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Aula-sistema de governo

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INTRODUÇÃO AOS REGIMES OU SISTEMA DE GOVERNO�
É necessário esclarecer forma de Estado, forma ou sistema de governo e regime de governo, como divisões do poder. Forma de Estado refere-se às relações que os elementos do Estado: povo, território, governo e normas jurídicas apresentam entre si�. Estudamos Federação, Confederação, União Européia, União Real, União Pessoal e União Incorporada, que revelam a irradiação do poder sobre o território.
No tocante à expressão forma de governo� refere-se ao modo pelo qual o Estado se estrutura para o exercício do poder político: monarquia – transmissão hereditária e cargo vitalício; república – transmissão pela escolha e o cargo é temporário.O governo é a dinâmica do poder; quem exerce o poder governa.
A expressão forma ou sistema de governo diz respeito ao modo pelo qual os poderes Executivo e Legislativo se relacionam. Faz se opção de usar sistema de governo, pois a própria “Lei Maior” assim determinada, como no artigo 2.º do ADCT (No dia 07 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País). 
Nesta divisão substancial se impõe antes de entrarmos na parte formal e técnica em que o sistema de governo será dissecado nos três modelos existentes: diretorial, presidencial e parlamentar�. 
Por isso é que se diz que o presidencialismo é o sistema de governo em que a chefia de Estado (representação do Estado) e a chefia de governo (administração) são encarnadas num só órgão, o presidente da República. A própria denominação “presidencialismo” revela quem é o detentor do poder nesta forma, na qual os ministros são meros auxiliares.
SISTEMA DE GOVERNO
O sistema representativo de governo, no tocante à sua natureza, divide-se em individualista, corporativo e totalitário. Esta divisão substancial se impõe antes de entrarmos na parte formal e técnica em que o sistema de governo será dissecado nos três modelos existentes: diretorial, presidencial e parlamentar�.
A primeira divisão reflete a organização do Poder legislativo; as outras, a composição do Poder Executivo.
O sistema representativo da natureza individualista é o sistema tradicional, pelo qual os representantes são da comunidade de todos os cidadãos. O corpo eleitoral é um só conjunto dos indivíduos integrantes da sociedade sem distinção de classe ou profissão.
O Corporativismo é uma solução intermediária entre o individualismo e o totalismo. Baseia-se em que o Estado não se compõe de indivíduos isoladamente considerados, bem de uma totalidade absoluta como sujeito exclusivo de direito público, mas, sim, de grupos políticos, econômicos, culturais e espirituais.
Como proclamou a União de Friburgo em 1884, a organização social no sistema corporativo tem por base o agrupamento dos homens segundo a comunidade dos seus interesses naturais e das suas funções sociais, e, conseqüentemente, como coroamento necessário, a representação pública deve efetivar-se de maneira que possa refletir a vontade desses diferentes organismos componentes do Estado.
PARLAMENTARISMO
A monarquia inglesa para sobreviver, se desfez de quase todos os característicos monárquicos, enquanto que o Parlamento fortaleceu a Câmara dos Comuns, embora tivesse mantido a Câmara dos Lordes. Ao contrário do presidencialismo, que é uma criação racional, o parlamentarismo é fruto de longa evolução história�. Sua matriz foi à vida política britânica, no século XVIII, que começa por intermédio de uma luta pela imposição de uma religião oficial, que também é uma luta política.
Uma das razões que mais contribuem para a simplificação do processo legislativo está no fato de que, a partir da reforma de 1911, a Grã-Bretanha passou a ter, praticamente, um Parlamento unicameral�.
Mas, o Parlamentarismo ganhará força por circunstâncias históricas ligadas às lutas civis e religiosas. A primeira começa com a Magna Carta, em 1215, enquanto que a religiosa surge antes da reforma protestante, com a criação de uma igreja oficial por parte do rei.
A Igreja Anglicana é um importante rompimento com a Igreja Católica Apostólica Romana, muito embora deva ser considerada como um rompimento político, baseado em causa diferente das teses de Martinho Lutero e dos dogmas de João Calvino. 
Na Inglaterra dos Tudor e dos Stuart, houve a fusão entre a luta política e a religiosa�. Somente com a casa de Hanover, por intermédio de Jorge I e Jorge II é que haverá uma tolerância religiosa efetiva, período que servirá para consolidar a chefia de governo ao primeiro-ministro.. 
