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Aula -formas de governo

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FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA E MONARQUIA
CLASSIFICAÇÕES SECUNDÁRIAS
A expressão forma de governo revela se o poder é exercido temporária ou vitaliciamente. No primeiro caso, teremos como forma de governo a República; no segundo caso, a Monarquia�. Forma de governo é, portanto, um conceito que se refere à maneira como se dá à instituição do poder na sociedade e como se dá uma relação entre governantes e governados�.
Governo é o conjunto das funções pelas quais, no Estado, é assegurada a ordem jurídica�. Este elemento estatal apresenta-se sob várias modalidades, quanto à sua origem, natureza e composição, do que resultam as diversas formas de governo�.
Para Teoria Geral do Estado, na democracia, a moderna doutrina não superou essa divisão, embora exista ainda a qualificação do exercício e outras, que passamos a analisar inicialmente, a fim de não ficarmos apenas em república ou monarquia. 
Preliminarmente, há três aspectos de direito público interno a considerar:
a) segundo a origem do poder, o governo pode ser de direito ou de fato; b) pela natureza das suas relações com os governados, pode ser legal ou despótico; e c) quanto à extensão do poder, classifica-se como constitucional ou absolutista.
ORIGEM
Governo de Direito é aquele que foi constituído de conformidade com a lei fundamental do Estado, sendo por isso, considerado como legitimo perante a consciência jurídica da nação.
Governo de Fato é aquele implantado ou mantido por via de fraude ou violência, inclusive militar.
NATUREZA DAS RELAÇÕES
Governo Legal é aquele que, seja qual for a sua origem, se desenvolve em estrita conformidade com as normas vigentes de direito positivo. Subordina-se ele próprio aos preceitos jurídicos, como condição de harmonia e equilíbrio sociais.
Governo Despótico (ao contrário do anterior) é aquele que se conduz pelo arbítrio dos detentores eventuais do poder, oscilando ao sabor dos interesses e caprichos pessoais.
EXTENSÃO DO PODER
Governo Constitucional é o que se forma e se desenvolve sob a égide de uma Constituição, instituindo a divisão do poder em três funções ou órgãos distintos e assegurando a todos os cidadãos os direitos e garantias fundamentais expressões.
Governo Absolutista é o que concentra todos os poderes num só órgão. Esses regimes têm suas origens nas monarquias de direito divido e se explicam pela máxima do cesarismo romano que dava a vontade do príncipe como fonte da lei.
CLASSIFICAÇÃO DE ARISTÓTELES
Na Antiguidade, Aristóteles� dividia em grupos utilizando dois critérios: quantidade e qualidade, que alguns autores chamam de normais (aquelas que têm por objeto o bem da comunidade) e anormais (aqueles que objetivam vantagens para os governantes).
Normais: a) monarquia ou realeza� (governo de uma pessoa): b) aristocracia (governo de uma classe restrita, os melhores); c) democracia (governo de todos os cidadãos).
Anormais: a) tirania; b) oligarquia e c) demagogia.
 
A organização do poder é tida como critério em que referida classificação se fundamenta, embora para os gregos, o melhor fosse à aristocracia, uma vez que os mais capazes eram preparados para a direção da polis. 
Quando o poder soberano de uma comunidade pertence a um indivíduo, afirma-se que o governo ou a Constituição são monárquicos. Quando o poder pertence a vários indivíduos, a Constituição se diz republicana. A República será uma aristocracia ou uma democracia conforme pertença a uma minoria ou a uma maioria do povo. 
O critério pelo qual a forma monárquica se distingue da republicana, e a aristocracia da democrática, reside no modo da criação da ordem jurídica.
A classificação das formas de governo é, na verdade, uma classificação das Constituições, usado este termo no seu sentido material.
A distinção entre monarquia, aristocracia e democracia se refere, basicamente, à organização da legislação.
Um Estado é considerado democrático ou aristocrático se a sua legislação é de natureza democrática ou aristocrática (censitária), mesmo que a administração e o Poder Judiciário possam ter caráter diverso.
