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Fato típico - tipicidade

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DIREITO PENAL I
PROF. LUÍS ROBERTO
(luisrob@unitoledo.br)
8.5 Tipicidade
Noções fundamentais
Estado – ordenamento jurídico – tutela dos bens jurídicos fundamentais (princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos - sancionar condutas intoleráveis –– norma geral – Estado Democrático de Direito – legalidade e anterioridade - conhecimento dos destinatários – mandatos e proibições especificados através de tipos penais 
Tipo = modelo, esquema. Em alemão = “Tatbestand”
Tipo = descrição da conduta proibida.
O Direito Penal é, por excelência, um Direito tipológico. O TIPO É A DESCRIÇÃO ABSTRATA DE UM FATO REAL QUE A LEI PROÍBE (tipo incriminador).
TIPO LEGAL = MODELO, ESQUEMA CONCEITUAL DA AÇÃO OU DA OMISSÃO PROIBIDA (delitos de ação), OU DA ORDEM/MANDAMENTO/MANDATO QUE DEVE SER REALIZADO (delitos omissivos próprios)
FUNÇÕES DO TIPO PENAL (princípio da legalidade) 
a) função seletiva: indica os comportamentos que são protegidos pela lei penal.
b) função de garantia: cumprimento do princípio da legalidade 
c) função indiciária da ilicitude (a tipicidade é a ratio cognoscendi da ilicitude)
d) criação do mandamento proibitivo
e) delimitação do iter criminis.
TIPICIDADE é a subsunção, adequação, enquadramento do fato (conduta) ao modelo, ao esquema, à descrição contidos no tipo legal. É um predicado, um atributo, uma qualidade da ação/omissão.
Obs.: para que um fato seja típico, todas as elementares (requisitos específicos) do crime devem estar presentes
REQUISITOS, ELEMENTOS E CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME
	
 Para sua configuração, o crime deve reunir requisitos genéricos e específicos:
a) requisitos genéricos (em relação a todos os crimes): tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade.
b) requisitos específicos: são as elementares ou elementos de cada crime. São os componentes essenciais da figura típica (o verbo que descreve a conduta, o objeto material, os sujeitos ativo e passivo etc., inscritos na figura penal). Inexistente uma elementar, não há crime. Exemplos:
Exs de fatos que não são típicos, isto é, não se enquadram no tipo legal de crime 
1. FATO ATÍPICO - furto de uso - subtração de coisa com a simples intenção de utilizá-la - fato atípico (não há o fim de assenhoreamento definitivo), irrelevante para o Dir. Penal.
2. FATO ATÍPICO - subtração de coisa própria
3. FATO ATÍPICO - alguém que pretende fazer tráfico de entorpecentes, mas a substância que transporta é talco.
4. FATO ATÍPICO - uma mulher, supondo estar grávida, quando não está, ingere substância abortiva.
5. FATO ATÍPICO – alguém esfaqueia uma pessoa deitada, pensando que está viva, quando ela já havia morrido envenenada.
A atipicidade pode ser classificada em absoluta ou relativa. Atipicidade absoluta: faltando uma elementar, não há crime algum, o fato é um indiferente penal (vide exemplos de 1 a 5 acima). Atipicidade relativa: a atipicidade se dá em relação a determinado tipo penal, mas a ação se enquadra em outro dispositivo. Exemplo: no infanticídio, se faltar a “influência do estado puerperal”, o fato pode se subsumir no artigo 121 (homicídio). No caso de imputação do resultado morte a alguém (homicídio doloso), o crime pode ser desclassificado para lesões corporais seguidas de morte, se ficar evidenciado que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo (art. 129, par. 3º).
		Circunstâncias do crime são determinados que, agregados à figura típica fundamental, têm função de aumentar ou diminuir as suas consequências. Circunstância vem de “circum stare”, estar em redor. Ex.: crime contra ascendente; o “repouso noturno” no furto.
		Importante observar que, enquanto a ausência de uma elementar faz com que o fato não seja crime, a falta de uma circunstância não influi sobre a sua existência.
RELEMBRANDO:
CRIME = AÇÃO/OMISSÃO + TIPICIDADE + ILICITUDE + CULPABILIDADE
São componentes do fato típico (ação típica):
a) a conduta dolosa ou culposa
b) o resultado (salvo nos crimes de mera conduta)
c) o nexo de causalidade entre a conduta e o resultado (salvo nos crimes sem resultado naturalístico);
d) a tipicidade
Além desses elementos, eventualmente o tipo penal pode exigir outros componentes, dependendo do caso.
Faltando qualquer um dos elementos, o fato é atípico, um indiferente penal (atipicidade absoluta), ou pode se encaixar em outro tipo legal (atipicidade relativa).
ELEMENTOS DO TIPO
A) objetivos - são descritivos da conduta, referentes a existência do crime (tempo, lugar, forma de execução, etc.
Ex. art. 121, caput, art. 129, caput, do CP.
B) subjetivos - referentes ao estado psicológico do agente
Ex. art. 130, par. 1o. (“se é intenção do agente”),
 
C) normativos - são aqueles que exigem um juízo de valor para se chegar ao seu significado.
Ex.: “funcionário” (art. 320,321,329).
	 “mulher honesta” (art. 215, 216 e 219) – já revogados
8.6 Conflito aparente de normas
Situação que ocorre quando, a um mesmo fato, supostamente, aparentemente, podem ser aplicadas normas diferentes.
Pressupostos: a)unidade de fato
 b)pluralidade de normas que identificam o mesmo fato delituoso
No entanto, como é impossível que duas normas venham a incidir sobre um mesmo fato natural, o que é vedado pelo princípio non bis in idem , é indispensável que se verifique qual delas deve ser aplicada ao caso concreto.
4 princípios resolvem o concurso aparente de normas:
Princípio da especialidade: derrogação da lei geral pela lei especial (Ex.: homicídio x infanticídio; injúria x injúria pela imprensa x injúria para fins eleitorais). Vide CP, art. 12.
Princípio da subsidiariedade (lex primaria derogat legi subsidiariae): aplica-se a lei principal e não a subsidiária, que é uma espécie de tipo de reserva. Ex. Apenas aplica-se o art. 132 (perigo para a vida ou a saúde de outrem), quando não houver homicídio nem lesão corporal seguida de morte; constrangimento ilegal (subsidiário) x roubo. 
Princípio da consunção (ou absorção): consiste na anulação de norma que já está prevista em outra, ou seja, na aplicação de lei de âmbito maior, mais gravemente apenada, desprezando-se a outra, de âmbito menor. Ou, por outras palavras, aplica-se a consunção quando determinado crime é fase de realização de outro ou é uma regular forma de transição para o último. Ex. Violação de domicílio (art. 150) e furto (art. 155); lesões corporais x tentativa de homicídio; estelionato x falsificação de documento particular. O delito-meio, punido menos severamente, é absorvido pelo delito-fim (punido mais severamente).
Princípio da alternatividade: o agente só será punido por uma das modalidades descritas nos crimes de ação múltipla. Ex.: tráfico; participação em suicídio
Referências bibliográficas
BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Direito Penal. Parte Geral. Vol. 1. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
JESUS, Damásio E. Direito Penal. Parte Geral. 26a. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 8.ed. São Paulo: RT, 2008.
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