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Campos de Atuação da Psicologia Jurídica Psicologia Jurídica é uma área de especialidade da Psicologia que tem relação com o sistema de justiça Na Argentina é chamado de Psicologia Forense e na Espanha como no Brasil, de Psicologia Jurídica Objeto de Estudo da Psicologia Jurídica Tem como objeto de estudo os comportamentos complexos que ocorrem ou podem vir ocorrer, em geral, envolvendo o comportamento humano no contexto legal e judicial O estudo nessa área deve possuir uma perspectiva psicológica que resulte em um conhecimento específico; Pode utilizar todo conhecimento produzido pela ciência psicológica; Os comportamento estudados devem ser de interesse jurídico; Delimita a qualificação da Psicologia como jurídica; As atividade do psicológico pode ocorrer tanto dentro como fora dos Tribunais; Modelos de Relação entre Psi. e Direito Modelo Subordinação: É o exercício de uma psicologia jurídica com objetivo de contribuir para melhor exercício do direito, onde procura somente atender a demanda jurídica, está para servir o direito Para Popolo (1996), no modelo de subordinação, a Psicologia Jurídica procura tão-somente atender a demanda jurídica como uma psicologia aplicada cujo objetivo é contribuir para o melhor exercício do Direito. Esse tipo de relação de subordinação ocorre entre psicologia e psiquiatria forense, na qual o saber psicológico está a serviço da psiquiatria como assessor. O psicólogo torna-se auxiliar do médico e contribui na elaboração do diagnóstico clínico, que é de responsabilidade do médico, e não do psicólogo Modelo de Complementaridade: Enxerga as duas áreas como interligadas, com um conhecimento mútuo e colaborativo, a psicologia é vista como uma ciência autônoma De acordo com Popolo (1996), na complementaridade, a Psicologia Jurídica é ciência autônoma, produz conhecimento que se relaciona com o conhecimento produzido pelo Direito, incorrendo numa interseção. Portanto há um diálogo, uma interação. Segundo Popolo (1996) Atuação do Psicólogo Jurídico como Perito: Não há nenhum problema em responder as perguntas e as demandas do jurídico. Entretanto, o que não pode ocorrer é a sua estagnação neste tipo de relação; A Psicologia Jurídica deve transcender as solicitações do mundo jurídico, deve repensar se é possível responder, sob o ponto de vista psicológico, a todas as perguntas que lhe são lançadas. A atuação da psicologia jurídica como perito envolve a aplicação de conhecimentos psicológicos para auxiliar o poder judiciário em processos, através da realização de perícias, elaboração de laudos e pareceres técnicos que embasam decisões judiciais, em diversas áreas como família, criminal, trabalhista, Os profissionais, que são peritos, devem reconhecer o limite de sua perícia, pois se trata de conhecimento produzido a partir de um recorte da realidade; Assim, deve-se reconhecer a limitação do conhecimento da conduta por meio da perícia; É necessário verificar a confiabilidade e a validez dos instrumentos e do modelo teórico utilizados, a fim de verificar se os mesmos respondem ao objetivo do procedimento; Importante compreender que o conhecimento resultante da perícia não representa a compreensão do indivíduo como um todo. Por esse motivo, esse conhecimento refere-se a um recorte parcial da realidade (do indivíduo). Ampliação do Campo de Atuação do Psicólogo Jurídico: C riticas de Popolo (1996) O psicólogo jurídico pode atuar fazendo orientações e acompanhamentos, contribuir para políticas preventivas, estudar os efeitos do jurídico sobre a subjetividade do indivíduo, entre outras atividades e enfoques de atuação. A Psicologia Jurídica pode: Auxiliar a compreender o sujeito envolvido com a Justiça e a melhorá- lo, Também, pode ajudar a compreender as leis as suas conflitualidades, principalmente as instituições jurídicas, e melhorá-las também. Tem como característica principal a interface com o direito, e busca indicadores da situação dos envolvidos em processos jurídicos, que irão nortear a atuação dos operadores do direito. Característica: Pode atuar: Orientações e acompanhamentos; Contribuir para políticas preventivas; Estudar os efeitos do jurídico sobre a subjetividade do indivíduo; Entre outras atividades e atuações. Função: A Psicologia Jurídica procura atender a demanda jurídica como uma psicologia aplicada cujo objetivo é contribuir para o melhor exercício do Direito. O Desenvolvimento da Psicologia Jurídica: A Psicologia Jurídica é uma emergente área de especialidade da ciência psicológica, se comparada às áreas tradicionais de formação e atuação da Psicologia como a Escolar, a Organizacional e a Clínica. Por quê as Instituições de Justiça constituem um campo propício à atuação do psicólogo? Pois a instituições de justiça constituem um campo com grande quantidade de conflitos e situações que envolve emoções, comportamentos e dinâmicas psicológicas, permitindo que o psicólogo contribua com a compreensão e resolução desses casos. Atualmente: Ampliação no campo de atuação – informar, apoiar, acompanhar, dar orientações aos diversos casos atendidos; Preocupação com a saúde mental dos envolvidos em processos judiciais; Formação de equipes interdisciplinares; Orientação do MEC para implantação da disciplina de Psicologia Jurídica nos cursos de Direito. As Dificuldades Enfrentadas pela Psicologica Jurídica: A principal dificuldade para a solidificação do campo da psicologia jurídica consiste, ainda, na ausência de formação nessa especialidade na maioria dos cursos de graduação e pós-graduação das universidades públicas e privadas brasileiras. Delimitações dos papeis: psicólogos e operadores do direito. Quem são os clientes da Psicologia Jurídica? São