A luta religiosa terá reflexos direto na transferência do poder absoluto, que estava com o monarca, para os nobres do Parlamento.
Na Inglaterra, em vários momentos se registraram perseguições religiosas, principalmente pela presença de puritanos ou protestantes no Parlamento, que sempre buscaram limitar o poder absoluto dos reis católicos e anglicanos, que governavam sempre em prejuízo dos protestantes reformados. Na verdade, as lutas não são apenas religiosas, pois não existia separação entre a igreja e o estado. Uma sucessão de fatos ligados às lutas religiosas será responsável pela efetivação do modelo parlamentarista, ou seja, o governo do Legislativo. 
Na época da rainha Maria (1553-1558), os reformadores anglicanos e protestantes foram perseguidos, proibidos sermões e todos rituais de culto diferentes da religião oficial que foi a católica. Havia também restrições civis e a rainha buscava de todas as maneiras diminuir o poder dos nobres.
Thomas Cranmer, arcebispo de Canterbury, e Huge Latimer, arcebispo de Worcester, foram condenados a morrer na fogueira, pelo crime de heresia. Maria buscou sem sucesso, restaurar o catolicismo e aumentar seu poder. A rainha Maria morreu em 7 de novembro de 1558, e com ela a causa do papismo na Inglaterra. Com a morte dela, a restauração, com a ascensão da sua meia irmã, de Elizabeth I, que instituiu oficialmente a religião anglicana, por meio de dois atos famosos, o “bill” da Uniformidade, que criava a liturgia anglicana, e o outro bill que tinha trinta e nove artigos, que fundamentavam a fé anglicana�. 
Durante o reinado de Elisabeth ou Isabel I (1558-1603), o país voltou ao anglicanismo, e a rainha perseguiu mais os católicos, mas os puritanos reformados também, posteriormente, enfrentaram o mesmo problema. Assim quem estivesse no poder buscava conformidade de culto mediante a coação� e ainda estabelecer um governo centralizado.
Com a morte de Carlos I por traição, a Inglaterra vira uma república e passa por uma Guerra Civil, que não merece apreciação pois o foco do nosso interesse é o Parlamentarismo, que nasceu com a restauração da monarquia. Todavia, os nobres ao levarem o rei à julgamento já demonstram sua força como “poder”.
Depois da República, Carlos II (1630-1685), filho de Carlos I (1600-1649), restaurou-se a coroa inglesa para os Stuart, mas pela Declaração de Breda, em 1660, reconheceu a autoridade do Parlamento para alguns assuntos.
Com isso, prometeu a tolerância religiosa, contando com o aval dos parlamentares. O Parlamento ganha força por um período, mas por ser um monarca de idéias absolutistas, Carlos II voltou à luta pelo poder total frente a o “Parlamento Cavaleiro” de 1633. No entanto, uma série de “expurgos” e “contra-expurgos” políticos sacudira a Inglaterra, na década de 1670.
Sucedendo a Carlos II, seu irmão Jaime II suscitou contra si, a oposição mortal da nobreza protestante que dominava o Parlamento e do alto clero anglicano. Em 1688, o nascimento de um herdeiro do trono, assegurando a continuidade da monarquia na religião católica, desencadeou a rebelião que já se organizava há algum tempo. O período foi marcado pelo antagonismo entre a Coroa e o Parlamento, controlados, respectivamente, pela dinastia Stuart, defensora do absolutismo, e a burguesia em ascensão, partidária do liberalismo e das idéias de John Locke.Esse conflito assumiu também conotações religiosas e mesclou com as lutas sectárias entre católicos, anglicanos, presbiterianos e outras denominações protestantes. 
Durante os agitados anos em que reinaram os Stuarts, últimos soberanos católicos da Inglaterra, o Parlamento, de maioria protestante (calvinistas e luteranos) e contanto com um grupo igualmente numeroso de anglicanos, procuraram por todos os meios limitar o poder real, notadamente o poder de prender os opositores políticos e religiosos, sem submetê-los a um processo criminal regular.
Um exemplo da força do Parlamento, como revela Said Maluf, está na importância que esses nobres davam à questão religiosa. Fica patente no documento denominado “Bill of Rigths” idealizado por John Locke, que possibilitou que Guilherme de Orange e Maria Stuart assumissem o trono por serem protestantes, embora tivessem que ceder poder aos parlamentares. O autor chama os ensaios do governo civil como “catecismo protestante antiabsolutista”�. Esse é o segundo ponto histórico importante no fortalecimento do Parlamento como poder, pois a duarquia tem que fazer concessões para ascender à coroa.
