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13 - ENEM - Química - Dispersões (misturas comuns e colóides) - Prime Cursos

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26/11/2015 Estudando: ENEM ­ Química ­ Cursos Online Grátis | Prime Cursos
https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102350/ 1/5
ESTUDANDO: ENEM - QUÍMICA
13. DISPERSÕES (MISTURAS COMUNS E COLÓIDES)
 
No primeiro módulo discutimos os fundamentos da Química.
Vimos como a estrutura atômica da matéria influencia nas propriedades dos elementos e como estes se organizam
para  formarem  compostos.  Vimos  também  como  as  interações  químicas  determinam  as  propriedades  das
substâncias e  como as  forças  intermoleculares permitem que algumas delas possam ser encontradas no estado
condensado (isto é, sólidos e líquidos) mesmo em temperaturas relativamente altas.
Neste  módulo  vamos  dar  continuidade  a  esta  discussão,  aproveitando  os  conceitos  apropriados  até  aqui  para
entender como as substâncias se organizam no mundo real. Na verdade vimos até agora um mundo mais simples
do que de  fato ocorre, quer dizer, no dia a dia as substâncias não são  tão claramente  identificadas e separadas
como vimos até agora. De  fato é  impossível encontrar na natureza um composto ou elemento puro,  isto porque
naturalmente  espécies  químicas  com  alguma  afinidade  (essencialmente  interações  intermoleculares,  ou
interpartículas) se misturam espontaneamente e quanto maior a afinidade entre elas mais difícil será separá­las.
Uma  vez  que  a  ocorrência  destas  misturas  seja  compreendida,  estaremos  aptos  a  avançar  em  conceitos  mais
específicos, como as funções químicas e as reações propriamente ditas.
Tipos de mistura (suspensões, colóides e soluções)
Usamos a palavra dispersão para descrever qualquer mistura entre substâncias. A idéia é que uma espécie química
em menor quantidade estará espalhada, ou dispersa, num determinado meio dispersante (as outras substâncias ou
a substância que estiver em maior extensão). Existem vários graus de homogeneidade nos sistemas dispersos de
modo que numa classificação  inicial  podemos descrever  três grupos principais:  as misturas grosseiras dentre as
quais podem ser incluídas as suspensões, os colóides e as soluções.
Um dos  conceitos  que  já  discutimos  foi  o  de  “fase”  o  qual  pode  ser  entendido  como  cada  uma das  porções  da
matéria que podem ser facilmente identificadas e que apresentam aspecto uniforme mesmo sob o microscópio. As
misturas grosseiras são compostas por substâncias, ou grupo de substâncias, com pouca afinidade e por isso são
chamadas  de  mistura  heterogênea  [substâncias  de  origens  (genes)  diferentes  (hetero)],  de  modo  que  algumas
fases podem ser distinguidas a olho nu.
Isto  quer  dizer  que  numa  mistura  heterogênea  deve  ser  possível  identificar  pelo  menos  duas  fases  distintas.
Obviamente não significa que cada fase seja necessariamente constituída por apenas uma substância, na verdade
é bem possível que numa mesma fase estejam substâncias com forte interação química, de tal modo que a mistura
entre estes compostos é considerada homogênea [substâncias de origens (genes) semelhantes (homo)].
Um exemplo  é  uma mistura  entre  água  e  gasolina  (figura  a  seguir).  Se misturarmos  estes  dois  compostos  num
mesmo copo de vidro veremos que a água se colocará na parte de baixo do copo deixando a gasolina ocupando a
parte superior. 
Mistura entre água e gasolina
Como as duas regiões são perfeitamente identificáveis dizemos que esta mistura é heterogênea.
26/11/2015 Estudando: ENEM ­ Química ­ Cursos Online Grátis | Prime Cursos
https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102350/ 2/5
Um olhar mais atento pode nos dar um pouco mais de informação sobre cada uma das fases: (a) A fase aquosa
pode ser constituída de água e outras substâncias com forte afinidade por este composto como sais minerais que
ocorrem naturalmente em águas naturais.  (b) Por outro  lado a própria gasolina não é uma substância pura, mas
uma combinação de vários hidrocarbonetos (compostos de carbono e hidrogênio). Isto significa que cada fase desta
mistura heterogênea é uma mistura homogênea, também conhecida como solução.
Podemos facilmente separar por decantação a água da gasolina, todavia separar os hidrocarbonetos que compõem
a gasolina e os sais minerais da água exigirá métodos de separação mais eficientes como destilação fracionada e
destilação simples respectivamente.
Infelizmente nem todas as dispersões são  tão  fáceis de classificar. Olhe um copo de  leite e  tente definir se ele é
uma  mistura  heterogênea  ou  uma  solução.  O  suco  de  laranja  recém  espremido  é  também  uma  mistura
aparentemente homogênea. Se esperarmos um pouco, a polpa da laranja se deposita no fundo do copo sob a ação
da gravidade, por esta característica esta mistura pode ser classificada como suspensão (figura a seguir). O leite,
no entanto, mantém um aspecto homogêneo por tempo indeterminado mudando de aparência apenas quando sofre
a ação de leveduras, um processo bioquímico.
