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CIENCIAS DA NATUREZA APOSTILA

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INTRODUÇÃO
Olá, querido estudante,
Neste fascículo, vamos dar ênfase ao estudo da mecânica 
e suas relações com o funcionamento do universo. Em um 
primeiro momento, observando a lista de conteúdos propostos 
pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pode-se pensar que 
abordaremos apenas o tocante à gravitação; contudo, Isaac 
Newton propôs que as leis da mecânica que regem todo o universo 
são as mesmas observadas aqui na superfície da Terra. Esperamos 
que, durante nosso “passeio” por esse mundo do conhecimento, 
você seja capaz de compreender o signifi cado das leis de Newton 
e suas relações com o funcionamento do universo.
A Matriz do Enem sugere que é preciso “compreender 
as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como 
construções humanas, percebendo seus papéis nos processos 
de produção e no desenvolvimento econômico e social da 
humanidade”. Nesse sentido, vamos refl etir acerca de como o 
conhecimento científi co foi construído no contexto da mecânica 
e do funcionamento do universo.
OBJETO DO CONHECIMENTO
A Mecânica e o Funcionamento 
do Universo
Aristóteles e a mecânica
O auge da fi losofi a grega ocorreu com Aristóteles, 
nascido em 384 a.C. Estudou durante 20 anos com Platão, 
sendo o primeiro fi lósofo a apresentar um sistema compreensível 
do mundo. Aristóteles buscou, a partir de poucas suposições, 
explicar racionalmente todos os fenômenos físicos conhecidos 
até então. Para ele, toda a matéria era constituída de 
combinações dos quatro elementos propostos por Empédocles: 
terra, água, ar e fogo. 
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
10
Fascículo
ENEM EM FASCÍCULOS - 2012
“Para ele cada um dos elementos era, por sua vez, 
constituído de forma e matéria. Como a matéria é capaz de 
assumir várias formas, os elementos podem se transformar uns 
nos outros. As formas instrumentais para produzir os elementos 
eram aquelas associadas com as quatro quantidades primárias: 
quente, frio, úmido e seco. Temos as combinações: frio e seco = 
terra; frio e úmido = água; quente e úmido = ar; quente e seco = 
fogo. O céu, por sua vez, era composto de um único elemento: o 
éter, um elemento imutável [...].”
PIRES, Antonio S. T. Evolução das ideias da física. 
São Paulo: Livraria da Física, 2008.
Para nós, o mais importante é notar como Aristóteles 
explicava o movimento. Por outro lado, esse fi lósofo concebia 
dois “mundos” separados, regidos por diferentes leis.
“Ele considerava o cosmos dividido em duas regiões 
qualitativamente diferentes, governadas por leis diferentes. Para 
ele o Universo era uma grande esfera, dividida em uma região 
superior e uma região inferior. A região inferior, chamada de 
terrestre, ou sublunar, ia até a Lua. Essa região era caracterizada 
por nascimento, morte e mudanças de todos os tipos. Além da 
Lua estava a região celeste. A física celeste e a física terrestre 
eram ambas parte da fi losofi a natural, mas eram regidas por 
leis diferentes. A região terrestre, por sua vez, era constituída 
de quatro esferas concêntricas, cada uma associada a um dos 
elementos (terra, água, ar e fogo). A terra, o mais pesado 
dos elementos, estava no centro, a água sobre a terra, o ar 
em volta da água e fi nalmente o fogo. O equilíbrio fi nal no 
universo aristotélico, caso os elementos não se misturassem, 
seria uma Terra esférica circundada por camadas esféricas 
concêntricas de água, ar e fogo. Este seria, no entanto, um 
universo estático, onde não haveria movimento. As locomoções 
típicas dos elementos (por exemplo, o fogo ou a terra) mostram 
não somente que lugar é algo, mas que exerce também uma 
infl uência. Cada objeto se move para seu próprio lugar, se não 
é impedido de assim o fazer.
Como cada elemento tinha um lugar natural, Aristóteles 
associou a cada um deles as noções de pesado e leve, 
relacionadas, por sua vez, com as direções de ‘para cima’ e 
‘para baixo’. A natureza de tais elementos exigia, assim, que 
eles se movessem em linhas retas: a terra para baixo, o fogo 
para cima. A terra é pesada, o fogo, leve, os outros elementos 
são intermediários. Um objeto composto é pesado ou leve 
dependendo da proporção dos diferentes elementos que o 
constituem. O movimento natural desse corpo será o movimento 
natural do elemento dominante.”
PIRES, Antonio S. T. Evolução das ideias da física. 
São Paulo: Livraria da Física, 2008.
Neste penúltimo fascículo de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, trataremos de três objetos do conhecimento 
abordados signifi cativamente no Exame Nacional do Ensino Médio – Enem. Vamos estudar a Mecânica e o Movimento dos 
Corpos Celestes, sob a perspectiva de grandes cientistas da humanidade, como Aristóteles, Ptolomeu, Copérnico, Galileu e 
Newton, e compreender, de forma objetiva, como a Cinética das Transformações está presente em nosso cotidiano. Finalmente, 
abordaremos a Biotecnologia, explorando temas como a utilização de células-tronco embrionárias, os organismos transgênicos 
e o Projeto Genoma Humano.
Bom estudo para você!
CARO ALUNO
Enem em fascículos 2012
2 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Para Aristóteles, todo elemento tinha um lugar natural, 
de forma que a terra deve fi car naturalmente abaixo da água, 
que deve fi car abaixo do ar, que deve fi car abaixo do fogo. 
Assim, os objetos se movimentam naturalmente, buscando o 
seu devido lugar. Por exemplo, se tentar posicionar um objeto 
do elemento terra, uma pedra, sobre o elemento ar, ele tenderá 
a cair, buscando seu lugar natural. Já a presença de uma bolha 
de ar no interior de um líquido, segundo Aristóteles, teria sua 
ascensão explicada pelo fato de o ar buscar seu lugar natural 
acima do elemento água.
Assim, a gravidade de Aristóteles era descrita a partir 
da “busca” pelo lugar natural dos elementos.
Por outro lado, o movimento era chamado “violento” 
quando ocorria no sentido contrário ao natural. Por exemplo, 
quando arremessamos uma pedra para cima. Em relação ao 
“movimento violento”, para Aristóteles, tudo que está em 
movimento deve ser movido por alguma outra coisa, porque, caso 
o próprio objeto não tenha em si a causa do movimento, deve ser 
movido por algo que não seja ele mesmo.
Fazendo uma analogia com o que conhecemos 
hoje, um corpo só se moveria se sobre ele atuasse uma força 
que superasse a resistência do meio ao movimento. Sem 
a existência de uma força, para Aristóteles, não haveria 
movimento, ou ele cessaria devido à resistência (que não era 
entendida como força).
Note-se, fi nalmente, que esse fi lósofo se preocupou 
mais com uma descrição qualitativa dos movimentos do que 
com relações matemáticas os envolvendo. Tal preocupação 
foi mostrada com maior ênfase nos estudos de Galileu Galilei.
É importante deixar claro que o modelo aristotélico de 
explicação dos fenômenos naturais é um modelo superado, 
uma vez que não explica corretamente tudo o que podemos 
observar hoje.
Ptolomeu e o movimento dos corpos 
celestes
Ptolomeu, em sua obra Almagesto (O Grande) foi 
reintroduzida na Europa no século XII. O objetivo principal nessa 
obra foi a descrição dos movimentos planetários, tendo como 
referência um observador na superfície terrestre. Uma vez que 
a Terra foi utilizada como referencial, nosso planeta estaria em 
repouso nessas observações. Por outro lado, afi rmou que a 
Astronomia deveria renunciar todas as tentativas de explicar 
a realidade física, devido ao fato de os corpos celestes terem 
natureza divina, obedecendo a leis diferentes das encontradas 
na Terra.
Por motivo de a Terra não estar em repouso e de possuir 
aceleração, as observações de Ptolomeu traziam fatos curiosos, 
como um planeta executar um movimento em torno de um 
ponto imaginário e este ponto executar um movimento em 
torno da Terra.
ESFERA DAS ESTRELAS
EPICICLO DE
JÚPITER
JÚPITER
DEFERENTEDE MARTE
SOL
MARTE
SATURNO
VÊNUS
MERCÚRIO
LUA
TERRA
EPICE
SFERAERESS AS A DAA RE ASELAESTT
Disponível em: <http://www.oba.org.br
Copérnico e o movimento dos corpos 
celestes
Nicolau Copérnico nasceu em 1473, em Torum, na 
Prússia Oriental (Polônia). Segundo alguns historiadores da 
ciência, Copérnico apenas encontrou uma maneira superior de 
explicar os fenômenos já conhecidos, indicando que o sistema 
fi caria mais simples se o Sol estivesse no centro.
Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com
Tycho Brahe, Kepler e o movimento dos 
corpos celestes
Tycho Brahe nasceu em 1546. Aos 13 anos, foi enviado 
à Universidade de Copenhagen a fi m de se preparar para a carreira 
de estadista. Em 1563, decidiu devotar sua vida à observação 
dos astros e à correção das tabelas de Copérnico e de Ptolomeu. 
O rei Frederico II, da Dinamarca, ofereceu a Tycho a ilha de Huen 
e todo o suporte fi nanceiro que proporcionou a construção de 
um grande observatório, com equipamentos sufi cientes, para 
que fossem feitas observações astronômicas. Para Brahe, o 
universo era geocêntrico:
Enem em fascículos 2012
3Ciências da Natureza e suas Tecnologias
SATURNO
JÚPITER
MARTE
VÊNUS
TERRA
LUA
VÊNUS
Disponível em: <http://www.oba.org.br
Contudo, foi a partir das observações de Tycho que 
Kepler pôde elaborar suas leis, que levaram Newton à Lei 
da Gravitação Universal. Houve, para isso, uma mudança 
de referencial, colocando o Sol no centro do sistema, em 
conformidade com o modelo de Copérnico.
Kepler nasceu em 1571. Filho de pai mercenário 
e de mãe acusada de bruxaria, foi bebê prematuro e 
criança doente, com miopia, visão múltipla, problemas 
estomacais e furúnculos. Porém, sua inteligência superior 
foi reconhecida desde a infância.
A partir das observações de Tycho, Kepler chegou 
a três conclusões:
1ª Os planetas descrevem órbitas elípticas em torno do 
Sol, que ocupa um dos focos dessa elipse.
PLANETA
SOL
2ª O raio vetor que liga o Sol ao planeta varre áreas iguais para 
intervalos de tempos iguais.
JAN 31
JAN 1
SOL
RAIO
VETOR
MAIO 1
MAIO 31
3ª O quadrado do período de translação de cada planeta é 
proporcional ao cubo do raio médio da órbita descrita em 
torno do Sol.
Galileu e a mecânica
Galileu Galilei nasceu em 1564, foi para o mosteiro aos 
12 anos e, aos 17, foi à universidade estudar Medicina, tendo 
abandonado o curso antes de obter o grau de doutor, por falta 
de dinheiro. Contudo, ao contrário do que esperava seu pai, 
Galileu dedicou-se aos estudos matemáticos das observações 
dos fenômenos físicos.
A busca fundamental de Galileu, em seus estudos, 
foi explicar como os fenômenos ocorrem, descrevendo-os 
quantitativamente, investigando relações matemáticas entre 
as medidas observadas.
Um dos primeiros passos dados por ele foi afastar-se da 
ideia do lugar natural de Aristóteles, uma vez que observou um 
barco, de elementos pesados, cujo lugar natural seria o centro 
da Terra, fl utuando sobre a água, que é um elemento mais leve.
Galileu foi o responsável pelo estudo matemático das 
quedas dos corpos com aceleração constante, nas proximidades 
da superfície terrestre, independentemente do peso deles. 
Além disso, indicou que a constituição do mundo celeste não 
é diferente do mundo terrestre, após suas observações através 
do telescópio.
Por defender o sistema heliocêntrico de Copérnico, 
foi condenado pela Inquisição, sendo obrigado a abjurar 
publicamente suas teorias, inclusive a de que a Terra se move.
Portanto, hoje se sabe que todos os corpos caem com 
a mesma aceleração, independentemente do peso, em um 
determinado lugar da superfície terrestre, graças a Galileu.
Newton e a mecânica
Isaac Newton nasceu em 1643, fi lho de fazendeiro, 
falecido antes do seu nascimento. Foi criado pela avó, devido 
ao segundo casamento de sua mãe, cujo novo marido se 
recusou a criá-lo.
Enem em fascículos 2012
4 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Newton acreditava que o objetivo da ciência era entender 
como a Natureza funciona e não como ela é. Segundo Alexandre 
Koyré, a grandeza singular da mente e do trabalho newtoniano 
consistiu na combinação de um supremo talento experimental 
com um supremo talento matemático.
Através dos estudos de Newton, embasados nas 
observações de Galileu Galilei, foi possível defi nir o que 
ainda hoje é um modelo efi caz de ciência física: a Mecânica 
Clássica. Os princípios fundamentais da dinâmica, ou as “leis 
de Newton”, ainda são o modelo básico utilizado quando 
as velocidades envolvidas são bem inferiores à da luz 
(300 000 km/s).
Os conceitos básicos para compreender esses princípios 
são: força, massa e aceleração.
A mecânica de Newton define força como sendo o 
agente físico capaz de produzir aceleração em um sistema, a qual 
representa a rapidez com que o corpo modifi ca sua velocidade 
(em módulo, em direção e em sentido). Portanto, para acelerar 
um corpo, é necessário que sobre ele atue uma força.
O Princípio da Inércia, ou a Primeira Lei de Newton, 
infere que “todo corpo continua em seu estado de repouso, 
ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja 
compelido a mudar esse estado por forças aplicadas sobre ele”.
Sendo assim, um corpo livre da ação de forças não 
apresentaria aceleração (mudança de velocidade); se estiver com 
velocidade nula (em repouso), permanecerá assim; se estiver 
com velocidade não nula (em movimento), permanecerá com 
a mesma velocidade em módulo, direção e sentido.
Note-se aqui a principal diferença entre a Teoria 
de Aristóteles e a Teoria de Newton. Para Aristóteles, 
o movimento existe devido à aplicação de uma força; 
para Newton, a alteração no movimento (aceleração) é a 
consequência da aplicação da força: ausência de força não 
signifi ca ausência de movimento.
O Princípio Fundamental da Dinâmica, ou a Segunda 
Lei de Newton, infere que “a mudança do movimento é 
proporcional à força motriz impressa e ocorre na direção da 
linha reta em que essa força é impressa”. Matematicamente, 
escrevemos:
F m a ou a
F
m
R
R
�� � �
��
= ⋅ =
onde FR
��
representa a resultante das forças que atuam no corpo 
em estudo, m representa a massa desse corpo, e a
�
, a aceleração 
adquirida por ele.
Dessa forma, o valor da aceleração adquirida pelo corpo 
será tão maior quanto mais intensa a resultante das forças 
atuantes sobre ele e tão menor quanto maior o valor da massa 
desse corpo. Por isso, é difícil acelerar corpos com muita massa. 
Por exemplo, quanto maior a massa de um carro, mais difícil 
será para o motor acelerá-lo e para os freios pará-lo. Então, é 
bom ser mais cauteloso ao dirigir o veículo muito carregado (de 
pessoas e de bagagem).
O Princípio da Ação-Reação, ou a Terceira Lei de Newton, 
infere que “para cada ação, existe sempre uma reação igual e 
contrária, ou seja, as ações recíprocas de dois corpos, um sobre 
o outro, são sempre iguais e dirigidas para partes contrárias”. 
Por conta dessa constatação, hoje, é comum utilizar o termo 
interação para se referir à força, porque essa palavra traz 
o significado “ação entre” dois corpos. Nesse sentido, é 
importante recordar que ação e reação sempre atuam em 
corpos diferentes.
Newton e o movimento dos corpos 
celestes
Ao observar os movimentos curvilíneos dos planetas 
em torno do Sol, Newton concluiu que isso ocorria devido à 
ação de alguma força, uma vez que, livre da ação de forças, 
os corpos ou permanecem em repouso ou em movimento 
retilíneo e uniforme.
Com essa observação e os resultados matemáticos das 
leis de Kepler, Newton pôde encontrar uma explicação para a 
causa dessa curvatura dos movimentos:
Massa atrai massa com uma força de intensidade 
proporcional ao produto dessas massas e inversamente 
proporcional ao quadradoda distância entre elas.
No século XVIII, Laplace escreveu a equação da forma 
como a conhecemos:
F
GMm
d
=
2
onde F representa o valor da intensidade da força gravitacional, 
M e m representam as massas que se atraem, e d, a distância 
entre os centros dessas massas. G representa a constante de 
proporcionalidade, cujo valor foi calculado em 1798 por Henry 
Cavendish, usando uma balança de torção.
Portanto, hoje, graças aos estudos de Newton, dizemos 
que os corpos caem com movimento acelerado, porque há uma 
força que os atrai: a força gravitacional. Desprezando os efeitos 
dos referenciais não inerciais, podemos chamar essa força de 
“força-peso”.
Então, quando se faz referência à palavra peso em física, 
trata-se de uma força, tendo módulo, direção e sentido, sendo 
medida, no sistema internacional, em “newtons”.
QUESTÃO COMENTADA
Compreendendo a Habilidade
– Confrontar interpretações científi cas com interpretações baseadas no 
senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
C-1
H-3
• A respeito do conceito da inércia, assinale a frase correta.
a) Um ponto material tende a manter sua aceleração por 
inércia.
b) Uma partícula pode ter movimento circular e uniforme, 
por inércia.
c) O único estado cinemático que pode ser mantido por 
inércia é o repouso.
d) Não pode existir movimento perpétuo, sem a presença 
de uma força.
e) A velocidade vetorial de uma partícula tende a se manter 
por inércia; a força é usada para alterar a velocidade e 
não para mantê-la.
