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Teoria da Norma Penal

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Centro Universitário Estácio do Ceará MONITORA: Crísley Estrela.
E-mail: estaciomonitoriapenal1@gmail.com DISCIPLINA: Penal I
	
TEORIA DA NORMA PENAL
# CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL
A lei penal compõe-se de 02 partes:
Comando principal (preceito primário)
Sanção (preceito secundário)
Exemplo: 
Art. 121, “caput” do Código Penal é uma norma penal com preceito primário e secundário, veja:
“Matar alguém” = essa expressão (“matar alguém”) é o preceito primário, que nada mais é do que a descrição da conduta criminosa.
Já a Pena, que é dada como reclusão de 06 a 20 anos = é o preceito secundário, que nada mais é do que a pena cominado em abstrato.
Da união das 02 partes surge a proibição (a norma): “é proibido matar”, porém a lei penal não é proibitiva, mas descritiva. O artigo não dispõe “não matar alguém”, pelo contrário, ele afirma “matar alguém”, no entanto, entende-se pela teoria das normas que a conduta “matar alguém” não é aceita pelo ordenamento jurídico, ou seja, a ideia contida na lei é uma ideia de proibição.
Importante ressaltar que a norma é diferente da lei penal, pois percebam que a conduta criminosa viola a norma, mas não a lei, pois o agente realiza exatamente a ação que a lei penal descreve.
O CP está dividido em 02 partes: 
PARTE GERAL (arts. 1º ao 120) - Normas penais permissivas (justificante ou exculpante), normas penais explicativas, normas interpretativas e normas penais complementares.
PARTE ESPECIAL (arts. 121 ao 360) - Normas penais incriminadoras. 
 
