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Curso de Bacharelado em Administração Universidade Federal do Pará Mercado de Capitais Prof. José Thadeu Paulo Henriques jthadeu@amazonet.com.br Fevereiro 2013 2 Sumário O Sistema Financeiro Brasileiro ..................................................................................... 5 1.1 Considerações sobre Mercado de Capitais .................................................. 7 1.2 A Evolução do Sistema Financeiro Brasileiro ........................................... 10 1.3 O Atual Sistema Financeiro Brasileiro ......................................................... 14 As Instituições Financeiras e Suas Finalidades ...................................................... 17 2.1 Órgãos Normativos ........................................................................................... 19 2.2 Entidades supervisoras do sistema .............................................................. 20 2.3 Instituições operadoras do sistema ............................................................. 24 Instituições financeiras bancárias ou monetárias ......................................... 25 Instituições Financeiras não Bancárias ............................................................ 27 Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros ......................................................................................................................... 30 2.4 Agentes Financeiros Especiais ........................................................................ 37 2.5 Entidades de Auto Regulação ......................................................................... 43 Entidades Auxiliares do Sistema Financeiro Brasileiro ........................................ 44 3.1 O que é o Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB ............................. 46 Canais de Distribuição ..................................................................................................... 50 4.1 Canais de Distribuição ....................................................................................... 52 Mercados Financeiros ....................................................................................................... 55 5.1 Classificação dos Mercados Financeiros ..................................................... 58 Mercado Interbancário ............................................................................................. 59 Mercado Interbancário de Reais .......................................................................... 60 Mercado de Juros ....................................................................................................... 61 Mercado a termo ........................................................................................................ 61 Mercados Futuros ....................................................................................................... 61 Mercado de Opções ................................................................................................... 63 Mercado de Derivativos ........................................................................................... 64 Mercado de Ações ...................................................................................................... 65 Mercado Futuro de Ações ....................................................................................... 69 Títulos Públicos e Privados do Mercado .................................................................... 71 6.1 Títulos de Captação........................................................................................... 73 6.2 Títulos Públicos Federais .................................................................................. 74 Riscos inerentes as Notas do Tesouro Nacional............................................. 77 6.3 Títulos Privados .................................................................................................... 79 Certificado de Depósito Bancário – CDB ........................................................... 79 3 Certificado de Depósito Interfinanceiro - CDI ................................................ 83 Letra Hipotecária ........................................................................................................ 85 Debêntures ................................................................................................................... 87 6.4 Tributação dos Títulos de Renda Fixa – Públicos ou Privados ........... 91 6.5 Ações ........................................................................................................................ 92 6.6 Títulos de Financiamento .............................................................................. 