Enem em fascículos 2012
5Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Comentário
De acordo com o Princípio da inércia de Isaac Newton, 
o vetor velocidade de uma partícula, num referencial inercial, 
permanece constante, a menos que essa partícula venha a interagir 
com sua vizinhança de forma que haja uma força resultante.
Sendo assim, no contexto newtoniano, a resultante das 
forças que atuam sobre uma partícula é responsável pela variação 
do vetor velocidade, haja vista que na ausência dessa resultante 
o vetor permaneça inalterado: ou em repouso ou em movimento 
retilíneo uniforme (MRU). Portanto, a resposta correta é o item e.
Contudo, as pessoas que marcam como correto o item 
d não chegam a ter um pensamento absurdo, uma vez que, 
para Aristóteles, não poderia haver movimento perpétuo sem a 
presença de uma força. Hoje se sabe que essa “força” presente no 
pensamento de Aristóteles deveria atuar para compensar as forças 
de atrito (com o ar ou entre as superfícies irregulares, por exemplo), 
ou seja, essa “força” não seria a resultante.
Resposta correta: e
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Compreendendo a Habilidade
– Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou 
utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
C-2
H-6
01. (Unesp) As estatísticas indicam que o uso do cinto de 
segurança deve ser obrigatório para prevenir lesões mais 
graves em motoristas e passageiros no caso de acidentes. 
Fisicamente, a função do cinto está relacionada com a:
a) Primeira Lei de Newton.
b) Lei de Snell.
c) Lei de Ampère.
d) Lei de Ohm.
e) Primeira Lei de Kepler.
Compreendendo a Habilidade
– Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de 
linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas 
ou biológicas, como texto discursivo, gráfi cos, tabelas, relações 
matemáticas ou linguagem simbólica.
C-5
H-17
02. (Enem) O texto foi extraído da peça Tróilo e Créssida de William 
Shakespeare, escrita, provavelmente, em 1601.
“Os próprios céus, os planetas, e este centro
reconhecem graus, prioridade, classe,
constância, marcha, distância, estação, forma,
função e regularidade, sempre iguais;
eis porque o glorioso astro Sol
está em nobre eminência entronizado
e centralizado no meio dos outros,
e o seu olhar benfazejo corrige
os maus aspectos dos planetas malfazejos,
e, qual rei que comanda, ordena
sem entraves aos bons e aos maus.”
(personagem Ulysses, Ato I, cena III)
SHAKESPEARE, W. Tróilo e Créssida: Porto: Lello & Irmão, 1948.
 A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês se 
aproxima da Teoria:
a) geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu.
b) da refl exão da luz do árabe Alhazen. 
c) heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico.
d) da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei. 
e) da gravitação universal do inglês Isaac Newton.
DE OLHO NO ENEM
O Enem tem como um de seus objetivos avaliar se 
o estudante aprendeu sobre o processo de construção do 
conhecimento científi co, vendo a ciência não como a detentora 
de uma verdade permanente, mas como um processo social 
de contínua construção de conhecimentos que permitam ao 
homem interagir, em grau crescente de complexidade, com a 
natureza que o circunda. Um dos mais citados autores sobre o 
desenvolvimento do pensamento científi co é Thomas Kuhn. Para 
esse pensador, a ciência busca um modelo – paradigma – que 
explique o funcionamento da natureza. Esse modelo é submetido 
a vários testes, através da experimentação, da observação. Um bom 
modelo é capaz de resistir, permanecendo como “verdade 
científi ca”. Contudo, muitas vezes, novas observações não 
são capazes de ser explicadas por um determinado paradigma. 
Quando isso ocorre, torna-se necessária “uma revolução 
científi ca”, para que se estabeleça um novo paradigma, numa 
nova tentativa de representação do universo natural.
Após a mecânica newtoniana, já se estabeleceram 
novos paradigmas, tais como o da Teoria da Relatividade (de 
Einstein) e o da Teoria Quântica. Porém, esses novos modelos 
não invalidaram completamente a mecânica newtoniana, que 
continua apropriada para corpos “grandes” e “lentos” (se 
comparados ao átomo e à luz, respectivamente).
INTRODUÇÃO
Olá, caro vestibulando,
Estamos nos encontrando mais uma vez para discutirmos 
assuntos relacionados ao seu exame de acesso às principais 
universidades do país. Hoje, será abordada a cinética das 
transformações. Procuramos mostrar a relação entre o estudo 
teórico da cinética química e suas velocidades de reações com 
a nossa vida cotidiana.
Muitas vezes você já se deparou com um objeto 
enferrujado e se perguntou: por que ele se corroeu tão rápido? 
Realmente, se conhecêssemos os fundamentos que regem essa 
reação de oxidação do metal, poderíamos tentar retardá-la para 
que o objeto tivesse uma vida útil maior.
Da mesma forma, gostaríamos de que outras reações 
fossem mais rápidas, como as reações que promovem a 
formação de petróleo a partir de material orgânico, ou as 
reações que controlam o crescimento e amadurecimento de 
uma planta. 
Para entendermos como a cinética química infl uencia 
nosso dia a dia, precisamos inicialmente de um breve resumo 
teórico.
Enem em fascículos 2012
6 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
OBJETO DO CONHECIMENTO
Cinética das Transformações
Resumo teórico
Noções de velocidade de reação
Vamos começar pelo conceito de velocidade média de 
reação (em relação a um componente). Para isso, seja a reação 
genérica: pP + qQ → mM + nN, onde as letras maiúsculas 
significam os componentes (reagentes ou produtos) e as 
minúsculas representam os coefi cientes.
Então, a velocidade média será:
• (Em relação a P): νP
P
t
= −
∆
∆
[ ]
Podemos realizar raciocínio semelhante em relação aos 
outros componentes. Veja:
• (Em relação a Q): νQ
Q
t
= −
∆
∆
[ ]
• (Em relação a M): νM
M
t
= +
∆
∆
[ ]
• (Em relação a N): νN
N
t
= +
∆
∆
[ ]
Esses valores de velocidade média acima não 
necessariamente coincidem, devido à proporção entre os 
coefi cientes.
Como ocorrem as reações químicas?
Vejamos a reação H
2(g)
 + I
2(g)
 → 2HI
(g)
, ocorrendo em altas 
temperaturas (em torno de 500 °C). A Teoria das colisões nos 
mostra que só haverá reação quando aspartículas reagentes 
(moléculas, íons etc.) se chocarem. Mas não é qualquer colisão 
que gera reação química. Para uma colisão ser efetiva ou efi caz 
(conseguir realmente formar produtos), devemos ter:
• Geometria favorável: orientação espacial apropriada.
• Energia sufi ciente: choques com pouca energia não geram 
reações químicas.
Outro fator que também deve infl uenciar na ocorrência e 
na velocidade de uma reação é a frequência de colisões: quanto 
maior o número de colisões na unidade de tempo, maior a 
velocidade das reações.
Um aprimoramento da Teoria das colisões é a Teoria 
do complexo ativado. Ela estabelece que os reagentes 
colidem e, antes de formarem os produtos, passam por um 
ponto de energia máxima e estabilidade mínima, em que 
as ligações químicas das moléculas reagentes ainda não se 
romperam por completo e as dos produtos ainda não se 
formaram completamente. Essa região de transição é chamada 
de complexo ativado ou estado de transição. A energia 
necessária para que os reagentes consigam superar o complexo 
ativado é a energia de ativação. Grafi camente, para a reação 
H
2(g)
 + I
2(g)
 → 2HI
(g)
, temos:
complexo ativado
Caminho da reação
2 HI
∆H = –6 kcal/mol
Entalpia (kcal)
Energia de ativação
Eat = 40 kcal/mol
H
2
 + I
2H
reagentes
H
produtos
Observe que, normalmente, reações mais rápidas são as 
de menores valores em suas energias de ativação.
Catalisador é uma espécie utilizada para proporcionar 
que reações ocorram em maiores velocidades. A função de um 
catalisador é criar um novo caminho reacional de mais baixa 
energia de ativação, sem ser consumido durante o processo e 
sem alterar o valor de ∆H da reação.
Lei de velocidade
Sabe-se que, para haver reação química, é necessário 
que ocorra a colisão entre as partículas reagentes, ou seja, a 
velocidade de uma reação depende da frequência de colisões 
entre as moléculas. Quanto maior a frequência de choques, 
maior a probabilidade de uma colisão ser efetiva. Esse efeito 
nos mostra que a velocidade depende da concentração das 
espécies reagentes. Pensando dessa forma, ainda no século 
passado, dois cientistas noruegueses, Guldberg e Waage, 
enunciaram a lei da ação das massas, que procura explicar o 
comportamento da velocidade de reações menos complexas 
em função da concentração dos reagentes a cada instante. Eles 
propuseram que, para cada temperatura dada, a velocidade 
de uma reação deveria ser proporcional ao produto 
das concentrações dos reagentes, estando cada um 
elevado a um expoente determinado a partir de dados 
experimentais. 
