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26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 1/13 ESTUDANDO: ENEM - QUÍMICA 26. FUNÇÕES ORGÂNICAS II Derivados de Hidrocarbonetos Os hidrocarbonetos vistos no último capítulo são a base da química orgânica, não apenas porque a sistematização da sua nomenclatura norteia a denominação dos demais compostos mas também porque muitos compostos orgânicos constituídos por elementos como oxigênio, nitrogênio, etc. podem ser sintetizados à partir das cadeias carbônicas formadas exclusivamente por carbono e hidrogênio. Cada um destes compostos pode ser classificado como uma determinada função orgânica a partir de estruturas básicas denominadas grupos funcionais. Conforme já discutimos em funções inorgânicas a química considera como função química um conjunto de substâncias que apresentam estruturas e, conseqüentemente, propriedades químicas semelhantes. Na ocasião associamos a presença de hidrogênio ionizável (H+) à função ácido e a presença de hidroxilas (OH) à função base. Com os compostos orgânicos ocorre algo muito parecido, mas entra em evidência o conceito de grupo funcional que pode ser definido como o átomo ou grupo de átomos que caracteriza uma dada função química. A principal virtude desta divisão dos compostos em funções é a forma como cada uma delas evidencia as características estruturais, facilitando a designação de sua nomenclatura e o entendimento de suas propriedades. É claro que é possível (na verdade muito provável) que alguns compostos apresentem mais de um grupo funcional, por exemplo, numa única molécula podemos encontrar grupos nitrogenados (amina, amida, etc.) e oxigenados (éter, aldeído, cetona, etc.), mesmo nestes casos a correta identificação dos grupos funcionais facilita a interpretação do comportamento químico destas substâncias permitindo inclusive a predição de algumas das suas propriedades, como acidez e possíveis reações que possam ocorrer. Nas próximas páginas vamos explorar o conceito de função orgânica e as semelhanças estruturais e nas propriedades químicas relacionadas aos chamados grupos funcionais. Funções Oxigenadas Alcoóis Alcoóis são compostos orgânicos que apresentam como grupo funcional uma hidroxila (OH) ligada a um átomo de carbono saturado (aquele carbono que faz quatro ligações simples – sp3). Diferentemente dos hidróxidos, os alcoóis não se dissociam liberando o íon OH. Exemplos: Obtenção: os principais métodos de obtenção dos alcoóis são a fermentação (para o etanol CH3CH2OH) e as reações de hidratação (exemplo abaixo). Dependendo do número de ligações entre o átomo de carbono oxigenado e os outros átomos de carbono os alcoóis podem ser classificados como primários (1 carbono), secundários (2 carbonos) ou terciários (3 carbonos) 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 2/13 Os alcoóis podem ainda serem classificados de acordo com o número de hidroxilas presentes na cadeia carbônica, para tanto cada hidroxila deve estar ligada a um átomo de carbono diferente, já que compostos formados por mais de um grupo OH ligado ao mesmo carbono não são, normalmente, estáveis. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 3/13 NOMENCLATURA DOS ALCOOIS: Para dar nomes aos alcoois, de acordo com as regras da IUPAC, devemos proceder como no caso dos hidrocarbonetos, só que empregando o sufixo ol no final do nome. Se a cadeia for ramificada devese considerar o seguinte: ⇒ A cadeia principal deve ser aquela na qual o .OH esta ligado; ⇒ A numeracao da cadeia deve ser feita de modo que a hidroxila tenha o menor numero possivel; Se por acaso o grupo .OH estiver exatamente no meio da cadeia principal a numeracao deve ser feita de modo que as ramificacoes tenham os menores numeros possiveis; Caso exista mais de uma hidroxila devemos indicar este fato usando os prefixos di, tri, etc. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 4/13 No diaadia podemos também utilizar uma nomenclatura alternativa. Esta se caracteriza pela utilização da palavra “álcool” seguida do nome do grupo orgânico ligado à hidroxila terminado com o sufixo “ico”. Deste modo o metanol seria álcool metílico e o etanol o álcool etílico. FENÓIS: Os fenóis têm o mesmo grupo funcional dos alcoóis, como a hidroxila está ligada a um carbono insaturado (sp2) de um anel aromático (anel benzênico) eles são classificados como um enol. Nos enóis teremos o grupo OH ligado diretamente ao carbono insaturado da cadeia do hidrocarboneto. A nomenclatura dos fenóis, segundo a IUPAC, deve ser conduzida designando o grupo OH por hidroxi. Exemplos: 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 5/13 Os compostos orgânicos com grupo –OH, como alcoóis e fenóis, apresentam ponto de ebulição bem superior aos observados nos hidrocarbonetos e outros derivados oxigenados de mesmo peso molecular, isso devese à capacidade que estes apresentam de fazer ligações de hidrogênios entre si. Ligações de hidrogênio entre compostos moléculas de metanol (linhas tracejadas) Comparação entre os pontos de fusão de compostos orgânicos ÉTERES: os éteres apresentam em sua fórmula geral, dois radicais ligados por um hidrogênio (ROR’), sendo R e R’ radicais derivados de hidrocarbonetos saturados, insaturados ou aromáticos, podendo ser R=R’ ou R≠R’. Os éteres saturados são pouco reativos, mas estes compostos são muito utilizados por conta da sua capacidade de dissolver outros compostos orgânicos NOMENCLATURA DOS ÉTERES: a nomenclatura proposta pela IUPAC para os éteres pode ser resumida da seguinte forma: Prefixo do No de carbonos do lado menor 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 6/13 + óxi + Nome do hidrocarboneto que corresponde ao lado maior. Exemplo: Usualmente podemos designar os nomes dos éteres da seguinte forma: Éter+ grupo menor + grupo maior + ico Exemplo: ALDEÍDOS E CETONAS Aldeídos e cetonas apresentam em comum o grupo carbonila (CHO), que consiste basicamente de um átomo de carbono ligado a um átomo de oxigênio por uma ligação dupla. A diferença é que nos aldeídos a carbonila está ligada a um carbono e a um átomo de hidrogenio (COH) sempre ocupando a extremidade da cadeia, enquanto que nas cetonas a carbonila está ligada a dois átomos de carbonos, ou seja, o carbono carbonílico é um carbono secundário (ligado a dois outros átomos de carbonos). Em geral os aldeídos apresentam uma toxidez mais acentuada, sendo o formol (formaldeído) um dos mais conhecidos e utilizados, principalmente, pela indústria química. Dentre algumas aplicações está a fabricação de polímeros e a utilização em produtos para alisamento de cabelos (escova progressiva). Os aldeídos também são responsáveis pelas “ressacas”, a presença do etanal em bebidas alcoólicas de má qualidade provoca as sensações “desagradáveis” do dia seguinte. Já as cetonas são muito usadas como solventes destacandose a acetona (propanona) muito utilizada como removedor de esmaltes pelas manicures. NOMENCLATURA DOS ALDEÍDOS E CETONAS Aldeídos: A nomenclatura dos aldeídos é muito parecida com a dos alcoóis, basta trocar o “ol” pelo “al”, assim um aldeído constituído por uma cadeia com dois carbonos seria chamado de etanal Se a cadeia for ramificada devese considerar o seguinte: A cadeia principal será aquelaque apresenta maior seqüência de carbonos que contém o grupo C=O; A numeração deve começar da extremidade em que está o a carbonila. Exemplos: 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 7/13 Cetonas: O nome das cetonas será formado acrescentando o sufixo “ona” ao nome do hidrocarboneto que lhe deu origem. A partir da pentanona começa a haver mais de uma possibilidade para a carbonila se posicionar, assim devese numerar a cadeia e indicar o número do carbono em que a carbonila aparece. A IUPAC recomenda que a numeração da cadeia seja feita a partir da extremidade mais próxima da carbonila e que o número da mesma fique antes do sufixo. Exemplo: Para cetonas de cadeias ramificadas as recomendações são semelhantes às dos aldeídos. Exemplos: 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 8/13 CURIOSIDADE Os Aldeídos de baixo peso molecular apresentam odores desagradáveis enquanto as cetonas de baixo peso molecular estão presentes em perfumes e aromatizantes ÁCIDOS CARBOXÍLICOS: Assim como ocorre com aldeídos e cetonas os ácidos carboxílicos são caracterizados pela presença de uma carbonila, porém este grupo carbonilado está simultaneamente ligado a uma hidroxila. Esta combinação de “carbonila” e hidroxila” gera um novo grupo funcional designado pelo nome de “carboxila”. grupo carboxila Exemplos de ácidos carboxílicos: HCOOH à ácido fórmico ou ácido metanóico H3CCOOH à ácido acético ou ácido etanóico O ácido carboxílico mais simples é o ácido fórmico, formado por um único átomo de carbono, no entanto estes ácidos orgânicos também podem ter cadeias extremamente longas e, quando este é o caso, são classificados como ácidos graxos sendo os principais constituintes de óleos e gorduras. O hidrogênio da hidroxila dos ácidos carboxílicos é ionizável de modo que estas substâncias podem se comportar como ácidos de Arrhenius, liberando 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 9/13 H+ em solução aquosa e reagindo com bases formando sal e água. Os sais dos ácidos graxos apresentam propriedades emulsificantes, facilitando a remoção de gorduras e óleos pela água. No dia a dia conhecemos estes sais pelo nome de sabão. Reação de ionização de um ácido carboxílico: ácido metanóico Hidróxido de sódio metanoato de sódio ou ácido fórmico ou formiato de sódio A ionização do ácido carboxílico só é possível por causa do efeito de ressonância, que promove a estabilização da carga negativa sobre o oxigênio que está vizinho à carbonila. Ressonância, na química, é o nome dado ao fenômeno de deslocamento de uma ligação π (pi) dentro de uma molécula. PROPRIEDADES: A capacidade de fazer ligação de hidrogênio mais forte que as observadas nos alcoóis, tornam os ácidos menos voláteis e, por conseguinte estes apresentam maior ponto de ebulição, isso se deve ao H que pode se ligar ao O mais negativo (C=O) do outro ácido. Ligações de hidrogênio entre ácidos carboxílicos NOMENCLATURA DOS ÁCIDOS CARBOXÍLICOS Certamente a nomenclatura oficial, recomendada pela IUPAC, não é a mais utilizada no dia a dia quando nos referimos aos ácidos carboxílicos. É muito comum que o nome do ácido esteja associado a alguma propriedade em particular ou à fonte natural de onde é extraído. São exemplos: o ácido fórmico (ácido metanóico) extraído de formigas e o ácido acético (ácido etanóico) o principal constituinte do vinagre. Todavia a IUPAC faz as seguintes recomendações para se nomear um ácido carboxílico: A cadeia principal é a maior seqüência de átomos de carbono que contém a carboxila; A numeração deve ser iniciada pela extremidade na qual a carboxila está localizada; As ramificações devem ser identificadas pelo número do carbono em que aparecem e pelo nome do radical; O nome do hidrocarboneto que deu origem à cadeia principal deve terminar com o sufixo “óico”. Além do sufixo “óico” muitos autores têm utilizados o sufixo ìlico. Exemplos: Ácido Metanóico/ ácido metílico, Ácido propanóico/propílico, etc. Ésteres: Os ésteres são substâncias muito utilizadas pela indústria para dar cheiro aos mais diversos produtos, principalmente os alimentícios. Muitos dos flavorizantes artificiais (substâncias que atribuem aroma aos alimentos), como as “essências” de baunilha e banana, são membros desta classe de compostos orgânicos. Exemplo: HCOOCH3 – metanoato de metila (deriva do ácido metanóico). Os ésteres são obtidos por meio da reação de esterificação, que ocorre entre um ácido carboxílico e um álcool em meio ácido, como mostra a equação abaixo, e seu grupo funcional pode ser representado da seguinte forma: 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 10/13 A reação inversa a de esterificação é denominada de hidrólise. Com fins didáticos podemos associar a nomenclatura dos ésteres com a nomenclatura dos sais inorgânicos (não se esqueça que são funções completamente diferentes, estamos apenas utilizando um artifício metodológico para facilitar o entendimento). Primeiro identificamos o ácido que deu origem ao éster, desconsideramos a palavra ácido e trocamos o sufixo ico por ato, depois acrescentamos a letra “a” ao radical ligadoao oxigênio. Nome do ácido (ico +ato) de (nome do grupo orgânico+ “a”) EXEMPLO: Ácido Etanóico (Acético)+ Radical Metil = Etanoato (Acetato) de Metila FIQUE ATENTO Atualmente o Brasil e o mundo investem muito nas pesquisas referente às matrizes energéticas alternativas ao petróleo. O Biodiesel é uma delas. Quimicamente, o Biodiesel é composto por ésteres alquílicos de ácidos graxos (ácidos carboxílicos de cadeia longa). As formas de síntese mais utilizadas são a