Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DOENÇAS DO APARELHO AUDITIVO DOENÇAS DO OUVIDO EXTERNO Pavilhao auricular, conduto auditivo e membrana do tímpano parte externa. Todo revestido de pele. Doenças inflamatórias – Otites externas **Verão, com mergulho e adultos. Fatores protetores do conduto auditivo externo: - auto limpeza (descamação migratória do epitélio de dentro para fora). Cerume produzido na parte de entrada, no 1/3 anterior do ouvido, também é alvo da autolimpeza. Se usar cotonete, empurra o cerume pra dentro e é impedido de ser excretado e também tira a película que impermeabiliza. - pH ácido (6.5 - 6.8): pH da piscina modifica esse mecanismo de proteção. - pele resistente à água: cerume impermeabiliza a pele, a forrando. - amplo suprimento sangüíneo e linfático (a. temporal superficial, rr. auriculares posteriores) - propriedades antibacterianas do cerume (lisozima – ATBCO natural) Otite externa aguda difusa: (inflamação que acomete toda a pele do conduto auditivo e por vezes, a do pavilhão também) Etiologia: - Nadadores (aumenta o pH) - Ato de Coçar (tira o cerume) - Exostoses no conduto auditivo (crescimento ósseo/calo ósseo, comuns em pessoas que vivem na água, fazendo com que a água fique retida no ouvido com dificuldade de eliminação – impede a auto-limpeza) Agentes etiológicos: - Stafilo G+ - Strepto G+ - Pseudomonas G- (secreção esverdeada) Sintomas: - Otalgia predomina - Hipoacusia (edema fecha a passagem do som) - Otorreia eventual (só purulenta) - Prurido Otoscopia: - Ausência de cerume (raramente o ouvido com cerume tem inflamação difusa, porque o fator protetor está presente) - Hiperemia e edema de conduto - Secreção purulenta no conduto (não mucopurulenta não tem glands. mucosas na pele do tecido externo, senão estaria vindo do OM) Tratamento: baseado no agente etiológico - Gotas otológicas e/ou cremes após conseguir limpar as impurezas ou quando sem edema importante Gentamicina (G+ e G-) - Anti-inflamatórios hormonais: analgesia e edema corticoides VO ou injetáveis (desfazer edema importante) - Antibioticoterapia sistêmica (pegar G+ e G-), no edema total ou parcial Cefalosporinas de 1ª geração 7 dias. **Pedir o retorno, retirar as impurezas e aplicar gotas otológicas. **Otite externa com pus: encaminhar para otorrino para a limpeza de impurezas. Profilaxia das otites externas é aconselhável: - Evitar limpeza dos ouvidos com cotonetes - Secar os ouvidos após entrada de água (gotas de álcool comum) - Mergulhadores com predisposição a otites = recomenda-se o uso de protetores auriculares (plugs) Severa Moderada Discreta Discreta: hiperemia, edema: AINES e gotas tópicas Moderada: edema mais pronunciado, pus (se fazendo obrigatória a limpeza): retirar descamação, limpar CAE gotas tópicas + ATBCO sistêmico. Severa: dor insuportável e edema severo – corticoide, ATBCO e limpeza para uso de gotas otológicas. Otite externa aguda localizada - furunculose - Pequenos abcessos (pós inflamação) originados no folículo piloso (1/3 ext. CAE) - Etiologia: stafilo - Sintomas: otalgia sem hipoacusia ou otorreia - Otoscopia: hiperemia e edema localizado ou flutuação no folículo - Tratamento: grande (incisões), pequeno (ATBCO) *Tópico ou sistêmico: Cefalos, Amox *Drenagem s/n - Recidivas: diabetes **Cotonete infecta o folículo piloso. Pericondrite do Pavilhão (precária vascularização) – dificuldade de tratar e facilidade de infecção: - Hx de trauma ou cirurgia recente - Inspeção: aumento de volume (edema), endurecido, deformado, hiperemiado. - Sequelas (dificuldade de tratar): orelha em couve-flor (retrai) - TTO: ATBCO endovenosa e cirurgia (pequenos abcessos drenagens) Otomicose - Otite crônica CAE e MT - Etiologia: aspergillus (mais comum, aspecto mais escuro) e cândida (mais esbranquiçado/amarelo) - Sintomas: prurido com mau cheiro, dor intensa (leve inicialmente) quando ulcera a pele penetrando subepitelial. - Otoscopia: lama escura com mau cheiro, epitélio hiperemiado, dificilmente encontrado edema (fungo causa infecção superficial, não penetra como