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Organização e Funções Gerais do Sistema Nervoso

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Curso de Fisiologia 2007 Ciclo de Neurofisiologia 
Departamento de Fisiologia, IB Unesp-Botucatu Profa. Silvia M. Nishida 
 
 
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ORGANIZAÇÃO E FUNÇÕES GERAIS DO SISTEMA NERVOSO 
 
 
 O plano de organização do sistema nervoso (e de outras partes do corpo) dos animais é 
determinado pelo patrimônio genético da espécie. Quanto mais distante é o grau de parentesco 
filogenético entre as espécies, maior será a diversidade em torno do plano de organização morfo-
funcional do sistema nervoso (SN). Compare o sistema nervoso de duas espécies de vertebrados 
(um mamífero e um anfíbio). Note como os dois sistemas parecem ser muito diferentes. No 
entanto, ambos possuem um padrão básico e comum de organização, ou seja, possuem 
estruturas homólogas como o encéfalo, a medula e os nervos. Os mamíferos surgiram bem 
depois dos anfíbios mas, ao longo da evolução dos vertebrados a medula tendeu a ser conservada 
e o encéfalo, por sua vez, sofreu consideráveis mudanças especialmente aumento de tamanho. 
 As referências anatômicas e topográficas são extremantes úteis para conhecermos a 
sua organização do sistema nervoso. Nos animais de simetria bilateral, podemos fazer amplas 
generalizações. Imagine uma linha longitudinal passando bem no centro do corpo de um rato: a 
direção que aponta o nariz é denominada anterior ou rostral e a que aponta para a cauda, 
posterior ou caudal. Uma linha perpendicular apontando para as costas do rato indica a porção 
dorsal e para a barriga, a porção ventral. O ser humano, mesmo tendo herdado a postura bípede 
 
Curso de Fisiologia 2007 Ciclo de Neurofisiologia 
Departamento de Fisiologia, IB Unesp-Botucatu Profa. Silvia M. Nishida 
 
 
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conservou a simetria bilateral e longitudinal do corpo, sendo que denominamos as estruturas da 
porção mais rostral de superior e da parte mais caudal, de inferior. 
 As estruturas anatômicas que estão perto da linha longitudinal média são chamadas 
mediais (ou proximais) e as mais afastadas laterais (ou distais). Estruturas que estão no mesmo 
lado são referidas como ipsilaterais (ou homolaterais) e, em lados opostos, de contralaterais. 
Para compreendermos a organização interna do corpo é muito útil, cortar um órgão em fatias ou 
secções. Usualmente três planos são utilizados: o sagital, o coronal e o transverso. 
 
 
 
ORGANIZAÇAO GERAL SISTEMA 
NERVOSO 
 
O SN é constituído de duas partes: Sistema 
Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso 
Periférico (SNP). O SNC está protegido por um 
arcabouço ósseo: o encéfalo que é a porção mais 
superior está encerrado dentro do crânio e a 
medula, mais inferior, alongada e cilíndrica fica 
dentro da coluna vertebral. Os nervos cranianos e 
espinhais emergem dos forames ósseos. 
O encéfalo é subdividido em três estruturas 
anatômicas: o cérebro (telencéfalo e o 
diencéfalo), cerebelo e o tronco encefálico. O 
tronco encefálico está situado entre a medula e o 
diencéfalo e é subdividido, no sentido rosto-caudal, 
em mesencéfalo, ponte e bulbo. O SNP é formado 
pelos nervos espinhais e cranianos, gânglios, 
terminais sensitivos e motores cujas fibras 
Curso de Fisiologia 2007 Ciclo de Neurofisiologia 
Departamento de Fisiologia, IB Unesp-Botucatu Profa. Silvia M. Nishida 
 
 
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nervosas, respectivamente, colhem informações sensoriais para o SNC e a partir deste, enviam 
mensagens aos órgãos efetuadores. 
 
