Buscar

_conquistadaamerica (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PEAC – Projeto Educacional Alternativa Cidadã
Monitoria de História – Profº Maurício Reali Santos – 02/05/2011
mauriciorealis@gmail.com
A conquista da América
Podemos dividir a conquista da America pelos espanhóis em três etapas:
1ª etapa – 1492 – 1519 – corresponde a chegada de Cristóvão Colombo nas Antilhas caribenhas e o estabelecimento dos espanhóis. Os espanhóis recrutaram os indígenas para construir suas primeiras cidades, como São Domingos (1496) e para explorar o ouro que tiravam dos rios. A escravidão, os massacres aos indígenas e as epidemias fizeram com que os índios tainos reduzissem rapidamente seu número, o que obrigou os espanhóis a importarem escravos africanos para trabalhar nas plantações de produtos tropicais.
2ª etapa – 1519 – 1532 – Corresponde à conquista da mesoamérica, região onde atualmente localiza-se o México, e onde estava estabelecido o Império Azteca entre outros povos. Motivado pela busca de riquezas, metais, pilhagem, Hernán Cortês começou a conquista de Tenochtitlán (cidade que governava o Império), em 1519, com uma expedição de aproximadamente 500 soldados espanhóis e 25 mil índios. Esta expedição iniciou uma série de conflitos, com milhares de mortes, resultando na resistência Azteca, que fez com que os espanhóis tivessem de se refugiar em Tlaxcala, povoado indígena dos Tlaxcaltecas, aliados de Cortez. Lá ele reorganizou suas forças e em 1521, partiu para uma nova investida contra Tenochtitlán, resultando na destruição da cidade, onde foi construída no mesmo a Cidade do México, e o fim do Império Azteca.
3ª etapa – 1532 – 1572 – Corresponde à expansão para o sul e à conquista dos Andes, onde se encontravam os Incas. Francisco Pizarro liderou uma expedição que resultou na tomada da cidade de Cajamarca, localizada a noroeste de Cuzco (cidade mais importante do Império Incaico), em 1532. Neste momento, há alguns anos os Incas estavam diante de uma disputa pelo poder entre dois filhos do Inca Huayna Capac, que havia morrido em 1525. Um desses filhos chamava-se Atahualpa e o outro Huascar. Pizarro convidou o primeiro a comparecer a cidade recém tomada. Quando Atahualpa chegou, Pizarro ordenou que o prendessem e a partir dali organizou uma expedição para Cuzco, tendo como aliados o povo Wanka, inimigo dos Incas. Em 1533 os espanhóis tomaram a cidade de Cuzco e em 1535 fundaram a Ciudad de Los Reyes, atual Lima, fazendo dela a capital do domínio espanhol. Um terceiro filho de Huayna Capac, chamado Manco Inca, organizou uma resistência, incitando os indígenas a se rebelarem e resistirem ao domínio espanhol. Em 1536-37 cercaram a cidade de Cuzco, depois disso retiraram-se para as montanhas, onde organizaram um Estado Neo-Incaico. Resistiram e enfrentaram os espanhóis até 1572, quando o último líder da resistência, Tupac Amaru, foi preso e decapitado em Cuzco.
Sistemas de trabalho na América Hispânica
	Os sistemas de trabalho e as formas de sujeição dos índios para trabalhar na edificação de cidades, fazendas, plantações, trabalho nas minas de prata, mercúrio e ouro, foram diversas, variaram ao longo do tempo e muitas vezes coexistiram. Alguns exemplos são:
Imposição de tributos, primeiramente em trabalho, depois pagamento em espécie.
Manipulação, negociação, alianças com a elite indígena (caciques) para que esses mobilizassem índios para prestação de serviços.
Mecanismo de sujeição por dívidas.
Sistema de peonaje, no qual o índio e sua família deixavam permanentemente sua comunidade para viver na fazenda.
Trabalho livre.
Dois sistemas merecem atenção especial: encomienda e o repartimiento (mitas). Vejamos como se desenvolvem. 
Num primeiro momento, que sucede a chegada dos espanhóis, a exploração na America se deu de forma mais irrestrita, através da pilhagem, da escravização de índios, uso de seu trabalho para exploração do ouro de aluvião.
A primeira tentativa da Coroa de regularizar o trabalho indígena aconteceu com a instituição da encomienda.
A encomienda era uma espécie de recompensa para os conquistadores por seus serviços prestados. Implicava direitos e deveres. Direito de exploração do trabalho indígena nas minas, plantações e fazendas. Dever de dar-lhes alimento e ensinar a fé cristã. Não devemos superestimar o cumprimendo desses deveres.