108 Operações de Hot Money ...................................................................................... 108 Capital de Giro .......................................................................................................... 109 Crédito Direto ao Consumidor ............................................................................ 110 Crédito Imobiliário E Poupança .......................................................................... 110 Crédito Rural ............................................................................................................ 111 Cartões de Crédito ................................................................................................... 112 Leasing ......................................................................................................................... 113 Repasses Internos - BNDES ................................................................................ 114 Indicadores Econômicos e Financeiros .................................................................... 116 7.1 Principais Indicadores Econômicos e Financeiros ................................. 119 7.2 Índices de Inflação ........................................................................................... 121 7.3 Instrumentos de Política Monetária ........................................................... 124 7.4 Taxa de Juros ...................................................................................................... 135 Riscos do Mercado ........................................................................................................... 139 8.1 O que é Risco? .................................................................................................... 141 8.2 O que é Retorno? .............................................................................................. 141 8.3 A Evolução da Gestão do Risco .................................................................... 142 8.4 Riscos de Crédito ............................................................................................... 145 8.5 Risco de Mercado .............................................................................................. 153 4 Apresentação Caros alunos, Vocês têm em mãos uma grande oportunidade de aprofundar a vossa qualificação, através da utilização das tecnologias de aprendizagem virtual. Neste material não existe verdade absoluta. Tudo está passível de discussão e certamente originará diversos pontos de vista. Enquanto aluno, sinta-se a vontade para questionar, criticar e apresentar suas interpretações, mas não se esqueça de que o primeiro passo para fazer isso consistentemente é conhecer os autores e textosque tratam do tema. Assim, antes de tudo, estude os materiais disponíveis na plataforma e, na medida do possível, aqueles mais que iremos sugerir. Alguns necessariamente deverão ser lidos. O fato de ser um módulo de modalidade à distância não significa que não haja exigências ou que se pode postergar o estudo para um período indefinido. Caso se proceda assim, o módulo estará comprometido. Estamos numa pós-graduação. Apesar de curta ela representa um novo nível, inclusive quanto às exigências. Não estamos aqui para reprovar ninguém, nem tampouco para aprovar quem não apresente esforço e desempenho mínimo para tal. O sucesso depende principalmente do esforço pessoal do discente. Cabe- nos, professor, tutores, coordenadores e apoio administrativo auxiliá-lo para que você alcance o melhor desempenho possível. Seu sucesso é também o nosso sucesso. Conte conosco em todos os momentos do curso. Boa sorte! José Thadeu Paulo Henriques Professor da disciplina 5 UNIDADE 1 O Sistema Financeiro Brasileiro 6 Objetivos Nesta unidade você vai conhecer a evolução e a estrutura do Sistema Financeiro da forma como utilizamos hoje. Vai conhecer as instituições que fazem parte desse sistema e suas principais finalidades e a divisão (segmentação) dos mercados financeiros 7 1.1 Considerações sobre Mercado de Capitais O desenvolvimento econômico sustentável depende da expansão contínua da capacidade de produção. Esta expansão é função, por sua vez, de investimentos em capital e recursos humanos. Esses investimentos funcionam quando produzem dois efeitos: acumulação do capital produtivo e aumento da produtividade (do capital e da mão de obra). O crescimento se acelera quando os investimentos são direcionados para as melhores alternativas, isto é, aquelas que apresentam os maiores retornos econômicos e sociais. Os investimentos e a forma como são realizados estão, portanto, na raiz do processo de desenvolvimento econômico e social. A poupança, que viabiliza os investimentos, é outro componente essencial do processo. E a eficiência na utilização da