Matematicamente, a exposição acima fi ca mais clara. 
Observe a reação genérica: 
aA + bB → produtos
Enem em fascículos 2012
7Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Nessa situação, a lei de velocidade poderia ser escrita 
como:
v = k ⋅ [A]α⋅ [B]β
onde:
• k ⇒ constante de velocidade que só depende da temperatura.
• α e β ⇒ expoentes determinados experimentalmente.
Os expoentes α e β serão denominados de ordens de 
reação em relação a cada reagente, e a soma dos expoentes será 
chamada ordem global de reação. Assim, teremos reações 
de 1ª ordem (quando o expoente for igual a 1), de 2ª ordem 
(quando o expoente for igual a 2), de ordem zero etc. Resumindo, 
usando o mesmo exemplo anterior, temos:
• α ⇒ ordem de reação em relação ao reagente A.
• β ⇒ ordem de reação em relação ao reagente B.
• (α + β) ⇒ ordem global de reação.
Fatores que infl uenciam na velocidade
Vários fatores podem exercer infl uência na velocidade 
das reações. Alguns, no entanto, são mais importantes, 
pois atuam em quase todos os tipos de reações. Esses serão 
analisados com maior riqueza de detalhes.
• Infl uência da concentração dos reagentes
O aumento na concentração dos reagentes em reações 
que ocorram em solução líquida ou gasosa gera o aumento 
na possibilidade de colisões entre as partículas reagentes, 
aumentando, portanto, a frequência de colisões. Assim, a 
velocidade dessas reações também será aumentada.
Na verdade, é uma conclusão natural. Um pedaço de 
ferro metálico será consumido mais rapidamente se colocado 
em um ácido clorídrico 5M que se colocado no mesmo ácido 
em concentração 1M.
• Infl uência da temperatura
O aumento na temperatura de ocorrência de uma 
reação química aumenta a energia do sistema e provoca um 
aumento na frequência de colisões. Esse fato já seria sufi ciente 
para explicar por que o aumento da temperatura aumenta a 
velocidade de uma reação química. No entanto, uma explicação 
melhor pode ser colocada pela análise das curvas de distribuição 
de Maxwell-Boltzmann, cujo perfi l é mostrado a seguir:
T
1
T
2
Eat
Eat Energia
N
ú
m
er
o
 d
e 
p
ar
tí
cu
la
s
T
1 
< T
2
Primeiramente, perceba que a temperatura maior não é a 
que sugere uma curva mais alta, e, sim, a que sugere uma curva 
mais extensa, que cobre maior região ao longo do eixo x. Logo, 
T
2
 > T
1
. Uma maior temperatura implica em maior agitação 
de partículas e, portanto, maior energia cinética. Uma maior 
energia cinética, por sua vez, implica em maior número de 
partículas com energia superior à energia de ativação, gerando 
mais colisões efetivas e, finalmente, possibilitando maior 
velocidade de reação.
• Infl uência da pressão (para reagentes em fase gasosa)
O aumento da pressão, quando se trata de reagentes 
em fase gasosa, tem comportamento semelhante ao do 
aumento da concentração. Aumentar a pressão de um gás 
signifi ca submetê-lo a um menor volume, e, portanto, com 
maior possibilidade de colisões entre as partículas reagentes. 
Isso gera um aumento na frequência de colisões, sem alterar 
a energia envolvida nelas. Mesmo assim, há um consequente 
aumento na velocidade das reações.
• Infl uência da superfície de contato (para reagentes em 
fase sólida)
O aumento da área superfi cial de um sólido aumenta 
o número de partículas em condições de sofrerem colisões, 
possibilitando maior chance de ocorrência de colisões efetivas. 
Assim, teremos maior frequência de colisões ao se aumentar a 
superfície de contato de um sólido. Mais uma vez, tem-se uma 
conclusão bem cotidiana: um comprimido efervescente reage 
mais rapidamente quando pulverizado (em pó, com maior área 
superfi cial) do que inteiro.
• Infl uência do catalisador
A presença de catalisadores aumenta a velocidade das 
reações, pois o catalisador é uma espécie química que cria um 
novo caminho reacional de mais baixa energia de ativação e, 
consequentemente, de maior velocidade nas mesmas condições 
operacionais.
Veja o gráfi co de uma reação exotérmica, que ocorre em 
uma única etapa, mostrando a infl uência do catalisador:
curva sem catalisador
curva com catalisador
reagentes
Eat com catalisador
Eat sem catalisador
H (entalpia)
Caminho da reação
produtos
∆H < 0
Enem em fascículos 2012
8 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
QUESTÃO COMENTADA
Compreendendo a Habilidade
– Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de 
linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas 
ou biológicas, como texto discursivo, gráfi cos, tabelas, relações 
matemáticas ou linguagem simbólica.
C-5
H-17
• Os comprimidos de zinco são indicados para pessoas 
que apresentam deficiências no crescimento. Quando 
ingeridos, reagem com o ácido clorídrico (HC�) do suco 
gástrico produzindo um sal solúvel em água , que dissocia 
ionicamente liberando íons Zn2+. Considerando que apenas 
a superfície de contato desse metal afeta a sua velocidade 
de dissolução em ácido clorídrico, por qual fator fica 
multiplicada essa velocidade se, ao invés de ingeri-lo na 
forma de um cubo de 1 cm de aresta, ele for divididoem 
1 000 pequenos cubos de 1 mm de aresta?
a) 10
b) 100
c) 1 000
d) 10 000
e) 100 000
Comentário
Área do cubo maior = 1 cm2
Área de cada cubo menor = 1 mm2 = 10–2 cm2
Área total dos cubos menores = 103 × 10–2 cm2 = 10 cm2
Dessa forma, como a área aumentou 10 vezes, a 
velocidade também aumentará 10 vezes.
Resposta correta: a
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Compreendendo a Habilidade
– Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar 
materiais, substâncias ou transformações químicas.
C-7
H-24
03. Algumas reações químicas assumem situações interessantes 
dependendo das condições que são submetidas. Veja o caso 
do aquecimento do açúcar: ao se aquecer um pouco de 
açúcar em uma colher, verifi ca-se que o mesmo sofre uma 
polimerização e assume o aspecto caramelizado. Contudo, 
se for colocado um pouco de cinzas de cigarro junto do 
açúcar, o aquecimento provoca a carbonização do açúcar 
e não sua caramelização. Nota-se também que as cinzas 
de cigarro não são consumidas ao fi nal da carbonização 
observada. Ambos os processos ocorrem espontaneamente 
nas condições mencionadas. Assinale a alternativa que 
explica o comportamento do açúcar ao ser aquecido sem 
a presença e com a presença de cinzas de cigarro.
a) As cinzas de cigarro atuam como um catalisador para 
a reação de carbonização e aceleram a sua velocidade 
tornando a reação perceptível na prática.
b) As cinzas de cigarro reduzem a velocidade da reação 
de caramelização, atuando como inibidores para essa 
reação.
c) O aquecimento de açúcar com a presença de cinzas de 
cigarro provoca uma reação em que as cinzas atuam 
como reagentes do processo em análise.
d) O aquecimento de açúcar sem a presença de cinzas de 
cigarro mostra que a caramelização, nessas condições, 
é mais lenta que a carbonização.
e) A reação de carbonização do açúcar só ocorre com a 
presença das cinzas de cigarro.
Compreendendo a Habilidade
– Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar 
materiais, substâncias ou transformações químicas.
C-7
H-24
04. Uma brincadeira comum e perigosa, que ocorre em época 
junina, principalmente no interior do Brasil, consiste em 
atear fogo a uma palha de aço amarrada na extremidade de 
um cabo de madeira, e girá-lo rapidamente. Com a queima 
do metal da palha de aço, a liberação de faíscas causa um 
efeito muito bonito à noite. Contudo, se na extremidade do 
cabo de madeira há uma chapa de aço, ao invés da palha 
de aço, não se observa o efeito esperado. Considerando 
que a palha de aço e a chapa de aço são feitas do mesmo 
material, assinale a alternativa que traz uma explicação 
para esse fato. 
a) A maior pressão exercida sobre a chapa de aço explica 
o fato de a mesma não sofrer combustão enquanto a 
palha de aço queima plenamente.
b) A queima da palha de aço é muito mais rápida que a da 
chapa metálica devido à maior superfície de contato na 
palha de aço.
c) A chapa de aço apresenta maior facilidade em sofrer 
combustão devido à maior massa presente no material.
d) A velocidade da reação de combustão é maior na palha 
de aço que na chapa metálica por causa da maior 
concentração de reagentes na palha de aço.
e) A reação de combustão da chapa metálica é mais lenta 
devido à presença de oxigênio como catalisador.