diversos, abrangendo desde indivíduos envolvidos em processos judiciais, como vítimas de crimes, familiares e crianças, até pessoas que buscam orientação em áreas como Direito de Família, Infância e Adolescência e Saúde Mental, com o objetivo de auxiliar na tomada de decisões e na preservação do bem-estar. Quais são os limites da atuação do psicólogo? Os limites da atuação do psicólogo jurídico são definidos por questões éticas e legais, incluindo a proibição de atuação em situações onde seus vínculos pessoais ou profissionais possam comprometer a qualidade do trabalho e a imparcialidade, como perito ou avaliador em casos onde já atuou como terapeuta. Atribuições Profissionais do Psicólogo Jurídico no Brasil CRP: Assessora na formulação, revisão e execução de leis; Colabora na formulação e implantação das políticas de cidadania e direitos humanos; Realiza pesquisa visando à construção e ampliação do conhecimento psicológico aplicado ao campo do Direito; Avalia as condições intelectuais e emocionais de crianças, adolescentes e adultos em conexão com processos judiciais, seja por deficiência mental e insanidade, testamentos contestados, aceitação em lares adotivos, posse e guarda de crianças, ou determinação da responsabilidade legal por atos criminosos; Atua como perito judicial nas varas cíveis, criminais, justiça do trabalho, da família, da infância e juventude, elaborando laudos, pareceres e perícias, a serem anexados aos processos; Assessora autoridades judiciais no encaminhamento a terapias psicológicas, quando necessário; Elabora petições que serão juntadas ao processo, sempre que solicitar alguma providência, ou haja necessidade de comunicar-se com o juiz, durante a execução da perícia; Eventualmente, participa de audiências, para esclarecer aspectos técnicos em psicologia que possam necessitar de maiores informações a leigos ou leitores do trabalho pericial psicológico (juízes, curadores e advogados); Elabora laudos, relatórios e pareceres, colaborando não só com a ordem jurídica, como com o indivíduo envolvido com a Justiça, através da avaliação da personalidade deste e fornecendo subsídios ao processo judicial quando solicitado por uma autoridade competente, podendo utilizar-se de consulta aos processos e coletar dados considerados necessários à elaboraçãodo estudo psicológico; Realiza atendimento psicológico através de trabalho acessível e comprometido com a busca de decisões próprias na organização familiar dos que recorrem às Varas de Família para a resolução de questões; Conselho Regional de Psicologia Atribuições Profissionais do Psicólogo Jurídico no Brasil CRP: Realiza atendimento a crianças envolvidas em situações que chegam às instituições de direito, visando à preservação de sua saúde mental, bem como presta atendimento e orientação a detentos e seus familiares; Participa da elaboração e execução de programas sócio- educativos destinados a criança de rua, abandonados ou infratores; Orienta a administração e os colegiados do sistema penitenciário, sob o ponto de vista psicológico, quanto às tarefas educativas e profissionais que os internos possam exercer nos estabelecimentos penais; Participa da elaboração e do processo de execução penal e assessora a administração dos estabelecimentos penais quanto à formulação da política penal e no treinamento de pessoal para aplicá-la; Atua em pesquisas e programas de prevenção à violência e desenvolve estudos e pesquisas sobre a pesquisa criminal, construindo ou adaptando instrumentos de investigação psicológica. Importância da psicologia jurídica para os profissionais do direito e contexto jurídico: Parte dos erros judiciais decorre do desconhecimento de assuntos psicológicos essenciais, assim, para aprimorar a justiça e as instituições deve-se conhecer os mecanismos psicológicos do comportamento humano, uma vez que muitos conflitos jurídicos são motivados por questões de natureza emocional e psicológica. Dessa maneira, a psicologia vai instrumentalizar advogados, promotores de justiça e juízes para um atendimento mais amplo e mais seguro. Psicologia como Ciência = A ciência do Compreender as relações e mentes humanas A história da Psicologia tem por volta de 130 anos, tendo a psicologia jurídica, como ciência, na Alemanha, com Wilhelm Wundt fundando o primeiro laboratório de psicologia experimental em 1879, em Leipzig. Evolução da Psicologia: O processo histórico é marcado por duas vertentes, sendo a História Grega, em um período anterior a época cristã. E a segunda fase é o desenvolvimento da modernidade: responsável pelo desenvolvimento da Psicologia como ciência Psicologia e o Gregos: Os filósofos, na Grécia Antiga, por volta de séc. VII a.C., começaram a tentar compreender o homem e sua interioridade. Para eles, a psiquê (ou 'si mesmo') era entendida como o aspecto imaterial de cada pessoa, que envolve os pensamentos, os sentimentos, os desejos e a percepção. Não existia uma Psicologia em si, e sim uma preocupação com a alma e a razão humana Por serem o povo mais evoluído da época, os gregos começaram a se preoucupar com o estudo da mente Antes disso não se sabia a diferença da mente humana para a mente dos animais. E os gregos começaram a notar que os humanos realizam conquistas territoriais, o que levava na construção e manutenção de cidades, na riqueza gerada, na necessidade de soluções e como a mente exigia em criar soluções práticas. Tais avanços, permitiram que os cidadãos se ocupassem das coisas do espírito, como a filosofia e a arte. Os filósofos pré-socráticos: Sócrates, Platão e Aristóteles eram pensadores que buscavam compreender o espírito conquistador grego, e sua interioridade humana PSICOLOGIA - vem do Grego PSYCHÉ = ALMA / LOGOS = RAZÃO Em