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Escolas penais

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DIREITO PENAL I - PROF. LUÍS ROBERTO
PAPER
3 ESCOLAS PENAIS
No século XIX, surgiram diversas correntes de pensamento sobre o Direito Penal, especialmente sobre o direito de punir, a natureza do delito e a finalidade das sanções penais. Veremos, abaixo, as principais características delas.
3.1 Escola clássica
O Direito tem natureza transcendente, segue a ordem imutável da lei natural. É congênito ao homem, inerente a ele, foi dado por Deus à humanidade no momento da criação.
O delito é um ente jurídico, pois constitui a violação de um direito, uma infração à lei.
A responsabilidade penal é lastreada na imputabilidade moral e no livre arbítrio humano.
A pena é um meio de proteção jurídica e uma retribuição da culpa moral comprovada pela crime.
O criminoso é, em regra, um homem normal que se sente livre para optar entre o bem e o mal, e preferiu o último. O crime é impelido pela força física e pela força moral, esta constituída pela vontade livre e consciente do criminoso, que tem live arbítrio para fazê-lo. 
Principal representante: Francesco Carrara (Programa del corso di diritto criminalle (1859). Para esse autor, o delito é um ente jurídico. O crime era definido por ele como “a infração da lei do Estado, promulgada para proteger a segurança dos cidadãos, resultante de um ato externo do homem, positivo ou negativo, moralmente imputável e politicamente danoso”. Diz o autor “promulgada” porque reforça a ideia de que se refere apenas à regra legal e não às normas morais ou religiosas.
3.2 Escola positiva
Desponta com o desenvolvimento dos estudos sociológicos e biológicos. O movimento naturalista pregava a supremacia da investigação experimental em oposição à indagação puramente racional. Predomínio do pensamento positivista no campo da filosofia (Augusto Comte) e das teorias evolucionistas de Darwin e Lamarck.
Fases: a) fase antropológica (Cesare Lombroso, 1876); b) fase sociológica (Enrico Ferri, 1892); c) fase jurídica (Rafael Garófalo, 1885).
As principais idéias de Lombroso (O homem delinquente), são:
o crime é um fenômeno biológico, não um ente jurídico
o criminoso é um ser atávico e representa a regressão do homem ao primitivismo. É um selvagem e nasce delinquente como outros nascem sábios ou doentios (degeneração)
o criminoso nato apresenta características físicas e morfológicas específicas, como assimetria craniana, fronte fugidia, zigomas salientes, face ampla e larga, cabelos abundantes e barba escassa etc.
o criminoso nato é insensível fisicamente, resistente ao traumatismo, canhoto ou ambidestro, moralmente insensível, impulsivo, vaidoso e preguiçoso
a causa da degeneração que conduz ao nascimento do criminoso é a eplepsia, que ataca os centros nervosos, deturpa o desenvolvimento do organismo e produz regressões atávicas
o criminoso é, em resumo, um ser atávico, com fundo epiléptico e semelhante ao louco moral, doente antes que culpado e que deve ser tratado e não punido
Ferri (Sociologia Criminal) foi o maior expoente da Escola Positiva. Segundo ele, o crime tem um trinômio causal: os fatores antropológicos, sociais e físicos. As principais idéias da Escola Positiva:
o crime é um fenômeno natural e social, sujeito às influências do meio e de múltiplos fatores, exigndo o estudo pelo método experimental
é negado o livre-arbítrio (determinismo biológico-social). As ações humanas são produto do organismo fisiológico do homem e da atmosfera física e social onde nasceu e na qual vive (fatores antropológicos, psíquicos, físicos e sociais). “O homem age como sente e não como pensa”. O homem é um produto social. O meio é importante fator criminógeno.
os criminosos podem ser classificados em natos, loucos, ocasionais, habituais e passionais
a responsabilidade penal é responsabilidade social, por viver o criminoso em sociedade, e tem por base a sua periculosidade
a pena é medida de defesa social, visando à recuperação do criminoso ou sua neutralização
o criminoso é sempre, psicologicamente, um anormal, de forma temporária ou permanente
Por sua vez, Garófalo realizou a sistematização jurídica da Escola. Estabeleceu, entre outras coisas:
a periculosidade como base da responsabilidade
a prevenção especial como fim da pena
a divisão dos delinquentes em assassinos, violentos, ímprobos e cínicos
3.3 Escolas intermediárias ou ecléticas
Consistiram em uma síntese das principais ideias da Escola Clássica e da Escola Positiva. Citam-se a Escola Moderna Alemã e a Terceira Escola.
Separaram o Direito Penal das demais ciências penais, contribuindo para sua evolução
Referiam-se à causalidade do crime e não à sua fatalidade, excluindo, portanto, o tipo criminal antropológico
Pregavam a reforma social como dever do Estado no combate ao crime
Influenciaram na criação de diversos institutos, como as medidas de segurança, o livramento condicional, o sursis etc.
Maior preocupação com a pessoa do condenado (perspectiva humanista) – doutrina da Nova Defesa Social (a sociedade apenas é defendida à medida que se proporciona a adaptação do condenado à vida social)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 8.ed. São Paulo: RT, 2008.
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