Da mesma forma o Estado se classifica como monarquia quando o monarca é, juridicamente, o legislador, mesmo quando seu poder nesta parcela do Executivo se ache rigorosamente restringido e, no campo do Poder Judiciário, praticamente inexistia.
Assim, se o critério de classificação consiste na forma em que, conforme a Constituição, a ordem jurídica é criada, então é melhor distinguir, em vez de três, apenas dois tipos: democracia e autocracia, com fundamento na idéia de liberdade política.
B) MONARQUIA
 Monarquia (do grego monos, um, e, arché, governo) é a forma de governo vitalícia em e que apenas uma pessoa exerce o poder político. Quando a monarquia é exercida visando ao bem comum, deve ser chamada de realeza, mas, quando serve apenas de instrumento para o instrumento para os interesses do governante, denomina-se despótica ou despotismo.
Características jurídicas: a) vitaliciedade - O rei não governo por um tempo certo e limitado, podendo governar enquanto viver ou enquanto tiver condições para continuar essa atividade;
b) hereditariedade – A escolha do monarca se faz pela simples verificação da linha de sucessão. O herdeiro substitui o rei que morre ou deixa o trono;
c) Irresponsabilidade - O monarca não tem responsabilidade política, ou seja, não deve explicações ao povo ou a qualquer órgão sobre os motivos pelos quais adotou certa orientação política.
Exercida sob a égide da legalidade, a monarquia chama-se realeza constitucional; todavia, se o monarca faz tábua rasa da lei, tornando-se arbitrário, porém visando ao bem comum, deve ser denominada realeza absoluta.
Quando o governante, sem justo título de monarca, empolga o poder pela intimidação ou pelo favorecimento de um estamento social, a forma de governo, chama-se tirania ou caudilhismo. O tirano pode também ser um rei com justo título.
Por outro lado, exercida em fraude à lei, no intuito velado do monarca de se manter, sem legitimidade, no comando do Estado, temos o cesarismo. Constituição cesarista – votada, mas é imposta. 
Júlio César que, traindo a República, tentou perpetuar-se no poder, sendo assassinado, depois de instituir uma ditadura perpétua, ou seja, aproveito o “sistema de crises” para ficar em definitivo com o poder.
Monarquia absoluta –concentração do poder e pelo arbítrio do rei, que governa desvinculado de qualquer limitação jurídica (solutus legibus – presta contas só para Deus). A autoridade do soberano era considerada como de natureza divina e proveniente diretamente de Deus. O poder de imperium era exercido exclusivamente pelo Rei, cuja pessoa era sagrada e desligada de qualquer liame de sujeição pessoal�.
Um dos primeiros expoentes do absolutismo monárquico que se inicia no século XV foi Luiz XVI, Rei de França, o qual anexou à coroa os feudos, subjugou a nobreza guerreira e pôs em prática uma violenta política unificadora que seria sustentada por Richelieu e Mazarin, até atingir seu apogeu com Luiz XIV�.
Monarquia Constitucional:
Constitucional Pura - Rei exerce plenamente a função governamental, na condição de chefe de Estado e do Governo, consagrado, porém a separação e independência dos poderes.
Monarquia Constitucional Parlamentar – O monarca é chefe de Estado, pois a chefia de governo é exercida pelo gabinete ou conselho de ministros.
Bíblia – No entendimento de alguns, Adão foi o primeiro monarca, a ele prestando obediência Seth e sua família, mas várias são os teóricos contratualistas a tentar lhes emprestar legitimidade: Leviatã, de Thomas Hobbes, Teoria de Origem Divina; Patriarcal, de Robert Filmer, etc..
Os filhos de Heth (hititas) chamaram Abrão de senhor e príncipe de Deus (Gênesis, 23: 6). Moisés estava no Egito, onde havia faraós e ele foi investido de um poder para castigar a abominação e a idolatria.
Provérbios 8,15 – Por mim reinam os reis, e os príncipesdecretam leis justas. Por vontade de Deus, Davi e Salomão, Saul antes deles.
Na Grécia Antiga, no tempo de Homero (Século IV a . C) já havia reis.