poupança é crucial, pois ela determina o custo do investimento. A melhor conjugação de todos esses fatores gera o círculo virtuoso do desenvolvimento, que permite à sociedade desfrutar de níveis crescentes de bem estar e de redução da pobreza. Todos os países desenvolvidos ou em acelerado processo de desenvolvimento ostentam elevadas taxas de poupança, alta eficiência na sua intermediação ou uma combinação dessas duas virtudes. O crescimento econômico está associado, assim, a elementos incentivadores da formação de poupança e de sua intermediação eficiente, que a torne acessível para quem quer investir. Nas últimas décadas, vários países asiáticos saíram de uma situação de pobreza e miséria e se tornaram nações industrializadas. Esses países se destacaram por altíssimas taxas de poupança. O desenvolvimento da Europa e particularmente dos Estados Unidos a partir do final do século passado foi impulsionado por uma continuada eficiência na intermediação de poupanças. 8 Esse desenvolvimento dificilmente teria ocorrido sem um sofisticado mercado financeiro e de capitais. Um dos fatores que explicam o maior período de prosperidade da economia americana é a existência de um mercado de capitais com vigor e flexibilidade para financiar a nova economia. Existem três caminhos para associar a poupança ao investimento. (1) o autofinanciamento, em que as empresas geram internamente seus próprios recursos; (2) o governo, quando financia certas atividades usando a arrecadação de tributos ou a imposição de mecanismos compulsórios de poupança; e (3) o financiamento via mercado financeiro e de capitais. O primeiro é o mais simples e primitivo; o segundo é limitado e sujeito a distorções; o terceiro é comprovadamente o mais eficiente. Nenhum mercado de capitais – aqui entendido como abrangendo o mercado acionário e as operações com instrumentos de dívida – cresceu satisfatoriamente sem a institucionalização da poupança. O veículo desse processo são os investidores institucionais: os fundos de pensão, os fundos mútuos e as seguradoras. Esses investidores gerenciam massas consideráveis de recursos, que financiam a compra de ações e de papéis de dívida emitidos pelos indivíduos e pelas empresas. Os investidores institucionais têm avançado na esteira das transformações sociais e do enriquecimento das famílias. Estas passam a ter maiores excedentes de consumo e a demandar alternativas confiáveis para aplicar suas poupanças, que garantam o longo prazo – incluindo a aposentadoria e a proteção do patrimônio contra certos eventos, proporcionem liquidez e ofereçam retornos razoáveis. A função primordial dos mercados financeiros é aproximar os dois agentes do mercado: o poupador, que tem excesso de recursos, mas não tem oportunidade de investi-los em atividades produtivas, e o tomador, que está na situação inversa. Desse modo, os mercados viabilizam o aproveitamento das oportunidades em toda a economia. Promovem, assim, um aumento geral da produtividade, da eficiência e do bem estar 9 da sociedade. O mercado de capitais e, especificamente, o mercado acionário, permite a diluição do risco de novos investimentos. Constitui um incentivo à inovação, uma das maiores fontes de desenvolvimento econômico. O mercado acionário promove a democratização e a socialização do capital. Pulveriza a propriedade das empresas entre pequenos poupadores, diretamente ou através de fundos mútuos e fundos de pensão. O mercado de capitais proporciona aumento da eficiência. Quando uma empresa assume compromissos de longo prazo com terceiros, partilha seus riscos com um grande número de investidores. Obriga-se a fornecer informações detalhadas sobre seu desempenho. Os investidores acompanham a atividade da empresa, identificam falhas e premiam acertos. A empresa tende a procurar alternativas que proporcionem os melhores retornos para os seus acionistas. O objetivo passa a ser o melhor resultado econômico e não interesses específicos de seus controladores ou de facções. Essa função do mercado de capitais assume uma maior importância nos casos de sucessão ou de conflitos nas empresas familiares. Nas crises, a saída dos descontentes ser faz via mercado de capitais, evitando disputas que podem destruir a empresa. À medida que o mercado de capitais se amplia e se sofistica, a função de identificar as melhores e piores empresas passa para os investidores institucionais, que dispõem de equipes técnicas com capacidade para obter e analisar informações e direcionar o capital para as melhores aplicações. Desenvolvem-se empresas e instituições especializadas em buscar dados, analisar, classificar riscos e manter o mercado informado. Outra característica atual do sistema financeiro é a globalização, que se ampliou a partir dos anos 80 com os avanços