação de uma rede cristalina (a cela unitária está em azul) Os sólidos amorfos obviamente não apresentam retículo cristalino e, portanto, não têm uma cela unitária que 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 9/10 represente a sua estrutura interna. Alguns autores também descrevem os sólidos amorfos como líquidos super resfriados. Isto se deve ao fato de a estrutura destes sólidos não apresentarem organização, como ocorre nos líquidos. A intensidade da força de agregação é que impede estes sólidos de escoarem, todavia, por falta de retículo cristalinoestes sólidos não apresentam ponto de fusão definido (não fundem a temperatura constante), à medida que são aquecidos a viscosidade diminui gradativamente e eles passam a fluir. O exemplo mais conhecido é o vidro. Quanto às forças de interação os sólidos cristalinos podem ser iônicos, covalentes, moleculares ou metálicos. A diferença está, como o critério de classificação sugere, na natureza da força que une as unidades reticulares. Os sólidos iônicos são formados por íons de cargas opostas, portanto a natureza da ligação é eletrostática. Isto faz com estes sólidos tenham altos pontos de fusão, alto grau de dureza, mas suscetíveis a fraturas. Os sólidos covalentes são formados por átomos unidos covalentemente. É como se o cristal fosse uma grande molécula e a força da interação está justamente no compartilha mento de elétrons. Como conseqüência da forte interação estes sólidos são muito duros e apresentam altíssimos pontos de fusão, a exemplo de diamante, sílica e grafite. Já os sólidos moleculares são formados por moléculas unidas pro forças intermoleculares (Van der Waals, dispersão de London). A força da interação é de natureza eletrostática (dipolodipolo), mas bem menos intensa que as interações dos cristais iônicos. Como conseqüência estes sólidos são moles e de baixo ponto de fusão, alguns inclusive sublimam com facilidade. Exemplo: gelo, naftalina, gelo seco, etc. Os sólidos metálicos têm as interações mais peculiares dentre os sólidos cristalinos. A rigor suas unidades reticulares são íons positivos mergulhados em um “mar” de elétrons. Isto se deve principalmente à fraca interação que os átomos metálicos exercem sobre os seus elétrons de valência. Quando confinados num cristal formado exclusivamente por átomos metálicos estes elétrons são liberados e não têm para onde ir, formando uma nuvem de elétrons deslocalizados ou simplesmente um “mar” de elétrons livres. A interação se deve à atração eletrostática entre os cátions deixados pelos elétrons e a nuvem eletrônica, de modo que estes sólidos apresentam maleabilidade, ductibilidade e excelente capacidade de condução elétrica e térmica. Estruturas e propriedades de vários tipos de substâncias sólidas Diagramas de Fase Qualquer substância pode ser observada como gás, líquido ou sólido. Depende das condições de temperatura e pressão a que estão submetidas. A água, por exemplo, quando está sobre pressão atmosférica (760 torr ou 1,0 atm) é líquida entre 0 e 100º C, acima desta temperatura e sob esta pressão só é possível observála no estado gasoso. Exatamente a 0º e 100ºC duas fases estão em equilíbrio (existem simultaneamente). No primeiro caso podese observar gelo e água líquida, no segundo água líquida e vapor d’água. Para simplificar a visualização de todas estas possíveis situações as informações referentes às fases observadas em dada condição de temperatura e pressão podem ser organizadas na forma de um gráfico chamado diagrama de fases. A figura a seguir mostra um exemplo. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102349/ 10/10 Diagrama de fases A Dilatação Anômala da Água Os sólidos e líquidos, em geral, têm seu volume diminuído conforme abaixamos a temperatura. Entretanto existem algumas substâncias que em determinados intervalos de temperatura, apresentam um comportamento inverso, ou seja, aumentam de volume quando sua temperatura diminui. Assim essas substâncias têm o coeficiente de dilatação negativo nesses intervalos. Um exemplo destas substâncias é a água, que apresenta essa anomalia em temperaturas abaixo de 4ºC, isto é, abaixo desta temperatura o volume da água aumenta com a diminuição da temperatura ao contrário dos outros líquidos. A isso chamamos de dilatação anômala da água. Fluídos Supercríticos Os fluídos supercríticos são produzidos pelo aquecimento de um gás, acima da sua temperatura e pressão críticas. A temperatura crítica de uma substância é a temperatura acima da qual a fase líquida não pode existir independentemente da pressão. Acima desta temperatura e sob pressão elevada (acima do ponto crítico, ver diagrama de fases) o gás adquire a densidade próxima de um líquido, embora conserve a fluidez do estado gasoso. Sob estas condições o volume molar é o mesmo, quer a forma original tenha sido líquido ou gás. Os fluídos supercríticos têm densidades, viscosidades e outras propriedades que são intermediárias entre aquelas da substância no seu estado gasoso e no seu estado líquido. O dióxido de carbono é o fluído supercrítico mais usado devido ás suas baixas temperaturas críticas (31ºC). Diagrama de fase da água
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