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DIREITO PENAL I
PROF. LUÍS ROBERTO
(luisrob@unitoledo.br)
Classificação dos crimes
8.8.1 Delitos de resultado x delitos de mera conduta
Delitos de resultado: o tipo legal prevê o resultado como parte integrante (elementar) de sua estrutura. Por outras palavras, a produção do resultado é essencial à tipicidade. Ex.: homicídio, infanticídio, aborto, lesões corporais, furto, roubo, estelionato etc.
Delitos de mera conduta: o tipo penal não prevê o resultado como elementar. Por outras palavras, a produção do resultado não é essencial à tipicidade.Ex.: violação de domicílio (art. 150); ato obsceno (art. 233); reingresso de estrangeiro expulso (art. 338); extorsão (art. 158).
Delitos formais: cuida-se de classificação adotada po parte da doutrina (Damásio, Mirabete etc.). Segundo essa linha, o delito é formal quando o tipo penal não prevê a necessidade de ocorrência do resultado para sua consumação, mas que a conduta se dirija à produção de determinado resultado ofensivo. Exs.: extorsão (art. 158); extorsão mediante sequestro (art. 159), ameaça (art. 147). Ou seja, são delitos formais aqueles que, não obstante reclame a lei que a vontade do agente se dirija à produção de um resultado que constituiria uma lesão do bem, não exigem para a consumação que esse resultado se verifique (Damásio). Também chamados de crimes de consumação antecipada ou de resultado cortado (o tipo penal descreve um resultado naturalístico, cuja ocorrência, porém, é desnecessária à sua consumação). A produção do resultado não é essencial à tipicidade. É essencial para a tipicidade apenas que a conduta se encaminhe, finalisticamente, para a produção de certo resultado. Esses delitos, para outra parte da doutrina (Regis Prado e outros) seriam classificados como de mera conduta.
		
8.8.2 Delitos qualificado pelo resultado
		São aqueles que têm dolo no antecedente (no tipo básico) e dolo ou culpa no consequente (resultado que agrava a pena), ou ainda culpa no antecedente e dolo no consequente. 
Podem apresentar, portanto:
a) dolo no antecedente e culpa no consequente. Ex.: lesão corporal seguida de morte, art. 129, par. 3º - há dolo de lesão (antecedente) e culpa quanto ao resultado morte (consequente);
b) dolo no antecedente e dolo no consequente. Ex.: lesão corporal seguida de aborto – art. 129, par. 2º, V – há dolo de lesão (antecedente) e culpa em relação ao aborto (consequente);
c) culpa no antecedente e dolo no consequente (art. 121, par. 4º). Nesse caso, a morte é culposa (antecedente) e o resultado agravador, que pode ser a omissão de socorro ou a fuga para evitar o flagrante, por exemplo, advém a título de dolo (consequente). 
8.8.3 Delitos de delito de dano x delitos de perigo
Delitos de dano: exige-se uma efetiva lesão ao bem jurídico. Ex.: homicídio, lesões corporais, estupro. 
Delitos de perigo: basta a existência de uma situação de perigo ao bem jurídico protegido. Ex.: omissão de socorro, quadrilha ou bando (art. 288).
8.8.4 Delitos comuns e delitos especiais
Delitos comuns: o sujeito ativo é indeterminado, ou seja, qualquer pessoa pode ser sujeito praticar o crime. Ex.: homicídio, lesões corporais, estupro, futo. 
Delitos especiais: o tipo exige uma qualidade especial do sujeito ativo. Somente determinadas pessoas podem praticá-lo portanto. Ex.: infanticídio (art. 123), peculato (art. 312), falso testemunho ou falsa perícia (art. 342). 
8.8.5 Delitos unissubsistentes x delitos plurissubsistentes
Delitos unissubsistentes: consumam-se com a prática de um só ato. Ex. injúria verbal.
Delitos plurissubsistentes: são compostos por vários atos, que integram a conduta. Existem fases que podem ser separadas, fracionando-se a execução do crime. Admitem, portanto, a tentativa. Constituem a maioria dos delitos. Ex.: homicídio, lesões corporais, furto.
 8.8.6 Delitos comissivos x delitos omissivos
Delitos comissivos: aquele cujo tipo descreve uma ação – atividade positiva – fazer alguma coisa. Ex. matar, subtrair, obter, ofender etc. Ou seja, é aquele praticado por ação.
Delitos omissivos: a) delito omissivo próprio: o tipo descreve uma omissão – conduta negativa – deixar de fazer alguma coisa. Ex.: omissão de socorro (art. 135), abandono material (art. 244), abandono intelectual (art. 246); b) delito omissivo impróprio (comissivo por omissão): são, normalmente, delitos de ação, que podem ser cometidos por omissão (Ex. homicídio, infanticídio, lesões corporais etc.).