	O sistema de encomienda com o tempo gerou alguns problemas. Um deles foi que, com a chegada de mais espanhóis, não conseguiu supriu a demanda dos colonos por trabalho indígena, pois havia beneficiado apenas as primeiras gerações. Outro problema diz respeito à preocupação da Coroa para evitar o desenvolvimento de uma nobreza na América, e a constituição de feudos, para perpetuar a subordinação à Coroa. O último problema refere-se às denúncias dos abusos do trabalho indígena feitas por ordens religiosas, como por exemplo, as denúncias do Frei Bartolomeu de Las Casas. Na tentativa de resolvertudo isso, e em alguma medida, harmonizar interesses da Coroa, Igreja e Colonos, foram instituídas as Leyes Nuevas (1542), que determinavam que as encomiendas não mais seriam hereditárias, não seriam mais sob a forma de serviços, proibição e banimento da escravidão indígena, entre outras coisas. Em 1548, institui-se o Repartimiento, sistema de trabalho rotativo pelo qual a administração colonial ficava responsável por recrutar uma porcentagem de índios nas comunidades para prestar serviços temporários aos colonos espanhóis em troca de baixíssimo salário. As mitas destinadas às minas de prata de Potosí e de mercúrio de Huancavelica são um bom exemplo desse sistema. Um grupo de índios deveria trabalhar por uma semana e ao término deste recebia seu salário e retornava a sua comunidade, quando outro grupo encaminhava-se ao trabalho.
	Outra forma de trabalho na América Hispânica foi a escravidão africana. Com a proibição da escravidão indígena, os espanhóis recorreram à escravidão africana. Este teve maior presença nas áreas de plantation, ou seja, de exportação de produtos tropicais, não sendo tão utilizada nas áreas onde havia uma população indígena abundante e concentrada, como as montanhas do México e Peru. Assim, os escravos africanos tiveram uma presença importante em regiões exportadoras como Cuba, Venezuela, Santo Domingo e todo o litoral do Caribe, embora também tenham sido utilizados no norte do México, litoral do Pacífico e na Bacia do Prata. 
Consolidação da presença Hispânica, organização administrativa, sistema mercantilista
Desde muito cedo as bases da ocupação e relação da Espanha com o Novo Mundo estavam lançadas, e eram profundamente marcadas pelas políticas mercantilistas (regime de porto único; balança comercial favorável; bulhonismo ou metalismo) essas bases podem ser expressas em dois momentos:
Casa de Contratação (1503): Sediado em Sevilha e subordinado à Coroa espanhola, esse órgão tinha as funções de avaliar os contratos de viagens de exploração ou negócio, recolher os impostos, fiscalizar a arrecadação, etc.
Regime do “porto único” (1503): estabelecia o porto de Sevilha como única origem ou destino das embarcações que fossem ou viessem do Novo Mundo, com o intuito de controlar a entrada de metais preciosos e outras mercadorias.
À medida que o processo de conquista acontecia, os espanhóis se estabeleciam definitivamente, organizando-se política e administrativamente. 
Conselho das Índias (1524): Órgão subordinado diretamente ao rei espanhol, por intermédio do qual o rei definia as diretrizes gerais da administração colonial: criar órgãos coloniais, nomear funcionários, autorizar a fundação de bispados, etc.
Criação do Vice-reinado de Nova Espanha (1535)
Criação do Vice-reinado do Peru (1542)
Sistema de Frotas (1540): obrigava aos mercadores organizarem comboios escoltados, e um calendário de viagens com no mínimo duas viagens ao ano.
Foram descobertas as grandes minas de prata de Potosi (1545) e de Zacatecas (1546), que inauguraram, a partir da década de 1570, com a introdução da técnica de amálgama com mercúrio, o período degrande prosperidade da mineração, que vai até pouco mais de meados do século XVII. A extração de metais nas minas pode ser entendida como o eixo articulador da economia colonial, pois demandava recursos, insumos, transportes, alimentos, o que por ser a atividade mais lucrativa naquele momento, gerava demandas que estimularam a produção nas regiões rural e mesmo nas cidades, como a produção de tecidos nos obrajes.
	Outro aspecto que não deve ser esquecido é o caráter urbano da colonização espanhola e a função da cidade. O assentamento efetivo dos espanhóis baseou-se na fundação de uma rede de cidades estendida por todo o continente, e que constituía a espinha dorsal do sistema administrativo e militar. As cidades eram construídas sobre o clássico modelo espanhol de ruas quadriculadas, com uma praça central, em volta da qual eram construídos os edifícios administrativos, de representação do poder real, religiosos e judiciais. Além disso, já desde 1540, 1550, as principais cidades coloniais possuíam universidades, como Santo Domingo (1538), Cidade do México (1551), Lima (1551) e também tipografias, características distintas da colonização portuguesa no Brasil.

Outros materiais