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aplicação das leis penais

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DIREITO PENAL I
PROF. LUÍS ROBERTO
(luisrob@unitoledo.br)
6. Aplicação da lei penal -- continuação
6.3 Lei penal no espaço
LEGISLAÇÃO
Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Lugar do crime 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Extraterritorialidade 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
6.3.1 Noções gerais
		A lei penal é feita para viger dentro dos limites em que o Estado exerce sua soberania. Como cada Estado possui sua soberania, surge o problema da delimitação espacial do âmbito de eficácia da legislação penal. (Direito Penal internacional x Direito Penal interno)
6.3.2 Princípios
Princípio da territorialidade: aplica-se a lei nacional ao fato cometido no território do respectivo país (decorrente da soberania dos Estados). O monopólio do direito de punir, que pertence ao Estado nos limites de seu território, exclui a interferência de outro (soberania).
Princípio da nacionalidade (ou de personalidade): aplicação da lei do país de origem do agente, pouco importando o local onde o crime foi cometido. Ex.: se um brasileiro praticar um crime no Chile, responderá segundo a lei brasileira. A norma punitiva é pessoal e se aplica ao nacional. Nacionalidade ativa: não leva em conta a nacionalidade da vítima, apenas do autor do crime. Nacionalidade passiva: exige que tanto o autor do crime como a vítima (ou o bem jurídico) sejam nacionais.
Princípio da proteção (real ou de defesa): aplica-se a lei do país ao fato que atinge bem jurídico nacional, independentemente do local onde foi praticado o crime ou da nacionalidade do agente (defesa dos bens jurídicos fundamentais de cada Estado). Por esse princípio, seria aplicada a lei brasileira a fato criminoso ocorrido no estrangeiro, desde que lese bem jurídico brasileiro.
Princípio da competência universal (justiça penal univsersal): o criminoso deve ser julgado e punido onde for detido, segundo as leis desse país, não se levando em conta sua nacionalidade, o lugar do crime ou o bem lesado. Para impor-se a pena em certo país, basta o criminoso ingressar no território deste.
Princípio da representação: determina a aplicação da lei do país quando, por deficiência legislativa ou desinteresse de outro que deveria reprimir o crime, este não o faz (ex.: delitos cometidos a bordo de aeronaves e embarcações, quando no estrangeiro e aí não venham a ser julgados);
As legislações adotam o princípio da territorialidade, complementado pelos demais. Nosso Código Penal: 
Territorialidade: art. 5º (regra) 
Real ou de proteção: art, 7º, I e §3º 
Justiça universal: art. 7º, II, a
Nacionalidade ativa: art. 7º, II, b
Representação: art. 7º, II, c
6.3.3 Territorialidade
Adotado no artigo 5º do Código Penal: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”.
Não é adotado de forma absoluta, mas temperada (princípio da territorialidade temperada)
Território: conceito jurídico: todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania. Compõe-se do solo ocupado, de regiões separadas do solo principal; de rios, lagos e mares interiores; de golfos, baías e portos; de parte sobre os mares, lagos e rios contíguos (segundo as regras de Direito Internacional); mar territorial; espaço aéreo; navios e aeronaves.
Com relação a navios e aeronaves, o CP dispõe no art. 5º, § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Navios públicos (ex., militares, polícia marítima, alfândega, postos a serviço do Governo): quer se encontrem em mar territorial nacional ou estrangeiro, ou quer estejam em alto-mar, sáo considerados parte do território nacional.
Navios privados (ex., navios de cruzeiros): quando em alto-mar, seguem a lei da bandeira que ostentam; quando em portos estrangeiros ou mares territoriais estrangeiros, seguem a lei do país em que se encontram.
Navios estrangeiros em águas territoriais brasileiras: se públicos, seguem a lei do país de origem (bandeira que ostentam); se privados, aplica-se nossa lei penal (art. 5º, par. 2º). 
Aeronaves: mesmos princípios dos navios.
6.3.4 Lugar do crime
Existem 3 teorias:
Teoria da atividade: o crime é considerado praticado no lugar em que ocorre a conduta (ação ou omissão)
Teoria do resultado: o crime é considerado praticado no lugar em que ocorre o resultado
Teoria da ubiquidade (ou mista): o crime é considerado praticado tanto no momento da conduta como no do resultado. Lugar do crime é aquele em que se realizou qualquer dos atos executórios ou a consumação. CP, art. 6º: “ Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”.
para que um crime seja considerado praticado no Brasil, basta que “tenha tocado o território nacional” (NELSON HUNGRIA)
Ex1.: se alguém, em território paraguaio, atirar em alguémque se encontra no Brasil, é considerado praticado no Brasil. 
Ex.1: um estrangeiro remete a pessoa que se encontra no Brasil uma carta-bomba. É considerado o crime como se praticado no Brasil. 
Ex.3: um brasileiro esfaqueia um argentino em Porto Alegre e ele foge para seu país, onde acaba morrendo.
6.3.5 Extraterritorialidade
Situação excepcional em que a lei penal brasileira tem aplicação a delitos praticados no estrangeiro. A extraterritorialidade pode ser: condicionada (com condições, com requisitos) ou incondicionada (sem condições, sem requisitos).
Extraterritorialidade condicionada: 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (princípio da justiça penal universal). Ex.: tráfico internacional de mulheres; tráfico internacional de entorpecentes)
b) praticados por brasileiro; (princípio da personalidade ativa)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (princípio da representação). Ex.: crime praticado em aeronave brasileira, em vôo sobre território estrangeiro, sem escalas, sendo estrangeiros os sujeitos ativo e passivo)
Art. 7º, §3º: A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior. (princípio de proteção ou real)
Requisitos: 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Extraterritorialidade incondicionada (ofensa a bens jurídicos de grande importância)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (princípio real ou de proteção)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (princípio real ou de proteção)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (princípio real ou de proteção)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (princípio da justiça universal).
6.3.6 Regra non bis in idem
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Ex.1.: Alguém, na Espanha, pratica um crime de falsificação de passaporte brasileiro (contra a fé pública da União), incidindo a extraterritorialidade incondicionada (art. 7º, I, b). É condenado nos dois países: multa na Espanha e reclusão no Brasil. Uma vez paga a multa no estrangeiro, fica atenuada a pena imposta no Brasil. (diversidade qualitativa)
Ex.2: No caso anterior, se a pena aplicada na Espanha for de dois anos e no Brasil de cinco, uma vez cumprida a pena naquele país, o condenado terá, ainda, que cumprir três anos no Brasil. (diversidade quantitativa)
Referências bibliográficas
JESUS, Damásio E. Direito Penal. Parte Geral. 26a. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 8.ed. São Paulo: RT, 2008.
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