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DIREITO DAS SUCESSÕES Profa. Juliana Leite Ribeiro do Vale I – DISPOSIÇÕES GERAIS 1 – Conceito Suceder é substituir, tomar o lugar de outrem no campo dos fenômenos jurídicos. SUBSTITUIÇÃO DO TITULAR DE UM DIREITO. Permanecem o conteúdo e o objeto da relação jurídica – mudam os titulares. ■ Exemplos – comprador sucede o vendedor, o donatário sucede o doador. 2.CLASSIFICAÇÃO 2.1 SUCESSÃO INTER VIVOS E CAUSA MORTIS • Sucessão inter vivos - deriva de um ato entre vivos. Ex: compra e venda. • Sucessão causa mortis - tem como causa a morte. 2.2 – SUCESSÃO A TÍTULO SINGULAR E A TÍTULO UNIVERSAL • A título singular – quando se transfere um bem ou em certos bens DETERMINADOS – LEGADO (legatário) • A título universal – quando se transfere a totalidade do patrimônio ou fracionado em partes ideais – HERANÇA (herdeiro). 2.3 - SUCESSÃO LEGÍTIMA E SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA • Sucessão legítima - ou AB INTESTATO – é aquela decorrente da lei, regulada pelo CC. • Sucessão testamentária - Sucessão que se processa de acordo com a vontade do titular do patrimônio. NO BRASIL NÃO EXISTE PACTO SUCESSÓRIO 3. CONTEÚDO DO DIREITO DAS SUCESSÕES Livro V da Parte Especial – quatro títulos 1.784 ao 2.027 ♦ TÍTULO I – sucessão em geral – abertura da sucessão, sua administração, espécies, transmissão, aceitação e renúncia da herança, excluídos da herança, herança jacente, herança vacante e a petição de herança. ♦ TÍTULO II – sucessão legítima - ordem de vocação hereditária, os herdeiros necessários e o direito de representação. ♦ TÍTULO III – sucessão testamentária – testamento em geral, capacidade e liberdade de testar, formas ordinárias de testamento, codicilo, testamentos especiais, disposições testamentárias, legados, direito de acrescer, substituições, deserdação, redução das disposições testamentárias, revogação do testamento, rompimento do testamento e testamenteiro ♦ TÍTULO IV – inventário e partilha – inventário propriamente dito, procedimento, sonegados, pagamento das dívidas, colação, partilha, garantia dos quinhões hereditários e anulação da partilha. 4. ABERTURA DA SUCESSÃO • A abertura da sucessão se dá com morte – • Droit de saisine – princípio pelo qual, de imediato, dá-se a transmissão do domínio e da posse (CC, art. 1784). • DELAÇÃO OU DEVOLUÇÃO – É o oferencimento da herança aos sucessíveis, a herança a disposição dos herdeiros legítimos e testamentários. 5. LUGAR E ABERTURA DA SUCESSÃO • Lugar – lugar do último domicílio do autor da herança (CC, art. 1785).1 II – HERANÇA 1. CONCEITO • “conjunto de bens pertencente ao sucedido, no momento de sua morte, e que são transferidos aos herdeiros legítimos ou testamentários”. (RIZZARDO, p. 13); • “o patrimônio de quem morreu é herança” (TITO PRATES DA FONSECA p. 329) • - “a universalidade dos bens que alguém deixa por ocasião de usa morte, e que os herdeiros adquirem. É o conjunto dos bens, o patrimônio, que alguém deixa ao morrer” (CLÓVIS BEVILÁQUA, p. 19) Assim, pode-se falar em um ativo patrimonial e um passivo patrimonial • Ativo patrimonial – todos os bens – de raiz, imóveis, posses, direitos reais em coisas alheias, os direitos autorais, os móveis, o dinheiro, os títulos da dívida pública, os créditos, as jóias, as ações, os semoventes. • Passivo patrimonial – ônus, dívidas, encargos, obrigações, civis, as despesas, impostos, e quaisquer débitos para com terceiros. 2. INDIVISIBILIDADE DA HERANÇA Com a morte, o domínio e a posse transmitem-se, desde logo, aos herdeiros. Mas esse direito é indivisível, como um todo unitário (CC, art. 1791) 3. TRANSMISSÃO DA HERANÇA - PRESSUPOSTOS 3.1. MORTE - O FATO DETERMINANTE DA SUCESSÃO • Morte Natural - a) necessário registrar a morte em livros e repartições competentes, para que fique marcada a sua ocorrência como um fato condizente com a própria ciência do Estado. (Lei 6.015/73, art. 29, III, 77, 78, 79 e 80); b) as pessoas ligadas ao falecido, dentro de 24 horas devem providenciar o registro da morte (Lei 6.015/73, art. 79); c) se uma pessoa é encontrada morta deve-se avisar a autoridade policial; d) para registrar a morte é preciso de um atestado médico. • MORTE PRESUMIDA • COMORIÊNCIA - Ocorrendo a morte