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A origem da nacionalidade portuguesa e, por conseqüência, da brasileira está nas Ordenações Filipinas, pois antes documento real espanhol, não havia dispositivo a esse respeito nas outras feitas em Portugal.
As Ordenações Manuelinas e Afonsinas foram omissas no sentido de abordar os “cidadãos do reino”, embora as Afonsinas tenham tratado do direito de vizinhança. Portanto, a primeira legislação a cuidar do assunto no Brasil foi espanhola, que vigorou no País até a promulgação do Código Civil de 1916, de Clóvis Bevilacqua.
1. Definição ou conceito: Nacionalidade é o vínculo jurídico que se estabelece entre um indivíduo e um Estado�. O conceito é importante, pois os nacionais são o povo do respectivo país e, somados aos estrangeiros residentes, formam a população.
2. Povo - É o elemento humano do Estado, que está unido pelo vinculo da nacionalidade.
3. População - É a totalidade de habitantes, um conceito demográfico. Ligado ao IBGE, determina um número de habitantes num território, nacionais, estrangeiros e apátridas.
4. Nação – Um grupamento humano, numeroso, cujos membros estão num território delimitado, que são ligados por laços construídos pela história, cultura, religião, idioma e até mesmo econômicos.
5. Critérios ou espécies de nacionalidade
Há dois critérios para a determinação da nacionalidade: o jus soli e o jus sanguinis, mas a nacionalidade, enquanto gênero dividem-se em primária e secundaria.
A nacionalidade primária ou originária é obtida pelo fato do nascimento. Portanto, o vínculo jurídico estabelecido emana de uma atribuição unilateral do Estado, fazendo com que o indivíduo consiga a qualidade de nacional junto àquele, independente de sua vontade.
Já a nacionalidade secundária, ou adquirida, diferentemente, é aquela que depende de duas vontades: do indivíduo em obter e do Estado em conceder. Portanto, o apátrida ou estrangeira solicita a naturalização e o Estado aceita o pedido.
Voltando aos critérios pelos quais se estabelecem as normas definidoras da nacionalidade primária, falemos um pouco sobre a territorialidade e a ascendência 
O critério do jus soli ou critério territorial leva em conta o local de nascimento do indivíduo, o solo, enfim. Trata-se de um critério normalmente adotado por Estados de forte contingente imigratório, isto é, que recebem os imigrantes, como o caso do Brasil, que recebeu italianos, espanhóis, alemães, japoneses e libaneses, entre outros. Era uma maneira de estimulá-los a se radicarem, para compensar a rarefação demográfica. 
Por outro lado, o jus sanguinis é um critério determinativo da nacionalidade que considera a ascendência, o sangue paterno ou materno do indivíduo, para conferir-lhe a nacionalidade. Trata-se de critério típico de Estados de forte emigração, com o que se busca preservar a nacionalidade mediante a consangüinidade, como Espanha, Portugal e Inglaterra. 
5.1 Originária, primária, por nascimento ou atribuída.
5.2 Secundária, adquirida, por naturalização ou por opção.
6. Três são os princípios:
Atribuição estatal da nacionalidade;
Inconstrangibilidade
Optabilidade
7. BRASILEIROS
A Constituição do Brasil adota um critério intermediário, pois faz concessões ao jus soli (art. 12, I, a), e ao jus sanguinis (art. 12, I, b e c). Pode ocorrer que o indivíduo não tenha nacionalidade, sendo, então, apátrida (sem pátria), submetido, em tal caso, à Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, adotada em 28-9-1954, pela Conferência de Plenipotenciários convocada pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, em sua Resolução n. 526-A (XVII), de 26-4-1954, tendo entrado em vigor no dia 6-6-1960. Se tiver mais de uma nacionalidade, o indivíduo será polipátrida. Já os heimatlos ou apátridas são as pessoas que não tem nacionalidade alguma. 
Os critérios atributivos da nacionalidade decorrem da própria soberania do Estado, não da vontade dos interessados, de maneira que o apátrida estará nesta condição independentemente de sua vontade, valendo o mesmo para o polipátrida. Quanto à naturalização (CF, art. 12, II), é forma de aquisição secundária ou derivada da nacionalidade. Pode ser expressa ou tácita. A naturalização expressa é aquela que resulta de pedido do interessado (CF, art. 12, II, a e b); a tácita, aquela que se confere ao indivíduo por iniciativa do próprio Estado (CF, art. 12, § 12). 
No que se refere ao povo político, reitere-se que tal conceito liga-se, de imediato, ao de cidadania. Com efeito, sendo proveniente do latim civitas (de cives, cidadão), o termo cidadania denomina o vínculo político que liga o indivíduo ao Estado, fruindo o cidadão de direitos e deveres de natureza política, com evidente exclusão dos estrangeiros. 
O termo povo contido no art. 1O., parágrafo único, da Constituição Federal confunde-se com o conceito de cidadania, pois congregam exclusivamente os nacionais dotados de direitos políticos, nas diferentes gradações apontadas pela Constituição (art. 14, §§ 1.º a 9.º). 
Portanto, nunca será demasiado repetir que, ao declarar, no art. 1 .º, parágrafo único, que "todo o poder emana do povo", a Constituição Federal refere-se ao conceito político do povo, excluindo estrangeiros, apátridas, menores de idade, e, nos termos do art. 14, § 2.º, os conscritos durante o período do serviço militar (do latim conscriptu, .recrutado, alistado, recruta). 