resumo: Filósofos Gregos: surge a primeira tentativa de sistematizar um pensamento sobre o espírito humano; Interioridade humana; A alma ou espírito era concebida como parte imaterial do ser humano; Abarcaria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, sensação e percepção; FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS: Relação do homem com o mundo por meio da percepção. A discussão se baseava em: se o mundo existe, porque o homem vê OU se o homem vê um mundo que já existe. SOCRÁTES: Separação do homem ao animal, definiu que a principal característica humana é a razão e, abre caminho para a teorização da consciência. Aristóteles: Discípulo de Platão, já acreditava que a alma e o corpo não podem ser separados, segundo ele a psiquê era o princípio ativo da vida de tudo o que se desenvolve. Tudo aquilo que cresci, se reproduz e se alimenta, possui uma alma. ALMA E CORPO SÃO INSEPARÁVEIS Platão: Discípulo de Sócrates, tentou definir um lugar para a razão em nosso corpo, entendendo que esse lugar seria a cabeça. Segundo ele, a alma era separada do corpo, e a medula seria o elemento de ligação entre a alma e o corpo. ALMA SEPARADA DO CORPO Morte: a matéria (o corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo; Socrátes: Buscava compreender o que diferenciava os homens dos animais, para ele a grande diferença era a razão, que permitia ao homem controlar seus instintos e sair da ignorância por meio da busca da sabedoria. LIMITE QUE SEPARA OS HOMENS DOS ANIMAIS Assim, para Aristóteles, as almas se dividiam em: Alma Vegetativa: Se detém da reprodução, crescimento, alimentação e da reprodução do seres vivos; Alma Sensitiva: Propícia aos animais que se movem e têm algum tipo de habilidades sensoriais; Alma Racional: Propícia aos seres humanos, para reflexões e pensamento Psicologia e a Modernidade: Após 200 anos da morte de São Tomás de Aquino, com as transformações radicais na Europa, com o Mercantilismo (descoberta de novas terras), ocorre o período do Renascimento. Platônica: afirmava a imortalidade da alma e a concebia separada do corpo; Aristotélica: afirmava a mortadalidade da alma e sua relação de pertencimento ao corpo. Os filosófos gregos formularam duas teorias: Império Romano e Idade Média Império Romano: Durante o Império Romano, o cristianismo se desenvolveu rapidamente, se tornando a principal religião durante a Idade Média. Os entendimentos sobre a psicologia passam então a ser relacionados ao conhecimento religioso, a Igreja Católica monopolizava o saber e o estudo da filosofia. Cristianismo: marcado por uma força religiosa que passa a ser a força política dominante; As ideias sobre Psicologia nessa época estão relacionadas ao conhecimento religioso; Igreja Católica: poder político, econômico e monopolizador do saber Santo Agostinho: Inspirado em Platão, também entendia que havia uma divisão entre a alma e o corpo, segundo ele a alma era uma manifestação divina no homem e era imortal pois o ligava a Deus. ALMA E CORPO SEPARADOS Alma é a prova de manifestação divina no homem; Alma é imortal, sendo ligação do homem com Deus. São Tomás de Aquino: Buscou em Aristóteles a distinção entre essência e existência, considerando que o homem, em sua essência, busca a perfeição por meio de sua existência, e para ele somente Deus seria capaz de unir a essência e existência. O ser humano busca a perfeição através da existência; Buscar perfeição = É buscar Deus; Justificativa para os dogmas da igreja, Renascimentos: No período do Renascimento, entre os séculos XIV e XVI, há um enfraquecimento do cristianismo, onde o ser humano passa a ser valorizado nas obras de arte, na filosofia e na ciência, como um objeto a ser estudado. Nesse período houveram muitos questionamentos sobre as hierarquias e movimentos para derrubar a nobreza e o clero. A ciência moderna passa a tomar o conhecimento como fruto da razão. O homem passou a ser visto como capaz de construir conhecimento e transformar o mundo. Transição para o capitalismo Nova forma de organização econômica e social René Descartes: Segundo o filósofo francês René Descartes (1596-1650), havia uma separação entre mente e corpo, de modo que o corpo desprovido de espírito seria apenas uma máquina. SEPARAÇÃO MENTAL (ALMA E ESPÍRITO) E CORPO A Psicologia Científica: Século XIX, com o desenvolvimento da ciência como sustentáculo da nova ordem econômica e social. A terra passa a ser fonte de produção, com uma economia fechada na relação entre o senhor e o servo, não existindo uma mobilidade social, o lugar social eradefinido a partir do nascimento. COMPREENSÃO SOCIEDADE FEUDAL CAPITALISMO Capitalismo: O ser humano é livre e capaz de construir seu futuro, o conhecimento passa a ser independente da fé. A necessidade da ciência para a noção de verdade, que passar a precisa contar com o aval da ciência. Os problemas e temas psicológicos passaram a ser investigados pela Fisiologia e Neurofisiologia; Percepções, pensamento e os sentimentos eram produto do Sistema Nervoso Central. https://www.ex-isto.com/2019/12/humanismo.html https://www.ex-isto.com/2019/10/racionalismo-e-empirismo.html O ser humano se torna mais isolado e livre; Forma de pensar: consumidor e produtor individual; Sujeito ativo; Escolher a trajetória de vida; Construir uma identidade (viver, pensar e sentir experiência); Necessidade de construir uma ciência que estudasse e produzisse sobre a experiência subjetiva Filosofia e Fisiologia se reúnem como pensamento para fundar a Psicologia; Status de ciência é obtido à medida que se liberta da Filosofia ; Definir o objeto de estudo; Delimitar campo de estudo; Formular métodos de estudos; Formular teorias com um corpo consistente; Psicologia: Nasceu na Alemanha