simultânea, as pessoas não serão herdeiras entre si, ou não transmitirão uma à outra a herança (CC, art. 8º) 3.2. OBJETO DA SUCESSÃO • O objeto da sucessão é a universalidade dos direitos, ou dos bens, que alguém deixou em razão da sua morte. Os direitos que se transferem 1 O domicílio também determinará o foro do processamento do inventário art. 96 do CPC, tendo dois foros subsidiários: a) no caso de não possuir o autor da herança domicílio certo, o feito se processará no foro da situação dos bens e, b) na hipótese de existirem bens em lugares diversos, sem o domicílio certo, a competência para o processamento do inventário será a lugar da ocorrência do óbito TRANSFEREM-SE ♦ Obrigação alimentar ♦ Ações que possuem fundo econômico ou objetivo algum resultado patrimonial – negatória de paternidade, investigação de parentalidade, impugnação ao reconhecimento do filho ♦ Anulação do casamento – o resultado pode trazer reflexos patrimoniais. Sucessão no pólo passivo e ativo. ♦Direito e obrigações – ex: uma obra ou uma prestação de serviço – os herdeiros são obrigados ao atendimento, sob pena de converter-se em indenização o dever até o montante suportável pelas forças da herança. ♦ Promessa de compra e venda – ocorrendo o pagamento de determinado n. de prestações, até o falecimento, transmitem-se unicamente os valores restantes, ou que pendem de pagamento. ♦ Direito indenizatório de cunho patrimonial ♦ Anulação de doação por vício ou outra causa ♦ Direito em espaços destinados a sepultura – sepulcros ♦ Direitos autorais - Direitos sobre obra de artes, livros. Lei 9.610 de 98, artigo 24 § 1º e 29 – a duração fica limitada pelo espaço de setenta anos, iniciando o prazo no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao falecimento do autor – Art. 41 ♦ Propriedade industrial – Lei 9.279 de 96 – patente ou marca. NÃO SE TRANSFEREM ♦ Direitos de caráter pessoal – aqueles que se encontram relacionados ao direito de família ♦ Tutela e curatela ♦ Encargos ligados ao emprego ou função pública que o de cujus exercia ♦ Ação de separação e divórcio ( a morte extingue o vínculo conjugal) ♦ Direitos patrimoniais em coisa alheia – usufruto (1410, I); uso (1413); habitação (1416) ♦Obrigações de caráter personalíssimo – obra de arte. Mas se já remunerada a obra – devolve-se o valor já pago. ♦ Promessa de compra e venda – ocorrendo o pagamento de determinado n. de prestações, até o falecimento, transmitem-se unicamente os valores restantes, ou que pendem de pagamento. Se já está todo pago o bem não entra no inventário ♦ Direito indenizatório por dano moral – transmite-se se já tiver sido proposta a ação. ♦ Doações feitas ao casal – 551, parágrao único ♦ Ação de revogação de doação – 555 – o sentido de ingratidão varia de pessoa para pessoa. ♦ Cláusula de inalienabilidade ♦ Direitos em bens de família – só entram em inventário após a morte dos cônjuges e a maioridade dos filhos – 1722. 4.ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA • Administrador provisório – antes da abertura do inventário (CC, art. 1797) • Inventariante – depois de aberto o inventário. III. AGENTES DA SUCESSÃO 1. CAPACIDADE E LEGITIMAÇÃO PARA SUCEDER. • Capacidade - virtude que ela tem, por si própria, de exercer os atos da vida civil, fazendo valer os direitos que lhe são atribuídos pela ordem jurídica. A capacidade provém do fato natural do nascimento com vida e justamente por ter capacidade, enquanto titular de direitos e obrigações, afirma-se quea pessoa possui personalidade jurídica, assim considerada enquanto exerce direitos e suporta obrigações. • Legitimação (vocação hereditária)- Mas a capacidade de exercer e a personalidade enquanto exerce, se dirigidas para um determinado campo dos direitos, em face de uma qualidade que possui alguém, podem levar a pessoa a um campo específico, que é a legitimação, isto é, a aptidão para ser contemplada num determinado setor de direitos. No Direito das Sucessões, esta legitimação de alguém ser herdeiros, por preencher certos requisitos, chama-se vocação hereditária. A vocação hereditária – que envolve a capacidade para suceder – ou decorre da lei ou de testamento. A capacidade de suceder não se confunde com a capacidade civil das pessoas. Alguém que é incapaz civilmente pode ser contemplado na sucessão hereditária. Por outro lado há casos de capacidade civil, sem capacidade sucessória. • Capacidade sucessória - aptidão da pessoa para recebe os bens deixados pelo falecido. • Na sucessão legítima – 1798 – todas as pessoas nascidas e as já concebidas são contempladas na abertura da sucessão. A) O primeiro requisito então é que, na sucessão legítima, a pessoa deve existir.O nascituro deve nascer com vida para tornar-se herdeiro. B) O segundo requisito é que ele seja chamado ou que ocorra a vocação do herdeiro, que pode se dar pela lei ou pela vontade do testador. 