O próprio termo “liberalismo�” tem a origem no nesse “bill” que o Parlamento impôs à Coroa, em 1689, em um dos seus treze artigos que estabeleciam os princípios de liberdade individual, especialmente de ordem religiosa, que autorizava o porte de arma pelos cidadãos ingleses que professavam a religião protestante, para que pudessem defender as franquias constitucionais. Maluf� afirma: “Foi precisamente esses sistema de liberdade defendida pelas armas que recebeu, na época, a denominação de liberalismo”. 
A crise depois da restauração ocorreu graças aos abusos reais que levaram a união dos dois partidos, Tories e Whigs que, aliando-se a Guilherme de Orange, chefe de Estado da Holanda e genro de Jaime II, organizaram uma conspiração contra o monarca papista. Os nobres que queriam mais espaço por meio do Parlamento e limitar o poder real.
Convidado por um grupo de sete nobres dos dois partidos políticos, Whigs e Tories, a assumir o trono da Inglaterra, o Príncipe holandês Guilherme de Orange desembarcou em Torbay em 5 de novembro. No dia 11 de dezembro, Jaime II fugia para a França�.
“Em defesa da Liberdade, do Parlamento e da Religião Protestante”, com este lema gravado em seu estandarte Guilherme de Orange desembarcou em solo britânico para depor seu sogro do trono.
Reunido por convocação própria, o Parlamento declarou vago o trono da Inglaterra e mudou a dinastia, assumindo uma duarquia com o príncipe holandês e Maria Stuart, filha mais velha de Jaime II, a qual professava, como o marido, a religião protestante. Os novos soberanos Guilherme III e Maria II assinaram uma Declaração de Direito chamada “Bill of Rigths” votada pelo Parlamento, a qual excluí da sucessão do trono os católicos. 
Em seguida, o rei holandês da Casa de Orange e a rainha Mary Stuart outorgaram um outro documento denominado Ato de Tolerância, que garantia a liberdade de culto aos presbiterianos, congregacionistas, batistas e quacker, porém excluía os católicos e os unitaristas�. 
Na Inglaterra havia uma preocupação por parte dos reformistas protestantes de que o movimento não houve retorno ao catolicismo, pois os Reis ainda tinham controle sobre a Igreja. O receio não era apenas dos monarcas, pois os membros do Parlamento perderiam o poder se o catolicismo voltasse.
O Parlamento buscava fortalecer-se como poder e usava a teoria de Locke para transformar o protestantismo em um princípio de direito natural. As cartas de cunho constitucional inglesas com diferentes concessões, traziam o direito à vida, à liberdade e aos bens, e nunca tinham cedido ao poder soberano o direito de dispor destes (os bens) sem o seu consentimento�”. Fica claro que as diferentes cartas e concessões foram esteio desse sistema moral, que inicialmente se destinava a garantir direitos apenas dos membros do Parlamento, mas ampliaram-se para alcançar à todos.
Norberto Bobbio fazendo uma síntese dos aspectos mais importantes do pensamento de Locke afirma:
“Através dos princípios de um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado baseado no consenso, de subordinação do poder executivo ao poder legislativo, de um poder limitado, de direito de resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do Estado liberal”�.
Locke, portanto, é defensor do Parlamentarismo e um dos grandes teóricos sobre o assunto.
Os direitos naturais inalienáveis do indivíduo à vida, à propriedade e à liberdade, em especial a religiosa constituem para Locke o cerne do estado civil. Os protestantes defendem, portanto, uma esfera da vida na qual o monarca não pode intervir baseados na obra Segundo Tratado do Governo Civil�:
[...] a liberdade dos homens submetidos a um governo consiste[...] na liberdade de seguir minha própria vontade em todas as coisas não prescritas por essa regras; e não estar sujeito à vontade inconstante, incerta, desconhecida e arbitrária de outro homem”.
Por isso, pode se afirmar que na vacância do trono quando do fim da dinastia Stuart, um rei alemão, Jorge I, da casa de Hanover, será convidado a assumir o trono.
