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Tentativa e erro de tipo

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DIREITO PENAL I
PROF. LUÍS ROBERTO
(luisrob@unitoledo.br)
8.12 CRIME CONSUMADO E TENTADO
Noções básicas
“Iter criminis” : conjunto de fases pelas quais passa o delito.
cogitação -> atos preparatórios -> execução -> consumação -> exaurimento
Cogitação: não é punível
Atos preparatórios: não são puníveis, a não ser quando o legislador os define como atos executórios de outro delito autônomo. Ex. art. 291 do CP.
Só se cogita da tentativa a partir da realização de atos executórios do crime. Antes, havendo atos preparatórios, em regra, a conduta é atípica.
TENTATIVA
			“Tentativa é a execução iniciada de um crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente” (art. 14, II, do CP).
Tentativa - ampliação temporal da figura típica
 - adequação típica de subordinação mediata
ELEMENTOS: 
a) início de execução do crime;
b) não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente.
FORMAS
a) tentativa imperfeita: o processo executório é interrompido por circunstâncias alheias à vontade do agente;
b) tentativa perfeita (crime falho) : a fase de execução é integralmente realizada pelo agente, mas o resultado não se verifica por circunstâncias alheias à sua vontade. 
Ambas recebem igual tratamento penal.
ELEMENTO SUBJETIVO
			
Quando se fala em circunstâncias alheias à vontade do agente, faz-se claro quanto a necessidade, para que haja tentativa, de que o agente queira consumar o crime. Deve agir dolosamente.
QUESTÕES:
O DOLO DA TENTATIVA É O MESMO DO CRIME CONSUMADO?
 O CRIME CULPOSO ADMITE TENTATIVA ?
 E QUANTO A CULPA IMPRÓPRIA ?
É ADMISSÍVEL A TENTATIVA DE CRIME PRETERDOLOSO?
INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM A TENTATIVA
a) crimes culposos
b) crimes preterdolosos
c) contravenções
d) crimes omissivos próprios
e) crimes unissubsistentes (que se realizam por um único ato) - injúria verbal
f) crimes habituais (art. 230).
APLICAÇÃO DA PENA
DUAS TEORIAS: 
a) Teoria subjetiva - vê na manifestação da vontade do agente, que é perfeita, a razão da punibilidade da tentativa. Em face dela, a pena do “conatus” deve ser a mesma da tentativa.
b) Teoria objetiva - tendo a conduta do agente levado a um dano menor que o do crime consumado, a pena deve também ser menor.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
art. 15 do CP
Desistência voluntária: consiste na cessação do comportamento delituoso, pela própria vontade do agente, antes de se esgotar a execução do crime. 
Arrependimento eficaz: ocorre quando o agente, já tendo terminado a execução do crime, desenvolve nova atividade, impedindo que o resultado se produza. Deve ser eficaz, caso contrário responderá pelo crime.
Nos dois casos, por medida de política criminal, o agente não responde por tentativa, uma vez que a norma penal considera atípico o processo executivo em relação ao crime que o agente inicialmente queria praticar. O agente responde somente pelos atos já praticados.
“PONTE DE OURO” - PARA O AGENTE QUE ABANDONA O PROPÓSITO DELITIVO.
EXEMPLOS: 
1. sujeito prestes a furtar é acometido por forte dor de dente - desistência voluntária
2. agente com vários projéteis no tambor dispara um tiro somente - desistência voluntária
3. agente que põe veneno na comida da vítima e depois a salva - arrependimento eficaz
4. se não a salva : responde por homicídio (ação não eficaz)
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
		Causa de diminuição de pena, aplicável aos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, quando o agente voluntariamente repara o dano ou restitui a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa.
		art. 16 do CP.
8.13 ERRO DE TIPO
		É o que faz o sujeito supor a ausência de elemento ou circunstância do tipo legal de crime ou a presença de requisitos da norma permissiva (art. 20, do CP). 
		O dolo deve abranger a consciência e a vontade a respeito dos elementos objetivos do tipo. Assim, estará ele excluído se o autor desconhecer ou se enganar a respeito de um dos componentes da descrição legal do crime. O erro é uma falsa percepção da realidade e a ele se equipara a ignorância, que é o total desconhecimento acerda dessa realidade. No caso de erro de tipo, desaparece a finalidade típica, ou seja, não há no agente a vontade de realizar o tipo legal de crime.
		
EXEMPLOS : 
a) cometer bigamia sem saber do casamento anterior;
b) furtar coisa “alheia”, supondo-a própria;
c) professor de anatomia que fere pessoa viva
d) um caçador, no meio da mata, dispara sua arma sobre alguém, pensando tratar-se de um animal;
e) um pai aplica ácido corrosivo num ferimento do filho, pensando tratar-se de pomada;
f) uma gestante ingere substância abortiva, na suposição de estar tomando calmante;
g) alguém transporta cocaína pensando tratar-se de farinha.
ERRO ESSENCIAL - é o que recai sobre elementares ou circunstâncias do crime, impedindo o sujeito de compreender a natureza delituosa da conduta. Exclui o dolo.
ERRO ACIDENTAL - é o que não recai sobre um elemento do tipo, mas sobre circunstâncias acessórias da pessoa ou da coisa estranhas ao tipo. Nesse caso, não há exclusão do dolo e o crime subsiste.
São casos de erro acidental:
a) “error in objeto” 
Ex.: o agente resolve subtrair açúcar e acaba subtraindo farinha de um armazém.
Ex. o sujeito trafica cocaína pensando tratar-se de maconha.
b) error in persona - art. 20, par. 3o.
c) “aberratio ictus” - art. 73 do CP.
QUESTÃO: QUAL A DIFERENÇA ENTRE “ABERRATIO ICTUS” E “ERROR IN PERSONA”?
ERRO CULPOSO
			O erro em que o agente incorre pode ser inevitável (invencível) ou evitável (vencível). Se o agente atuou com erro apesar dos cuidados objetivos, o erro é invencível e exclui o dolo e a culpa. Entretanto, se poderia tê-lo evitado com cautela ordinária, ocorrerá o erro culposo, podendo o agente responder por crime culposo.
DELITO PUTATIVO POR ERRO DE TIPO
			Há delito putativo por erro de tipo quando o sujeito pretende praticar um crime, mas vem a cometer um indiferente penal em face de supor existente uma elementar do tipo.
EXEMPLO : MULHER QUE, PRETENDENDO PRATICAR ABORTO, COMETE UM INDIFERENTE PENAL, EM FACE DE SUPOR ESTAR GRÁVIDA, QUANDO NÃO ESTÁ
DESCRIMINANTES PUTATIVAS
	art. 20, par. 1o., primeira parte
c.c. art. 23 = legítima defesa putativa
 estado de necessidade putativo
 estrito cumprimento do dever legal putativo
 exercício regular de direito putativo
ERRO PROVOCADO POR TERCEIRO
erro: espontâneo ou provocado (art. 20, par. 2o.)
O terceiro provocador responde pelo crime a título de dolo ou culpa, de acordo com o elemento subjetivo do induzimento (dolo ou culpa).
Referências bibliográficas
BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Direito Penal. Parte Geral. Vol. 1. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
JESUS, Damásio E. Direito Penal. Parte Geral. 26a. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 8.ed. São Paulo: RT, 2008.
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