Nacionalidade – É, portanto, vínculo jurídico-político que relaciona o indivíduo com um Estado ou País, como vimos, mas ao longo dos anos, os Estados estabeleceram suas regras. Gregos atribuíam direitos apenas aos filhos de pais e mães. Mas, a nacionalidade é requisito para o exercício dos direitos políticos e outros.
Não confundir com naturalidade – É o local de nascimento. Pode ser natural de Boston (EUA), mas ser brasileiro.
Nacionalidade não se confunde com cidadania, ao menos no Brasil. Espanha e Itália usam as palavras como sinônimos. Aqui é o vínculo, enquanto que a cidadania tem dois tipos ou sentidos. Num sentido é a posse dos direitos políticos, enquanto que num conceito mais abrangente é o que Hanna Arandt chama de direitos a ter direitos. A homenagem mais notável a essa tese talvez tenha sido prestada por Hanna Arendt, ao descrever o drama dos apátridas, no período entre a Primeira e a Segunda Guerras mundiais. Sem nacionalidade, o apátrida não tinha vínculos com nenhum sistema de proteção de direitos. Sua única saída, em muitos casos, seria a prática de um pequeno crime, que o levaria de volta ao mundo protegido pela lei. Enquanto durar o julgamento e o pronunciamento de sua sentença, estará a salvo daquele domínio arbitrário da polícia contra o qual não existem advogados nem apelações"�.
Com a nacionalidade é possível identificar três elementos do: território, povo e poder. Povo como o nacional que nasce dentro do território. Nacionalidade é a identificação, diferente da população que são aqueles que moram.
ARTIGO 12 – I – NATOS - E II - NATURALIZADOS
Atribuição estatal está presente no artigo 12, II “a” da CF-88. O Estado reconhece e atribui unilateralmente. A pessoa é apanhada, pois o fato gerador ocorre. É uma identificação unilateral, pois o Estado atribuiu. Ex. Registro é uma mera declaração. Os povos das florestas, os índios, podem conseguir com 70 anos.
O nascimento em território brasileiro constitui-se em fato gerador da atribuição da qualidade de brasileiro nato, mesmo que o nascido num avião que sobrevoava o território brasileiro� tenha pai e mãe chineses.
Alínea “a” – os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. Critério territorial puro, ma Ter que ser ambos.
Alínea “b” – os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. – Critério de sangue puro.
Todavia, numa análise é possível ter duas nacionalidades. Cada País escolhe quemele quer e pode excluir ou conceder. Mas também é possível haver apátridas ou heimatlos, o que provoca uma cisão severa nos direitos das pessoas. O Brasil concede passaporte.
O Pacto de São José da Costa Rica aponta que deve ser reconhecida a nacionalidade do País onde nasceu.
Constituição organizou a “cláusula implícita de reserva constitucional”. Só vale o que está na CF-88.
Análise dos três dispositivos:
“a” Quando fala pais é plural, ou seja, ambos. É o critério denominado territorial mitigado – Na primeira parte é territorial, mas a serviço do País é o critério do sangue. Dessa forma, o nascimento em território brasileiro constitui em fator gerado da qualidade de brasileiro nato, mesmo que os pais sejam estrangeiros. Nesse ponto, é relevante notar que na própria alínea “a’ já traz a primeira exceção ao “jus soli”, negando a nacionalidade do Brasil àqueles que, embora aqui nascidos, sejam filhos de pai e de mãe estrangeiros que aqui estejam a serviço do respectivo país. 
É evidente que a expressão “a serviço de seu país” indica que o serviço deve ser prestado a Estado estrangeiro, não se aplicando a exceção, portanto, aos nascidos daqueles que aqui estejam a serviço de entidade privada estrangeira.
José Francisco Rezek revela: “Reputam-se a serviço de nação estrangeira ambos os componentes do casal, ainda que apenas um detenha cargo, na medida em que o outro nada mais faça do que acompanhá-lo�.
“b” – nascidos no estrangeiro – qualquer deles – pai ou mãe – prestar serviço a qualquer órgão da Federação. Rezek diz que inclusive junto aos organismos internacionais, como a ONU. Autarquias e todos os entes de direito público da União, Estado ou município�.
- O dispositivo revela o critério sanguíneo condicionado, pois, independentemente de qualquer outro aspecto, atribuí a nacionalidade originária àquela que, nascido em outro país, seja filho de pai ou mãe brasileiros (ambos ou apenas um), sob condição de que o genitor brasileiro lá esteja a serviço da República Federativa do Brasil. Não é suficiente apenas o vínculo de descendência, sendo necessário, que esteja a serviço.
 A expressão “a serviço do Brasil” significa estar a serviço de qualquer pessoa jurídica de direito público, seja da administração direta, seja da administração indireta, compreendendo, assim, a União, os Estados, os Municípios e Distrito Federal (também os territórios que não existem atualmente, mas têm previsão constitucional), bem como as autarquias e fundações públicas. No caso de entidades paraestatais e concessionárias de serviço público, se a natureza do serviço desempenhado for pública, também estarão alcançadas pela expressão.
Caso o nascimento ocorra fora do Brasil, e o indivíduo for filho de pai ou mãe brasileira e qualquer deles estiverem a serviço da República Federativa do Brasil (da administração direta ou indireta) será considerado brasileiro por conta do critério ius sanguinis adotado como exceção pela Constituição (art. 12, I, “b”). (LENZA, 2007, p. 653).