Hoje, governo parlamentar na Grã-Bretanha significa sistema em que Gabinete, o Governo, é a emanação da Câmara dos Comuns, responde perante ela e depende da sua confiança para exercer o poder. Esta dependência institucional do Gabinete da Câmara não envolver instabilidade.
Para Jorge Miranda�, a fórmula “sistema de governo parlamentar de gabinete” pode resumir-se nos seguintes aspectos atuais:
Duração máxima da legislatura de cinco anos e possibilidade de dissolução da Câmara dos Comuns antes, a qualquer tempo, por iniciativa do Primeiro-Ministro;;
Formação do Governo logo após as eleições, a cargo do chefe do partido majoritário;
Escolha dos Ministros entre os membros dôo Parlamento e sua presença nas reuniões das Câmaras;
Dependência dos Ministros do Primeiro-ministro;
Responsabilidade solidária do Governo;
Existência de meios de ação do Governo sobre o Parlamento (fixação da ordem do dia, iniciativa legislativa, dissolução) e do Parlamento sobre o Governo (perguntas escritas e orais, moções, debates, orçamentos, etc):
Institucionalização da Oposição;
Disciplina partidária;
Responsabilidade política efetivada não tanto pela demissão do Governo quanto pelos resultados das eleições parlamentares gerais;
Alternância de dois partidos no poder, em períodos mais ou menos longos (ao fim de uma, duas ou mais, raramente três legislaturas).
PRESIDENCIALISMO
Na estrutura do Poder Executivo verificar-se a existência de duas funções primordiais diversas, quais sejam, a de Chefe de Estado e de Chefe de Governo. Nosso texto constitucional expressamente adotou o presidencialismo, proclamando a junção das funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, a serem realizadas pelo Presidente da República, prevendo-as no art. 84 da Constituição�. A Chefia de Estado tem como finalidade basicamente a função de representação do País junto à comunidade internacional, como participação em organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas, MERCOSUL e até mesmo as gestões junto aos órgãos jurisdicionais, como Tribunal Penal Internacional e na Corte Internacional, ambas localizadas em Haia, na Holanda. Também o chefe de Estado responde pela unidade do Estado, em nível interno�.
Portanto, a primeira característica: 1.º) o Presidente exerce o papel de Chefe do Estado e de chefe do governo concomitantemente�. 
Chefia do Estado, com as matérias relacionadas no art. 84, VII, VIII, XVIII, segunda parte (convocar e presidir o Conselho de Defesa Nacional), XIV (apenas no que refere à nomeação de Ministros do STF e dos tribunais superiores, por ser função de magistratura suprema), XV (nomeação de um terço dos membros do TCU – órgão não executivo – nomeação sujeita ao controle do Senador, por isso ato nem de chefia do Governo, bem da chefiada AdministraçãO), XVI, primeira parte (nomeação de magistrados: TRF, TRT, TER, (órgãos de outro Poder), XIX, XX, XXI e XXII.
Chefia do Governo, com as matérias indicadas no art. 84, I, III, IV, V, IX, X, XI, XII (“conceder anistia e comutar pena é atribuição de magistratura suprema da Nação, sempre encarnada no Chefe de Estado, mas a Constituição autorizou a sua delegação, o que a desqualifica para mera função de governo), XII, XIV (menos a nomeação de ministros do STF e tribunais superiores) e ainda XIII, XXIV e XXVII.
A origem do presidencialismo será encontrada na própria formação dos Estados Unidos.Independentes, as colônias, formada a federação, os norte-americanos não romperam abruptamente, com as instituições da Inglaterra. Criaram, uma espécie de monarquia temporária�.
A tradição presidencialista começa com a primeira Constituição da República, de fevereiro de 1891�.
 Assim, como chefe de Estado, o presidente representa, pois, nas suas relações internacionais (art. 84, VII e VIII, XIX), bem como corporifica, a unidade interna do Estado. 
Como chefe de Governo, a função presidencial corresponde à representação interna, na gerência dos negócios internos, tanto os de natureza política (participação no processo legislativo), como nos de natureza eminentemente administrativa (art. 84, I, II, III, IV, V, VI e IX a XXVII)�. Assim, o Chefe de Governo exercerá a liderança da política nacional, pela orientação das decisões gerais e pela direção da máquina administrativa�. No referido artigo estão enumeradas as atribuições do Presidente, entre as quais expedir decretos e regulamentos para a fiel execução da lei. O poder de regulamentar é de grande importância. Inicialmente, convém ressaltar que se trata de um ato normativo secundário, pois depende de lei e não existe sem ela. A finalidade do decreto é justamente dar operacionalidade a lei�.