Desenvolveu-se nos EUA, onde surgiu as primeiras abordagens e escolas de Psicologia INICIO DESENVOLVIMENTO Em 1879 foi criado o primeiro laboratório de psicologia na Alemanha, pelo médico Wilhelm Wündt(1832-1920), que passou a ser considerado como um dos fundadores da Psicologia enquanto Ciência Moderna, pois determinou seu objeto de estudo, seu método de pesquisa, seus temas e objetivos. Neste período surgiram distintas escolas de pensamento sobre a psicologia, que caracterizam as diferentes maneiras de entender os seres humanos. Cada uma dessas escolas possuía um foco definido do que estudar e objetivos de como pretendiam realizar este estudo. Escolas: Estruturalismo: Foi uma linha de pensamento da psicologia que estudou a consciência em seus aspectos estruturais. Estudava as estruturas dos processos da mente e o conteúdo da consciência, por meio da análise da experiência consciente em seus componentes básicos, buscando os princípios de como os elementos simples compõem uma experiência complexa. Compreensão da consciência; Seu estudo era focado nos aspectos estruturais; Estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso central; https://www.ex-isto.com/2018/02/wunt-psicologia-ciencia.html Funcionalismo: Buscava compreender o que a mente faz, e como é a interação do organismo com o ambiente. Foi criada nos Estados Unidos por volta de 1880, por William James. Essa linha de pensamento psicológico possui características de uma sociedade pragmática, preocupada com sua funcionalidade prática, focada na adaptação do sujeito ao meio. Algumas das questões que buscavam responder eram: o que fazem os homens e por que fazem? Espírito Pragmático: só ação humana, movida pela inteligência e pela energia, pode alterar os limites da condição humana; Consciência como centro de suas preocupações ; Buscava compreender o funcionamento; Associanismo: Acreditava que a aprendizagem ocorre por um processo de associação das ideias, das mais simples às mais complexas, de modo que a aprendizagem de um conteúdo complexo, requer primeiro o aprendizado de ideias mais simples, associadas àquele conteúdo. Formulador da primeira teoria de aprendizagem na Psicologia; Aprendizagem se dá um processo de associação livre- simples às mais complexas; Lei do efeito: A Lei do Efeito dizia que todo comportamento de um organismo vivo tende a se repetir se for recompensado e a cessar se for castigado. Psicologia Jurídica: Histórico e Perspectiva da Avaliação Psicológica no Brasil Perspectiva Mundial: A perspectiva mundial da psicologia jurídica engloba um conjunto de abordagens e aplicações que buscam entender e atuar na interface entre a psicologia e o direito. Essa área de estudo e prática se expande globalmente, com enfoque em questões como violência, cidadania, direitos humanos e saúde mental, buscando integrar conhecimentos psicológicos em processos judiciais e políticas públicas. Preocupação com avaliação do criminoso; Doente Mental Delinquente; Antiguidade e Idade Média: Loucura era fenômeno da vida privada Era permitido ao “louco” circular livremente. Fenômeno da Loucura: (Séc. XVII) Durante a Antiguidade e a Idade Média a loucura era um fenômeno bastante privado. Ao "louco" era permitido circular com certa liberdade, e os atendimentos médicos restringiam-se a uns poucos abastados. A partir de meados do século XVII, a loucura passou a ser caracterizada por uma necessidade de exclusão dos doentes mentais. Criaram-se estabelecimentos para internação em toda a Europa, nos quais eram encerrados indivíduos que ameaçassem a ordem da razão e da moral da sociedade (Rovinski, 1998). Pinel A partir do século XVIII, na França, Pinel realizou a revolução institucional, liberando os doentes de suas cadeias e dando assistência médica a esses seres segregados da vida em sociedade Liberação dos doentes da cadeia; Assistência médica aos loucos; Colaboração dos psicólogos clínicos com os psiquiatras na elaboração de exames psicológicos legais em sistema de justiça juvenil; Psicanálise e olhar para a loucura ( compreensão ) Valorização do psicodiagnóstico com relevância da atuação do psicólogo Categorizar os pacientes : maior severidade e menor severidade: os pacientes menos severos eram encaminhados aos psicólogos, para que esses profissionais buscassem uma compreensão mais descritiva de sua personalidade. Os pacientes de maior severidade, com possibilidade de internação, eram encaminhados aos psiquiatras Balu (1984) demonstrou, a partir de estudos comparativos e representativos, que os diagnósticos de Psicologia Forense podiam ser melhores que os dos psiquiatras Os psicodiagnósticos eram vistos como instrumentos que forneciam dados matematicamente comprováveis para a orientação dos operadores do Direito. Inicialmente, a Psicologia era identificada como uma prática voltada para a realização de exames e avaliações, buscando identificações por meio de diagnósticos. Essa época, marcada pela inauguração do uso dos testes psicológicos, fez com que o psicólogo fosse visto como um testólogo França e Alemanha: Psicólogos da Alemanha e França desenvolveram trabalhos empírico-experimentais sobre o testemunho e sua participação nos processos judiciais. Psicologia do Testemunho; Estudos acerca dos sistemas de interrogatório; do fatos delitivos e a detecção de falsos testemunhos, as amnésias simuladas e os testemunhos de crianças impulsionaram; Aproximação da área criminal e a importância da avaliação psicológica; Psicologia Jurídica no Brasil: A história da atuação de psicólogos brasileiros na área da Psicologia Jurídica tem seu início no reconhecimento da profissão, na década de 1960. Tal inserção deu-se de forma gradual e lenta, muitas vezes de maneira informal, por meio de trabalhos