2. INCIDÊNCIA DA LEI VIGENTE QUANDO DA ABERTURA DA SUCESSÃO • No direito sucessório impera a lei vigente no momento em que se abre a sucessão (CC, art. 1787). IV. ACEITAÇÃO DA HERANÇA 1. CONCEITO • Aceitação da herança é um ato de vontade pelo qual o herdeiro se dispõe a aceitar a herança. 1. CARACTERÍSTICAS DA ACEITAÇÃO. • Ato unilateral – não é necessário a concordância de outros herdeiros. • Indivisível – não se pode aceitar somente parte da herança. OU seja, não se admite que o herdeiro aceite apenas os bens que lhe interesse e não aceite os demais bens. • Aceitação é irrevogável (CC, art. 1812). 2. ESPÉCIES DE ACEITAÇÃO • Tácita – a pessoa age demonstrando que aceitou a herança. • Expressa - o herdeiro declara por escrito, público ou particular, que deseja receber a herança – • Presumida – o herdeiro chamado a manifestar se aceita ou não a herança, cala-se. (CC, art. 1807). Artigo importante: CC, 1809 V. RENÚNCIA DA HERANÇA A lei não obriga ninguém a receber a herança. O herdeiro pode renunciar. 1. CARACTERÍSTICAS DA RENÚNCIA • Unilateralidade • Abstratividade • Indivisibilidade • ato jurídico puro • gratuidade • efeito retroativo • formalismo – não se acolhe que seja reconhecida a renúncia por manifestação verbal. 2. INCAPACIDADE PARA RENÚNCIA Não pode renunciar: • quem não tem plena capacidade civil. • Cônjuge casado sob o regime da comunhão universal depende da autorização do outro. • O falido não pode renunciar – (Lei de Falência, art. 52, V) • Herdeiros que tenham credores – (CC, art. 1813) 3 RENÚNCIA E IMPOSTO DE TRANSMISSÃO • RENÚNCIA ABDICATIVA (pura e simples) - Não cabe imposto de transmissão. • RENÚNCIA TRASLATIVA (em favor de alguém) - Cabe o imposto, visto que se verifica, então, uma cessão ou doação. VI. INDIGNIDADE 1. CONCEITO DE INDIGNIDADE • Indignidade é então a exclusão do herdeiro pela prática de atos criminosos ou ofensivos contra o autor da herança. 2. CAUSAS DE INDIGNIDADE 1814 enumera taxativamente os casos de indignidade • Atentado contra a vida: crime de homicídio ou tentativa deste • Fama: acusação caluniosa ou crime contra a honra • Liberdade: inibição na livre manifestção de vontade. 3. RECONHECIMENTO DA INDIGNIDADE • É declarada por sentença em ação ordinária – (CC, art. 1815). 4 REABILITAÇÃO DO INDIGNO • A lei reconhece ao ofendido a possibilidade perdoar o ofendido, admitindo, dessa maneira, a reabilitação do indigno – (CC, art. 1818) • O perdão expresso uma vez concedido torna-se irretratável. 5. EFEITOS DA INDIGNIDADE • 1º EFEITO: São pessoais os efeitos da exclusão – (CC, art. 1816) • 2º EFEITO: perda dos frutos e rendimentos – (CC, § único do art. 1817) • 3º EFEITO: perda do usufruto e da administração dos bens que couberem aos filhos – (CC, §único do art. 1816) • 4º EFEITO: validade das alienações de bens e atos de administração – (CC, art. 1817) • 5º EFEITO: direito à indenização pelas despesas feitas – (CC, § único do art. 1817) VII. DESERDAÇÃO 1. CONCEITO • exclusão do herdeiro por vontade do de cujus – (CC, art. 1961) 2. CAUSAS DE DESERDAÇÃO • CC, art. 1962: deserdação dos descendentes pelos ascendentes. • Ofensa física – revela falta de afeto, de amor, de respeito e de gratidão • injúria grave – é figura complexa que exige apreciação casuística. Pode se materializar tanto através da palavra falada quando da escrita • relações ilícitas com a madrasta ou o padrasto – incesto e adultério • desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade – revela desafeição, egoísmo, individualismo e falta de solidariedade humana. • CC, art. 1963: deserdação dos ascendentes pelos descendentes • Ofensa física; • Injúria grave; • Relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto ou com o marido ou companheira da filha ou da neta • Desamparo do descendente. 