na tecnologia de informação. O desenvolvimento das telecomunicações e da informática possibilitou a execução rápida e segura de ordens de transferência de dinheiro e a gestão mais eficiente dos recursos. A liberalização e a 10 modernização dos mercados propiciaram a estruturação de operações financeiras globais, ocrescimento dos derivativos e uma explosão de produtos financeiros que reduziram custos, ampliaram fontes de financiamento e melhoraram a administração dos riscos. O processo de maior integração do sistema financeiro mundial prossegue com a Internet. Estudos recentes indicam que a participação de operações do sistema financeiro realizadas por meio eletrônico tende a dobrar, para a maioria dos serviços, nos próximos dois anos. A queda dramática dos custos das transações e a eliminação da distância nas comunicações serão fatores determinantes no papel que a Internet terá no sistema. Fonte: Site da Bovespa Adaptação do artigo ¨o mercado de capitais e o desenvolvimento e os entraves que se encontra o Brasil – elaborado pelos economistas: Maílson da Nóbrega, Gustavo Loyola, Ernesto Moreira Guedes Filho e Denise de Pasqual 1.2 A Evolução do Sistema Financeiro Brasileiro O mercado financeiro brasileiro apresenta intenso uso de tecnologia e produtos com alta complexidade. O mercado financeiro brasileiro vem realizando ao longo dos últimos anos pesados investimentos em tecnologia, em decorrência da sua capitalização, durante o período inflacionário e em função da amplitude geográfica do país, e hoje o Brasil é considerado referência entre os países emergentes e até mesmo entre os países mais avançados em desenvolvimento. Os grandes bancos brasileiros, a partir da década de 1980 têm realizado relevantes investimentos em seus parques tecnológicos, interligando suas agências no país. Esses investimentos em grande parte aconteceram pela capitalização dos bancos no período inflacionário. 11 Com o processo de globalização e estabilização e abertura da economia local, o mercado financeiro brasileiro hoje se apresenta mais solido e tem passado por transformações significativas para o fortalecimento do mercado de capitais local. Uma dessas modificações, ainda recente, é a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB que objetiva a redução do risco de liquidação de transações e a transferência de certos riscos de crédito de socorro a instituições financeiras que ainda pertencem Banco Central para instituições provadas. Medidas como essa só são possíveis em ambientes econômicos mais estáveis com o adequado controle do quadro inflacionário mediante políticas econômica e fiscal que propicie estabilidade e confiança, fatores esses fundamentais para o fortalecimento do mercado de capitais local, imprescindíveis para a menor dependência de recursos externos e consequentemente, maiores imunização contra os efeitos das crises em outros países. Osias Brito enfoca que a atual estrutura do sistema financeiro nacional possui características peculiares, oriundas de sua própria formação histórica. Ao término da Segunda Guerra Mundial, em decorrência das modificações observadas na atividade econômica, o governo brasileiro ressentiu-se da necessidade da criação de um órgão específico que assumisse as questões normativas de caráter monetário e creditício, até então desempenhadas pelo Banco do Brasil. Foi criada assim, em 1945, a Superintendência da Moeda e do Crédito- SUMOC, que exerceu a supervisão e o controle do mercado monetário, dividindo com o Banco do Brasil as demais funções executivas de autoridade monetária, em período que se estende por quase duas décadas. Ao longo desse tempo, a estrutura econômica do país passou por profunda transformação, sobressaindo, como fator dinâmico o processo de substituição de importações. O financiamento desse processo foi realizado inicialmente com 12 capitais nacionais e/ ou estrangeiros com estimulo de incentivos fiscais e cambiais. A complementação do capital necessária foi processada por meio do fornecimento de créditos de longo prazo pelo Banco do Brasil e pelo BNDE e mais tarde veio a ganhar o “S” de social e passou e se chamar BNDES. A partir de 1964, iniciou-se uma nova fase que representou marco importante sobre as questões relacionadas a estrutura do sistema financeiro nacional: defendeu-se a tese de que a solução mais conveniente para o país seria a criação de um Banco Central. As modificações introduzidas com o advento da Lei nº 4.595, de 31.12.1964, podem ser consideradas um verdadeira “reforma bancária”. Entretanto no tocante à criação do Banco Central, não se deixou de atentar para as peculiaridades da situação brasileira, cogitando-se de forma especial, sobre o papel que deveria passar a desempenhar o Banco do Brasil, sobretudo em razão de sua