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SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
MEDULA ESPINHAL: É funcionalmente um conduíte de informações que se originam da pele, 
articulações e dos músculos para o cérebro e vice-versa. Na medula estão situados circuitos 
básicos de integração sensorial e motora denominados arcos reflexos. Lesões na medula causam 
perda de percepção da sensibilidade e paralisia muscular das regiões inervadas por nervos 
situados abaixo da lesão: os músculos continuam a funcionar, mas não podem mais ser 
controlados pelo cérebro. 
TRONCO ENCEFÁLICO: Trata-se de uma haste em que o cérebro e o cerebelo se apóiam; possui 
uma complexa rede de neurônios que em parte servem de estações de retransmissão do cérebro 
para o cerebelo e medula e vice-versa. 
CÉREBRO: é porção anterior e principal do encéfalo que é formada de dois hemisferios; de um 
modo geral, o cérebro direito recebe informações sensoriais e controla os movimentos do lado 
esquerdo do corpo e o mesmo acontece em relação ao cérebro direito. 
CEREBELO (que significa pequeno cérebro) também possui dois hemisférios: está relacionado 
primariamente com a motricidade possuindo extensas conexões com o cérebro e a medula. Ao 
contrário do cérebro, cada hemisfério está mais relacionado com o mesmo lado do corpo. 
 
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ENCÉFALO 
MEDULA 
CÉREBRO 
CEREBELO 
TRONCO 
ENCEFÁLICO 
Diencefalo (Talamo, Hipotálamo,) 
Mesencefálo 
Ponte 
Bulbo 
Telencéfalo (Hemisférios Cerebrais, Núcleos Basais) 
SNC 
SOMÁTICAS (Músculos esqueléticos) 
SNP 
SOMÁTICAS (Somestesia) 
VISCERAIS (Sentido visceral) FIBRAS 
AFERENTES 
(Sensitivas) 
FIBRAS 
EFERENTES 
(Motoras) VISCERAIS (Músculos lisos, cardíacos e glândulas) 
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Organização Geral da Medula 
 
A medula tem a forma de um cilindro com uma coluna central de substância cinzenta em 
forma de H envolta por uma massa de substancia branca. A substância branca corresponde a 
feixes de axônios mielinizados que trafegam ascendente e descendentemente integrando 
funcionalmente a medula e o encéfalo. A substância cinzenta é formada por corpos de neurônios e 
fibras axonais sem de mielina e está funcionalmente organizada em áreas sensoriais, associativas 
e motoras. Na substância cinzenta estão os circuitos de neurônios que processam os sinais 
nervosos. 
A substância branca da medula também apresenta organização funcional de modo que as 
fibras descendentes e ascendentes trafegam em colunas distintas (tratos, funículos) veiculando 
informações relacionadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organização Geral do Tronco Encefálico 
 
No tronco encefálico além de substância branca há os núcleos motores sensoriais e motores dos 
nervos cranianos e muitos outros núcleos integrativos, incluindo a formação reticular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organização Geral do Tronco Encefálico 
 
 
O tronco encefálico é formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo. À semelhança da 
medula possui também uma massa cinzenta interiorizada envolvida pela substância branca. O 
bulbo segue o padrão básico de organização da medula, mas na ponte e no mesencéfalo a massa 
cinzenta fragmenta-se em vários núcleos dispersos. No tronco estão os núcleos sensoriais e 
motores dos nervos cranianos (10 dos 12 pares), assim como, os núcleos associativos 
circunscritos e difusos como a formação reticular. É um importante sítio de controle das funções 
vitais como respiração, estado de consciência, ciclo sono-vigilia, controle cárdio-vascular, etc. 
 
Divisão da Substancia Cinzenta Divisão Funcional 
 
 
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Apesar de ser bastante primitivo sob o ponto de vista da evolução, é o mais importante. Se houver 
lesões no cérebro ou cerebelo é possível sobreviver, mas no tronco, são fatais. 
 