3. PRESSUPOSTOS DA DESERDAÇÃO: • existência de herdeiro necessário e que o mesmo sobreviva ao testador • vontade do testador expressamente manifestada no testamento válido • motivo da deserdação deve ser um dos arrolados em lei – o rol é taxativo. 4. EFEITOS • Os efeitos são pessoais, ou seja, sendo pena, seus efeitos são personalíssimos, não passando da pessoa do deserdado. • Se o indigno pode ser perdoado, da mesma forma, o deserdado pode ser reabilitado pelo testador. 5. DISPOSIÇÕES FINAIS • Só o testamento com expressa declaração da causa tem o poder de gerar a deserdação – (CC, art. 1964) • Exige-se a prova da veracidade da causa, cabendo aos herdeiros interessados prová-la no lapso temporal de 4 anos – (CC, art. 1965) • O testador só poderá perdoar o deserdado por meio da revogação testamentária. INDIGNIDADE DESERDAÇÃO � Própria da sucessão legítima � Própria da sucessão � Independe da vontade do de cujus � Vontade presumida do de cujus. � Motivos da exclusão anteriores ou posteriores à morte do de cujus. � Motivos da indignidade são válidos para a deserdação testamentária � Depende da vontade do de cujus � Efetiva vontade do de cujus � Motivos da exclusão sempre anteriores à morte do de cujus � Nem todos os motivos da deserdação configuram indignidade. VIII. SUCESSÃO LEGÍTIMA 1. DA SUCESSÃO PELO DESCENDENTE NO NOVO CC • entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representação – (CC, art. 1.833); • os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de seus ascendentes – (CC, art. 1.834); • na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau – (CC, art. 1.835); • deduzido eventual direito do cônjuge ou companheiro sobrevivente conforme já demonstrado, o direito hereditário dos descendentes fica assim regido: Fonte: www.gontijo-familia.adv.br 2. DA SUCESSÃO POR ASCENDENTE NO NOVO CC • na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente – (CC, art. 1.836) • § 1o - Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. • § 2o - Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. • concorrendocom ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau - art. 1.837; Fonte: www.gontijo-familia.adv.br 3. DO DIREITO SUCESSÓRIO DO CÔNJUGE NO NOVO CC 3.1. DAS REGRAS GERAIS • cônjuge é herdeiro sem prejuízo da meação em razão do regime de bens; • cônjuge é herdeiro necessário, daí a exclusão do instituto do usufruto legal; • cônjuge tem direito real de habitação, em qualquer regime de bens, caso a herança seja composta por um único imóvel residencial – (CC, art. 1.831n); • só terá direito à herança caso, cumulativamente: a) não esteja separado judicialmente; b) não esteja separado de fato há mais de 2 anos; c) não seja culpado pela separação de fato há mais de 2 anos – (CC, art. 1.830); 3.2. DO CÔNJUGE CONCORRENDO COM DESCENDENTE DO FALECIDO • cônjuge só participa da sucessão em concorrência com descendentes na hipótese do regime de bens: a) não ser o da separação legal, b) não ser o da comunhão universal ou c) ser o da comunhão parcial mas existir bens particulares – (CC, art. 1.829, I); • cônjuge só será herdeiro preferencial quando o regime de bens for o da separação convencional, da comunhão parcial com bens particulares deixados pelo falecido ou participação final nos aqüestos; • a doutrina divide-se no que diz respeito aos bens que o cônjuge herdará juntamente com os descendentes: I) Para alguns, o cônjuge será herdeiro universal, juntamente com os descendentes, inclusive daquela porção de bens dos quais foi deduzido seu direito de meeiro. É dedução lógica pela sucessão entre companheiros já que estes recebem herança sobre os bens de que são meeiros; II) Para outros, o cônjuge deve concorrer com os descendentes somente quanto aos bens particulares do autor da herança, devendo os bens advindos da meação serem divididos somente entre os filhos. • em concorrência com os descendentes caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer – (CC, art. 1.832). Se o cônjuge não for ascendente dos herdeiros com quem concorrer, caberá a ele quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça. Fonte: www.gontijo-familia.adv.br 3.3. DO CÔNJUGE CONCORRENDO COM ASCENDENTE DO FALECIDO • o cônjuge será herdeiro, qualquer que seja o regime de bens, caso esteja concorrendo com ascendentes do falecido; • CC, art. 1.837: “concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará 1/3 da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.” Fonte: www.gontijo-familia.adv.br 3.4. O CÔNJUGE É HERDEIRO DE TODOS OS BENS DO FALECIDO CASO ELE NÃO DEIXE DESCENDENTE, ASCENDENTE, INDEPENDENTE DO REGIME DE BENS – ART. 1.838 – RECEBERÁ APENAS PARTE, CASO O DE CUJUS DEIXE HERDEIROS INSTITUÍDOS OU LEGATÁRIOS EM TESTAMENTO 4.DO DIREITO SUCESSÓRIO DO COMPANHEIRO NO NOVO CC • companheiro sobrevivente não é herdeiro necessário; • companheiro pode ser excluído da herança por testamento; • companheiro recebe herança sem prejuízo da meação; • companheiro tem o direito hereditário restrito a quota parte nos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, ou seja, só é herdeiro dos bens sobre os quais tem meação enquanto estiver concorrendo com descendentes e ascendentes do falecido, salvo estipulação contrária em contrato (CC, art. 1.790, I e II); • quando o companheiro concorre com colaterais, além de receber sua meação nos bens comuns, recebe ainda 1/3 de toda a herança, salvo estipulação contrária em contrato (ou testamento) – (CC, art. 1.790, III); • CC, art. 1790: a companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: • I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; • II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; • III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; • Alguns autores entendem que deixa de existir o direito real de habitação e o direito à parte do usufruto sobre bens da herança porque o CC/02 vai disciplinar toda a matéria relativa à união estável, revogando as Leis n. 8.971/94 e 9.278/94. Outros, entendem que o CC/02 não revogou o parágrafo único do artigo 7º da Lei 9.278/94, permanecendo garantido ao companheiro o direito real de habitação. Fonte: www.gontijo-familia.adv.br 5 DA SUCESSÃO POR COLATERAL NO NOVO CC 5.1 DO COLATERAL DE 2º GRAU: IRMÃO • SÓ IRMÃOS BILATERAIS ou • IRMÃOS BILATERAL E UNILATERAL (CC, art. 1.841) Fonte: www.gontijo-familia.adv.br IX – DOS HERDEIROS NECESSÁRIOS • herdeiros necessários passam a ser os descendentes, ascendentes e cônjuges; mantida a possibilidade de disposição de metade dos bens em caso de haver herdeiros necessários (CC, art. 1.789); • a legítima que pertence aos herdeiros necessários (CC, art. 1.846) só pode ser onerada pelas cláusulas restritivas de propriedade quando houver justa causa expressada pelo falecido em testamento (CC, art. 1.848); o testador tem até 10/1/04 para aditar testamento justificando as cláusulas restritivas (CC, art. 2.042); sobre a quota disponível não há necessidade de justificação • a legítima é calculada na forma do art. 1.847: legítima = valor dos bens na dada da abertura da sucessão - (menos) dívidas e despesas do funeral + (mais) valor dos bens sujeitos à colação. X - SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA 1 – TESTAMENTO 1.1. CONCEITO • O CC 16, no artigo 1626, trazia o conceito de testamento. No entanto, esse conceito não fazia nenhuma menção à possibilidade de inserir no testamento disposições de caráter não patrimonial. • CC 02 não cometeu esse erro, uma vez que não conceitua o testamento. (CC, art. 1857) 1.2. CARACTERÍSTICAS • TESTAMENTO É NEGÓCIO JURÍDICO – manifestação de vontade destinada à produção de efeitos, o testamento é negócio jurídico com efeito causa mortis. • TESTAMENTO É ATO UNILATERAL – A declaração de vontade que dá vida ao testamento é única. • TESTAMENTO É ATO DE ULTIMA VONTADE OU CAUSA MORTIS – os efeitos só se iniciam após a morte do testador. • TESTAMENTO É NEGÓCIO JURÍDICO REVOGÁVEL – A possibilidade de revogá- lo é elemento básico do instituto. Disposições não patrimoniais podem não ser revogáveis – reconhecimento de filho. • TESTAMENTO É ATO SOLENE – A manifestação de vontade contida no testamento deve ser efetivada por meio de formalidades determinadas na lei. Há nulidade absoluta quando as formalidades não são seguidas. Formas ≠ Formalidades Formas (ordinária e especial) → cada uma com suas formalidades • TESTAMENTO É ATO PERSONALÍSSIMO – (CC, art. 1858) – O ato deve ser elaborado unicamente pelo testador. Não pode ser elaborado por mandatário.Não pode ser coletivo (CC, art. 1863) • TESTAMENTO É GRATUITO – Ato de natureza gratuita. Não se impõe ao beneficiado qualquer contraprestação. 