importante participação na política creditícia do governo federal. A referida lei ao reestruturar o sistema financeiro nacional, estabeleceu normas reguladoras do sistema, definiu suas características principais, instituições componentes e áreas específicas de atuação. Embora várias leis, estabelecidas posteriormente, tenham introduzido alterações nas particularidades e nas funções do sistema financeiro, sua estrutura institucional básica permanente foi definida na Lei nº 4.595. Em síntese, segundo o autor, a evolução histórica do sistema financeiro nacional pode ser dividida em quatro fases: Da família real a Primeira Guerra Mundial (1808 – 1914) Da Primeira Guerra Mundial até a Segunda Guerra Mundial (1914-1945) Após a Segunda Guerra Mundial até a Reforma Financeira (1945 – 1964) Da Reforma Financeira até hoje (1964 - nossos dias) Os principais eventos da primeira fase foram: Abertura dos portos, com acordos comerciais diretamente 13 entre as partes envolvidas; Criação do Banco do Brasil Em decorrência do comércio internacional, permissão para instalação de bancos estrangeiros no país. Os principais eventos da segunda fase foram: Criação de inspetoria geral de bancos; Criação da câmara de compensação em 1921; Fortalecimento dos critérios e normas para a atividade de intermediação financeira, com o consequente crescimento da atividade bancária no país. Os principais eventos da terceira fase foram: Criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), com a função de supervisão e controle do mercado monetário, dividindo com o Banco do Brasil as demais funções executivas de autoridade monetária, esse período se estendeu por quase duas décadas. Criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Substituição de importação, processo financiado principalmente pelo BNDES. Os principais eventos da quarta fase foram: Lei nº 4.595, de 31.12.1964 – reforma bancária; Criação de um Banco Central Organização do Sistema Financeiro Nacional, sendo composto por Banco Central do Brasil, Conselho Monetário Nacional, Banco do Brasil e demais instituições financeiras públicas e privadas. Lei nº 4.728 – lei de regulamentação do mercado de capitais Em 21.09.1988, estabelecimento dos bancos múltiplos, consolidando diversas atividades financeiras sob uma única entidade jurídica, por meio da resolução 1.524/1988; 14 1.3 O Atual Sistema Financeiro Brasileiro Neste tópico serão mostrados o sistema financeiro nacional e suas principais atribuições. As instituições financeiras e os mercados financeiros. O Sistema Financeiro Nacional é primordial para o funcionamento da economia do país, em qualquer movimentação de compra, venda ou troca de mercadorias ou serviços, haja uma operação de natureza monetária, envolvendo algum intermediário financeiro. Qualquer fato econômico, seja eles de transformação,circulação ou consumo, é suficiente para gerar movimentação do mercado financeiro. Por isso, é fundamental a estabilidade do sistema que interliga essas operações, para a segurança das relações entre os agentes econômicos. 15 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional A estrutura atual do Sistema Financeiro Nacional pode ser dividida em: (1) Órgãos normativos, e fiscalizadores do sistema. Conselho Monetário Nacional e suas Comissões Consultivas; (2) Entidades supervisoras do sistema: Banco Central e, Comissão de Valores Mobiliários (3) Instituições operadoras do sistema Instituições financeiras bancárias Instituições financeiras não bancárias Outros intermediários financeiros administradores de recursos de terceiros Conselho Monetário Nacional - CMN Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Instituições Operadoras do Sistema Banco Central do Brasil Comissão de Valores Mobiliários - CVM Entidade de Auto-Regulação Instituições Financeiras Bancárias Instituições Financeiras não Bancárias Outros Intermediários Financeiros e Administradores de Recursos de Terceiros Associação Nacional dos Bancos de Investimentos – AMBIMA Bolsa de Mercadorias e Futuros Bolsas de Valores 16 Bolsa de valores Bolsa de mercadorias e futuros (4) órgãos regulamentadores. A Associação Nacional dos Bancos de Investimentos – AMBIMA é uma entidade de representação do segmento das instituições financeiras que operam no mercado de capitais. Seus associados são, basicamente, os bancos de investimento e os bancos múltiplos com carteira de investimento. 17 UNIDADE 2 As Instituições Financeiras e Suas Finalidades 18 Objetivos Nesta unidade você vai conhecer a estrutura do atual Sistema Financeiro Brasileiro, as instituições normativas, as instituições supervisoras de operadoras do sistema, bem como sua agência reguladora. 