	“‘A serviço do Brasil’ significa não só funções diplomáticas ou consulares, mas também outros serviços públicos de natureza federal, estadual, municipal, da Administração Pública direta ou indireta”. (CHIMENTI, 2005, p. 308).
“c” – Potestativa – Os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe, que optem a qualquer tempo. Antigamente havia limite de idade de 21 anos�, mas agora não. Potestativa, pois é uma opção da pessoa, que o Governo não pode rejeitar O critério é o de sangue. Artigo 109, X, competência da Justiça Federal�. Depende exclusivamente da vontade do interessado.
Agora tem direito de se registrar – fixar residência. Potestativa – mecanismo é apenas de opção. Nasceu lá, vai até a embaixada, que concede o passaporte. Antes, colocava brasileiro pendente de opção.
O artigo 12, I, “c” (alterado pela EC de Revisão 3 de, de 7 de junho de 1994) da Constituição Federal trata da nacionalidade potestativa, afirmando que são brasileiros natos:
Art. 12, I, c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrado em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. (sem destaque do original). Emenda n. 54, de 20 de setembro de 2007.
A opção confirmativa pelo Código Civil se dá aos 18 anos.
A mudança se deu porque 200 mil filhos de brasileiros residentes no exterior eram tecnicamente apátridas: crianças que não têm nacionalidade, devido às dificuldades de documentação. Uma emenda à Constituição, promulgada em 1994 no Governo Itamar Franco(revogada recentemente), tornava “sem pátria” filhos de casais brasileiros nascidos em alguns países, como o Japão e Portugal, principalmente devido aos problemas de documentação.
 Outros países, os da Europa principalmente, fazem diferente, reconhecem o direito de sangue: pai e mãe passam a cidadania para os filhos. O Itamaraty concedia passaporte e registro de nascimento a crianças no estrangeiro até completarem 18 anos. Mas é preciso confirmar a nacionalidade depois, por um processo muitas vezes demorado e caro.
O Senado aprovou há sete anos uma Proposta de Emenda à Constituição para conceder cidadania brasileira às crianças nascidas nessa situação. E na Câmara, uma comissão especial analisou a proposta que foi votada e alterou a situação dessas crianças. 
NACIONALIDADE POTESTATIVA E A EC 54/2007
	
 “A opção ora analisada não pode ser recusada pelo Estado e por isso tal aquisição de nacionalidade é conhecida como potestativa, vale dizer, o efeito pretendido depende exclusivamente da vontade do interessado (...)”. (sem destaque original). (CHIMENTI, 2005, p. 308).
Com o advento da Emenda Constitucional n.º 54, de 20 de setembro de 2007, a redação atual do artigo 12 foi alterada para os seguintes termos:
Art. 12, I, c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. (sem itálico original).
 “depois de atingida a maioridade” – Antes da EC 54/2007 a nacionalidade potestativa exercida antes da maioridade ficava suspensa até que o brasileiro atingisse a maioridade (18 anos, conforme artigo 5º do Código Civil de 2002) e formalizasse sua opção. (CHIMENTI, 2005, p. 308). Brasileiro nato pendente de opção. 
	Após a referida EC 54/2007, preliminarmente, nada se alterou. A diferença está na redação. Agora ficou mais claro que após atingida a maioridade o brasileiro pode exercer sua opção de se tornar brasileiro nato ou não. “A qualquer tempo” significa que tal causa é imprescritível. E é direito personalíssimo porque só pode ser exercitada depois de atingida a maioridade que com o advento da Lei 10.406 de 2002 é de 18 anos.
 “desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil” – O artigo 32 da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/73) volta a ter aplicabilidade. Referido dispositivo não foi recepcionado pela Emenda Constitucional de Revisão 3/1994 �.
	O legislador constitucional atendeu os reclames da doutrina, uma vez que o brasileiro nascido no estrangeiro de pais brasileiros sem estarem a serviço do país corria o risco de virar um apátrida, violando um direito fundamental: a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III da Constituição Federal) e também outros relacionados com a cidadania.
Em relação ao artigo 1º leciona Vladimir Brega Filho:
Os princípios constitucionais fundamentais estão previstos no art. 1º da Constituição, onde o legislador estabelece, relativamente aos direitos fundamentais, que a República Federativa do Brasil tem como fundamento a dignidade da pessoa humana. (original sem itálico). (BREGA FILHO, 2002, p. 57).
Assim, a violação do princípio da dignidade da pessoa humana violaria profundamentea Constituição por ser um princípio constitucional fundamental. Foi essa violação que EC n. 54/2007 visou prevenir.
	Comunga deste entendimento Ricardo Cunha Chimenti, afirmando antes da Emenda Constitucional n. 54/2007:
(...) o mais lógico é admitirmos que o pai ou mãe brasileira efetive o registro do menor na repartição consular do Brasil (sobretudo em razão da grande possibilidade de o país do nascimento não lhe conceder a condição de nacional e o menor tornar-se apátrida). (CHIMENTI, 2005, p. 309).
O autor entendia que deveria ser respeitado o artigo 32 da Lei de Registros Públicos. Ou seja, o registro em repartição diplomática era válido. Essa hermenêutica foi adotada pela EC 54/2007. 