 
 
 
 
 
Organização geral do cerebelo e do cérebro 
 
 
O cérebro é formado pelo telencéfalo e o diencéfalo. Os dois hemisférios encefálicos 
estão separados pela fissura sagital. O cérebro está recoberto superficialmente pela córtex 
cerebral que é bastante invaginada (formando os sulcos e giros) e, mais profundamente, em 
meio à massa branca, apresenta uma grande massa de núcleos denominados núcleos da base. A 
superfície cortical é subdividida em lobos conforme a relação topográfica com os ossos do crânio 
(lobos frontal, parietal, occipital, temporal)e apresenta áreas especificamente associadas a 
determinadas funções sensoriais, motoras ou associativas como na medula e no tronco. A 
integridade funcional do córtex é essencial para a realização de funções conscientes e associativas 
complexas. No cérebro (e também no cerebelo) a principal formação de substância cinzenta fica 
por fora, ao contrário da medula e do tronco encefálico. 
 
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O cerebelo, como o cérebro, apresenta uma córtex cerebelar bastante invaginada 
(formando lóbulos e folhas) que envolve um centro de substância branca onde estão 
profundamente situados os núcleos cerebelares. Mas difere muito da função cerebral, pois 
sempre trabalha em nível involuntário e inconsciente e com desempenho exclusivamente motor. 
 
 
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
 
 
A medula e o encéfalo comunicam-se com 
resto do corpo, respectivamente, através dos nervos 
espinhais e dos nervos cranianos. Todos os 
elementos nervosos localizados fora do SNC 
pertencem ao que coletivamente denominamos 
Sistema Nervoso Periférico (SNP), sendo este 
funcionalmente dividido em somático e visceral. 
Nervos são cordões esbranquiçados que 
contem fibras nervosas e são reforçados por tecido 
conjuntivo. Cada fibra nervosa (axônio) possui um 
envoltório denominado endoneuro e o conjunto de 
fibras nervosas forma o fascículo que é envolvido 
pelo perineuro. Todos os fascículos nervosos são 
envolvidos pelo epineuro que é ricamente 
vascularizado. 
À medida que um nervo se distancia de sua 
origem, isto é do SNC, os fascículos abandonam o 
nervo e penetram no território de inervação tornando-
se finos. Imediatamente no local de inervação, tanto 
as terminações sensitivas como as motoras perdem 
os envoltórios. 
 
 
 
Nervos espinhais 
 
Da medula emergem 31 pares de nervos que inervam o tronco, os membros e partes da 
cabeça sendo 8 pares de nervos cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 par coccígeo. 
 
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Um nervo espinhal é formado pela 
união das raízes dorsais sensitivas e raízes 
ventrais motoras. Cada nervo espinhal é 
funcionalmente misto contendo fibras 
sensoriais e motoras. A união das raízes 
ventrais e sensoriais de um mesmo segmento 
é denominada de tronco do nervo espinhal. 
Junto às raízes dorsais estão os 
gânglios sensitivos em cuja formação 
anatômica estão os corpos dos neurônios 
sensitivos periféricos. Para cada nervo 
espinhal há um gânglio da raiz dorsal. Já os 
corpos celulares dos neurônios motores 
somáticos e viscerais estão localizados dentro 
da medula. 
 
Trajeto dos nervos espinhais 
 
 O tronco do nervo espinhal deixa a 
medula pelo forame intervertebral e se divide 
em um ramo dorsal e um ventral. Os ramos dorsais inervam a pele e os músculos da região 
dorsal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos ventrais seguem para a região da 
musculatura, pele, ossos e vasos dos membros assim como para a região ântero-lateral do 
pescoço e tronco. Os ramos ventrais dos nervos torácicos (nervos intercostais) não perdem a 
metameria mesmo no individuo adulto e são chamados de unissegmentares. Entretanto, os 
ramos ventrais dos demais nervos formam uma intrincada rede de fibras nervosas denominada 
plexo antes de chegar aos respectivos territórios de inervação. Os nervos originados desses 
plexos são então chamados plurissegmentares, possuindo origem em vários segmentos da 
medula. Há quatro plexos: cervical, braquial, lombar e o sacral. Compare o nervo mediano que 
é de origem plurissegmentar e um nervo intercostal que é unissegmentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dermátomo 
 