Quatro fases da monarquia: familiar ou patriarcal, a guerreira, a teocrática e a civil.
No tocante à forma de sucessão, há três: hereditária, eleição e cooptação.Hoje prevalece a herditária.
A eletiva é criação romana do período monárquico (753-509 a .C). Túlio Hostílio foi o último rei. Cooptação – Roma – Nerva que escolheu como sucessor Trajano, que era um general. 
A monarquia absoluta assentava-se sobre o fundamento teórico do direito divino dos reis, com evidentes resquícios das concepções monárquicas assírias e hebraicas.
REPÚBLICA
O princípio republicano – O artigo 1.º da Constituição de 1988 não instaura a República. Recebe-a da evolução constitucional, desde 1889�. Esta mantida como princípio fundamental da ordem constitucional e para alguns doutrinadores, como “cláusula pétrea” implícita para alguns, mas não para todos doutrinadores�.
O que já sabemos? É cláusula pétrea? Implícita? Alguns doutrinadores como José Afonso da Silva acreditam que não é a República parte do núcleo imodificável.
Do latim res publica (aquilo que pertence ao povo), o termo república indica, do ponto de vista semântico, o próprio interesse público, ou seja, tudo o que é inerente à sociedade. Todavia, significa uma forma de governo caracterizada, essencialmente, por não ser vitalícia como a monarquia, pois seus cargos são preenchidos, periodicamente, conforme a vontade do povo, manifestada por eleições, em que a comunidade escolhe seus representantes políticos: ou votações, em que ela manifesta, por maioria, sua vontade a respeito de outros assuntos de seu interesse. Então, a essência da república não reside, propriamente, no fato de ser eletiva – porque existem monarquias eletivas, como o Papado, por exemplo, mas no fato de seus cargos políticos não serem vitalícios.
República é o governo do povo. Pelo povo, quando representativa. E, para o povo sempre.
Características principais – a) eletividade – O Chefe de Governo é eleito pelo povo, não se admitindo a sucessão feita de forma diferente;
b) temporariedade - O chefe do Executivo é eleito por tempo determinado, ou seja, recebe um mandato com prazo de duração determinado. É Princípio republicano;
c) Responsabilidade. – O Chefe de Governo é politicamente responsável, o que quer dizer que ele deve prestar contas de sua orientação política ao povo diretamente. 
Da República, livro I – Cícero “A república é coisa do povo, e o povo não é mero ajuntamento de pessoas postas lado a lado, mas convivência consciente de pessoas que se torna sociedade pelo reconhecimento de um direito e de uns objetivos comuns�.
No plano histórico a república surgiu como uma inovação revolucionária, resultante da queda da monarquia etrusca, por volta de 510 ou 506 a C, quando o rei Tarquínio, o Soberbo, foi deposto, fato este visto como mais um reflexo da decadência das monarquias então existentes na Itália, no final do século VI a C.
Na monarquia a par do rei, atuavam os cônsules e o Senado, este formado exclusivamente por patrícios, de modo que a derrubada da monarquia foi vista com indiferença pela plebe.
Os cônsules – sempre patrícios – eram eleitos por uma assembléia em que predominava, evidentamente, o patriciado. Entretanto, a investidura consular durava apenas um ano, com que se espera inibir de vez qualquer tentativa de restauração da monarquia.
A investidura dos cônsules lhes dava o “imperium” (poder de mando) e a “auctoritas patrum”, reconhecimento oficial e inapelável da sua investidura pelo Senado. Então, o consulado apresentava duas características essenciais: colegialidade (eram dois) e a anualidade, o que diferencia a República da Monarquia.
Jean Bodin emprega o termo república para monarquia, aristocracia e democracia, desde que dotadas de um direito governamental, distinguindo-as, portanto, das formas políticas fundadas na violência ou desordem.
O Brasil é República a partir de 15 de novembro de 1899. Decreto n.º 1, cujo art. 1.º “Fica proclamada provisoriamente e decretada como forma de governo da nação brasileira – a República Federativa”.