Agora, a EC n. 54/2007 respeita não só a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III da CF/88) permitindo o registro do brasileiro em legação estrangeira, como também em solo brasileiro – caso os pais venham residir em solo.
A competência para apreciação da nacionalidade potestativa é da Justiça Federal (art. 109, X, da CF). Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça leciona:
Compete à Justiça Federal a apreciação de pedido de transcrição de nascimento de menor nascida no estrangeiro, filha de mãe brasileira que não esteja a serviço do Brasil, por consubstanciar opção provisória de nacionalidade a ser ratificada depois de alcançada a maioridade (artigos 12, I, “c” e 109, X, da CF/88). (LexSTJ, 103:36. DJU, 17 nov. 1997. Min. Rel. César Asfor Rocha).
O texto da EC 54/2007 assemelha-se muito com o do artigo 12 antes da alteração pela ECR 3/94 in verbis:
Art. 12, I, c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa antes da maioridade e, alcançada esta, optem em qualquer tempo pela nacionalidade brasileira. (com negrito).
 “desde que sejam registrados em repartição brasileira competente” – percebe-se que a redação original do dispositivo é idêntica a atual, acrescentada pela EC 54/2007. Pode-se dizer que houve, neste caso, um efeito constitucional repristinatório. Chega-se a esta conclusão ao saber que a ECR 3/94 suprimiu o registro em repartição diplomática ou consular. E, com o advento da EC 54/2007, esta opção voltou a ter aplicabilidade.
O caso em epígrafe não é repristinação propriamente dita por dois motivos. Primeiro, porque a norma revogadora que revogou a norma anterior deve prever expressamente que a revogada por esta deve voltar a ter eficácia. Segundo, e mais importante fundamento, o ordenamento jurídico veda expressamente o instituto no artigo 2º, § 3º da LICC (Lei de Introdução ao Código Civil) ao prescrever que a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo disposição em contrário.
Analisando o caso por este prisma, também nota-se um efeito repristinatório infraconstitucional, em relação ao art. 32, da Lei 6.015/73 (LRP), pois este artigo, assim como o texto do artigo 12, tratava do registro da nacionalidade potestativa em repartição diplomática. Mais uma vez, só há que falar em efeitos e não em repristinação propriamente dita, pelos mesmos motivos expostos acima (art. 2º, § 3º, LICC).
 “venham a residir na República Federativa antes da maioridade” – a expressão “antes da maioridade” foi corrigida pela ECR 3/94 e mantida pela EC 54/07, uma vez que a maioridade não pode ser causa obstativa para aquisição da nacionalidade, tornando o indivíduo um apátrida em seu próprio país.
	Isto é, pelo texto original (antes da ECR 3/94) o brasileiro que viesse a residir no Brasil antes da maioridade, e não fosse registrado em repartição estrangeira perdia a nacionalidade. A ECR 3/94 corrigiu tal fato, sendo mantido pela EC 54/2007.
Além da alteração textual no artigo 12, I, “c”, a EC 54/07 acrescentou o artigo 95 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT):
Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil.
O artigo 95 do ADCT veio reforçar tudo que foi falado até o presente momento. Os nascidos até 7/06/1994 e 20/09/2007 (data em que a EC 54/07 entrou em vigor, conforme dispõe seu artigo terceiro) poderão registrar-se em repartição brasileira competente (diplomática ou consular) ou em ofício de registro (no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais) se vierem a residir em solo (in solis) brasileiro.
Ou seja, a Emenda Constitucional 54/2007 tem efeito ex tunc até a data da ECR 3/1994 (promulgada em 7/06/1994). A EC 54/07 corrigiu a ECR 3/94 e recepcionou todos os brasileiros residentes no exterior depois da entrada em vigor desta, permitindo o registro dos mesmos em repartições diplomáticas, assim como previa o texto anterior a alteração da ECR 3/94.
OS ESTRANGEIROS E A NATURALIZAÇÃO
Estrangeiro é todo aquele que não adquire a nacional brasileira. Por força do artigo 5.º e pelo princípio da igualdade, gozam dos mesmos direitos e têm boa parte dos deveres, mas não todos: votar, servir Exército. Existem limitações aos estrangeiros, havendo, portanto, uma lei própria, a Lei n. 6.815/1980, com as alterações da Lei n. 6.964/1981.
A locomoção do estrangeiro no território é livre, como para os brasileiros (art. 5.º, XV). A lei, contudo, disciplina o direito de qualquer pessoa entrar no território nacional, nele permanecer ou dele sair só ou com seus bens. O dispositivo ganha uma outra dimensão com o Estatuto dos Estrangeiros.
Todo estrangeiro pode entrar no País, desde que preencha os requisitos legais e obtenha visto de entrada (de trânsito, de turista, temporário, permanente, de cortesia, oficial ou diplomático). Não se concede visto a estrangeiro menor de 18 anos desacompanhado de seu responsável.
Se quiser se tornar permanente, o estrangeiro deverá registrar-se no Ministério da Justiça e obter a chamada carteira de identidade de estrangeiros. Deve obter o visto de saída. Se for registrado como permanente, pode voltar independente de visto, se o fizer dentro de dois anos. 
Naturalização => Lei Ordinária, Lei 6815/80, o chamado Estatuto do Estrangeiro, que aponta diversas hipóteses: casar com cônjuge e vir a residir, mas três chamam a atenção.