A “Lei Maior” estabelece que o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado, conforme estabelece o art. 76, que deixa claro a predominância do Presidente que pode nomear e demitir seus auxiliares�. 
A segunda característica: os Ministros são meros auxiliares do Chefe do Executivo e demissíveis por ele a qualquer tempo�.
A acumulação destas funções revela que o legislador constituinte adotou o sistema presidencialista de governo, que difere do parlamentarista. Neste, a função de chefe de Estado é exercida pelo Presidente ou Rei e a de chefe de Governo, pelo premier ou primeiro-ministro, que lidera o Gabinete. 
O Presidente não tem grande participação no processo legislativo em comparação ao Parlamentarismo, embora tenha iniciativa par emendar a Constituição e tenha capacidade para vetar os projetos de lei ordinário e complementar, além de conseguir delegação para lei delegada.
A terceira característica é justamente a de o presidente não tem grande participação no processo legislativo.
A Constituição exige alguns requisitos para a candidatura ao cargo de Presidente e Vice, segundo o artigo 14, parágrafo 3.º, chamadas de condições de elegibilidade�:
 a) ser brasileiro nato (art. 12, parágrafo 3.º)
estar no gozo dos direitos políticos;
c)ter mais de 35 anos;
d)não ser inelegível (inalistáveis, analfabetos, reeleição, cônjuge, parentes consangüíneos e afins até o segundo grau ou por adoção do Presidente);
e)possuir filiação partidária.
O Presidente é eleito simultaneamente com um Vice, por meio de sufrágio universal e voto direto e secreto, em pleito realizado no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao término do mandato presidencial vigente, conforme redação dada pela Emenda Constitucional n.º 16 (1997), que passou a adotar a possibilidade de reeleição do Chefe do Executivo para um único período subseqüente (art. 14, parágrafo 5.º).
Agora, portanto, estamos diante da quarta característica: o povo é quem ele, direta ou indiretamente, o Chefe do Executivo para o cumprimento de um mandato, e não o Parlamento.
Ao Presidente, em nível federal, ao Governador de Estado, em nível estadual, e ao Prefeito, em nível municipal, é cometida a direção do Poder Executivo�. 
SISTEMA DIRETORIAL SUIÇO
O sistema diretorial, conhecido como convencional ou governo de assembléia, ocupa lugar de pequena importância na democracia ocidental, onde a Suíça surge como único exemplo indiscutível, muito embora já tenha sido aplicado no Uruguai.� Na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a fórmula era juridicamente consagrada e serviu de modelo ao comunismo, juntamente com a constituição de balanço e os planos qüinqüenais. Todavia, o primeiro exemplo foi na França da “Primeira República”, cuja Constituição de 1795 o pôs em uso e onde voltou a ser experimentado em períodos diverso�. 
O surgimento do governo de assembléia está intimamente ligado na Suíça às peculiaridades de sua história. A Suíça é o produto da chamada “Confederação Helvética”, ou seja, uma “Confederação de Cantões”, que reunia vários cantões e subcantões, que se foram aos com o passar dos anos e pouco e pouco se reunindo até formar o atual Estado federal. Durante vários anos e até o Século XIX, era a Suíça uma confederação de Estados, cujo órgão comum era uma Dieta� onde se assentavam representantes dos vários cantões.	Estabelecido em 1848 o Estado federal, procurou-se na medida do possível manter as instituições e as formas confederadas para não se ferirem as suscetibilidades cantonais. As reformas de 1874, de 1931 e a de 1945, serviram apenas para regular a forma típica de governo representativo preconizado por Calvino. 
 Assim, foi erigida a Assembléia Federal em órgão supremo, sem que se limitassem suas competências em relação ao órgão executivo – o Conselho Federal – embora as resguardasse a independência do Judiciário. Destarte, aparece a Assembléia como único poder habilitado a tomar decisões políticas iniciais, em termos estritamente jurídicos.
Teve importância a participação do reformador João Calvino, que foi prefeito de Genebra e criou o modelo presbiteriano, que prevê a participação democrática de todos na condução da Igreja e da Cidade.O surgimento do governo de assembléia no atual modelo está intimamente ligado na Suíça às peculiaridades de sua história, bem como do modelo de Igreja Reformada que se estabeleceu por lá. 