Enem em fascículos 2012
9Ciências da Natureza e suas Tecnologias
DE OLHO NO ENEM
CONVERSORES CATALÍTICOS
A catálise heterogênea tem papel importante na luta 
contra a poluição atmosférica. Dois componentes dos gases 
de descarga dos motores dos automóveis são responsáveis 
pela névoa fotoquímica – os óxidos de nitrogênio e os 
hidrocarbonetos de diversos tipos, não queimados. Além disso, 
os gases de descarga podem apresentar teor considerável de 
monóxido de carbono. Mesmo com um motor projetado de 
maneira mais avançada, é impossível, nas condições normais 
de operação, reduzir as quantidades desses poluentes a níveis 
aceitáveis. Por isso, é necessário removê-los da descarga antes 
de os gases serem ventilados na atmosfera. A remoção se faz 
num conversor catalítico.
O conversor catalítico é parte do sistema de descarga 
que executa duas funções diferentes: (1) oxida o CO e os 
hidrocarbonetos não queimados (C
x
H
y
) a dióxido de carbono 
e água; (2) reduz os óxidos de nitrogênio a nitrogênio gasoso:
CO C H CO H O
NO NO N
x y
O,
,
2
2 2
2 2
 → +
 →
Essas duas funções operam com catalisadores diferentes, 
e, por isso, o desenvolvimento de um sistema catalítico efi ciente 
é problema difícil. Os catalisadores devem ter ampla faixa de 
temperatura operacional; devem continuar ativos apesar da 
ação inibidora de diversos aditivos da gasolina presentes no gás 
da descarga; devem ser robustos para suportar a turbulência do 
gás e os choques mecânicos da operação continuada durante 
milhares de quilômetros de movimentação do automóvel.
Os catalisadores que promovem a oxidação do CO e dos 
hidrocarbonetos são, em geral, óxidos de metais de transição 
e metais nobres como a platina. Como exemplo se tem uma 
mistura de dois óxidos metálicos, CuO e Cr
2
O
3
. Os óxidos 
são suportados numa estrutura que proporciona contato 
íntimo entre o gás da descarga e a superfície do catalisador. 
São comuns pérolas ou favos porosos de alumina, A�
2
O
3
, 
impregnados com o catalisador. O material opera pela adsorção 
inicial do oxigênio, que também está no gás de descarga. Esta 
adsorção enfraquece a ligação O — O do O
2
, de modo que 
se formam, efetivamente, átomos de oxigênio para a reação 
com o CO adsorvido e formação do CO
2
. Os hidrocarbonetos, 
possivelmente, sofrem o mesmo processo; a adsorção 
enfraquece a ligação C — H e favorece a oxidação.
Os catalisadores mais efi cientes para a redução do NO 
a N
2
 e O
2
 são óxidos de metais de transição e metais nobres, 
da mesma espécie dos que catalisam a oxidação do CO e dos 
hidrocarbonetos. Os catalisadores que são efi cazes numa reação 
não o são na outra, pelo menos em geral. Por isso, os conversores 
têm que ter pelo menos dois diferentes catalisadores.
Os conversores catalíticos são catalisadores heterogêneos 
de efi ciência notável. O gás de descarga fi ca em contato com o 
catalisador por apenas 100 a 400 ms. Neste curto intervalo de 
tempo, convertem-se 96% dos hidrocarbonetos e do CO a CO
2
 
e H
2
O. A emissão de óxidos de nitrogênio é reduzida por 76%.
Há custos além dos benefícios associados aos conversores 
catalíticos. Alguns metais dos conversores são bastante caros. 
São os conversores que respondem, nos EUA, pelo uso de 
35% da platina e de 73% do ródio produzidos. Os dois metais 
são mais caros do que o ouro. Além disso, os catalisadores 
são incompatíveis com os agentes antidetonantes, à base de 
chumbo, adicionados à gasolina para melhoria de desempenho 
do motor. Aditivos como o chumbo tetraetila, Pb(C
2
H
5
)
4
, 
envenenam o catalisador, ocupando e bloqueando os sítios 
ativos. Em parte, em função deste efeito, os motores construídos 
a partir de 1975 são projetados para operar com gasolina sem 
aditivo de chumbo.
BROWN, LEMAY, BURSTEN. Química: ciência central. 7. ed.
OBJETO DO CONHECIMENTO
Biotecnologia
Segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica da 
ONU, podemos defi nir Biotecnologia como se segue:
“Biotecnologia defi ne-se pelo uso de conhecimentos 
sobre os processos biológicos e sobre as propriedades dos 
seres vivos, com o fi m de resolver problemas e criar produtos 
de utilidade.”
Observe que o conhecimento dos processos biológicos 
é o ponto de partida para o desenvolvimento e a aplicação 
dessa ferramenta.
CONHECIMENTOS
Ciência e Tecnologia
AGENTES BIOLÓGICOS
ASSEGURAR SERVIÇOSPRODUZIR BENSBIOTECNOLOGIA
Organismos, Células,
Organelas, Moléculas
Disponível em: <http://www.google.com.br
O entendimento da defi nição faz-se imprescindível se 
desejamos explorar todas as potencialidades do assunto. 
O termo, hoje, está quase inexoravelmente associado a termos 
como DNA, transgênicos, OGM (organismos geneticamente 
modifi cados), mutações e terapia gênica. 
Todavia, por defi nição, qualquer uso das propriedades 
dos seres vivos com o fi m de resolver problemas e criar produtos 
de utilidade, outrossim deverá ser taxado como biotecnologia. 
Somam-se aos termos supracitados:
• uso de bactérias na produção de iogurtes, queijos e 
vinagre;
• uso de fungos na produção do álcool;
• uso de feromônios de insetos para evitar as pragas;
• criação de abelhas para a polinização;
• uso de sanguessugas em procedimentos médicos;
• obtenção de vitaminas a partir de plantas e algas;
• uso de minhocas para a produção de húmus;
• uso de micro-organismos para a redução de poluentes 
(biorremediação);
• uso de células-tronco em terapias.
Enem em fascículos 2012
10 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Podemos resumi-la como na fi gura a seguir:
Biologia
Engenharia QuímicaQuímica
Industrial
BIOTECNOLOGIA
Engenharia
Bioquímica
Bio
quí
mic
a
Bio
log
ia
Mo
lecu
lar
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org
No Brasil, o uso da biotecnologia vem se mostrando a 
cada dia indispensável e atingindo diversos segmentos:
14,1%
21,2%
4,2%
22,6%
18,3%
16,9%
2,8%
DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS DE BIOTECNOLOGIA POR SETOR DE ATUAÇÃO
Agricultura
Bioenergia
Insumos
Meio ambiente
Saúde animal
Saúde humana
Misto
Contudo, apesar das notórias vantagens da utilização da 
biotecnologia, uma profunda discussão ética faz-se necessária, 
pois seu uso estendeu-se à genética e à utilização de embriões e 
possui consequências que devem ser medidas.
Separamos aqui apenas alguns tópicos que permeiam 
o assunto.
Uso de células-tronco embrionárias
As células-tronco dos embriões têm a capacidade 
de se transformar, num processo também conhecido por 
diferenciação celular, em outros tecidos do corpo, como ossos, 
nervos, músculos e sangue. Devido a essa característica, as 
células-tronco são importantes, principalmente na aplicação 
terapêutica, sendo potencialmente úteis em terapias de 
combate a doenças:
• cardiovasculares;
• neurodegenerativas; 
• diabetes tipo-1; 
• acidentes vasculares cerebrais (AVC); 
• doenças hematológicas;
• traumas na medula espinhal;
• renais.
Organismos transgênicos
Transgênicos são organismos que, mediante técnicas de 
engenharia genética, contenham material genético de outros 
organismos.
A utilização de transgênicos é uma abordagem para a 
produção de determinados compostos de interesse comercial, 
medicinal ou agronômico, como, por exemplo, a utilização da 
bactéria Escherichia coli, que foi modifi cada de modo a produzir 
insulina humana no fi nal da década de 1970.
No entanto, os casos mais mediáticos são os das plantas 
transgênicas, que são modifi cadas de modo a serem mais 
resistentes a pragas e doenças, por exemplo, ou a produzir 
substâncias que lhes permitam resistir a insetos, nemátodes 
ou vírus.
Projeto Genoma Humano (PGH)
Tem como objetivo registrar cada um dos genes 
dos cromossomos, determinar a ordem dos nucleotídios e 
suas funções. As vantagens desse trabalho estão no fato da 
identifi cação da cura e da causa de muitas doenças, como a 
obesidade, o diabetes e a hipertensão.
Existem desvantagens (éticas e morais), pois o uso 
indevido do Projeto pode fazer com que as pessoas percam sua 
individualidade, tornem-se vulneráveis e propícias a preconceitos 
por parte da sociedade.
QUESTÃO COMENTADA
Compreendendo a Habilidade
– Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou 
explicando a manifestação de características dos seres vivos.
– Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, 
analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de 
alimentos, matérias-primas ou produtos industriais.