A lei penal tem ainda as seguintes características:
Exclusividade (somente a lei define as infrações penais);
Imperatividade (é imposta a todos, independentemente da vontade);
Generalidade (todos devem acatamento à lei penal);
Impessoalidade (a lei se dirige a todos).
Anterioridade (as leis penais incriminadoras apenas podem ser aplicadas se estavam em vigor quando da prática da infração penal, salvo no caso da retroatividade da lei benéfica).
# CLASSIFICAÇÃO
INCRIMINADORAS: descrevem os tipos penais proibindo (crimes comissivos / se fizer, é crime!!) ou impondo (crimes omissivos / se não fizer é crime!!) a prática de condutas, sob ameaça de pena. 
Ex.: Art. 121 (preceito primário) e as penas (preceito secundário). 
NÃO INCRIMINADORAS: são as que não criam crimes nem cominam penas. Subdividem-se em:
Permissivas (Justificantes/Exculpantes): não incriminadoras. Autorizam a prática de condutas típicas, ou seja, são as causas de exclusão da ilicitude. Em regra, estão previstas na Parte Geral (CP, art. 23), mas algumas são também encontradas na Parte Especial, tal como ocorre nos arts. 128 (aborto legal) e 142 (exclusão da ilicitude nos crimes contra a honra) do Código Penal;
Exculpantes: estabelecem a não culpabilidade do agente ou ainda a impunidade de determinados delitos. Exemplos: doença mental, menoridade, prescrição e perdão judicial. Encontram-se comumente na Parte Geral, mas também podem ser identificadas na Parte Especial do Código Penal, tais como nos arts. 312, § 3.°, 1.” parte (reparação do dano antes da sentença no crime de peculato), e art. 342, § 2 ° (retratação antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito no crime de falso testemunho ou falsa pericia);
Interpretativas: esclarecem o conteúdo e o significado de outras leis penais. 
Exemplos: arts. 150, § 4.° (conceito de domicílio), e 327 (conceito de funcionário público para fins penais) do Código Penal;
De aplicação, finais ou complementares: delimitam o campo de validade das leis incriminadoras. Exemplos: arts. 2 ° e 5.° do Código Penal;
Diretivas: são as que estabelecem os princípios de determinada matéria. Exemplo: princípio da reserva legal (CP, art. l.°);
 Integrativas ou de extensão: são as que complementam a tipicidade no tocante ao nexo causal nos crimes omissivos impróprios, à tentativa e à participação (CP, arts. 13, § 2.°, 14, II, e 29, caput, respectivamente);
 COMPLETAS ou PERFEITAS: apresentam todos os elementos da conduta criminosa. É o caso do art. 157, caput, do Código Penal;
INCOMPLETAS ou IMPERFEITAS: reservam a complementação da definição da conduta criminosa a uma outra lei, a um ato da Administração Pública ou ao julgador. São as normas penais em branco, nos dois primeiros casos, e os tipos penais abertos, no último.
# NORMA PENAL EM BRANCO 
O preceito primário é incompleto, mas secundário é determinado. Nada mais é que uma norma penal incompleta. Podem ser complementadas por atos normativos de origem legislativa (leis) ou administrativa (decretos ou portarias, etc.) 
Exemplo: Art. 33 da Lei 11.343/06 Lei de Drogas, porém a lei não define o que é droga – o conceito de drogas é definido por Portaria da ANVISA.
Podem ser: 
Homogêneas ou impróprias ou em sentido amplo: quando são complementadas por normas originárias da mesma fonte ou órgão. LEI + LEI.
Heterogêneas ou próprias ou em sentido estrito:	quando seu complemento está contido em norma procedente de outra instância legislativa ou administrativa, provem de fonte ou órgão diverso. LEI + ATO NORMATIVO.
Atenção para a diferença de Norma Penal em Branco e Tipo Penal Aberto. A primeira necessita de complementação normativa (leis; atos; decretos; portarias), o segundo não necessita de complementação NORMATIVA, apenas de uma complementação valorativa, ou seja, do julgador, é o juiz quem vai valorar aquela norma de acordo com o caso concreto.
# NORMA PENAL EM BRANCO INVERSA OU AO AVESSO
O preceito primário é completo, mas o secundário reclama complementação. Nesse caso, o complemento deve ser referente à pena e feito obrigatoriamente por uma lei, ou seja, ela será necessariamente do tipo homogênea/imprópria, uma vez que as penas só podem ser cominadas em lei, sob pena de violação ao princípio da reserva legal, pois não existe pena sem prévia cominação legal. Exemplos dessa espécie de lei penal em branco são encontrados nos artigos 1.° a 3,° da Lei 2.889/56, relativos ao crime de genocídio, onde as penas serão remetidas para o Código Penal.
# LEI PENAL EM BRANCO DE FUNDO CONSTITUCIONAL
O complemento do preceito primário constitui-se em norma constitucional. É o que se verifica no crime de abandono intelectual, definido no art. 246 do Código Penal, pois o conceito de “instrução primária” encontra-se no art. 208, inc. I, da Constituição Federal.
OBS: As normas penais heterogêneas não afrontam o Princípio da Legalidade (art. 1º do CP). A infração é descrita na lei, que só é complementada. A norma complementa, mas não define crime algum, só especifica um ou outro elemento do fato típico. 
# INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
QUANTO ÀS FONTES: 
Autêntica (feita pelo próprio legislador. Ex: art. 327, CP)
Jurisprudencial (realizada por membros do Judiciário. Em regra, não tem força obrigatória, salvo em dois casos: no caso concreto (em virtude da formação da coisa julgada material) e quando constituir súmula vinculante - CF, art. 103-A, e Lei 11.41712006).
Doutrinária (interpretação realizada por doutrinadores, estudiosos. Não tem força cogente. A Exposição de Motivos deve ser encarada como interpretação doutrinária e não autêntica, pois não faz parte da lei).
QUANTO AOS RESULTADOS: 
Declarativa (aquela que resulta da perfeita sintonia entre o texto da lei e a sua vontade. Nada resta a ser retirado ou acrescentado.
Extensiva (se destina a corrigir uma fórmula legal excessivamente estreita. A lei disse menos do que desejava. Amplia-se o texto da lei, para amoldá-lo a sua efetiva vontade. Por se tratar de mera atividade interpretativa, buscando o efetivo alcance da lei, é possível a sua utilização até mesmo em relação àquelas de natureza incriminadora. Exemplo disso é o art. 159 do Código Penal, legalmente definido como extorsão mediante sequestro, que também abrange a extorsão mediante cárcere privado).
Restritiva (é a que consiste na diminuição do alcance da lei, concluindo-se que a sua vontade, manifestada de forma ampla, nãopermite que seja atribuído a sua letra todo o sentido que em tese poderia ter. A lei disse mais do que desejava). 
QUANTO AOS MEIOS: 
Gramatical ou literal (acepção literal das palavras)
Histórica (evolução histórica da lei)
Lógico-sistemática (ordenamento jurídico)
Teleológico (finalidade da lei)
 