O território de inervação 
cutânea por fibras de uma única raiz 
dorsal é chamado dermátomo e 
recebe o nome da raiz 
correspondente. Conhecer a 
topografia dos dermátomos é muito 
importante, pois auxilia na localização 
de lesões radiculares ou medulares. 
No embrião, a representação dos 
dermátomos sucede a mesma 
seqüência das raízes; no adulto, com 
o crescimento dos membros 
anteriores e superiores a disposição 
dos dermátomos torna-se bastante 
irregular. O nervo mediano que é 
plurissegmentar tem fibras sensitivas 
correspondentes em vários 
dermátomos (C6, C7, C8 e parte de 
T1). 
 
 
 
 
Relação Metamérica entre a Medula e a Coluna Vertebral 
 
 Se prestarmos bem a atenção na figura acima, verificamos que a medula termina ao nível 
da 2ª vértebra lombar, isto é, ela é mais curta do que a coluna vertebral. Como os nervos espinhais 
mantêm a relação metamérica com os elementos vertebrais, os nervos que vão emergir nos 
forames correspondentes formam um feixe de fibras denominado cauda eqüina. Isso acontece 
porque a coluna cresce mais do que a medula. Esse conhecimento é muito importante, pois as 
lesões na cauda eqüina (SNP) apresentam sinais e sintomas diferentes das lesões nos segmentos 
medulares correspondentes (SNC). 
 
Unidades Funcionais dos Nervos Espinhais 
 
Todos os nervos espinhais possuem os seguintes tipos de fibras nervosas: 
1) Fibras aferentes: estão ligadas a receptores sensoriais e conduzem os impulsos nervosos da 
periferia para a medula. Entre as fibras aferentes distinguimos as fibras aferentes viscerais cujos 
impulsos nervosos originam-se de receptores situados em órgãos viscerais e fibras aferentes 
somática, cujos receptores estão situados nos músculos esqueléticos, pele, etc. 
 
2) Fibras eferentes: conduzem os impulsos nervosos da medula para os órgãos efetuadores. 
Essas fibras são também de dois tipos: as fibras eferentes somáticas que inervam a musculatura 
esquelética e as fibras eferentes viscerais (ou autonômicas) que inervam a musculatura lisa, 
cardíaca ou glândulas. Repare que os órgãos viscerais são inervados por uma cadeia de dois 
neurônios (neurônios pré e pós ganglionares) e os músculos esqueléticos por um único neurônio 
(neurônio motor somático). 
 
 
 
 
 
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Unidade motora, unidade sensitiva e os respectivos terminais 
 
 
 
Unidade motora refere-se ao 
neurônio motor somático e às fibras 
musculares por ele inervadas. Um músculo 
esquelético possui de algumas dezenas a 
milhares de fibras musculares e como cada 
neurônio motor inerva uma determinada 
quantidade de fibras musculares significa 
que um mesmo músculo possui muitas 
unidades motoras. 
Ao se aproximar do território de 
inervação, o axônio subdivide-se e termina 
em vários botões, cujo destino final são 
regiões especializadas das fibras musculares 
chamadas placas motoras. Nesse ponto 
ocorre e a comunicação neuro-muscular. 
 
 
Unidade Sensitiva refere-se ao neurônio sensitivo e ao conjunto de receptores sensoriais 
associados a esse neurônio. Receptores sensoriais são estruturas nervosas especializadas em 
detectar e decodificar os estímulos físicos e químicos do ambiente. Graças à existência de vários 
tipos de receptores e de vias sensoriais especificas é que podemos perceber diferentes aspectos 
do meio ambiente (enxergar, cheirar, degustar, tatear, ouvir, etc.) 
 
 
Nervos Cranianos 
 
Além dos nervos espinhais, há 12 pares de nervos cranianos que inervam principalmente 
a cabeça. Os nervos cranianos são muito peculiares quanto ao seu padrão de organização morfo-
funcional: há nervos estritamente sensoriais e motores bem como os mistos. Do tronco encefálico 
Curso de Fisiologia 2007 Ciclo de Neurofisiologia 
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(mesencéfalo, ponte e bulbo), emergem 10 pares de nervos cranianos; os nervos ópticos (I) e 
olfatórios (II) ligam-se diretamente ao telencéfalo e ao diencéfalo, respectivamente. 
 