C-4
C-8
H-13
H-29
Texto
Dopping pode ser compreendido como a utilização de 
substâncias ou método que possa melhorar o desempenho 
esportivo e atente contra a ética esportiva em determinado 
tempo e lugar, com ou sem prejuízo à saúde do esportista. 
Em uma época em que as ciências do esporte aportam cada vez 
mais decisivamente elementos para a melhoria do desempenho 
esportivo dos praticantes de esporte de alto rendimento, 
em particular, e de atividades físicas, em geral, ganham em 
importância discussões acerca da utilização de metodologias 
biomoleculares e substâncias em suas mais amplas aplicações. 
Quer do ponto de vista sanitário ou ético, o dopping genético 
tem suscitado debates tão intensos quanto questionáveis do 
ponto de vista científi co. A questão que se coloca consiste em 
indagar se o recurso obtido com tecnologias biomoleculares se 
choca com a ideia de espírito esportivo, essência do Olimpismo, 
pautado pela busca do equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
Adaptado de RAMIREZ, A; RIBEIRO, A. Dopping genético e esporte.
• (UEL/2011) Com base no texto, na Teoria de Habermas e 
considerando as implicações éticas envolvidas nas disputas 
entre atletas, assinale a alternativa correta.
a) A utilização de terapias genéticas em atletas, por se 
assemelhar a uma dotação genética, não intencional, 
similar à de natureza, pode dispensar pressupostos éticos.
b) Por considerar a utilização de drogas químicas, o uso do 
dopping genético é eticamente aceitável no esporte, já 
que implica o aprimoramento genético da espécie.
c) O fato de um atleta ter sido submetido à terapia genética 
rompe com as condições de simetria entre os competidores, 
pressuposto ético básico das atividades esportivas.
d) A ideia de igualdade entre os atletas nas competições 
representa uma fi cção, já que a vitória e a demonstração 
da real desigualdade entre eles, fator que legitimaria, 
do ponto de vista ético, o dopping genético.
e) A igualdade dada pela indisponibilidade da natureza é 
fator ético que proíbe novas possibilidades genéticas, 
inviabilizando o grau de aperfeiçoamento moral que o 
ser humano poderia alcançar.
Enem em fascículos 2012
11Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Comentário
A terapia gênica somática é o tipo de terapia gênica 
que melhor pode ser aplicado em atletas. Consiste na adição 
de genes exógenos em algumas células somáticas com a 
fi nalidade de alterar um determinado fenótipo. Esse tratamento 
poderá melhorar o desempenho esportivo do atleta e pode ser 
considerado um doping.
Resposta correta: c
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Compreendendo a Habilidade
– Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, 
analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de 
alimentos, matérias-primas ou produtos industriais.
– Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, 
considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em 
produtos biotecnológicos.
C-8
C-3
H-29
H-11
05. (UFTM/2011) O esquema indica processos celulares que 
podem ocorrer em camundongos.
 
Osteoblasto
(célula do osso)
Célula-tronco
X
Y
Célula
muscular
Adipócito
(célula de gordura)
(Scientific American, n.° 39, 2005. Adaptado.)
 Considerando os processos celulares X e Y, é possível 
afi rmar que:
a) não poderiam levar à regeneração de órgãos no futuro, 
tais como o osso ou o músculo.
b) o sucesso do processo X não atenuaria os dilemas éticos 
decorrentes do uso de células-tronco embrionárias.
c) salamandras e lagartixas conseguem realizar o processo 
X com menos êxito que os mamíferos.
d) os “sinais ambientais” de determinadas substâncias 
podem ativar genes queconduziriam a X.
e) não há plausibilidade na afi rmação: é possível que se 
descubra que a célula-tronco não é tanto uma entidade, 
mas um estado.
Compreendendo a Habilidade
– Identifi car etapas em processos de obtenção, transformação, 
utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou 
matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou 
físicos neles envolvidos.
– Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, 
analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de 
alimentos, matérias-primas ou produtos industriais.
C-3
C-8
H-8
H-29
06. (Unesp/2012) Considere o cartum.
NO RESTAURANTE...
DE EN
TRADA
ASINH
AS DE
 POR
CO
EMPAN
ADAS!
E PRA MIM,
COXINHAS DE
LAMBARI
FLAMBADAS!
 De maneira bem-humorada e com certo exagero, a fi gura 
faz referência aos:
a) organismos transgênicos, nos quais genes de uma 
espécie são transferidos para outra espécie de modo 
que esta última expresse características da primeira.
b) organismos geneticamente modificados, nos quais 
técnicas de engenharia genética permitem que se 
manipulem genes da própria espécie, fazendo-os 
expressar características desejáveis.
c) animais híbridos, obtidos a partir do cruzamento entre 
indivíduos de espécies diferentes, o que permite que 
características de uma espécie sejam expressas por 
espécies não aparentadas.
d) animais obtidos por seleção artificial, a partir da 
variabilidade obtida por acasalamentos direcionados, 
processo que permite ao homem desenvolver em 
espécies domésticas características de interesse comercial.
e) animais resultantes de mutação gênica, mecanismo a 
partir do qual os indivíduos da espécie produzem novas 
características, em resposta às necessidades impostas 
pelo ambiente.
DE OLHO NO ENEM
A seguir, transcrevemos as disposições gerais da Lei nº 11.105, 
de 24 de março de 2005 (Lei de biossegurança).
LEI DE BIOSSEGURANÇA
LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005.
Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 
da Constituição Federal, estabelece normas de segurança 
e mecanismos de fi scalização de atividades que envolvam 
organismos geneticamente modificados – OGM e seus 
Enem em fascículos 2012
12 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, 
reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
– CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – 
PNB, revoga a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida 
Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º, 
6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 
2003, e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o 
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E GERAIS
Art. 1º Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos 
de fi scalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a 
manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a 
exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, 
o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte 
de organismos geneticamente modifi cados – OGM e seus 
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científi co 
na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à 
saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio 
da precaução para a proteção do meio ambiente.
§ 1º Para os fi ns desta Lei, considera-se atividade de pesquisa 
a realizada em laboratório, regime de contenção ou campo, 
como parte do processo de obtenção de OGM e seus derivados 
ou de avaliação da biossegurança de OGM e seus derivados, o 
que engloba, no âmbito experimental, a construção, o cultivo, 
a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a 
exportação, o armazenamento, a liberação no meio ambiente 
e o descarte de OGM e seus derivados. 
§ 2º Para os fi ns desta Lei, considera-se atividade de uso 
comercial de OGM e seus derivados a que não se enquadra 
como atividade de pesquisa, e que trata do cultivo, da 
produção, da manipulação, do transporte, da transferência, 
da comercialização, da importação, da exportação, do 
armazenamento, do consumo, da liberação e do descarte de 
OGM e seus derivados para fi ns comerciais. 
Art. 2º As atividades e projetos que envolvam OGM e seus 
derivados, relacionados ao ensino com manipulação de 
organismos vivos, à pesquisa científi ca, ao desenvolvimento 
tecnológico e à produção industrial fi cam restritos ao âmbito de 
entidades de direito público ou privado, que serão responsáveis 
pela obediência aos preceitos desta Lei e de sua regulamentação, 
bem como pelas eventuais consequências ou efeitos advindos 
de seu descumprimento. 
§ 1º Para os fi ns desta Lei, consideram-se atividades e projetos 
no âmbito de entidade os conduzidos em instalações próprias 
ou sob a responsabilidade administrativa, técnica ou científi ca 
da entidade. 
§ 2º As atividades e projetos de que trata este artigo são vedados 
a pessoas físicas em atuação autônoma e independente, ainda 
que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com 
pessoas jurídicas. 
§ 3º Os interessados em realizar atividade prevista nesta Lei 
deverão requerer autorização à Comissão Técnica Nacional de 
Biossegurança – CTNBio, que se manifestará no prazo fi xado 
em regulamento. 
§ 4º As organizações públicas e privadas, nacionais, estrangeiras 
ou internacionais, fi nanciadoras ou patrocinadoras de atividades 
ou de projetos referidos no caput deste artigo devem exigir a 
apresentação de Certifi cado de Qualidade em Biossegurança, 
emitido pela CTNBio, sob pena de se tornarem corresponsáveis 
pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento desta 
Lei ou de sua regulamentação.