ANALOGIA: é forma de integração da norma jurídica e não de sua interpretação. Em Direito Penal será sempre “in bonam partem”. 
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA – é uma forma de interpretação extensiva, decorrendo do comando da própria lei. Ex: arts. 71 e 121, § 2º, III, ambos do CP. 
	DIFERENÇAS: Analogia 
	Interpretação analógica 
	Forma auto integração 
	Espécie de interpretação 
	Ausência de norma específica 
	É vista na norma existente 
	Não pode ser usada para prejudicar 
(só in bonam partem) 
	Possui caráter incriminador 
	Visa suprir a vontade da lei 
	Visa encontrar a vontade da lei 
# CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS
Requisitos: unidade de fato, pluralidade de leis penais e vigência simultânea de todas elas, ou seja, ocorre apenas um fato e para este fato é aplicável APARENTEMENTE duas ou mais normas que estão vigentes ao mesmo tempo ocasionando assim um conflito aparente de normas.
Há apenas a aparente incidência de duas ou mais normas em relação a um fato. Existem quatro princípios para resolver o conflito aparente de normas: 
1º Princípio da Especialidade: A norma especial prevalece em relação à norma geral. Acrescenta elemento próprio à descrição típica prevista na norma geral. 
Ex.: art. 121, § 3º do CP x art. 302 do CTB (Lei 9.503/97).
2º Princípio da Subsidiariedade: Há um tipo penal “maior”, quando este não é possivelmente aplicado, aplica-se um tipo penal “menor”, ou seja, uma norma é primária e a outra é subsidiária, pois descrevem duas condutas em graus diferentes de violação de um bem jurídico. 
Ex.: art. 146 em relação ao art. 157. Art. 307 do em relação ao art. 171.
3º Princípio da Consunção: A norma definidora de um crime constitui meio necessário ou fase normal de preparação ou execução de outro crime. O fato mais amplo e mais grave consome, absorve os fatos menos amplos e graves. O princípio da consunção se concretiza em quatro situações: crime complexo, crime progressivo, progressão criminosa e atos impuníveis. Súmula 17, do STJ. 
Ex.: Prática de lesão corporal visando um homicídio. A intenção é praticar o homicídio, mas para isso, comete lesões como meio necessário para consumar o crime. O agente será responsabilizado não por lesão corporal, mas sim pelo crime de homicídio, pois o crime fim absorve o crime meio, ou ainda, o crime mais grave absorve o crime menos grave.
4º Princípio da Alternatividade: Consiste na aplicação alternativa de uma ou outra conduta, quando o tipo penal prevê mais de uma conduta em seus variados núcleos. Estes são considerados como crimes de ação múltipla ou conteúdo variado (tipo no qual integra se várias condutas). Nesses crimes se o sujeito realiza vários verbos no mesmo contexto fático responderá por apenas um crime, isto porque, as condutas ou verbos são alternativos.
De acordo com alguns doutrinadores, o princípio da alternatividade será aplicado se o agente de crimes de ação múltipla for punido por apenas uma das condutas presentes no tipo, mesmo que venha a praticar duas ou mais destas condutas. 
Obs.: O princípio da alternatividade não é aceito por relevante parcela da doutrina como útil para a solução do conflito aparente de leis penais. Isto porque teria a sua função esvaziada pelo princípio da consunção.
Portanto, são esses os princípios que visam afastar um hipotético conflito aparente de normas. De fato, o conflito entre as normas não existe. Aplicando-se os princípios aqui explicados o operador jurídico conseguirá aplicar a lei corretamente.
____________________________________________________________________________MONITORA: Crísley Estrela. DISCIPLINA: Penal I
E-mail: estaciomonitoriapenal1@gmail.com

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