Tal decisão foi confirmada com a primeira Constituição Republicana, de 24 de fevereiro de 1891. As demais – 1934, 1937, 1946, 1967, 1969 e 1988 adotaram a República. Cláusula pétrea desde 1889, por força de emenda, que constava dos arts. 7.º do Decreto n. 1, de 15-11-1889; 90, parágrafo 4.º da Constituição de 1891; 178, parágrafo 5.º, da CF-1934; e assim por diante.
ARISTOCRACIA
Aristóteles concebeu aquelas seis formas básicas de governo levando em conta a qualidade e a quantidade: monarquia e tirania, governo de um; aristocracia e oligarquia, governo de mais de um, mas de poucos e república e democracia, governo em que o povo governa no interesse do povo. Para Aristóteles, a democracia seria, portanto, uma forma desviada de governo. Atualmente, no entanto, a democracia é considerada como regime e não forma de governo. Por esse motivo, em alguns autores, a expressão democracia é substituída por demagogia. 
Aristocracia (do grego, aristoi, melhores, e kratos, poder, domínio), significa literalmente, governo dos melhores, dos sábios, enfim, daqueles que apresentam superioridade não apenas intelectual, mas moral;
Aristóteles, que individualizou com maestria essa forma de governo, afirmou que a aristocracia é o governo confiado aos melhores pelos cidadãos, sem distinções de nascimento ou riqueza.
Em Platão, o termo aristocracia não se funda nas virtudes militares (inerentes à primitiva nobreza grega), mas na virtude e na sabedoria. Caberia aos sábios, aos melhores, enfim, dirigir o Estão no rumo do verdadeiro bem (A República, II, V).
Segundo Platão e Aristóteles, os aristoi, por serem moral e intelectualmente superiores, não podem deixar de ser aqueles que pertencem às classes mais elevadas da sociedade, em oposição aos “kakói” ou mal-nascidos, de má-índole, enfim, a plebe.
Na antiga Grécia, as origens da aristocracia remontam aos tempos de Homero, designando o estamento que limitava o poder do rei (basileus). Durante o século VII a . C, ocorreram sensíveis mudanças sócio-econômicas, surgindo uma nova elite, estribada não mais na propriedade fundiária ou no sangue, mas na riqueza pecuniária, e que seria denominada oligarquia, embora mantendo em seu tempo, prudentemente, a denominação aristocracia.
Na Idade Média, a aristocracia deixou de ser, terminológicamente, uma forma de governo para indicar um estamento diverso da burguesia e do clero, e que se sobressaía pelos altos postos militares e por privilégios transmitidos hereditariamente. A questão da aristocracia prussiana, os generais da Prússia. Os esnobes das Universidades...
 DEMOCRACIA
Direta
Na Grécia, a democracia foi praticada na forma direta; era a chamada democracia clássica, na qual os membros da comunidade deliberaram diretamente, sem intermediação de representantes. Isto era possível na prática porque a cidade era de reduzidas dimensões, cercada por muros e a população votante diminuta.
Ágora era a praça, o nome da praça => Eklésia (Igreja – Assembléia), onde todos os cidadãos se congregavam para o exercício do poder político. O Exército era formado pelos próprios cidadãos, que eram os únicos a possuir armas.
Com efeito, aqueles que residiam fora da cidade eram os periécos e não eram cidadãos. Só os que integravam um Demos (município), dirigido por um demarca, participavam da vida política.
Havia um grande número de escravos, que permitia ao cidadão se dedicasse à política de forma integral.
O cidadão, que não era opulento, vivendo com simplicidade e modéstia, considerava o “ócio” a mais pura atividade espiritual, voltada à contemplação e ao estudo dos temas filosóficos. Os fins últimos.....
Empregava-se então a expressão “nec ócio” (daí, as expressões negócio e negociante) paradesignar atividades lucrativas, puramente materiais, por ele consideradas desprezíveis.
A civilização contemporânea, pragmática e materialista perverteu o sentido original destes vocábulos de tal forma que seu valor foi invertido: a vadiagem pura e simples era até fato típico do Código Penal.
Aristóteles costuma dizer que todo e qualquer trabalho manual devia ser executado por escravos, de forma que os cidadãos pudessem dispor do seu tempo para as atividades políticas.
