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Apostila EAD Feridas e Curativos

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CETAC 
Centro de Ensino e Treinamento 
em Anatomia e Cirurgia Veterinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Auxiliar Veterinário - EAD 
 
Feridas e Curativos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
Feridas e Curativos 
 
A pele é o maior órgão do corpo, suas funções principais são proteção contra 
infecções, lesões e raios solares, controle de temperatura e auxilia no sistema 
imunológico. 
 
Feridas 
As feridas são injúrias na pele, conseqüências de uma agressão por uma 
agente (objetos cortantes ou perfurantes, fogo, raios solares, frio, etc.). Há 
muitos milênios a humanidade tenta controlar, curar e proteger as feridas, 
inicialmente cauterizando e usando torniquetes. A sutura foi descrita cerca de 
3000 anos a.C., Lister introduziu o uso de antissépticos em 1884 e no sec. XX 
com o descobrimento da penicilina e da sulfa vêm a evolução dos tratamentos. 
 
Classificação das Feridas 
 
1. Escoriações - lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com 
arrancamento da pele. 
2. Hematomas e equimoses - na equimose há rompimento dos capilares, 
porém sem perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o 
sangue extravasado forma uma cavidade 
3. Abrasão – Superficiais e envolvem a destruição de profundidade 
variáveis da pele por fricção decorrente de traumatismo. As abrasões 
são sensíveis à pressão ou ao toque e sangram minimamente. 
4. Laceração – Um rasgo que danifica a pele e os tecidos subjacentes, 
onde podem ser superficiais ou profundas e possuem bordas irregulares. 
5. Avulsão – Um rasgo de tecidos a partir de suas ligações e pela criação 
de flapes cutâneos. 
6. Perfuração – Quando ocorre por causa de um projétil ou objeto 
pontiagudo que danifica o tecido. A extensão do dano tecidual é 
diretamente proporcional a velocidade do projétil. 
7. Esmagamento – Pode ser uma combinação de outros tipos de 
ferimentos com danos extensos e contusões na pele e nos tecidos mais 
profundos 
8. Queimadura – Lesões cutâneas parciais ou de espessura completa 
causadas por calor ou substância química 
 
 
Quanto ao Grau De Contaminação 
 
1. Limpas - são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram 
abertos sistemas como o digestório, respiratório e genito-urinário. A 
probabilidade da infecção da ferida é baixa, em torno de 1 a 5%. 
2. Limpa contaminada - são conhecidas como potencialmente 
contaminadas; nelas há contaminação grosseira, por exemplo, nas 
ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas em que 
houve abertura dos sistemas contaminados descritos anteriormente. O 
risco de infecção é de 3 a 11%. 
3. Contaminada - são as que tiveram contato com material como terra, 
fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquelas em que já 
 3 
se passou seis horas após o ato que resultou na ferida. O risco de 
infecção da ferida já atinge 10 a 17%. 
4. Infectada - apresenta sinais nítidos de infecção, como o pus. 
 
 
Cicatrização 
A cicatrização tem fases: Fase inflamatória - O processo inflamatório é de vital 
importância para o processo de cicatrização; Fase de epitelização - Enquanto 
que a fase inflamatória ocorre na profundidade da lesão, nas bordas da ferida 
suturada, em cerca de 24 a 48 horas, toda a superfície da lesão estará 
recoberta por células superficiais que com o passar dos dias, sofrerão 
fenômenos de queratinização. Fase celular - No terceiro e quarto dia, após a 
lesão, células produzem colágeno, matriz da cicatrização, e formam feixes. 
Fase de fibroplasia - Caracteriza-se pela presença de colágeno. Para sua 
formação requer enzimas específicas que exigem co-fatores como oxigênio, 
ferro, ácido ascórbico, daí suas deficiências levarem ao retardo da cicatrização. 
 
A cicatrização pode ser por primeira intenção, quando ocorre à volta ao tecido 
normal, sem presença de infecção e as extremidades da ferida estão bem 
próximas. Na cicatrização por segunda intenção, não acontece à aproximação 
das superfícies, devido ou à grande perda de tecidos, ou devido a presença de 
infecção; neste caso, há necessidade de grande quantidade de tecido de 
granulação. Diz-se cicatrização por terceira intenção, quando se procede ao 
fechamento secundário de uma ferida, com utilização de sutura. 
 
Curativo 
Curativo é todo material colocado diretamente por sobre uma ferida, cujos 
objetivos são: evitar a contaminação de feridas limpas; facilitar a cicatrização; 
reduzir a infecção nas lesões contaminadas; absorver secreções, facilitar a 
drenagem de secreções, promover a hemostasia com os curativos 
compressivos, manter o contato de medicamentos junto à ferida e promover 
conforto ao paciente. 
 
Procedimentos Práticos 
Feridas devem ser cobertas com uma atadura seca e limpa imediatamente 
após lesão ou quando o animal é apresentado para tratamento, para evitar 
contaminação e hemorragias adicionais. Quando apropriado, devem-se 
remover as ataduras e avaliar e classificar o ferimento. 
 
A área circundante ao ferimento deve ser depilada e preparada. Pode-se 
proteger o ferimento dos pêlos depilados e dos detergentes com a aplicação de 
tampões embebidos em solução salina. Os pêlos podem ser cortados com 
tesouras imersas em óleo mineral para evitar que caiam no ferimento. 
 