voluntários. Os primeiros trabalhos ocorreram na área criminal, enfocando estudos acerca de adultos criminosos e adolescentes infratores da lei Dificuldade em definir os aspectos; País com grandes dimensões Falta de uma cultura escrita sobre a história da inserção dos psicólogos nas instituições; Rovinsk(2009), propõe uma revisão crítica relacionada à avaliação psicológica; Concentrados em atividades no Rio de Janeiro, vinculado ao surgimento da psicologia como ciência De acordo com Jacó-Vilela(1999) essa área teve a contribuição de profissionais estrangeiros, como: Waclaw Radeck: 1920 – criação do Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas de Engenho de Dentro, em 1937 foi incorporado pela UFRJ; Elizer Schneider: Sua formação inicial foi como advogado, mas dirigiu seu interesse à medicina Legal e Psicologia Desenvolveu um trabalho voltado para compreensão e discussão da personalidade do criminoso, do papel da punição e a influência do sistema penal na recuperação ou não, do delinquente. Em 1941 ingresso no Instituto de Psicologia. Seutrabalho como psicologista, eram atividade era aplicação de testes; estudo e explicação do comportamento do criminoso (tendência no Brasil) Eliezer não permanece com a visão exclusiva de psicometrista; Preocupação com as influências sociais, culturais e econômicas na personalidade do criminoso Livro "Manual Psicologia Jurídica"- Mira y Lopes, 1955: R IO JAN EIR O No Brasil, a profissão de psicólogo não era reconhecido como profissão; Profissionais passaram a fazer parte do Instituto de Medicina Social e Criminologia de São Paulo Órgão responsável pelas perícias cíveis e criminais; Trajetória dos psicólogos em instituições jurídicas, início nas atividades em instituições jurídicas da área penal; Semelhança na maioria dos estados do Brasil; SÃO PAULO: Em São Paulo, no ano seguinte à regulamentação da Psicologia, três unidades prisionais contavam com o Setor Terapêutica Criminal, onde eram realizadas perícias e tinham uma preocupação com a valorização humana e reabilitação. RIO GRANDE DO SUL: Primeiras atividades no Manicômio Judiciário. No Rio Grande do Sul, o Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso (IPFMC) foi o segundo fundado no País, em 1924. O trabalho do psicólogo nesse instituto teve início em 1966, através do estágio curricular de psicopatologia. -1974- Presença de 11 psicólogos trabalhando no local PARANÁ: A Implantação de trabalhos do Programa Pró-egresso, destinado à população egressa dos estabelecimentos penais com vínculo nas Varas de Execução Penal; -Teve iniciativa de um promotor de justiça -Depois o programa foi estendendo à várias cidades do Paraná SANTA CATARINA: Na década de 1970, o psicólogo passou a trabalhar com presos adultos e jovens vinculados à Fundação Catarinense de Bem-Estar do Menor. -1978- início do trabalho nas Penitenciária de Florianópolis: -Avaliação psicológica e atendimentos individuais; -Elaboração de laudos e participação na Comissão Técnica de Classificação Criminológica MINAS GERAIS: A inserção de psicólogos na Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) ocorre por meio de concurso público, com a criação de quadro de oficiais psicólogos. -Trabalham no processo seletivo de policiais, avaliando a aptidão psicológica dos candidatos; -Também trabalham em Hospital Militar para prestar assistência psicológica aos usuários; -Implantação do Serviço de Psicologia no tribunal de Justiça de São na década de 1980. DISTRIDO FEDERAL: Em 1985, houve a criação de uma assessoria psicossocial na 3° vara de Família, para auxiliar nos processos de divórcio, litigiavam a guarda dos filhos e direito de visita. -Nas Varas criminais, foi implementado o Serviço Psicossocial Forense para assessora o juízo da Vara de Execuções criminais, assistência à administração do TJDF. Panorama Geral: A atividade teve início antes do reconhecimento da profissão; No início, serviços prestados por estrangeiros; Teve um inserção lenta e de modo informal, mediante estágios ou serviços voluntários; Primeiras atuações: questões criminais voltadas ao estudo perfil do criminoso ou de crianças e adolescentes envolvidos em atos infracionais; Foco inicial do trabalho voltado compreender a conduta humana relacionada às motivações e reincidência no crime O uso de técnicas de mensuração para luz à dinâmica da produção do ato criminal Regulamentação da profissão de psicólogo; Atividades de perícias e emissão de laudos legitimadas; Atividades detalhadas pelo Conselho Federal de Psicologia; Regulamentação da profissão de psicólogo; Atividades de perícias e emissão de laudos legitimadas; Atividades detalhadas pelo Conselho Federal de Psicologia; Atividade de avaliação: Entrevistar pessoas, ler processos, investigar pessoas e situações problema, escolher, aplicar e mensurar instrumentos de avaliação; elaborar laudos e perícias e responder á quesitos técnicos e judiciais; Psicologia Policial; Psicologia junto ao Direito de Família; Psicologia do Testemunho; Psicologia Jurídica na Infância e Juventude; psicologia Penitenciaria; Psicologia Jurídica e Vitimologia. Perspectiva de Futuro: Área promissora no Brasil; Ampliação das atividades Visão mais ampla do ser humano Prática de avaliação psicológica comprometida e contextualizada; Avaliação psicológica no contexto jurídico como processo fundamental na garantia dos direitos humanos; Importância das mudanças sociais e das transformações das normas legais; Penas alternativas, projetos de conciliação e mediação; Judicialização dos conflitos interpessoais; Alcance das intervenções Limites das práticas ; Profissionais que trabalham com medidas socioeducativas; Formação e cuidado nos processos de avaliação; O psicólogo atua nos processos