A Polis havia três estamentos: os cidadãos (europátridas), dotados do direito de participação na vida política, sendo tal direito transmitido de pai para filho. O grego era considerado cidadão da polis a que pertenciam seus pais.
O segundo estamento compreendida os metecos ou estrangeiros (periecos em Esparta) que não participavam da vida pública, embora fosse livres e sua exclusão da política não significasse discriminação social, mesmo porque na própria atualidade o estrangeiro não possui certos privilégios atribuídos aos cidadãos natos. Lembrar – cargos privativos....
O terceiro estamento era formado pelos escravos (ilotas), que realizavam serviços manuais e eram benignamente tratados, podendo alcançar sua libertação em face de bons serviços prestados aos seus proprietários. O Estado poderia e deveria ter escravos. 
 DA MONARQUIA ABSOLUTA A REPRESENTATIVA
Justificada, em parte, pelos excessos do absolutismo em França, a liberal-democracia, a par de inegáveis conquistas no campo da liberdade e da propriedade individuais, fundamento aberrações doutrinárias de malévolos efeitos.
São figuras de relevo: John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Emmanuel Joseph de Siéyèz.
Locke é, na verdade, um dos criadores da ideologia iluminista, iniciada na Inglaterra a partir de 1680, baseado: a) o guia infalível da sabedoria é a razão; b) inexiste o pecado original: o homem é levado à corrupção pelo próprio poder político; c) a vida do homem em liberdade absoluta, na própria natureza, é preferível à vida em civilização. Que, com suas ultrapassadas concepções criadas para manter o poder do clero e da monarquia absoluta, se torna insuportável.
Locke chega junto com a duarquia de Guilherme de Orange e Maria Stuart e no Segundo tratado do governo civil (no primeiro combate a teoria patriarcal de Filmar – obra bastante simples) procura fundamentar a forma de governo parlamentar introduzida na Inglaterra, com a Revolução Gloriosa, com o Bill of Rigths.
Rosseau – O contrato social fala também, como Locke, que a liberdade é o bem supremo do ideal democrático. O povo inglês pensa que é livre, mas somente é livre quando coloca o voto na urna. Logo que são eleitos, passam a ser escravos. 
Siéyèz – O que é o terceiro estado? Tudo. Que tem sido até agora no ordenamento político? Nada. Que deseja ele? Chegar a ser algo.
Criação da Nação – voto censitário. Nação é uma entidade abstrata, que representa os interesses permanentes do elemento humano do Estado. Por isso, os interesses da nação suplantam os interesses momentâneos do povo. 
Art. 7.º da Constituição Francesa de 1791 – “Os representantes eleitos nos parlamentos não serão representantes de um departamento particular, mas de todo a nação, e nenhum mandato lhes poderá ser atribuído” .
Enquanto o mandato imperativo tem natureza consensual contratualística, consistindo num vínculo contratual entre representante e representado, da mesma forma que no direito civil temo um contrato denominado mandato(do latim manus dare), pois as mãos simbolizam a fidelidade (per dexteram era per fidem), formalizando-se o pacto por um aperto de mãos. A representação política é obra do poder constituinte que fixará a competência e os deveres dos representantes da nação. A responsabilidade dos representantes apura-se nos termos da Constituição, e a perda do exercício do cargo não decorre da vontade dos governados, mas das próprias normas da Constituição. Não há reitere-se, vinculação jurídica entre o mandante e o mandatário.
A representação nacional tem natureza institucional, vem de cima para baixo, ao passo que o mandato imperativo tem natureza consensual, de acordo de vontades.
O indivíduo ficou numa situação de desamparo perante o poder político, a ele foi vedada a participação efetiva nas decisões dos governantes.
Qual o motivo de se afirmar que o Brasil tem resquício de democracia representativa: dois – falta de proporcionalidade da Federação, criada por Ernesto Geisel e a corrupção, que até pouco tempo, esbarrava no cooperativismo dos deputados e senadores, que não permitiam os processos contra os seus pares. As coisas mudam, embora ACM esteja impune no caso do grampo. Na verdade, não se trata disso, mas ocorrem desmandos.