Representação das fases presentes no leite
Observado por um microscópio (figura a seguir) a impressão de fase única do leite se desfaz e podemos perceber
que na verdade o leite é constituído por algumas fases distintas, principalmente água e sais minerais (fase aquosa),
gordura e proteínas. As substâncias não se separam sob a ação da gravidade como numa mistura grosseira, mas é
possível separá­las usando filtros extremamente finos ou centrífugas extremamente potentes.
Representação das fases presentes em um suco de laranja
Este tipo de dispersão, isto é, o tipo que só pode ter as fases identificadas por um microscópio, é considerado uma
mistura pseudo­homogênea (falsas misturas homogêneas) e formam um terceiro tipo de dispersão conhecida como
colóide.  Os  colóides  são  um  intermediário  entre  as misturas  homogêneas  e  heterogêneas  e  suas  propriedades
obedecem a esta  lógica, por exemplo, as suspensões naturalmente se separam por decantação, bastar deixar o
sistema em repouso por algumas horas. As soluções por outro lado nunca serão decantadas, o mais conveniente
seria uma destilação. Os colóides não podem decantar por gravidade  (repouso), mas  também não precisam ser
destilados. Se você colocar um pouco do leite numa centrífuga a fase líquida (o soro) será facilmente separada dos
compostos sólidos.
26/11/2015 Estudando: ENEM ­ Química ­ Cursos Online Grátis | Prime Cursos
https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102350/ 3/5
Propriedades das dispersões
Colóides: Classificação e Propriedades
Como a Tabela 01 mostra a principal diferença entre os tipos de dispersões apresentados aqui está no tamanho da
partícula dispersa. Os colóides têm, portanto partículas que são pequenas demais para serem vistas a olho nu, mas
grandes o suficiente para serem vistas ao microscópio comum. Por causa disto uma dica é útil quando se pretende
diferenciar uma solução verdadeira de um colóide. Como as partículas dispersas na solução são muito pequenas
estes sistemas  invariavelmente são  transparentes, ou seja, deixam a  luz atravessar mesmo que sejam coloridos,
enquanto que os colóides são translúcidos ou opacos por possuírem partículas maiores que são capazes de refletir
a luz.
Tipos de colóides (tipos, fase contínua e fase dispersa, preparação)
Existem diversos  tipos de colóides, cada um destes com propriedades diferentes e úteis em muitas situações do
nosso  dia  a  dia.  Você  por  exemplo  deve  dormir  toda  noite  num  macio  colchão  de  espuma  e  certamente  já
experimentou um desses desodorantes spray. Estes são apenas alguns tipos de dispersões coloidais presentes em
nosso cotidiano. Basicamente classificamos um colóide relacionando a fase contínua (ou dispersante) com a fase
dispersa. A tabela abaixo mostra as combinações entre os estados físicos do dispersante e da fase dispersa, sua
classificação e alguns exemplos.
Fumaça (aerossol sólido)
26/11/2015 Estudando: ENEM ­ Química ­ Cursos Online Grátis | Prime Cursoshttps://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102350/ 4/5
Classificação dos colóides
 IMPORTANTE:
Efeito TYNDALL
Os colóides espalham fortemente a luz, pois as partículas dispersas têm tamanhos semelhantes ao comprimento de
onda da  luz visível. Este  fenômeno é chamado efeito TYNDALL e permite distinguir as soluções verdadeiras dos
colóides,  pois  as  soluções  verdadeiras  são  transparentes,  ou  seja  não dispersam a  luz,  como pode  ser  visto  na
fotografia abaixo. Este efeito  também pode ser observado nas manhãs de nevoeiro, onde encontramos mais um
exemplo de um colóide – neste caso gotículas de água dispersas no ar.
Espalhamento da luz produzido por dispersões coloidais (efeito Tyndall)
Aplicação
Detergentes  são  substâncias  sintéticas  com propriedades  tensoativas,  isto  é  alteram a  tensão  interfacial  quando
dissolvidas  em  um  solvente.  A  tensão  interfacial  está  relacionada  com  o  trabalho  necessário  para  manter  as
moléculas de uma fase na superfície ou interface, permitindo, por exemplo, que a libélula pouse sobre a superfície
da água sem romper a película de água da superfície. Também denominados surfactantes (do inglês surface active
agents =  surfactants),  detergentes não são obtidos da  saponificação de óleo e gordura,  tal  como é o  sabão. As
moléculas associam­se em solução, acima de uma determinada concentração crítica para cada detergente; por isso
são também conhecidos como colóides de associação.
Da associação das moléculas de detergente resultam as micelas, agregados moleculares na faixa de tamanho dos
colóides.  Usados  principalmente  para  limpeza  na  cozinha  e  para  lavar  roupas,  os  detergentes  são  aplicados
também  em  meio  orgânico  em  óleos  lubrificantes  de  motores  e  em  gasolina,  prevenindo,  respectivamente,  o
26/11/2015 Estudando: ENEM ­ Química ­ Cursos Online Grátis | Prime Cursos
https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102350/ 5/5
acúmulo de resíduos de carvão nos pistões e o crescimento de gomas (polímeros) no carburador.(Fonte: QUÍMICA
NOVA NA ESCOLA O Mundo dos Colóides N° 9, MAIO 1999)

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