em que são solicitadas indenizações em virtude de danos psíquicos e no casos de interdição judicial; Dano psíquico: sequela na esfera emocional ou psicológico de uma fato particular traumatizante (avaliar a real presença desse dano, atentos a manipulação de sintomas); Interdição; refere-se à incapacidade de exercício por si mesmo dos atos da vida civil. (Casos por enfermidade ou deficiência mental). A justiça quer saber se a doença mental torna incapaz de reger sua pessoa e seus bens Trabalho nos processos de adoção; Recrutar candidatos para as crianças; Adoção é um vínculo irrevogável; Trabalho em fundação de proteção especial; Destituição do poder familiar: Transferência do poder familiar; Avaliação do contexto; Adolescentes autores de atos infracionais: Programas psicoeducativos; Justiça Restaurativa; Soluções mais eficazes para responsabilizar e corrigir comportamentos transgressores; Campos de Atuação da Psicologia Jurídica - RESUMO Direito da Família: Processos separação e divórcio; Regulamentação de visitas: dinâmicas de funcionamento das famílias; Disputa de guarda: conhecimentos sobre avaliação; psicopatologia, psicologia do desenvolvimento, psicodinâmica de casal; O psicólogo pode atuar como mediador quando os litigantes tentam um acordo; Pode ser solicitado uma avaliação de uma das partes ou do casal; Pode sugerir encaminhamento para um tratamento psicológico/psiquiatra. Direito da Criança e do adolescente: Direito de Civil: Direito Penal: Atuar como perito para averiguação de periculosidade; Avaliação da sanidade mental das partes em litígio ou em julgamento; Criação do cargo Avaliações psicológicas e a realidade brasileira; Doentes mentais e delitos. Direito do Trabalho: Processos trabalhistas: Pode atuar como perito nos processos trabalhistas; Perícia: Avaliar o nexo entre condições de trabalho e a repercussão na saúde mental do indivíduo; Verifica danos psicológicos causados por acidentes e doenças relacionadas ao trabalho; Afastamento e aposentadoria por sofrimento psicológico; Campos de Atuação da Psicologia Jurídica Predominância das atividades de confecções de laudos, pareceres e relatórios; Compete à Psicologia uma atividade de cunho avaliativo e de subsídio aos magistrados; Ao concluir uma avaliação, pode sugerir soluções para os conflitos apresentados; Cabe ao Juiz a decisão judicial; Direito da Família: Destaca-se a participação dos psicólogos nos processos de separação e divórcio, disputa de guarda e regulamentação de visitas. Processos separação e divórcio: os processos de separação e divórcio que envolvem a participação do psicólogo são na sua maioria litigiosos, ou seja, são processos em que as partes não conseguiram acordar em relação às questões que um processo desse cunho envolve. Desta forma, seja como avaliador ou mediador, o psicólogo buscará os motivos que levaram o casal ao litígio e os conflitos subjacentes que impedem um acordo em relação aos aspectos citados. Nos casos em que julgar necessário, o psicólogo poderá, inclusive, sugerir encaminhamento para tratamento psicológico ou psiquiátrico da(s) parte(s). Regulamentação de visitas: dinâmicas de funcionamento das famílias, já que o direito à visitação é uma das questões a ser definida a partir do processo deseparação ou divórcio. Contudo, após a decisão judicial podem surgir questões de ordem prática ou até mesmo novos conflitos que tornem necessário recorrer mais uma vez ao Judiciário, solicitando uma revisão nos dias e horários ou forma de visitas. Nesses casos, o psicólogo jurídico contribui por meio de avaliações com a família, objetivando esclarecer os conflitos e informar ao juiz a dinâmica presente nesta família, com sugestões das medidas que poderiam ser tomadas. Disputa de guarda: conhecimentos sobre avaliação; Nesses casos, o juiz pode solicitar uma perícia psicológica para que se avalie qual dos genitores tem melhores condições de exercer esse direito. Além dos conhecimentos sobre avaliação, psicopatologia, psicologia do desenvolvimento e psicodinâmica do casal, assuntos atuais como a guarda compartilhada, falsas acusações de abuso sexual e síndrome de alienação parental podem estar envolvidos nesses processos. Direito da Criança e do adolescente: destaca-se o trabalho dos psicólogos junto aos processos de adoção e destituição de poder familiar e também o desenvolvimento e aplicação de medidas socioeducativas dos adolescentes autores de ato infracional. Adoção: os psicólogos participam do processo de adoção por meio de uma assessoria constante para as famílias adotivas, tanto antes quanto depois da colocação da criança. Como a adoção é um vínculo irrevogável, o estudo psicossocial torna-se primordial para garantir o cumprimento da lei, prevenindo assim a negligência, o abuso, a rejeição ou a devolução. Tem os psicólogos que trabalham nas Fundações de Proteção Especial. Essas instituições têm como objetivo oferecer um cuidado especial capaz de minorar os efeitos da institucionalização, proporcionando às crianças e aos adolescentes abrigados uma vivência que se aproxima à realidade familiar. Os vínculos estabelecidos com os monitores que cuidam delas são facilitadores do vínculo posterior na adoção, uma vez que se estabelece e se mantém nos mesmos a capacidade de vincular-se afetivamente Destituição do Poder Familiar: o poder familiar é um direito concedido a ambos os pais, sem nenhuma distinção ou preferência, para que eles determinem a assistência, criação e educação dos filhos. Porém, a legislação brasileira prevê casos em que esse direito pode ser suspenso, ou até mesmo destituído, de forma irrevogável. O papel do psicólogo nesses casos é fundamental. É preciso considerar que a decisão de separar uma criança de sua