8.8.7 Delitos instantâneos x permanentes x instantâneos de efeitos permanentes
Delitos instantâneos: consuma-se em único instante ou momento determinado, sem continuidade temporal. Ex.: injúria (art. 140), invasão de domicílio (art. 135).
Delitos permanentes: aqueles cuja consumação se alonga, se protrai no tempo, prolongando-se a situação danosa. Ex. sequestro, extorsão mediante sequestro.
Delitos instantâneos de efeitos permanentes: consuma-se num instante, mas o resultado é duradouro. Aqui, a permanência dos efeitos não depende do agente, mas decorre na própria natureza da ação/resultado (Ex.: homicídio, aborto, roubo etc.). 
8.8.8 Delitos instantâneos x permanentes x instantâneos de efeitos permanentes
Delitos simples: correspondem às figuras típicas simples, que contém os elementos dos tipos básicos dos delitos. Ex.: homicídio simples (art. 121, capu); lesão corporal simples (art. 129, caput); injúria simples (art. 140, caput).
Delitos privilegiados: ocorre quando incidem causas de diminuição de pena, por ser menor o desvalor da ação ou menos grave a culpabilidade. Ex. homicídio privilegiado (art. 121, par. 1º).
Delitos qualificados: aqueles em que incide uma circunstância que torna mais grave o crime, por se maior o desvalor da ação ou a intensidade da culpabilidade. Ex.: homicídio qualificado (art. 121, par. 2º); lesão corporal qualificada (art. 129, par. 1º a 3º).
8.8.8 Delitos simples e complexos
Delitos simples: São os que apresentam tipo penal único. Ex. Homicídio.
Delitos complexos: aqueles cujo tipo penal é composto de outros tipos. Ex.: extorsão mediante sequestro = extorsão + sequestro; roubo = furto + constrangimento ilegal; latrocínio = roubo + homicídio.
8.8.9 Delitos continuados
Há delitos continuado quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelo modus operandi, os subsequentes podem ser tidos como continuação do primeiro (CP, art. 71). Aplica-se a pena de um só, com aumento, conforme art. 71.
8.8.10 Delitos subsidiários
Verificam-se, na hipótese de inexistência de delito mais grave. Ex. Perigo para a vida ou a saúde de outrem (art. 132); ameaça (art. 147); constrangimento ilegal (art. 146).
8.8.11 Delitos de concurso necessário
Os tipos legais exigem a presença de mais de um sujeito ativo para sua consumação. Ex.: quadrilha ou bando (art. 288); bigamia (art. 240).
8.8.12 Delitos de ação múltipla
Há várias modalidades de conduta descritas no tipo e a consumação ocorre com a prática de uma delas somente. Ex.: participação em suicídio (art. 122); tráfico de entorpecente. 
8.8.13 Delitos progressivos ou de passagem
Consistem na prática de atos de gravidade ascendente contra um mesmo bem jurídico, passando o agente de um resultado menos grave para um mais grave. O menos grave é chamado de “delito de passagem”. Ex.: homicídio x lesões corporais (crime de passagem); furto x invasão de domicílio (crime de passagem). 
8.8.14 Delitos putativos
Cuida-se de delitos imaginários. Ou seja, o agente pensa que está cometendo crime, quando, na verdade, é fato atípico. Isso pode ocorrer por erro de tipo (ex.: mulher pensa que está grávida e toma abortivo, quando não está); erro de proibição (ex.: o agente pensa que, tendo saído com outra mulher fora do casamento, cometeu o crime de adultério, quando essa norma já foi revogada); ou por obra de agente provocador – crime de flagrante provocado (ex.:o patrão deixa uma nota fora do caixa, para testar funcionário, mas toma todas as precauções possíveis para que o delito não ocorra. 
8.8.15 Delitos impossíveis
Ocorrem quando há: a) ineficácia absoluta do meio (ex.: o agente tenta envenenar alguém, colocando substância que pensa ser veneno no suco do outro, quando se trata de açúcar mascavo); ou b) absoluta impropriedade do objeto (ex.: tentar matar alguém que já está morto).
8.8.16 Delitos falhos
O agente executa todos os atos que pode, mas o resultado não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade (art. 14, II). Ex.: sujeito descarrega o revólver contra a vítima, atingindo-a, e a joga em rio, sendo ela salva por terceiros. 
8.8.17 Delitos transeuntes
São os que deixam vestígios. Ex.: homicídio, lesões corporais. Delitos não transeuntes: os que não deixam (ex.: injúria verbal).
8.8.18 Delitos habituais
São os que contém comportamentos idênticos e repetidos, que só se perfazem em decorrência de uma ação reiterada (casa de prostituição – art. 229; rufianismo – art. 230; curandeirismo – art. 284).
Referências bibliográficas
JESUS, Damásio E. Direito Penal. Parte Geral. 26a. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 8.ed. São Paulo: RT, 2008.
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