Devemos tecer algumas considerações embriológicas antes de identificar os tipos de fibras 
nervosas que formam os nervos cranianos. A musculatura estriada tem duas origens: 
��Músculos estriados miotômicos (a maioria) derivaram-se dos miótomos de somitos e 
constituem a maioria das fibras musculares esqueléticas (músculo estriado miotômico). 
��Músculos estriados branquioméricos derivados do mesoderma e que estão associados aos 
arcos branquiais. Como estão associados às funções viscerais são chamados de músculos 
viscerais especiais (ou músculo estriado branquiomérico) para se diferenciar da musculatura 
visceral geral (lisa e cardíaca). 
 
Disto resultou uma nomenclatura especifica para os componentes funcionais dos nervos 
cranianos. 
 
Nervos eferentes (motores) 
1) Fibras eferentes somáticas (músculo estriado miotômico) 
2) Fibras eferentes viscerais gerais (músculo liso, cardíaco e glândulas) 
3) Fibras eferentes viscerais especiais (músculo estriado branquiomérico) 
Nervos aferentes (sensitivos) 
4) Fibras aferentes somáticas gerais 
5) Fibras aferentes viscerais gerais 
6) Fibras aferentes somáticas especiais 
7) Fibras aferentes viscerais especiais 
 
 
Os nervos cranianos recebem um número e um nome; a tabela abaixo resume esses 
dados e as principais funções. Note que há nervos mistos assim como nervos exclusivamente 
sensoriais ou motores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quais são os nervos cranianos associados aos músculos branquioméricos ? 
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1o arco branquial (V par) Musculatura da mastigação e ventre anterior do digástrico 
2o arco branquial (VII par) Musculatura mímica e ventre posterior do digástrico 
3o arco branquial (IX par) M. estilo-faringeo e constritor superior da faringe 
4o e 5o arcos branquiais (X par) Esfíncter médio e inferior da faringe e músculo da faringe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neurônios 
 
O tecido nervoso é formado basicamente por dois tipos de células: os neurônios e as 
células gliais (=gliócitos). O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso e os gliócitos 
constituem unidades de sustentação, revestimento, modulação da atividade nervosa e de defesa. 
Cada neurônio do SN é uma unidade sinalizadora capaz de gerar e conduzir eletricidade e possui 
morfologia adaptada para recepção, transmissão e processamento de sinais. Apesar de muito 
variados na forma, os neurônios apresentam um corpo celular (soma) e extensões 
protoplasmáticas (neuritos) denominados dendritos e axônio. Os dendritos são curtos, mas 
profusamente arborizados (e com isso aumentando significativamente a sua superfície) e o axônio 
é único e longo servindo de condutor dos impulsos nervosos para outros neurônios. 
O axônio (ou fibra nervosa) é cilíndrico e varia de comprimento e diâmetro. Pode se 
ramificar emitindo ramos colaterais de mesmo calibre. Em seu interior há um complexo sistema de 
transporte anterógrado e retrógrado formado por microtúbulos, microfilamentos e neurofilamentos. 
No órgão de destino, o axônio ramifica-se formando os telodendros ou botões sinápticos. 
Os neurônios comunicam-se com outros neurônios (e com as células efetuadoras) através 
sinapses. Assim, por meio do longo axônio, um neurônio da córtex cerebral pode-se comunicar 
com um outro da medula ou do tronco encefálico que ficam bem distantes. A classificação dos 
neurônios é baseada na morfologia dos dendritos e dos axônios conforme ilustra a figura abaixo. 
Gerais (Somestesia) 
Especiais (Visão, Audição e Equilíbrio) 
 
Gerais 
Especiais (Olfação e Gustação) 
 