família é muito séria, pois desencadeia uma série de acontecimentos que afetarão, em maior ou menor grau, toda a sua vida futura. Independentemente da causa da remoção - doença, negligência, abandono, maus-tratos, abuso sexual, ineficiência ou morte dos pais - a transferência da responsabilidade para estranhos jamais deve ser feita sem muita reflexão. Adolescentes autores de atos infracionais: o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê medidas socioeducativas que comportam aspectos de natureza coercitiva. São medidas punitivas no sentido de que responsabilizam socialmente os infratores, e possuem aspectos eminentemente educativos, no sentido da proteção integral, com oportunidade de acesso à formação e à informação. Os psicólogos que desenvolvem seu trabalho junto aos adolescentes infratores devem lhes propiciar a superação de sua condição de exclusão, bem como a formação de valores positivos de participação na vida social. Sua operacionalização deve, prioritariamente, envolver a família e a comunidade com atividades que respeitem o princípio da não discriminação e não estigmatização, Direito de Civil: o psicólogo atua nos processos em que são requeridas indenizações em virtude de danos psíquicos e também nos casos de interdição judicial. Dano psíquico: o dano psíquico pode ser definido como a sequela, na esfera emocional ou psicológica, de um fato particular traumatizante. Pode-se dizer que o dano está presente quando são gerados efeitos traumáticos na organização psíquica e/ou no repertório comportamental da vítima. Cabe ao psicólogo, de posse de seu referencial teórico e instrumental técnico, avaliar a real presença desse dano. Entretanto, o psicólogo deve estar atento a possíveis manipulações dos sintomas, já que está em suas mãos a recomendação, ou não, de um ressarcimento financeiro. Interdição: a interdição refere-se à incapacidade de exercício por si mesmo dos atos da vida civil. Nesses casos, compete ao psicólogo nomeado perito pelo juiz realizar avaliação que comprove ou não tal enfermidade mental. À justiça interessa saber se a doença mental de que o paciente é portador o torna incapaz de reger sua pessoa e seus bens. Direito Penal: O Direito de Família e o Direito da Criança e do Adolescente fazem parte do Direito Civil. Porém, como na prática as ações são ajuizadas em varas diferenciadas, optouse por fazer essa divisão. o psicólogo pode ser solicitado a atuar como perito para averiguação de periculosidade, das condições de discernimento ou sanidade mental das partes em litígio ou em julgamento. Portanto, destaca-se o papel dos psicólogos junto ao Sistema Penitenciário e aos Institutos Psiquiátricos Forenses. A criação da Lei de Execução Penal (LEP), em 1984, foi um marco no trabalho dos psicólogos no sistema prisional, pois a partir dela o cargo de psicólogo passou a existir oficialmente. Lei 10.792/2003 trouxe mudanças à LEP, uma vez que extinguiu o exame criminológico feito para instruir pedidos de benefícios e o parecer da Comissão Técnica de Classificação Brasil (2003). Para a concessão de benefícios legais, as únicas exigências previstas são o lapso de tempo já cumprido e a boa conduta. Direito do Trabalho: Existe ainda o trabalho dos psicólogos junto aos doentes mentais que cometeram algum delito. Esses sujeitos recebem medida de segurança, decretada pelo juiz, e são encaminhados para Institutos Psiquiátricos Forenses (IPF). Além de abrigar esses doentes mentais, os IPF são responsáveis pela realização de perícias oficiais na área criminal e pelo atendimento psiquiátrico à rede penitenciária. O psicólogo pode atuar como perito em processos trabalhistas. A perícia a ser realizada nesses casos serve como uma vistoria para avaliar o nexo entre as condições de trabalho e a repercussão na saúde mental do indivíduo. Na maioria das vezes, são solicitadas verificações de possíveis danos psicológicos supostamente causados por acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, casos de afastamento e aposentadoria por sofrimento psicológico; Cabe ao psicólogo a elaboração de um laudo, no qual irá traduzir, com suas habilidades e conhecimento, a natureza dos processos psicológicos sob investigação. Outros Campos de Conhecimento: VITIMOLOGIA: objetiva a avaliação do comportamento e da personalidade da vítima. Cabe ao psicólogo atuante nessa área traçar o perfil e compreender as reações das vítimas perante a infração penal. A intenção é averiguar se a prática do crime foi estimulada pela atitude da vítima, o que pode denotar uma cumplicidade passiva ou ativa para com o criminoso; Para tanto, a análise é feita desde a ocorrência até as consequências do crime; Além disso, a vitimologia dedica-se também à aplicação de medidas preventivas e à prestação de assistência às vítimas, visando, assim, à reparação de danos causados pelo delito. PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO: os psicólogos podem ser solicitados a avaliar a veracidade dos depoimentos de testemunhas e suspeitos, de forma a colaborar com os operadores da justiça. Fenômeno das falsas memórias: o ser humano é capaz de armazenar e recordar informações que não ocorreram. As falsas memórias podem resultar da repetição de informações consistentes e inconsistentes no depoimento de testemunhas sobre o mesmo evento. Depoimento sem Dano: que objetiva proteger psicologicamente crianças e adolescentes vítimas de abusos sexuais e outras infrações penais que deixam graves sequelas no âmbito da estrutura da personalidade. Esse projeto foi criado no Segundo Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre,em razão das dificuldades enfrentadas pela justiça na tomada de depoimentos de crianças e adolescentes Perícia Psicológica na esfera