1.3. CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA (ATIVA E PASSIVA) 1.3.1 CAPACIDADE ATIVA • Só pessoas físicas podem testar. • Há pessoas, no entanto, com legitimidade mais restrita, não podendo usar de certas formas de testamento. Ex: testador que não sabe português não pode testar de forma pública, pois é essencial que eles seja redigidos em português; cego só pode testar de forma pública (CC, art. 1867) • A regra geral é a CAPACIDADE. O CC/02 regula a incapacidade – (CC, art. 1860): I – Incapacidade em razão da idade. II – incapacidade por falta de discernimento ou enfermidade mental. 1.4. CAPACIDADE PASSIVA• Prole eventual – (CC, art. 1799, I) • Pessoa jurídica – (CC, art. 1799, II) • Pessoa jurídica que ainda não exista, mas seja constituída sob a forma de fundação - (CC, art. 1799, III) 1.5. INCAPACIDADES PARA RECEBER • Quem escreve o testamento e seus parentes próximos – (CC, art. 1801, I) • Testemunhas testamentárias - (CC, art. 1801, II) • Concubino do testador casado - (CC, art. 1801, III) • O tabelião e outras pessoas junto às quais se faz o testamento - (CC, art. 1801, IV) 1.6. FORMAS DE TESTAMENTO 1.6.1. Testamento público • CC, art. 1864, I – UNICAMENTE TABELIÃO tem a capacidade para lavrar o testemento. Atenção para o fato de que a norma também autoriza o substituo legal, revogando assim a Lei 8.935 que dava competência exclusiva aos tabeliães e mesmo os substitutos não poderiam lavrar. • CC, art. 1864 II - PRESENÇA DE DUAS TESTEMUNHAS. Durante a realização do ato, ficarão no mesmo compartimento o testador, as testemunhas e o tabelião ou seu substituto, sem intervalos ou lacunas a não ser que seja breve • CC, art. 1864, II - LEITURA DO TESTAMENTO. A leitura deve ser em voz alta e inteligível, pausadamente, de modo que todos possam ouvir e entender o texto. • CC, art. 1864, III – ASSINATURAS LANÇADAS NO TESTAMENTO. Após a leitura do ato assinam o tabelião, o testador e as duas testemunhas. 1.6.2. Testamento Cerrado • CC, art. 1869 A - REDAÇÃO DO TESTAMENTO. Tanto o testador como alguém pode redigir para ele, mas a assinatura DEVE SER DELE. Não é possível que a pessoa assine à rogo. • CC, art. 1872 - É necessário que o testador SAIBA LER. • CC, art. 1870 – o tabelião pode ter escrito a rogo e mesmo assim pode aprovar. • CC, art. 1871 - Não há qualquer óbice quanto ao idioma B – ASSINATURA DO TESTAMENTO • CC, art. 1868 – só o testador pode assinar. Sem ao souber, ou estiver impossibilitado, outra pessoa NÃO PODE SUPRIR A PROVIDÊNCIA. C - ENTREGA DO TESTAMENTO AO TABELIÃO • O próprio testador deve entregar a cédula ao tabelião. NÃO PODE SER POR PROCURAÇÃO! D – APROVAÇÃO DO TESTAMENTO • Recebido o tabelião o documento inicia a solenidade de aprovação, que é a escrita de um texto contendo o ato de aprovação. • O texto deve iniciar IMEDIAMENTE após a ultima palavra do testamento. • A cédula não deve ser lida pelo tabelião. Apenas observará se há rasuras, emendas, borrões, espaços em branco ou riscaduras. E se tiver isso ele aconselha ao testador que lavre ou escreva outro texto, podendo inclusive ele mesmo o fazer. • IMPORTANTE A COLOCAÇÃO DA DATA. É anulável o testamento cerrado sem data, se algumas dúvidas aparecerem especialmente quanto à capacidade do testador. E – LEITURA DO AUTO DE APROVAÇÃO • ATENÇÃO – Lê-se o auto de aprovação E NÃO O TESTAMENTO, por obvio. F – AS ASSINATURAS NO AUTO DE APROVAÇÃO • Assinam o tabelião, o testador e as testemunhas. G – FECHAMENTO E LACRE DO TESTAMENTO • Concluída todas as fases acima o tabelião deverá fechar o testamento e cosê-lo colocando o lacre nos pontos da costura. F – ENTREGA DO TESTAMENTO AO TESTADOR • CC, 1874 - Atendidos todos os requisitos previstos em lei, o tabelião entregará o testamento para o testador e registrará nota do lugar, dia, mês e ano em que o testamento foi aprovado e entregue ao testador. 