A Constituição de 1967 no seu artigo 145, II “b”, 1 e 2 previa expressamente duas hipóteses de aquisição da nacionalidade derivada ou secundária: radicação precoce e conclusão de curso superior.
Eram naturalizados os nascidos no estrangeiro, que hajam sido “admitidos “ no Brasil durante os primeiro cinco ano de vida estabelecidos definitivamente no território nacional, que para preservar a nacionalidade deveriam manifestar-se, ineqüivocadamente, até dois anos depois de atingir a maioridade. Os estrangeiro, que vindo residir no País antes de atingida a maioridade fizessem curso superior em estabelecimento nacional e tivessem requerido a nacionalidade até um ano depois da conclusão do curso.
O artigo 112 disciplina a chamada naturalização comum ou ordinária (principais requisitos: residência contínua por quatro anos, domínio da língua portuguesa, capacidade civil, bem procedimento, ausência de condenação). O artigo 115, parágrafo 2.º, I e II regula a naturalização por radicação precoce (estrangeiro que se radica antes dos cinco anos) e a por conclusão de curso superior. O art. 116 disciplina a naturalização provisória, mediante pleito do representante legal, “que valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade”
Comum ou ordinária – Na qual a grande maioria pleiteia – Requisitos diversos, como boa saúde, idoneidade, emprego fixo e outros. O prazo é de quatro anos para ensejar pleito de naturalização;
Por radicação precoce – Antes dos cinco anos. Existe a possibilidade de naturalização provisória.Vale até a maioridade, um pouco mais.
Curso superior – pode pleitear.
Hipóteses disciplinadas na Constituição
Alínea “a” - na forma da lei, com requisitos: a) língua portuguesa; b) residência por ano e c) idoneidade moral. É aspecto discricionário. A jurisprudência indica = só esses da CF-88, autoridade não pode pedir outros.
Residência – Não corresponde à permanência ininterrupta. Residência é o local onde habita em caráter permanente.
Alínea “b” EXTRAORDINÁRIA ou quinzenária. Os estrangeiros de qualquer procedência. Anteriormente, antes da Emenda eram exigidos 30 anos (era chamada de trintenária) 
15 anos;
ausência de condenação penal dentro e fora do Brasil;
Desde que requeira. Necessidade de um pleito. Interpretação é que é um direito subjetivo, que no prazo, ganha de qualquer maneira.
 O procedimento de naturalização é de caráter administrativo, tramitando junto ao Ministério da Justiça, embora o certificado de naturalização emitido pelo Ministério da Justiça deva ser entregue ao naturalizado, em sessão solene, pelo Juiz Federal da cidade onde tenha domicílio o pleiteante. A doutrina entende que a concessão da naturalização é ato discricionário do governo brasileiro, no exercício do poder inerente à soberania do País, mesmo presentes todos os pressupostos legais�.
A única exceção é a chamada naturalização extraordinária, de índole constitucional, que prestigia o tempo de permanência que era de 30 anos e passou para 15 anos. Nesses casos, presentes os dois requisitos: ausência de condenação criminal e residência ininterrupta, além do requerimento, o pedido não pode ser rejeitado�.
PORTUGUESES EQUIPARADOS
Mesmo tratamento. Os mesmos direitos, mas não tem os mesmos deveres, pois não precisam prestar serviço militar, por exemplo. Por isso, não se trata do mesmo regime. Fica mais perto da naturalização.
 Reciprocidade – Existe desde assinatura em 7/9/1971, através de um tratado e ratificada no Brasil pelo Decreto-legislativo n.º 82, sendo promulgada pelo Decreto n.º 70.391, de 12-4-1972. Em Portugal, ratificada pelo Decreto legislativo n.º 126/72.
Se o português ingressa hoje em território nacional já recebe o tratamento. A resposta é não. Há necessidade de pedir a equiparação com base reciprocidade. Recebe a carteira de identidade: português equiparado. Têm que optar por exercer os direitos políticos aqui e não lá. Continua sendo estrangeiro, português.
Existem três casos:
português pede a equiparação; Não existe de maneira automática. Não pode ser extraditado, a exceção para Portugal;
Achou que não era suficiente, pois vai ser Prefeito ou ingressar no Ministério Público. Pede a naturalização. Doutor Rolando Maria da Luz.
Português fixa a residência e não quer a equiparação.
I)Determina a Constituição que a lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos em que tais negócios dependem de autorização do Congresso Nacional (art. 190 – A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os cargos que dependerão de autorização do Congresso Nacional).
II)Também é função da lei disciplinar os investimentos de capital estrangeiro e regular remessas de lucros para o exterior (art. 172 –A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros).
Na antiga redação do artigo 176, parágrafo 1.º da CF era vedado autorizar ou conceder a estrangeiros mesmo os residentes, a pesquisa e lavras de recurso minerais ou aproveitamento de potencial de energia elétrica. A Emenda n.º 6 de 15 de agosto de 1995, ao art. 176, parágrafo 1.º, passou-se a permitir a pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica, mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, a qualquer empresa constituída sob as leis brasileiras, e que tenha sua sede e administração no País, de acordo com o que dispuser a lei federal.
A sucessão de bens estrangeiros situados no Brasil rege-se pela lei brasileira, sempre que não lhe for mais favorável à lei pessoal do “de cujus”� (art. 5.º, XXXI).