1.CARACTERÍSTICAS JURÍDICAS
No sistema convencional – nome preferido pelos franceses que o vêem praticado na Convenção, fase da revolução eclodida em 1789 – o primeiro característico jurídico é a distinção de funções, nos termos clássicos, sem a separação delas, salvo em relação ao Judiciário. Este, sem dúvida, é independente e especializado. Todavia, as decisões sobre a elaboração das leis – a legiferação – e as concernentes à sua aplicação – a “execução” – estão concentradas nas mãos do mesmo órgão, a Assembléia. 
Há um órgão voltado para a administração, cujos membros chefiam os vários departamentos da Administração – os ministérios. Esse órgão, porém, é juridicamente despolitizado: não passa de um preposto da Assembléia. Não o possui esfera reservada. Por outro lado, seus membros são eleitos para um determinado, durante o qual não podem ser destituídos por motivos políticos. 
Em suma, o poder político pertence à Câmara, que deixa a outro órgão a aplicação burocrática de suas decisões A um dos membros deste órgão é atribuída a Presidência da República, cujo papel é meramente cerimonial. 
Maurice Duverger resume que em teoria, o executivo diretorial se define por dois elementos: 1) primeiro, pela igualdade de todos os seus membros: não há chefe, voz preponderante, hierarquia: 2) depois, por seu caráter coletivo: seus membros não têm poder pessoal; todas as decisões são tomadas em grupo, por maioria de votos�. 
2.Este, sem dúvida, é independente e especializado. Todavia, as decisões sobre as leis (elaboração) e sua aplicação, estão concentradasnas mãos do mesmo órgão, no caso, a Assembléia.
Há um órgão voltado para a administração, cujos membros chefiam os vários departamentos da administração - os ministros. Esse órgão, porém, é juridicamente despolitizado : Não passa de um preposto da Assembléia. 
Não possui ele esfera reservada. Por outro lado, seus membros são eleitos para um mandato determinado, durante o qual não podem ser destituídos por motivos políticos.
Em suma, o poder político pertence à Câmara, que deixa a outro órgão a aplicação burocrática de suas decisões. A um dos membros deste órgão é atribuída a Presidência da República, cujo papel é meramente cerimonial. 
Do esquema jurídico, só se pode deduzir a preponderância política completa da Assembléia. Isso, porém, já foi verdadeiro.Hoje a realidade é a inversa, na Suíça, o único exemplo que temos.
3.TRAÇOS POLÍTICOS
 Do esquema jurídico só se pode deduzir a preponderância política completa da Assembléia 
CONDIÇÕES DO SISTEMA DIRETORIAL : não é duvidoso que o sistema convencional só pode funcionar convenientemente em circunstâncias e em países especialíssimos, como a Suíça. Esta apresenta características sociais, econômicas, históricas e até militares, sem símile. Seu povo é pequeno, rico e próspero, com longa tradição de independência e velha experiência de autogoverno. Sobre ele os extremismos não tem sedução. Sua defesa é providenciada em primeiro lugar pela natureza.
A transplantação desse sistema para outros países é por isso impensável. 
Quem o imitou, durante alguns períodos, foi o Uruguai, outrora considerado a “Suíça latino-americana”, com o regime colegiado. Na formulação platina, o Executivo era confiado a um diretório, mas na verdade, o regime poderia ser definido como um presidencialismo com chefia de muitas cabeças, já que a forma de escolha do Executivo lhe dava preponderância jurídica e política sobre o Legislativo. A URSS chegou a adotar o sistema diretorial, embora com características próprias, bem como alguns dos países que, anteriormente, eram politicamente estruturados sob um regime socialista, como a Bulgária, a Hungria, a Romênia e a Iugoslávia. 
� Tavares, André Ramos. Curso de direito constitucional, p. 858. O autor diz que a discussão sobre o Presidencialismo origina-se na compreensão de qual é a forma de governo de determinado Estado.
� Acquaviva, Marcus Cláudio. Teoria Geral do Estado, p. 210.
� Forma de governo, terminologia utilizada por Norberto Bobbio no Dicionário de Política, diferencia-se de forma de Estado ou regime. Esta, fundamentada em Aristóteles, classifica-se pelo poder de um, de pouco ou de todos....r
� Maluf, Said. Teoria Geral do Estado, p. 235.