1.7. TESTAMENTO PARTICULAR • Pode ser escrito de próprio punho, a rogo, ou mecanicamente. NÃO PODE TER ASSINATURA A ROGO. • Se elaborado por meio mecânico não pode ter rasuras ou espaços em branco, devendo ser assinado pelo testador, depois de lido na presença de pelo menos três testemunhas, que o subscreverão. • MÍNIMO DE TRÊS TESTEMUNHAS -quanto maior melhor. • Pode ser redigido em língua estrangeira. • O testamento particular deve ser confirmado após a morte do testador – (CPC, 1130 e seguintes do CPC). 2. REDUÇÃO DAS DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS • Sabe-se que havendo herdeiros necessários o testador não pode atribuir no testamento senão a metade de seu patrimônio. A outra metade constitui a LEGÍTIMA dos herdeiros necessários. Pode ocorrer, no entanto, o testador venha a ULTRAPASSAR a metade disponível. Há, então, que se ajustar a LEGÍTIMA – (art. 1967) 3. REVOGAÇÃO E ROMPIMENTO DOS TESTAMENTOS • Modificação ou desconstituição do testamento, através de ato d vontade daquele que dispôs. INVALIDADE REVOGAÇÃO 1. Decorre de vício de consentimento ou deforma 2. Depende de comprovação do vício e da dclaração por ato judicial 1. Decorre de ato de vontade. 2. Depende unicamente de decisão do disponente, desde, porém, que absolutamente livre a vontade. 3.1ESPÉCIES DE REVOGAÇÃO REVOGAÇÃO EXPRESSA REVOGAÇÃO TÁCITA REVOGAÇÃO PRESUMIDA Confecção de novo testamento, no qual menciona-se especificamente a revogação, no todo ou em parte de um testamento anterior, podendo ser mediante forma diferente daquela do testamento revogado Revogação decorre do surgimento de um novo testamento, cujos dizeres e conteúdo apresentam-se incompatíveis com o anterior. Particularidade qto ao testamento cerrado – 1972. Aqui não temos propriamente uma revogação, mas o rompimento do testamento porque aparece, após a sua elaboração, um fato que faz presumir ou concluir a modificação da vontade externada na declaração testamentária. Elemento indispensável: menção no testamento posterior que ele revoga o anterior Elemento indispensável: não pode haver qualquer menção. 1973 e 1974 – presunção é juris tantum 4. ROMPIMENTO DO TESTAMENTO • Há situações, consistentes do surgimento de novos descendentes, e da ignorância quanto à existência de outros herdeiros necessários, que o CC considera rompimento do testamento. • CC, art. 1973 - Superveniência de descendente sucessível • CC, art. 1974 - Rompimento diante do aparecimento de herdeiros necessários ignorados, depois do testamento • CC, art. 1975 - Subsistência do testamento se conhecia a existência de herdeiros necessários 5. LEGADOS • É uma deixa testamentária DETERMINADA dentro do acervo transmitido pelo autor da herança. 5.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS • Primeiramente temos que a sucessão do legatário é a TÍTULO SINGULAR. • Contém uma LIBERALIDADE do testador. • Tudo o que for economicamente apreciável e que possa ser objeto de um negócio jurídico pode ser objeto de um legado • Pode vir com encargo • O rótulo que o testador dá à deixa não interessa • O testador pode aquinhoar com legado aquele que já é herdeiro legítimo – pré-legado.Também pode o herdeiro testamentário ser legatário • O herdeiro pode aceitar a herança e renunciar o legado e vice e versa � Legado pode vir com clausula de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade � Não existe direito de representação entre os legatários 5.2. CADUCIDADE DOS LEGADOS • CC, art. 1939 6. DIREITO DE ACRESCER ENTRE HERDEIROS E LEGATÁRIOS 6.1. O AMBITO DA SUCESSÃO LEGÍTIMA • Se um dos filhos já tiver pré-morrido ao de cujus (E NÃO HOUVER DIREITO DE REPRESENTAÇÃO) os filhos sobreviventes receberão a herança, pois é pre-morto não foi nem nunca será herdeiro. Mas aqui, embora a lei não diga, a quota do pré morto ACRESCE aos demais do mesmo nível, na mesma classe, que vão receber uma parte maior do monte. 