judicial História da Civilização Romana: Resolução de Conflitos Resolução de Conflitos Estava a cargo das pessoas da família; Pater familie: pessoas que dirigiam as famílias Desenvolvimento dos povos; Os governos assumiram o poder de dizer o direito; Estado de Direito: O sistema legal que garante direitos e limita o poder do Estado. Estado Brasileiro: Poder Judiciário Poder Executivo Poder Legislativo Poder Judiciário: responsável pelo julgamento dos interesses e litígios entre os cidadãos brasileiros; Norteia-se pela Constituição da República Federativa do Brasil. Juiz: Autoridade que representa o judiciário; Função: Prestar a jurisdição; tem o dever de apreciar qualquer questão em litígio; Julgamento das Questões: PROVAS apresentadas pelas partes; requeridas pelas partes ou pelo representante do Ministério Público; Função: O juiz pode ordenar a produção de: -Prova documental; -Prova testemunhal; -Prova pericial Juiz: Não podemos exigir o domínio das diversas áreas do conhecimento humano; Deve buscar elucidação com pessoas que o detêm, com o objetivo de decidir a questão conflituosa; Regras no artigo 420 do Código de Processo Civil, O juiz poderá acatar o pedido das partes ou Ministério Público, pode ordenar a realização de perícia a fim de ampliar o campo das provas que auxiliarão na decisão. Perícia: O termo perícia provém do latim peritia, que segundo o Dicionário Aurélio, significa: Habilidade, destreza, capacidade. É uma habilidade exigida de um perito e tem como base o conhecimento científico, que deve ser operado por uma pessoa com conhecimento técnico especializado. É um trabalho técnico-profissional, elaborado por quem tem conhecimento no assunto com o objetivo constituir-se em um documento capaz de embasar decisões Perícia Judicial: No Direito, a perícia é um meio de prova pela qual a pessoa qualificada tecnicamente (o perito), nomeada pelo juiz, analisa fatos juridicamente relevantes à causa examinada, elaborando um laudo É um exame que exige conhecimentos técnicos e científicos a fim de comprovar (provar) a veracidade de certo fato ou circunstância; Contexto jurídico, é o exame realizado por perito que detenha habilitação e capacitação técnica sobre determinada área do conhecimento Capacitação técnica se adquire com a sua experiência prática, com estudo, não necessariamente quem tem habilitação técnica, tem capacitação. O perito designado para realizar uma perícia judicial está sujeito às normas e procedimentos específicos da perícia judicial, além de estar sob a égide de resoluções específicas do CFM, algumas das quais indicamos a seguir. Comete infração ético-profissional o médico designado perito em processo judicial e que não cumpre a ordem judicial, estando sujeito a penas disciplinares previstas em lei. Mas ele pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo, dentre os quais carecer de conhecimento técnico ou científico (art. 424, CPC); Quais são as qualificações necessárias para que um médico atue como perito em processo judicial? O perito deve ser preferencialmente um especialista, possuir conhecimentos técnicos e científicos especiais, suficientes para emitir o seu parecer sobre determinada avaliação. Segundo Rosa(1999,p.27): A Perícia judicial, portanto, é atividade técnica e processual, que materializa no processo através de um laudo ou de qualquer outra forma legalmente prevista, na condição de instrumento. Perícia judicial é atividade, é trabalho técnico desenvolvido em processo judicial dentro das normas aplicáveis.“ Pressupõe a existência de um processo judicial; Perícia Psicológia: Compreende um conjunto de procedimentos especializados que pressupõe um conhecimento técnico /científico específico a contribuir no sentido de esclarecer algum ponto considerado imprescindível para andamento do processo judicial; É a aplicação dos métodos e técnicas da investigação psicológica e neuropsicológica com a finalidade de subsidiar ação judicial, toda vez que dúvidas relativas à saúde psicológica do periciando se instalarem; Realiza-se uma análise qualitativa e quantitativa dos aspectos psicológicos e comportamentais correlacionando com as queixas ou dúvidas judiciais. Resolução n.9 apresenta as diretrizes básicas para realização da avaliação psicológica: Fontes de Informações: I- Fontes fundamentais: a) Testes psicológicos aprovados pelo CFP b) Entrevista psicológicas c)Protocolos ou registros de observação do comportamento. II- Fontes complementares: a) Técnicas e instrumentos não psicológicos que possuam respaldo da literatura científica; b) Documentos técnicos de equipes multiprofissionais Parecer do Perito: Deve expressar suas conclusões por meio de um posicionamento técnico sobre os fatos; Sugerir a solução mais adequada; Não pode almejar ou adiantar o que será decidido; O laudo deverá ser assinado contendo o nome e o número do registro do Conselho Profissional; Nomeação do Perito: O juiz ou a autoridade responsável nomeia um perito especializado na área em questão. Esse perito é escolhido com base em sua experiência e conhecimento técnico. Metodologia e Procedimentos: O parecer deve ser redigido de maneira clara e objetiva, apresentando todas as informações relevantes. Ele deve incluir a descrição dos métodos utilizados, os dados coletados, a análise realizada e as conclusões do perito. Redação do Parecer: O perito segue uma metodologia rigorosa para realizar a análise. Isso inclui a coleta e exame de evidências, a realização de testes e a aplicação de técnicas apropriadas para obter resultados precisos. QUESTÕES LEGAIS: -Nomeação do perito; -Manifestação do perito; -Quesitos dirigidos ao perito; -Prazo de entrega do laudo; -Honorários; -Assistente técnico; -Esclarecimento da perícia judicia.