NERVOS 
CRANIANOS 
AFERENTES 
(Sensitivos) 
EFERENTES 
(Motores) 
Somáticos 
Viscerais 
Somáticos (Músculos estriados) 
Viscerais especiais (branquioméricos) 
Viscerais gerais (musc lisa e cardíaca, glândulas) 
NERVOS 
ESPINHAIS 
AFERENTES 
(Sensitivos) 
EFERENTES 
(Motores) 
Somáticos 
Viscerais 
 
Somáticos (Músculos estriados) 
Viscerais gerais (musc lisa e cardíaca, glândulas) 
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Os neurônios comunicam-se entre si formando uma rede que chamamos de circuito 
nervoso. Nesse circuito identificamos um neurônio sensorial que detecta as informações do meio 
ambiente, um ou mais neurônios associativos que processam os sinais nervosos que situam-se 
dentro do SNC e os neurônios motores que comandam as funções dos órgãos efetuadores. 
Conforme a complexidade do circuito podem ocorrer milhares de neurônios associativos entre os 
neurônios sensoriais e motores que elaboram os comandos nervosos. 
. 
Órgãos 
efetuadores
Sistema 
Nervoso 
Estímulos
NEURÔNIOS
Neurônio
Sensorial
Neurônios
associativos
Neurônio
motor
NEURÔNIOS
Neurônio
Sensorial
Neurônios
associativos
Neurônio
motor
Comportamento
Músculos
Glândulas
Células 
nervosas
Músculos
Glândulas
Células 
nervosas
 
Curso de Fisiologia 2007 Ciclo de Neurofisiologia 
Departamento de Fisiologia, IB Unesp-Botucatu Profa. Silvia M. Nishida 
 
 
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CÉLULAS GLIAIS 
 
 Tanto no SNC como no SNP, os 
neurônios se relacionam com os gliócitos. Na 
verdade o tecido glial é mais abundante 
estabelecendo uma relação de 1 neurônio 
para cada 10 a 50 gliócitos. No SNC a 
neuroglia é formada de vários tipos de 
células: astrócitos, oligodendrócitos, 
microgliócitos e as células ependimárias 
que se encontram entre os neurônios. 
 
Astrócitos: são abundantes e possuem 
inúmeros prolongamentos que lembram uma 
estrela. Os astrócitos formam pés 
vasculares que se apóiam sobre os 
capilares vasculares e seus prolongamentos 
estão em intimo contato com os dendritos, 
corpos neuronais e axônios e de maneira 
especial envolvem as sinapses. Assim funcionam como elementos de sustentação como os tecidos 
conjuntivos e isolam os neurônios. Controlam o meio extracelular com relação a concentração de 
K+, mantendo-os em baixa concentração em relação ao citoplasma dos neurônios. Servem de 
armazenamento de glicogênio (polímeros de glicose) para o metabolismo energético dos neurônios 
que são incapazes de utilizar outras fontes, além da glicose. Quando os neurônios são lesionados, 
os astrócitos se multiplicam, internalizam os restos degenerados e ocupam o sitio, cicatrizando-o. 
 
Oligodendrócitos: menores que os astrócitos possuempoucos prolongamentos. Há os 
oligodendrócitos satélites que situados juntos ao pericário e dendritos e os oligodendrócitos 
fasciculares, junto à fibras nervosas e são os responsáveis pela formação da bainha de mielina dos 
axônios centrais, contribuindo com a formação da substância branca. Os neurônios que estão 
associados com este tipo de célula são denominados neurônios mielinizados enquanto os outros 
neurônios amielinizados. Macroscopicamente, podem identificar duas áreas contendo 
basicamente fibras mielínicas e neuroglia denominada, substância branca e uma outra, onde estão 
concentrados os corpos neuronais, neurônios amielínicos e neuroglia, substancia cinzenta. 
 
Microgliócitos: são alongadas e pequenas e estão presentes tanto na substancia branca como 
cinzenta e funcionam como elementos fagocitários, porém são de origem mesodérmica, mais 
especificamente dos monócitos. Aumentam em casos de injúria e inflamação, pelo recrutamento de 
monócitos originários da corrente sangüínea. 
 