esterificação e transesterificação, porém a segunda opção é a mais viável. Como o termo “Trans” já indica, a Transesterificação consiste em transformar um éster em outro éster, conforme reação a seguir: Onde os R’s, representam radicais orgânicos. Compostos Nitrogenados AMINAS Em geral as aminas são derivadas da amônia e, como a substância que lhe deu origem, as substâncias que fazem parte deste grupo normalmente têm cheiro desagradável. Os frutos do mar, como peixes e crustáceos, em geral exalam um cheiro característico composto basicamente por aminas. No entanto, nem toda amina é mal cheirosa. Um dos compostos mais importantes para indústria de corantes, a anilina (fenilamina), não possui odor forte, mas também faz parte desta função orgânica. As aminas podem ser primárias (NH2), secundárias (NH) ou terciárias (N). Esta classificação diz respeito ao número de hidrogênios da amônia substituídos por átomos de carbono. NOMENCLATURA DAS AMINAS: As regras recomendadas pela IUPAC para a nomeação de aminas secundárias e terciárias são deveras complicadas, mas, para as aminas primárias as regras são muito parecidas com as que utilizamos para os alcoóis, a diferença está no sufixo utilizado para terminar o nome, ao invés de “ol” devese terminar com “amina”. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 11/13 As aminas possuem classificações de acordo com o número de radicais de carbono presas a elas: Já a nomenclatura usual é bastante simples qualquer que seja a classificação da amida, basta escrever os nomes dos grupos ligados ao nitrogênio seguido do sufixo “amina”. Para aminas secundárias e terciárias devese nomear primeiramente os grupos mais simples deixando ascadeias mais longas para o final. Obedecese o seguinte procedimento: Colocar os nomes dos radicais ligados ao nitrogênio, da ordem do menor radical para o maior radical, seguido da palavra Amina. Se a amina tiver dois radicais iguais, colocar o nome apenas uma vez com o prefixo di, e se tiver três radicais iguais, colocar o prefixo tri. AMIDAS A amida difere da amina pela presença de um grupo carbonila (C=O) na cadeia carbônica. Nas amidas o grupo nitrogenado está ligado diretamente ao carbono carbonílico. Dentre as principais substâncias relacionadas a esta função química estão polímeros naturais e artificiais como as proteínas e o náilon (poliamida), além da uréia, primeira substância considerada orgânica sintetizada em laboratório artificialmente. Nomenclatura das Amidas: Para nomear uma amida basta usar o sufixo amida antecedido pelo radical derivado do 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 12/13 hidrocarboneto que lhe deu origem, sem o sufixo “o”. HALETOS ORGÂNICOS RH + X2 → RX + HX Halogenação é o nome dado à reação que promova a substituição de um átomo de hidrogênio por um átomo de halogênio, família de elementos correspondente ao grupo 17 (7A) da Tabela Periódica. Sendo R uma cadeia carbônica qualquer e X um halogênio. Quando especificamos o elemento, a reação indica qual elemento está sendo adicionado, por exemplo, se o halogênio for o cloro a reação será chamada de cloração, como no exemplo: Nomenclatura dos haletos: Segundo a IUPAC a nomenclatura dos haletos deve ser feita considerando o hidrocarboneto que deu origem a ele. No exemplo acima o composto formado pode ser chamado de cloroetano. Quando mais de um haleto é adicionado utilizase os prefixos di, tri e tetra para mencionar o número de substituições, por exemplo: CH2Cl2 – diclorometano CHCl3 – triclorometano CCl4 – tetraclorometano. Para cadeias carbônicas mais complexas valem as seguintes regras: A numeração da cadeia deve começar pela extremidade que permita atribuir os menores números possíveis aos halogênios; Se em uma cadeia cíclica houver mais de um átomo de halogênio devemos fazer a distribuição também respeitando a regra dos menores números. Podemos também nomear os haletos orgânicos de forma alternativa. O mais comum é usar uma regra semelhante à que usamos para dar nome aos sais, tomando como referência o nome do radical (R) ligado ao grupo funcional. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102363/ 13/13 QUADRO SINÓPTICO DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS
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