Para preparar a pele depilada usa-se iodo povidine ou gliconato de clorexidina. 
Os detergentes nas escarificações antisépticas causam irritação, intoxicação e 
dor em tecidos expostos e podem potencializar a infecções de um ferimento. 
Faz- se a lavagem abundante usando solução salina estéril (isotônica estéril ou 
ringer lactato). A água de torneira é eficaz, porém pode causar inchaço celular 
 4 
e mitocondrial. A lavagem reduz a contaminação bacteriana por 
desprendimento e remoção com jato de bactérias e resíduos necrosados 
 
Feridas com menos de 6 a 8 horas, com traumatismo e contaminação mínima, 
devem ser tratados por meio de lavagem, debridamento e fechamento primário. 
 
Ferimentos penetrantes não devem ser aproximados primariamente sem 
exploração cirúrgica. 
 
Feridas com mais de 6 a 8 horas ou os infectados devem ser tratados como 
ferimentos abertos para permitir o debridamento e redução do numero 
bacteriano. O objetivo dos cuidados de um ferimento aberto é converter o 
ferimento contaminado e aberto em um cirurgicamente limpo que possa ser 
fechado. 
 
Curativo de Feridas Simples e Limpas 
 
1. Lavar as mãos para evitar infecção 
2. Explicar o procedimento ao proprietário, para assegurar sua 
tranqüilidade 
3. Reunir todo o material em uma bandeja auxiliar 
4. Fechar a porta para diminuir corrente de ar 
5. Colocar o paciente em posição adequada 
6. Manipulação do pacote de curativo com técnica asséptica, incluindo a 
utilização de luvas 
7. Remover o curativo antigo com pinça dente de rato 
8. Fazer a limpeza da incisão com pinça de Kelly com gaze umedecida em 
soro fisiológico, com movimentos semi-circulares, de dentro para fora, 
de cima para baixo, utilizando-se as duas faces da gaze, sem voltar ao 
início da incisão 
9. Secar a incisão de cima para baixo 
10. Secar as laterais da incisão de cima para baixo 
11. Colocar medicamentos de cima para baixo, nunca voltando a gaze onde 
já passou 
12. Retirar o excesso de medicação 
13. Passar éter ao redor da incisão 
14. Curativo quando necessário 
15. Lavar as mãos 
16. Recolher o material 
 
Curativo de ferida aberta ou contaminada 
 
As diferenças básicas podem ser assim resumidas: 
 
1. Os curativos de ferida aberta, independente do seu aspecto, serão 
sempre realizados conforme a técnica de curativo contaminado, ou seja, 
de fora para dentro. 
2. Para curativos contaminados com secreção, principalmente em 
membros, colocar uma bacia na área a ser tratada, lavando-a com soro 
fisiológico a 0,9%. 
 5 
3. As soluções anti-sépticas mais utilizadas sãoa solução aquosa de PVPI 
a 10% (1% de iodo livre) e clorexidine a 4%. 
4. Quando houver necessidade de troca de vários curativos em um mesmo 
paciente, deverá iniciar pelos de incisão limpa e fechada, seguindo-se 
de ferida aberta não infectada, depois os de ferida infectada, e por último 
as colostomias e fístulas em geral 
5. Utilizar máscaras, aventais e luvas esterilizadas. 
 
Avaliação da viabilidade da pele 
Devemos avaliar a pele de feridas cirúrgicas ou não, pois a circulação cutânea 
pode se deteriorar cinco dias após uma cirurgia por causa de edema e outros 
fatores. A viabilidade é feita por meio da coloração, aquecimento, dor e 
sangramento. A pele inviável tem coloração enegrecida ou azulada a área 
tende a ser fria e desprovida de sensação. 
 
Cuidados no Pós-Cirúrgico Imediato 
Após o término do procedimento cirúrgico o animal deve passar por um 
cuidadoso processo de limpeza, áreas sujas de sangue deveram ser limpas 
com água oxigenada e secas, após essa limpeza aplicar iodo pvpi ou 
clorexidina. Na incisão aplicar uma pomada cicatrizante, acomodar a gaze e 
aderir o micropore na pele cobrindo completamente a ferida cirúrgica, fazendo 
assim o curativo. 
 
Ataduras de crepe podem ser necessárias para dar sustentação ao curativo; 
dependendo da extensão da incisão o uso de malhas cirúrgicas formando 
‘macacões’, ou mesmo o uso de roupas cirúrgicas são recomendados. 
 
Dependendo do temperamento do animal e do local cirúrgico é obrigatório o 
uso de colar elisabetano. 
 
 
O animal deve ser mantido após a cirurgia em local seco e aquecido, longe do 
sol e do vento até a liberação. Cuidado com os tapetes térmicos a temperatura 
deles deve estar bem controlada. 
 
 
 
 6 
Uma vez que o animal for liberado para casa algumas orientações devem ser 
passadas ao proprietário. Cuidado especial com: 
 
 Sacadas e escadas 
 Baldes, sanitários, piscinas e lagos 
 Lugares frios 
 Contactantes 
 
Curativos e bandagens 
Os itens necessários para curativos e bandagens cirúrgicas são: água 
oxigenada, antissépticos, pomadas cicatrizantes, micropore, esparadrapo, 
ataduras de crepe, talas e malhas. 
 
 
 
Para procedimentos cirúrgicos diferentes existem bandagens diferentes.

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