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I – organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou 
transferir material genético, inclusive vírus e outras classes que 
venham a ser conhecidas;
II – ácido desoxirribonucleico – ADN, ácido ribonucleico – ARN: 
material genético que contém informações determinantes dos 
caracteres hereditários transmissíveis à descendência;
III – moléculas de ADN/ARN recombinante: as moléculas 
manipuladas fora das células vivas mediante a modifi cação 
de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que possam 
multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda as moléculas de 
ADN/ARN resultantes dessa multiplicação; consideram-se 
também os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes 
aos de ADN/ARN natural;
IV – engenharia genética: atividade de produção e manipulação 
de moléculas de ADN/ARN recombinante;
V – organismo geneticamente modifi cado – OGM: organismo 
cujo material genético – ADN/ARN tenha sido modifi cado por 
qualquer técnica de engenharia genética;
VI – derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não 
possua capacidade autônoma de replicação ou que não 
contenha forma viável de OGM;
VII – célula germinal humana: célula-mãe responsável pela 
formação de gametas presentes nas glândulas sexuais femininas 
e masculinas e suas descendentes diretas em qualquer grau 
de ploidia;
VIII – clonagem: processo de reprodução assexuada, produzida 
artifi cialmente, baseada em um único patrimônio genético, com 
ou sem utilização de técnicas de engenharia genética;
IX – clonagem para fi ns reprodutivos: clonagem com a fi nalidade 
de obtenção de um indivíduo;
X – clonagem terapêutica: clonagem com a finalidade 
de produção de células-tronco embrionárias para utilização 
terapêutica;
XI – células-tronco embrionárias: células de embrião que 
apresentam a capacidade de se transformar em células de 
qualquer tecido de um organismo.
§ 1º Não se inclui na categoria de OGM o resultante de técnicas 
que impliquem a introdução direta, num organismo, de material 
hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas 
deADN/ARN recombinante ou OGM, inclusive fecundação 
in vitro, conjugação, transdução, transformação, indução 
poliploide e qualquer outro processo natural. 
§ 2º Não se inclui na categoria de derivado de OGM a substância 
pura, quimicamente defi nida, obtida por meio de processos 
biológicos e que não contenha OGM, proteína heteróloga ou 
ADN recombinante.
Art. 4º Esta Lei não se aplica quando a modifi cação genética 
for obtida por meio das seguintes técnicas, desde que não 
impliquem a utilização de OGM como receptor ou doador:
I – mutagênese; 
II – formação e utilização de células somáticas de hibridoma 
animal; 
Enem em fascículos 2012
13Ciências da Natureza e suas Tecnologias
III – fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, 
que possa ser produzida mediante métodos tradicionais de 
cultivo;
IV – autoclonagem de organismos não patogênicos que se 
processe de maneira natural.
Art. 5º É permitida, para fi ns de pesquisa e terapia, a utilização 
de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos 
produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo 
procedimento, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na 
data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data 
da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, 
contados a partir da data de congelamento.
§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos 
genitores.
§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem 
pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas 
deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos 
respectivos comitês de ética em pesquisa.
§ 3º É vedada a comercialização do material biológico a que 
se refere este artigo e sua prática implica o crime tipifi cado no 
art. 15 da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.
Art. 6º Fica proibido:
I – implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção 
de registro de seu acompanhamento individual;
II – engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro 
de ADN/ARN natural ou recombinante, realizado em desacordo 
com as normas previstas nesta Lei;
III – engenharia genética em célula germinal humana, zigoto 
humano e embrião humano;
IV – clonagem humana;
V – destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus 
derivados em desacordo com as normas estabelecidas pela 
CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fi scalização, 
referidos no art. 16 desta Lei, e as constantes desta Lei e de 
sua regulamentação;
VI – liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, 
no âmbito de atividades de pesquisa, sem a decisão técnica 
favorável da CTNBio e, nos casos de liberação comercial, sem 
o parecer técnico favorável da CTNBio, ou sem o licenciamento 
do órgão ou entidade ambiental responsável, quando a 
CTNBio considerar a atividade como potencialmente causadora 
de degradação ambiental, ou sem a aprovação do Conselho 
Nacional de Biossegurança – CNBS, quando o processo tenha sido 
por ele avocado, na forma desta Lei e de sua regulamentação;
VII – a utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento 
e o licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, entende-se por 
tecnologias genéticas de restrição do uso qualquer processo 
de intervenção humana para geração ou multiplicação de plantas 
geneticamente modifi cadas para produzir estruturas reprodutivas 
estéreis, bem como qualquer forma de manipulação genética 
que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à 
fertilidade das plantas por indutores químicos externos.
Art. 7º São obrigatórias:
I – a investigação de acidentes ocorridos no curso de pesquisas 
e projetos na área de engenharia genética e o envio de relatório 
respectivo à autoridade competente no prazo máximo de 5 
(cinco) dias a contar da data do evento;
II – a notifi cação imediata à CTNBio e às autoridades da saúde 
pública, da defesa agropecuária e do meio ambiente sobre 
acidente que possa provocar a disseminação de OGM e seus 
derivados;
III – a adoção de meios necessários para plenamente informar à 
CTNBio, às autoridades da saúde pública, do meio ambiente, da 
defesa agropecuária, à coletividade e aos demais empregados 
da instituição ou empresa sobre os riscos a que possam estar 
submetidos, bem como os procedimentos a serem tomados no 
caso de acidentes com OGM.
Disponível em: <http://www.ctnbio.gov.br
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Compreendendo a Habilidade
– Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, 
substâncias, objetos ou corpos celetes.
C-6
H-20
01. (UFRN – adaptada) O turismo chegou ao espaço! No 
dia 30/04/2001, o primeiro turista espacial da história, 
o norte-americano Denis Tito, a um custo de 20 milhões 
de dólares, chegou à Estação Espacial Internacional, que 
está se movendo ao redor da Terra. Ao mostrar o turista 
fl utuando dentro da estação, um repórter erroneamente 
disse: “O turista fl utua devido à ausência de gravidade”.
A explicação correta para a fl utuação do turista é:
a) a força centrípeta anula a força gravitacional exercida 
pela Terra.
b) na órbita da estação espacial, a força gravitacional 
exercida pela Terra é nula.
c) a estação espacial e o turista estão ambos em queda 
livre com a mesma aceleração em relação à Terra.
d) na órbita da estação espacial, a massa inercial do turista 
é nula.
e) a explicação dada pelo repórter é de fato correta.
Compreendendo a Habilidade
– Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, 
substâncias, objetos ou corpos celestes.
C-6
H-20
02. (UFPI) 
Sol
B
CA
 Um planeta gira, em órbita elíptica, em torno do Sol. 
Considere as afi rmações.
I. Na posição A, a velocidade do planeta tem módulo 
máximo;
II. Na posição C, a energia potencial do sistema (Sol+planeta) 
é máxima;
III. Na posição B, a energia total do sistema (Sol+planeta) tem 
um valor intermediário, situado entre os correspondentes 
valores em A e C.
Enem em fascículos 2012
14 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
 Assinale a alternativa correta.
a) I e III são verdadeiras.
b) I e II são verdadeiras.
c) II e III são verdadeiras.
d) Apenas II é verdadeira.
e) Apenas I é verdadeira.
Compreendendo a Habilidade
– Confrontar interpretações científi cas com interpretações baseadas no 
senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
C-1
H-3
03. (UFPI) Depois de analisar as afi rmativas abaixo, indique a 
opção correta.
I. Massa e peso representam uma mesma quantidade física 
expressa em unidades diferentes;
II. A massa é uma propriedade dos corpos enquanto o 
peso é o resultado da interação entre dois corpos;
III. O peso de um corpo é proporcional à sua massa.
a) apenas a afi rmativa I é correta.
b) apenas a afi rmativa II é correta.
c) apenas a afi rmativa III é correta.
d) as afi rmativas I e III são corretas.
e) as afi rmativas II e III são corretas.
Compreendendo a Habilidade
– Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de 
linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas 
ou biológicas, como texto discursivo, gráfi cos, tabelas, relações 
matemáticas ou linguagem simbólica.
C-5
H-17
04. A decomposição do peróxido de hidrogênio, H
2
O
2
, princípio 
ativo da solução aquosa conhecida como água oxigenada, 
ocorre, sem a presença de catalisadores, de acordo com o 
gráfi co a seguir:
0 20 40 60 80 100
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
50°C
35°C
20°C
[H
2O
2]
 (m
ol
/L
)
tempo (horas)
 Em função da análise do gráfi co e de conhecimentos em 
cinética química, assinale a alternativa correta.
a) O aumento da temperatura facilita a conservação da 
água oxigenada comercial.
b) Em 40 horas, a concentraçãode peróxido de hidrogênio 
mantido a 50 oC se reduz à metade do valor inicial.
c) Em 20 horas, a concentração de peróxido de hidrogênio 
mantido a 20 oC se reduz à 60% do valor inicial.
d) O tempo de meia-vida varia com a temperatura a que 
a reação está submetida.
e) Sob temperatura de 35 oC, a velocidade de decomposição 
do peróxido de hidrogênio é constante com a 
concentração.
Compreendendo a Habilidade
– Relacionar propriedades físicas, químicas e biológicas de produtos, 
sistemas ou procedimentos tecnológicos às fi nalidades a que se 
destinam.