Células ependimárias: são remanescentes do epitélio embrionário e revestem as paredes dos 
ventrículos cerebrais, aqueduto e do canal central da medula vertebral. Nos ventrículos cerebrais, 
um tipo diferenciado de células ependimárias recobre tufos de tecidos conjuntivos, ricos em 
capilares sanguíneos que se projetam da pia-máter e formam os plexos corióideos, responsáveis 
pela formação do liquido cérebro-espinhal ou líquor. 
 
 
Fibras nervosas com e sem bainha de mielina 
 
No SNP os gliócitos conhecidos como células de Schwann circundam os axônios motores 
e sensitivos e os envolvem com duas bainhas uma de mielina e mais o neurilema (membrana 
basal). As duas bainhas se interrompem a intervalos regulares formando os nodos de Ranvier e 
cada porção entre estes nodos é denominada internódulo. A bainha é rica em fosfolipídios e 
proteínas. As propriedades da bainha serão detalhadamente estudadas mais tarde, mas podemos 
adiantar que tem como principal função aumentar a velocidade de condução dos impulsos 
nervosos. Nos terminais axônicos a bainha desaparece, mas o neurilema é mantido até a 
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arborização axonal. Quando as fibras são traumatizadas, as células de Schwann participam com a 
sua regeneração, proporcionando um arcabouço para orientar o crescimento axonal. Secretam 
fatores tróficos que são transportados anterogradamente e estimulam os corpos neuronais no 
processo de regeneração. 
A presença de mielina não é uma regra: muitas fibras periféricas NÃO possuem mielina e 
são denominadas fibras nervosas amielínicas como os neurônios pós-ganglionares do SNA 
simpático e algumas fibras sensitivas que mediam a dor. Continuam, contudo, envoltas por células 
de Schwann que lhes fornece o neurilema. 
No SNC, os oligodendrócitos não fornecem neurilema e talvez essa característica esteja 
associada a dificuldade de regeneração celular. Neste caso, os oligodendrocitos estão associados 
a vários neurônios. A sua presença é facilmente reconhecida na medula e no encéfalo pela 
formação denominada substancia branca. 
 
 
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Glossário de termos anatômicos 
 
Substancia Branca: regiões da medula e do encéfalo ocupadas por fibras com axônios 
mielinizados. 
Substancia Cinzenta: regiões da medula e do encéfalo ocupadas por uma assembléia de corpos 
neuronais, fibras nervosas sem mielina e neuroglia. 
Núcleos (p.e. núcleos da base, núcleo do trato solitário, núcleo vestibular, etc.): agrupamento de 
corpos neuronais funcionalmente relacionados. 
Córtex constitui a substancia cinzenta disposta numa fina camada que recobre o cérebro e o 
cerebelo. 
Gânglios (p.e. gânglios sensitivos, gânglios autonômicos): agrupamento de corpos neuronais fora 
do SNC 
Formação Reticular: formação anatômica de neurônios de maneira bem difusa. Seus axônios são 
longos e projetam-se rostralmente para o cérebro e caudalmente para a medula. 
Substância: grupo de neurônios relacionados, menos distintos do que os núcleos (p.e. substância 
negra, substância gelatinosa). Locus: terminologia para um bem definido e restrito grupo de 
neurônios (locus coeruleus). 
Enquanto os feixes de axônios do SNP são denominados de nervo, na substancia branca do SNC, 
a coleções de fibras mielinizadas recebem outras denominações: 
Tratos e fascículos (tratos mais densos), lemniscos (feixe que se parece uma fita e conduz 
impulsos nervosos para o tálamo); decussassâo (formação anatômica cujas fibras cruzam 
obliquamente a linha média e que tem a mesma direção). São também denominados feixes, que 
são coleções de fibras que caminham juntos e não necessariamente, tem a mesma origem e 
destino. Já uma comissura é uma coleção de axônios que conecta perpendicularmente a linha 
média e tem direções diametralmente opostas e cápsula, uma coleção de axônios que conecta o 
cérebro e o tronco encefálico.

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