A Lei n. 8;069/1900, em seus artigos 39 a 52, estabelece os casos e as condições em que estrangeiros poderão adotar crianças brasileiras (art. 227, parágrafo 5.º).
O gozo de direitos individuais e socais esculpidos na Constituição asseguram aos estrangeiros residentes no Brasil (a melhor leitura talvez fosse apenas no Brasil) a inviolabilidade do direito à vida, à segurança e à propriedade tanto quanto aos brasileiros (art. 5.º caput).
III) No tocante aos direitos sociais, embora não haja menção expressa aos estrangeiros, também há vedações nesse sentido. No entanto, são impostas algumas restrições, como a impossibilidade de intentar com Ação Popular (art. 5.º LXXII) ou a necessidade de observar os requisitos legais específicos para ter acesso a cargos, empregos e funções públicas (art. 37, I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”.
A Lei n. 8.730, de 10-11-1993, estabelece a obrigatoriedade da declaração de bens e rendas para exercício de cargos, empregos e funções nos Poderes Executivo,Legislativo e Judiciário.
De acordo com o parágrafo 3.º do art. 5.º da Lei n.8112/1990, as universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e procedimentos previstos na própria lei.
O art. 207, parágrafo 1.º da CF-88 autoriza as universidades a admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei, que hoje é a de n. 9.515/97.
Princípio da não-extradição; Nato não pode ser extraditado, enquanto que o naturalizado em dois casos: crime cometido antes da naturalização e tráfico internacional de drogas. 
Definição é ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo, acusado de um delito, ou já condenado como criminoso, à justiça de outro, que o reclama. Portanto, a extradição depende do pedido
É o chamado princípio da não extradição, ou seja, a regra vetor implica em normalmente não conceder a extradição, a exceção dos dois casos elencados no Artigo 5.º LI e LII –
LI – Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei (Legislação ordinária regula)
LII - não será concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
Com revelam Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano Nunes Júnior, a extradição tem lugar nas situações em que o estrangeiro, ou excepcionalmente o brasileiro naturalizado, comete crime no exterior�. Nessas hipóteses, com fundamento em um tratado internacional de reciprocidade, o respectivo Estado pode solicitar a extradição do indivíduo ao Estado brasileiro, que, por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, poderá atender, ou não o pedido.
É chamada de extradição ativa quando o Brasil pede e passiva, quando outro Estado estrangeiro faz a solicitação junto ao STF.
O texto constitucional baseado no princípio da não-extradição enseja dois requisitos: 
que o brasileiro seja naturalizado ou português equiparado(só para Portugal);
que se trate de crime comum, anterior à naturalização, ou de comprovado envolvimento com o tráfico internacional de entorpecentes.
A compreensão do texto revela que o naturalizado, o crime tenha sido cometido quando a pessoa tinha outra nacionalidade. Ainda no que diz respeito aos estrangeiros, o texto da “Lei Maior” indicou exclusivamente vedações, proibindo que sua extradição tenha como fundamentocrime político ou de opinião.
A locução “crime político ou de opinião” é vaga ou aberta e, visto que integrante do rol dos direitos e garantias fundamentais, deve ter interpretação ampliativa, de tal modo que, caso o delito de alguma forma tenha conexão com questões de caráter político, religioso ou filosófico, o Estado brasileiro estará impedindo de conceder a extradição. A existência de relações familiares (filhos brasileiros), a comprovação de vínculo conjugal por convivência “more uxório” do extraditando com pessoa de nacionalidade brasileira constituem fatos destituído de relevância jurídica para efeitos extradicionais, não impedindo, em conseqüência, a efetivação da extradição do súdito estrangeiro, conforme consta na Súmula 412 do STF.
 
NÃO IMPEDE A EXTRADIÇÃO A CIRCUNSTÂNCIA DE SER O EXTRADITANDO CASADO COM BRASILEIRA OU TER FILHO BRASILEIRO.MAS A REGRA É NÃO-EXTRADITAR, PRINCIPALMENTE SE HOUVER UM FILHO, CRIANÇA OU ADOLESCENTE, QUE DEPENDA DO PAI OU MÃE.
 VEDADA A EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO CASADO COM BRASILEIRA, OU QUE TENHA FILHO BRASILEIRO, DEPENDENTE DA ECONOMIA PATERNA�.
Mas, existem outros requisitos para concessão da extradição:
existência de tratado internacional de reciprocidade ou mesmo um compromisso; o Estado requerente deve fundamentar-se no tratado ou prometer reciprocidade;
Competência exclusiva da Justiça do Estado requerente para processar e julgar o extraditado, sendo o Brasil incompetente;
dupla incriminação ou tipicidade, ou seja, o fato deve ser crime tipificado simultaneamente no Brasil e no Estado solicitante;
pronunciamento condenatório definitivo ou ordem de prisão operante no país solicitante;
inocorrência de dupla prescrição;
comutação de eventual pena de morte;
Não sujeição a um tribunal ou juiz de exceção;
não se tratar de crime político ou de opinião (ou ainda não se tratar de uma contravenção ou crime punido com pena inferior a um ano de prisão);
julgamento perante o Supremo (por força do art. 102, I “g”).
Sempre importante lembrar que o julgamento do STF tem caráter autorizativo, de verificação dos requisitos, devendo a extradição, como ato de soberania, ser determinado pelo Presidente da República. Normalmente é o que ocorre.