C-5
H-18
• Texto sobre uma conversão catalítica de gases poluentes
 “No entendimento tradicional da reação química 
que acontece no interior de um catalisador, o monóxido de 
carbono e o gás oxigênio são retidos na superfície (1) do 
catalisador automotivo, fazendo com que a molécula de 
oxigênio quebre em dois átomos separados (2). A seguir, 
o átomo de oxigênio e a molécula de monóxido de carbono 
se juntam na superfície , resultando na produção de dióxido 
de carbono “ 
05. O tipo de catálise relatada no texto e os fenômenos 
representados por (1) e (2) são, respectivamente:
a) heterogênea, absorção e cisão heterolítica.
b) homogênea, adsorção e cisão homolítica.
c) heterogênea, adsorção e cisão homolítica.
d) autocatálise, absorção e dissociação iônica.
e) autocatálise, adsorção e dissociação iônica.
Compreendendo a Habilidade
– Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar 
materiais, substâncias ou transformações químicas.
C-7
H-24
06. Os dois alcoóis mais conhecidos são o metanol e o etanol. 
O metanol, por exemplo, é um líquido infl amável e perigoso, pois 
apresenta efeito tóxico no sistema nervoso, particularmente 
no nervo óptico. Essa substância pode ser preparada através 
de hidrogenação controlada do monóxido de carbono, em 
uma reação que se processa sob pressão e em presença 
de um catalisador metálico. A equação balanceada do 
processo de produção desse álcool e o papel do catalisador 
metálico são, respectivamente:
a) CO + 4H → CH
4
O / diminuir o ∆H da reação.
b) CO + 2H
2
 → CH
3
OH / aumentar a energia de ativação.
c) 2C + 1
2
O
2
 + 3H
2
 → C
2
H
6
O / reduzir a energia de 
ativação. 
d) CO + 2H
2
 → CH
3
OH / diminuir o tempo da reação.
e) CO + 4H → CH
3
OH / não permitir que o sistema entre 
em equilíbrio.
Enem em fascículos 2012
15Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Compreendendo a Habilidade
– Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, 
considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em 
produtos biotecnológicos.
– Reconhecer mecanismos de transmissão de vida, prevendo ou 
explicando a manifestação de características dos seres vivos.
C-3
C-4
H-11
H-13
07. (UFRGS/2011) Uma das técnicas atualmente utilizadas 
para analisar casos de paternidade civil é o emprego 
de marcadores de microssatélites. Os microssatélites 
são repetições de trechos de DNA que ocorrem em 
número variável na população. O número de repetições é 
transmitido geneticamente.
 A análise de microssatélites foi utilizada em um teste de 
paternidade. A tabela abaixo apresenta os resultados 
relativos ao número de repetições encontradas para a mãe, 
para o suposto pai e para o fi lho, em diferentes locos.
Amostra de 
acordo com 
o número de 
repetições
Mãe
Suposto 
pai
Filho
Locos
1 12; 13 9; 14 13; 14
2 32; 35 29; 32 35; 35
3 8 ; 10 10; 12 10 ; 10
4 7 ; 9 6; 9 7; 7
5 12; 14 11; 12 12; 14
6 15; 17 15; 15 15; 15
7 18; 22 17; 19 21; 22
 Com base nos dados apresentados na tabela, é correto 
afi rmar que:
a) apenas um indivíduo, pela análise, é homozigoto para 
o loco 6.
b) os locos 2, 4 e 7 excluem a possibilidade de paternidade 
do suposto pai.
c) o fi lho é heterozigoto para a maioria dos locos analisados.
d) a mãe referida não é mãe biológica deste fi lho.
e) os locos 1 e 3 excluem a possibilidade de paternidade 
do suposto pai.
Compreendendo a Habilidade
– Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, 
considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em 
produtos biotecnológicos.
– Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou 
explicando a manifestação de características dos seres vivos.
C-3
C-4
H-11
H-13
08. (UFRM/2011) Bioma é uma região com o mesmo tipo de 
clima, possui plantas e animais característicos (Planeta Terra: 
Ecossistema, 2008). Mas, como a interferência do homem 
na natureza é constante, os cientistas criaram uma nova 
espécie de mosquito da malária modifi cado geneticamente 
para não transmitir essa doença e o introduziram na 
Amazônia. Então, é correto afi rmar que:
a) modifi car geneticamente um mosquito não signifi ca 
alterar o seu DNA.
b) modifi car um organismo geneticamente signifi ca cruzar 
espécies diferentes.
c) a modifi cação genética dos mosquitos pode ser feita 
pelo cruzamento dos mosquitos da malária com outros 
tipos de insetos, gerando novas combinações.
d) os ambientalistas defendem o uso da engenharia 
genética, pois os seus efeitos são totalmente previstos 
e controlados, não trazendo perigo para a humanidade.
e) transgenia signifi ca a inserção de um gene de uma 
espécie diferente em outra espécie.
Compreendendo a Habilidade
– Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, 
considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em 
produtos biotecnológicos.
– Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais 
que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem 
social, econômica ou ambiental.
C-3
C-5
H-11
H-19
09. (Enem/2011) Um instituto de pesquisa norte-americano 
divulgou recentemente ter criado uma “célula sintética”, 
uma bactéria chamada de Mycoplasma mycoides . 
Os pesquisadores montaram uma sequência de nucleotídeos, 
que formam o único cromossomo dessa bactéria, o qual foi 
introduzido em outra espécie de bactéria, a Mycoplasma 
capricolum. Após a introdução, o cromossomo de M. capricolum 
foi neutralizado e o cromossomo artifi cial da M. mycoides 
começou a gerenciar a célula, produzindo suas proteínas.
GILBSON, et al. Creation of a Bacterial Celi Controlled by a
Chemically synthesized Genome. Science. v. 329. 2010 (adaptado).
 A importância dessa inovação tecnológica para a comunidade 
científi ca se deve à:
a) possibilidade de sequenciar os genomas de bactérias 
para serem usados como receptoras de cromossomos 
artifi ciais.
b) capacidade de criação, pela ciência, de novas formas de 
vida, utilizando substâncias como carboidratos e lipídios.
c) possibilidade de produção em massa da bactéria 
Mycoplasma capricolum para sua distribuição em 
ambientes naturais.
d) possibilidade de programar geneticamente micro-
-organismos ou seres mais complexos para produzir 
medicamentos, vacinas e biocombustíveis.
e) capacidade de bactéria Mycoplasma capricolum de 
expressar suas proteínas na bactéria sintética e estas 
serem usadas na indústria.
Compreendendo a Habilidade
– Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, 
considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em 
produtos biotecnológicos.
– Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identifi cando 
aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde 
individual, coletiva ou do ambiente.
C-3
C-8
H-11
H-30
10. (Unesp/2011) Uma novidade dos cientistas: Combate à 
dengue com a ajuda do próprio mosquito transmissor.
 Para os animais, o ato sexual é o caminho para a 
perpetuação da espécie. Um objetivo primordial que está se 
invertendo – pelo menos para o Aedes aegypti, o mosquito 
transmissor da dengue. Por meio de manipulação genética, 
uma populaçãode machos criada em laboratório recebeu 
um gene modifi cado que codifi ca uma proteína letal à 
prole.
Enem em fascículos 2012
16 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
 Quando esses machos cruzam com fêmeas normais 
existentes em qualquer ambiente, transmitem o gene 
à prole, que morre ainda no estágio larval. A primeira 
liberação na natureza desses animais geneticamente 
modifi cados no Brasil foi aprovada em dezembro de 2010 
pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). 
A linhagem deverá ser liberada no município de Juazeiro, 
no estado da Bahia.
Evanildo da Silveira, Pesquisa FAPESP, fevereiro de 2011. Adaptado.
 Sobre a notícia, pode-se afi rmar corretamente que os 
mosquitos:
a) transgênicos liberados no ambiente irão se reproduzir 
e aumentar em número, substituindo a população 
original.
b) criados em laboratório, quando liberados no ambiente, 
irão contribuir com a redução do tamanho populacional 
das gerações seguintes.
c) geneticamente modifi cados são resistentes à infecção 
pelo vírus causador da dengue, o que reduz a 
probabilidade de transmissão de doença.
d) são portadores de uma mutação em um gene relacionado 
à reprodução, tornando-os estéreis e incapazes de se 
reproduzirem e transmitirem a dengue.
e) modifi cados produzem prole viável somente se cruzarem 
com fêmeas, também modificadas, portadoras do 
mesmo gene.
GABARITOS
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01 02 03 04 05 06
a c a b d a
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01 02 03 04 05
c b e d c
06 07 08 09 10
d b e d b
ANOTAÇÕES
Expediente
Diretor-Superintendente: Tales de Sá Cavalcante 
Diretora Pedagógica: Hilda Prisco
Diretora Controller: Dayse Tavares
Supervisão Pedagógica: Marcelo Pena
Gerente do FBEscolas: Fernanda Denardin
Gerente Gráfi co: Andréa Menescal
Coordenador Gráfi co: Sebastião Pereira
Projeto Gráfi co: Joel Rodrigues e Franklin Biovanni
Editoração Eletrônica: Estefania Morais
Ilustrações: João Lima
Revisão: Mikaele Nobre
OSG.: 61950/12

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