a bactéria) - TTO: limpeza e antimicóticos tópicos (pomada em seringa). Pode ocorrer perfuração do tímpano e penetrar para o OM. Não pode fazer lavagem pois tem risco de perfuração de tímpano. - Fator predisponente: calor (tropical/verão), umidade, imunodeprimidos. **Diferença para otite média difusa aguda é que a causa é o fungo. Otite externa maligna – rara e gravíssima. (otorrino+infecto) - Infeccao progressiva e necrótica por Pseudomonas no ouvido - Idosos, imunodeprimidos (HIV, transplantados), DM - Pode ser fatal (50%) por toxidade ou necrosar toda orelha. - TTO: ciprofloxacina, amicacina, carbenicilina Otite externa virótica: faz bolha na MT 1) Herpes Zoster ótico (Sd. de Ransay-Hunt) - Otite externa (vesículas no PA, CAE, concha do PA) + Paralisia facial + Perda auditiva (atinge o nervo auditivo que se localiza no CAE) reversíveis. - Tratamento = Predinisona oral + Debridamento local (bolhas) 2) Miringite Bolhosa (50% OE): hiperemia junto à MT e o 1/3 final do CAE, frequentemente COM BOLHAS (membrana epitelial se descola da camada média). Parecida com OM (edema, hiperemia, congestão da MT, mas SEM BOLHAS) -Associada a virose de VAS -Localização na MT -Sintomas = * otalgia intensa * hipoacusia eventual - Otoscopia = vesícula avermelhada (bolha) - Tratamento = * Paracentese * Analgésico * Calor local * Rompimento de bolhas para minimizar a dor. Otite externa eczematosa (= dermatite eczematosa). Frequente. - Pavilhão e/ou CAE - Reação de hipersensibilidade alérgica (alimentos ou gotas), doenças crônicas (eczemas também em outros locais, procurar), resolução da doença difícil por não identificar a causa. - Sintomas *Prurido *Otorréia serosa (lesões úmidas) *Descamação epitelial na entrada do CAE *Edema discreto - Infecção secundária (otorreia purulenta, otalgia) - Tratamento = * Curativo, corticóides tópicos e anti-histamínicos sistêmicos. * Não mexer * Não molhar * Proibido uso de cotonete e dedo Rolha ceruminosa - Sintomas: hipoacusia súbita (causa mais frequente) e acentuada, indolor - Excesso de cerume por tempos até formar a rolha e o tampão (automático ou cotonete) - Otoscopia: tampão de cerume (escuro) ou epidérmico (claro) - TTO: irrigação (agua morna quando ela está amolecida, exceto quando tem suspeita de ruptura de MT) ou extração sob microscopia/aspirador, uso de Cerumin (quando muito duro amolece para a retirada). DOENÇAS DA ORELHA MÉDIA Caixa do tímpano, TA revestidos por mucosa. - Muito comuns na infância (posição da TA mais larga e horizontalizada e imunidade); Hib diminui a incidência. - Aleitamento materno = fator protetor - Alterações da função da TA (tuba “fecha” por rinite alérgica) e fenda palatina = fator predisponente - Divisão em: supurativas e não supurativas (somente hiperemia e edema). Otite média aguda simples - Geralmente associada a IVAS ou crise de rinite alérgica - Mais comum no inverno (doenças de IVAS mais comuns no inverno e infância) - Mais comum na infância - Até os 2 anos geralmente bilaterais - Etiologia: strepto (mais comum), pneumo, haemofilo, morrachexela catharralis - Sintomas: otalgia súbita (comum em otites, não dá pra fazer diagnostico), hipoacusia, plenitude (se supurada tem sensação de ouvido cheio de secreção), zumbido - Otoscopia: hiperemia, congestão de vasos e edema de MT, exsudato OM (tímpano abaulado se secreção não vasou; se vasou ver se é mucopurulenta para diferenciar da otite externa. Quando perfura pra saída de pus a dor cessa). CAE se encontra normal! - Sinal de Scheibe: otite média aguda supurada (umbigo na MT) - Tratamento: antibioticoterapia sistêmica e descongestionante (strepto e pneumo – Amox haemo e morrax – produtoras de beta lactamase resistente à amox amox + clavulanato; de 10 a 14 dias, retorno após 10 dias) - Prognóstico: bom, perfuração puntiforme se tiver vazamento, que cicatriza depois, não cronificamComplicações da otite média aguda Mastoidite aguda: sulco retro-auricular apagado, dor Paralisia facial: reversível (facial deiscente) Abcesso cerebral: febre, perda da consciência.
Compartilhar