� Maluf, Said. Teoria Geral do Estado, p. 235.
� Ferreira Filho, Manuel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional, p. 143.
� Trigueiro, Oswaldo. Problemas do governo democrático, p. 47.
� Sington, Derrick. Liberdade de comunicação, p.18.
� Rei é o chefe supremo da Igreja da Inglaterra (...) Nesta qualidade, o Rei tem todo o poder de reprimir, corrigir erros, heresias, abusos (...) que sejam ou possam ser elaborados legalmente por autoridade espiritual" (Ato de Supremacia, 1534).
� Castro Farinãs, J. A . De la libertad de prensa, p. 55.
� Maluf, Said. Teoria Geral do Estado, p. 121.
� Silveira Neto. Teoria do Estado, p.203. “O liberalismo não é apenas uma atitude política, mas uma posição filosófica que procura explicar o homem através de um de seus atributos: a liberdade”
� Maluf, Said. Teoria Geral do Estado, p.123.
� O libelo acusatório contra orei Jaime II, apresentado na Câmara dos Comuns em 28 de janeiro de 1689, compreendia dois crimes: 1) haver tentado abolir a Constituição do reino, ao romper o contrato original entre o rei e o povo; 2) Ter, ao seguir os conselhos dos Jesuítas e outras pessoas pérfidas, violado as lei fundamentais”.
� Grande Enciclopédia Larousse Cultural, Tomo 23, p. 5837. “Doutrina ou sistema dos unitários o que na religião era uma dissidência da reforma, contando com Michel Servet, Fausto e Lelio Socin. Negavam o dogma da trindade por interpretá-lo como um abandono do monoteísmo.
� Soares, Orlando Curso de Direito Constitucional Estado no.
� Bobbio, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Kant, p. 41.
� Locke, John. Segundo tratado do governo civil, IV, p. 22.
� Miranda, Jorge. Manual de Direito Constitucional, Tomo I, 6.ª ed., p. 135.
� Moraes, Alexandre. Direito Constitucional, p. 427.
� Araújo, Luiz Alberto David; Nunes Júnior, Vidal Serrano. Curso de direito constitucional, p. 322. OS autores explicam: “Por isso, onde a chefia de Estado é dissociada da chefia de governo, diz-se que o Chefe de Estado é irresponsável por seus atos políticos, ou seja, deles não presta conta ao Poder Legislativo, mas tão-só ao povo”.
� Tavares, André Ramos. Curso de direito constitucional, p. 859.
� Acquaviva, Marcus Cláudio. Teoria Geral do Estado, p. 211.
� APUD SERGIO E HILTON LOBO CAMPANHOLI – Artigo 41 – “Exerce o Poder Executivo o Presidente da República dos Estados Unidos do Brazil, como chefe electivo da nação”. 
� A Emenda n. 23, de 2-9-1999, tratou de modificar o inciso XIII do art. 84, para incluir a nomeação dos Comandantes da Marinha, Exército e da Aeronáutica, mantendo-se os demais termos”. Havia anteriormente os cargos de ministros das três armas, mas seguindo o modelo democrático, criou-se um modelo que acabou com os referidos ministério e crio o Ministério da Defesa, comandando por um civil. Os comandantes das três armas ainda gozam de alguns privilégios de ministros, entre os quais o foro do STF.
� Moraes, Alexandre. Direito Constitucional, p. 425. “O Presidente da |República, como chefe de Estado, representa o país nas suas relações internacionais, bem como corporifica a unidade interna do Estado”.
� Araújo, Luiz Alberto David; Nunes Júnior, Vidal Serrano. Curso de direito constitucional, p. 323.
� Duverger, Maurice. Droit constitutionnel e institutions politiqwues,V. I, p. 135-136. “Executivo monocrático, porque é exercido por um só indivíduo”.
� Tavares, André Ramos. Op. Cit, p. 859.
� Silva, José Afonso da.Curso de direito constitucional positivo, p. 541. 
� Araújo, Luiz Alberto David; Nunes Júnior, Vidal Serrano. Curso de direito constitucional, p. 325.
� Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional, p. 149.
� Menezes, Aderson de. Teoria Geral do Estado, p. 301.
� Designação dada, em certos países, às corporações legislativas. E, pelo Direito Canônico, às assembléias dos capítulos conventuais.
� Duverger, Maurice. Manuel de Droit Constitutionnel e de Science Politique, p. 104.
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