Vale lembrar do Estatuto de Roma que criou o Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda, que inclusive tem a presença de uma juíza brasileira, Silvia Steiner. O Decreto n. 4.388, de 25 de setembro de 2002, ao tratar da Cooperação Internacional e Auxílio Judiciário, em seu art. 102 faz distinções entre a entrega e a extradição.
Nos termos usados da legislação infra: Termos Usados – Para os fins do presente Estatuto: a) Por “entrega” entende-se a entrega de uma pessoa por um Estado ao Tribunal nos termos do presente Estatuto: b) Por “extradição”, entende-se a entrega de uma pessoa por um Estado a outro Estado conforme previsto em um tratado, em uma convenção ou no direito interno”.
Há uma divergência na doutrina, mas parte dela reconhece que é possível a entrega de brasileiro nato que tenha cometido crimes de competência do Estatuto para julgamento no TPI.
O TPI é instituição permanente, que tem a finalidade de substituir aos tribunais “ad hoc”, como os convocados pela ONU para julgamento dos crimes cometidos em Ruanda e na extinta Iugoslávia.. O TPI tem uma jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, mas de caráter subsidiário. Dessa forma, se o Estado, local dos crimes, se dispõe a julgar, não é necessário o TPI. Os julgamentos só podem ser feitos por crimes cometidos depois da vigência do Estatuto de Roma.
A competência se restringe aos seguintes crimes:
o crime de genocídio (art. 6.º);
crimes contra a humanidade (art. 7.º)
crimes de guerra (art. 8.º)
d) o crime de agressão
Expulsão – Diferente da extradição, é um ato unilateral, isso é, o Estado, ante a existência de uma atividade nociva ao interesse nacional, à segurança nacional ou à ordem política e social, determina a expulsão de estrangeiro que aqui esteja. Só estrangeiro e cabe ao Presidente da República.
É o vínculo coativo de retirar o estrangeiro do território nacional por delito ou atos que tornem inconveniente aos interesses nacionais. A iniciativa é do Brasil e a expulsão é decidida pelo Presidente, por meio de decreto, embora tal ato esteja sujeito ao controle de legalidade e constitucionalidade pelo Poder Judiciário.
Não se concede a expulsão quando o estrangeiro tiver cônjuge brasileiro, do qual não esteja separado de fato ou de direito, desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de cinco anos, ou quando tiver filho brasileiro que esteja comprovadamente sob sua guarda e dependência econômica, conforme consta da Súmula 1 do STF. Os órgãos do Ministério Público Federal remeterão ao Ministério da Justiça, de ofício, até trinta dias após o trânsito em julgado, cópia da sentença condenatória de estrangeiro autor de crime doloso ou de qualquer crime contra a segurança nacional, a ordem pública ou social, a economia popular, a moralidade ou a saúde pública, assim como da folha de antecedentes penais constantes dos autos.
O Ministro da Justiça, recebidos os documentos mencionados neste artigo, determinará a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro (art. 68do Estatuto dos Estrangeiros).
Deportação – Ocorre quando o estrangeiro adentre em território brasileiro(boliviano entra clandestinamente) ou nela permaneça de forma irregular (venceu o visto). Nesse caso, porquanto inatendidos os requisitos de permanência, o estrangeiro deve retirar-se do País. Não o fazendo, será deportado a seu país de origem ou procedência�.
Existem apenas as cinco diferenças que estão na própria Constituição, embora outras duas possibilidades estejam condicionadas ainda de acordo com a “Lei Maior”. A aquisição e gozo dos direitos civis: a lei não distingue nacionais e estrangeiros quanto à aquisição e gozo dos direitos civis. Só haverá distinção quando a Constituição autorizar. É o que preconiza o parágrafo 2.º do art. 12.
As distinções são:
1) Extradição - Só o naturalizado pode ser extraditado, ainda assim no caso e crime comum, cometido anteriormente à naturlização, ou de comprovado envolvimento com tráfico de entorpecentes (art. 5.º, LI).
2) Cargos - Segundo, ocupar os cargos indicativos do artigo 12, parágrafo 3.º
Questão do Presidente da Câmara- Tem que ter 35 anos e ser brasileiro nato. Presidente e Vice da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado, Ministro do STF, da carreira diplomática, oficial das Forças Armadas e Ministro de Estado de Defesa.
3)Naturalizado pode perder a nacionalidade brasileira pelo cancelamento de sua naturalização em virtude do comprovado envolvimento em atividade nociva ao interesse nacional. Ministério Público Federal propõe a ação e precisa ter sentença definitiva. Art. 12, parágrafo 4.º , I.
Perda da nacionalidade no âmago da Emenda n.º 3/94. Dinâmica diferenciada.
Primeira hipótese – atividades nocivas; Segundo – adquire outra, perde. Regra não pode ter outra, mas há exceções. Não inovou, pois sempre existiu. Soberania reconheceu (explicitude). Inovação é imposição da linha “b”.
Impõe como condição de exercício de direitos civis, como o direito ao trabalho, a naturalização. Nesse caso, não perde a nacionalidade brasileira, mas a hipótese é de 1994. Existe direito de reaquisição. Se ocorreu em 1990, estava o sujeito nos EUA e foi obrigado a servir o exército para continuar lá. Nada impede entrar com pedido para readquirir. 
Outro caso é inciso II da linha "a", de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira: dupla nacionalidade. Não perde a brasileira. 