6.2. NO AMBITO DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA • Primeira regra é o EXAME DA VONTADE DO MORTO – ele pode ter disposto sobre substituições, acréscimos ou caducidades. • Segunda regra é OBSERVAR QUE, SE O TESTADOR SILENCIA E NOMEIA DOIS OU MAIS HERDEIROS OU LEGATÁRIOS SEM DISCRIMINAR SUA QUOTA OU PORCENTAGEM NA HERANÇA OU NO OBJETO LEGADO, AOS SUCESSORES REMANESCENTES SE ACRESCE O BENEFÍCIO – disposições testamentárias cumulativas. Uma idéia que não podemos perder de vista é: NÃO HAVENDO DISPOSIÇÃO CONJUNTA NO TESTAMENTOE INEXISTINDO SUJEITO PARA A DEIXA TESTAMENTÁRIA, OU HÁ SUBSTITUIÇÃO APOSTA PELO TESTADOR, OU DEVOLVE- SE A PORÇÃO HEREDITÁRIA OU LEGADO AO MONTE, PARA SEGUIR O DESTINO DA VOCAÇÃO LEGÍTIMA. • A idéia do direito de acrescer concentra-se na existência de dois ou mais aquinhoados NA MESMA DISPOSIÇÃO - 1941 e 1942 6.2.1. DIREITO DE ACRESCER ENTRE CO-HERDEIROS • CC, art. 1941 6.2.2. DIREITO DE ACRESCER ENTRE LEGATÁRIOS • CC, art. 1942 7. SUBSTITUIÇÕES. FIDEICOMISSO • Quando falamos em substituição falamos da possibilidade do testador nomear um segundo herdeiro ou legatário, para substituir o primeiro nomeado, se, por qualquer razão, não se operar a transmissão do benefício ao indicado original. • Substituição vulgar – CC, art. 1947 • Substituição recíproca, CC, art. 1948. 7.1 FIDEICOMISSO • Com o CC/02 o fideicomissário só poderá ser prole eventual. XI. INVENTÁRIO • No processo sucessório inventário tem um sentido amplo = abrangendo a descrição dos bens, a verificação dos herdeiros, e mesmo a posterior partilha. • CPC, art. 982 (redação dada pela Lei 11.441/2007). “Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil par ao registro imobiliário”. • O inventário negativo (quando não existem bens a inventariar) é importante nos casos, nos quais se pretende eliminar uma das causas suspensivas matrimoniais. 1. ADMINISTRAÇÃO PROVISÓRIA DA HERANÇA • CC, art. 1797 e CPC, art. 985 2. ADMINISTRAÇÃO DEFINITIVA DA HERANÇA • Com a nomeação do inventariante, assume ele a administração do espólio, cessando a atividade do administrador provisório. 3. PRAZO PARA O AJUIZAMENTO E O TÉRMINO DO INVENTÁRIO • CPC, art. 983 (redação dada pela Lei 11.441/2007) 4. LEGITIMIDADE PARA REQUERER O INVENTÁRIO E PARTILHA • CPC, art. 987 e 988 - a legitimação é concorrente e não subsequente. XII. PARTILHA 1. FORMAS DE PARTILHA • Partilha amigável – representa o acordo de vontades, em que são todos os herdeiros reciprocamente outorgantes e outorgados. É feito por escritura pública, por instrumento particular ou por termo nos autos. • Partilha judicial – é obrigatória se os herdeiros divergirem, ou se algum deles for incapaz – 2016 e facultativa entre capazes. O juiz que decidirá que resolverá quanto aos requerimentos dos interessados, determinando os quinhões. • Partilha em vida – Pode se dar de duas formas:a) partilha-doação – vale como uma doação propriamente dita, sujeitando-se aos requisitos e ás vicissitudes das doações em geral, forma, capacidade, aceitação, respeito às legítimas dos herdeiros necessários, colação dos valores por constituir antecipação da legítima, abrangência dos bens atuais apenas e exclusão dos futuros, ineficácia em se compreender a totalidade dos bens do doador, salvo reserva de renda para a subsistência. É irrenunciável; b) Partilha-testamento – adotada a forma testamentária prevalece como disposição de ultima vontade e sujeita-se aos requisitos do testamento. Somente produz efeito após a morte, é passível de revogação a todo tempo e pode compreender todos os bens presentes e futuros. Difere do testamento ordinário porque reparte o acervo entre aqueles que são os chamados ope leges. 2. INVALIDADE DA PARTILHA • ação para anular a partilha, com fundamento no 1.029 e 2027 que caduca em um ano. Essa ação ataca a partilha amigável. É possível em todas as situações em que o negócio jurídico é anulável e também por inobservância do 2017. • Se a partilha amigável constituir um negócio nulo a ação é de nulidade e prazo extintivo é de dez anos. • Partilha judicial a partilha só pode ser atacada por ação rescisória – 1030. • O herdeiro que não foi parte pode recorre à ação de petição de herança, não podendo usar da ação rescisória. Prazo extintivo é de dez anos. BIBLIOGRAFIA � CAHALI, Francisco José; HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Direito das Sucessões. 3ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. � CATEB, Salomão de Araújo. Deserdação e indignidade no direito sucessório brasileiro. Belo Horizonte: Del Rey, 2004. � ______. Direito das Sucessões. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2003 � GOMES, Orlando. Sucessões, 11 ed. 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