Semidireta
A democracia semidireta significa indireta com instrumentos de democracia direta. Permite, teoricamente, a utilização de instrumentos de intervenção direta: plebiscito, referendo, iniciativa popular, pressão popular, veto popular, recall e mandato imperativo.
Plebiscito – Origem na Lex Hortênsia (Século IV, a C), que concedeu aos plebeus o direito de participar do processo político na antiga Roma republicana. Depois de Guerras Civis e revoltas. Tem origem como “plebe”, povo.
Plebiscito é usado por ditadores – Constituição cezarista. Napoleão Bonaparte, Napoleão III e Hitler (anexação da Áustria).
Constituição prevê, expressamente, a realização de plebiscitos como forma de exercício da soberania popular (art. 14, I) e como instrumento da vontade popular na manutenção ou modificação da forma de governo e do regime de governo (art. 2.º da ADCT).Anteriormente, sob a égide da Constituição de 1946 houve uma consulta sobre presidencialismo ou parlamentarismo, vencido pelo primeiro, que foi responsável pelo Golpe Militar.
Referendo – ratificação popular também prevista no artigo 14, II – manifestação popular sobre a entrada em vigor de leis já elaboradas pelo Parlamento ou decisões do Executivo.
Veto popular – latim proibir, impedir, vetare – significa rejeição pelo povo de medida governamental. Pode ser no plebiscito ou referendo.
Iniciativa popular- Instrumento muito importante, pois obriga o legislador a trabalhar. Artigo 14, II e ainda art. 27, parágrafo 4.º - Legislação estadual assegurada na CF-88 e ainda art. 61 – caput - A iniciativa das leis complementares – aos cidadãos;
Parágrafo 2.º - A iniciativa popular poder ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estado, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
� Acuavavia, Marcus Cláudio. Teoria Geral do Estado, p. 108.
� Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo, p. 107. 
� Queiroz Lima, Eusébio de. Teoria do Estado, Record, 1957, p. 3.
� Maluf, Sahid, Teoria Geral do Estado, p. 175.
� Aristóteles (384-322 a . C), discípulo de Platão, era da Macedônia, aristocrata e médico (viveu na época de Felipe e o filho deste, Alexandre Magno, aliás a quem educou). Formas puras e impuras segundo critério numérico (quantas pessoas governam) e moral (intenção) segundo Aristóteles: monarquia (mono – um arche - governo - – governo de um no interesse geral; tirania – governo de um no interesse pessoal; aristocracia – governo de poucos no interesse geral; oligarquia – governo de poucos no próprio interesse ou de grupos; democracia – governo de muitos o próprio interesse e demagogia – governo de todos, em que predominam as paixões e a desordem. 
� Dallari, Dalmo de Abreu. Teoria Geral do Estado, p. 189
� Nesse sentido, Jean Bodin (Seis Livros da República) afirma: “sua soberania é perpétua, originária e irresponsável em face de qualquer outro poder terreno, ainda que espiritual” 
� Maluf, Said. Teoria Geral do Estado, p. 115. 
� Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo, p. 107.
� Silva, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo,p. 107. “Desde a Constituição de 1891, a forma republicana de governo figura como princípio constitucional, hoje não mais protegida contra emenda constitucional, como nas constituições anteriores, já que a forma republicana não mais constitui núcleo imodificável por essa via”.
� Marco Túlio Cícero (106-43 a . C), o príncipe dos jurisconsultos romanos, orador, advogado e político, escreveu “Da República e Das leis” . Da República são seis livros e Das Leis, três encontrados de seis. Classificação: Realeza, Aristocracia e governo popular.. Monarquia, todos, a exceção do monarca são privados de direito e de participação; no governo aristocrático apenas o povo é livre porque não precisa intervir nas assembléias, nem detém qualquer poder. Finalmente, o Estado popular, embora se pense que tudo é justo e moderado, a verdade é que prevalece a iniqüidade, visto que não há uma natural desigualdade fundada no merecimento. Nenhuma forma será ideal. 
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