Funções - Só os natos podem ocupar os postos do Conselho da República, artigo 89, VII;
Direito de Propriedade Natos ou naturalizados (10 anos)=> artigo 222 . Capítulo da Constituição Federal. Podem deter a propriedade deempresa jornalística. A Emenda n.º 36 rompeu uma tradição constitucional, pois as demais constituições sempre trouxeram cláusula de restrição. Agora pode 30 por cento do total ou votante. Naturalizados há mais de dez anos.
PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA
	A Constituição regula os casos de perda de nacionalidade brasileira, que pode ter dois fundamentos: o cancelamento judicial da naturalização, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional, e a aquisição de outra nacionalidade�. 
	Com relação à segunda hipótese, a Constituição prevê duas exceções. A primeira respeitante à atribuição de nacionalidade originária pela lei de outro país. O filho de italianos que nasce no Brasil. Trata-se de uma decorrência do princípio da atribuição estatal da nacionalidade. O indivíduo não fez opção, mas é alcançado pela situação jurídica que lhe dá outra nacionalidade. A outra refere-se à imposição de naturalização pela lei estrangeira, como condição de permanência no respectivo território ou para exercício de direitos civis.
� Araujo, Luiz Alberto David; Nunes Júnior, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional, São Paulo: Saraiva, 10.ª, 2006, p. 228.
� ARENDT, Hannah. The Origins of Totalitarianism, p. 286 e 292-296, N. York: Harvester Book, 1973.
� Accioly, Hildebrando. Manuel de direito internacional, 11.ª ed, São Paulo, Saraiva, 1986, p.187. “O território é constituído pela porção da superfície do globo terráqueo sobre o qual exerce habitualmente uma denominação exclusiva, isto é, direitos de soberania. Essa porção abrange a superfície do solo (terras e águas), o subsolo e a coluna de ar sobre a dita superfície”.
� Rezek, José Francisco. Nacionalidade – aquisição, perda e reaquisição, p.23. “O termo constitucional ‘serviço’ abrange não só funções diplomáticas e consulares, como, também, missões oficiais, serviço público em geral, sejam de natureza federal, estadual e municipal”.
� Rezek, José Francisco. Direito internacional público, p.179. “...não é apenas o serviço diplomático ordinário, afeto ao Executivo Federal. Compreende todo encargo derivado dos poderes da União, dos estados-membros e dos municípios. Compreende, mais, nesses três planos, as autarquias. Constitui serviço do Brasil, ainda o serviço de organização internacional de que a República faça parte”. Grifo meu. As tropas brasileiras no Haiti.
� O texto revogado pela Emenda de revisão n.º 3/94: “c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa antes da maioridade e, alcançada esta, optem em qualquer tempo pela nacionalidade brasileira”.
� DJU, 17 nov. 1997, LEXSTJ, 103:36. Relator Ministro César Asfor Rocha: “Compete à Justiça Federal a apreciação de pedido de transcrição de nascimento de menor nascida no estrangeiro, filha de mãe brasileira que não esteja a serviço do Brasil, por consubstanciar opção provisória de nacionalidade a ser ratificada depois de alcançada a maioridade (artigos 21, I , “c” e 109, X, da CF-88).
� Art. 32. “Os assentos de nascimento, óbito e de casamento de brasileiros em país estrangeiro serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem feitos, legalizadas as certidões pelos cônsules (...)”.
� Mello, José Celso. Constituição Federal anotada, 1986, p.146. “A concessão de naturalização é faculdade exclusiva do Poder Executivo. A satisfação das condições, exigências e requisitos legais não asseguram ao estrangeiro direito à naturalização. A outorga da nacionalidade brasileira secundária a um estrangeiro constitui manifestação da soberania nacional. A concessão da naturalização é uma faculdade discricionária do Poder Executivo federal. Não há direito público subjetivo à naturalização”.
� Tribunal Regional Federal da 4.ª Região – MAS – Apelação em Mandado de Segurança 72738, DJU, 24 out. 2001. “È anulável o ato de autoridade que faz exigências para a concessão de naturalização não previstas na Constituição, pois tal exigência caracteriza abuso de poder”.
� De Plácido e Silva, Vocabulário Jurídico, 16.ª ed, Rio: Forense, 1999, p. 224. Locução latina, que se traduz por aquele ou aquela de cujo ou de cuja..., utilizada não soment5e para indicar que a sucessão está aberta, como para significar pessoas falecida, sendo assim, equivalente ao morto, ao falecido ao sucedido.
O uso da expressão advém de uma abreviação feita à frase; ‘De cujus successione agitur ‘ (aquele cuja sucessão se trata), que assim passou a designar o falecido, que é aquele de cuja sucessão se trata”..
� Curso de Direito Constitucional, 10.ª ed, 2006, p.188.
� Data de Aprovação - Sessão Plenária de 13/12/1963
Fonte de Publicação - Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal - Anexo
ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 33.
� A libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, de 39 anos, foi presa em São Paulo com um passaporte falso. Ela era acusada de ter aplicado um golpe bancário de 12, bilhão de dólares no Líbano e suspeita de envolvimento com o atentado que matou o premiê libanês Rafik Hariri (março de 2006).
� Araujo, Luiz Alberto David; Nunes Júnior, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional, São Paulo: Saraiva, 10.ª, 2006, p. 238.
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