19 O Sistema Financeiro é composto de instituições que impõem normas ao sistemas, outras que auxiliam na aplicação dessas normas além de operara o sistema, entidades que apenas operam o sistema e instituições de autorregulamentação. Veremos a seguir as principais finalidades de cada um dessas instituições. 2.1 Órgãos Normativos Conselho Monetário Nacional – CMN O Conselho Monetário Nacional (CMN), instituído pela Lei 4.595 de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. A Medida Provisória nº54, de 06/94, que criou o Plano real, simplificou a composição do CMN, caracterizando o seu perfil monetário, que passou a ser integrado pelos seguintes membros: Presidente do Banco Central Presidente da CVM Secretário do Tesouro Nacional e de Política Econômica do Ministério da Fazenda Diretores de Política Monetária, de Assuntos Internacionais e de Normas e Organização do Sistema Financeiro, todos do Banco Central do Brasil. O CMN é a entidade superior do sistema financeiro, sendo de sua competência: Autorizar emissões de papel-moeda 20 Fixar diretrizes e normas da política fiscal e operações com títulos públicos Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades Regular a constituição e funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras, bem como a aplicação das penalidades previstas na Lei nº 4.595/1964. Determinar os recolhimentos compulsórios; Regular e estabelecer normas para as operações de redescontos e câmbio; Disciplinar as atividades das Bolsas de valores, corretoras e demais componentes do sistema de distribuição. Aprovar o orçamento monetário feito pelo Banco Central do Brasil As comissões consultivas funcionam como suporte ao Conselho Monetário Nacional, as mais importantes são: Comissão Bancária Comissão de Mercado de Capitais Comissão de Crédito Rural Comissão de Crédito Industrial 2.2 Entidades supervisoras do sistema Banco Central do Brasil – BC ou Bacen É a entidade criada para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pela CMN. A missão do Banco Central do Brasil é assegurar a estabilidade do 21 poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional. Dentre as suas atribuições estão: Autorizar o funcionamento e fiscalizar as instituições financeiras; Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras. Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras. Exercer o controle de crédito e da movimentação de capitais estrangeiros. Emitir moeda. O BACEN, seguindo deliberação do Conselho Monetário nacional, emite papel-moeda e moeda metálica. Em resumo é por meio do BC que o Estado intervém diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na economia. Em países como Alemanha, Japão e Estados Unidos, o modelo - clássico do Banco Central é independente, ou seja, seus diretores são designados pelo Congresso, eleitos com um mandato fixo, renovável. Não há subordinação ao Tesouro. Ele atua como verdadeiro guardião da moeda nacional, garantindo a pujança e o equilíbrio do mercado financeiro e da economia, protegendo o seu valor, impedindo que os gastos do Governo sejam bancados pela emissão de dinheiro, fator de desvalorização da moeda. É um quarto poder, além do executivo do Legislativo e do Judiciário. Porque é tão importante para um país um Banco Central independente? 22 Um Banco central independente é administrado por um conselho que envolve o governo e a sociedade como um todo. No modelo brasileiro o Banco Central está sob o comando do governo. Para explicar melhor, vejamos um exemplo recente, onde a presidente tentou utilizar indevidamente as reservas internacionais do Banco Central Argentino. O presidente do banco foi contra e ela o demitiu. A justiça do país decidiu pelo retorno do presidente, pois em um país onde o BC é independente o mandatário do país não tem poder para demitir o presidente do Banco Central. Isso oferece mais segurança ao mercado local e internacio0nal, pois as políticas adotadas não podem ser mudadas pela vontade política do presidente. Comissão de Valores Mobiliários A comissão de Valores Mobiliários – CVM foi criada pela Lei nº 6.385 em 07/12/76, que ficou conhecida como Lei da CVM, pois até aquela data, faltava uma entidade que observasse a regulação e fiscalização do mercado de capitais, espacialmente no que se refere àssociedades de capital aberto. A Lei nº 10.303, editada em 30/10/2001, mais popularmente conhecida como a Nova Lei das S/A, consolidou e alterou os dispositivos da Leis nº 6.404 de 15/12/76 – Lei das Sociedades por Ações, e da Lei da CVM, e das pequenas modificações, anteriormente, em ambas introduzidas, pela Lei nº 9.457 de 15/05/97. Os poderes fiscalizatórios e disciplinador da CVM foram ampliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e Futuros, as entidades do mercado de balcão organizado e as entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários que, da mesma forma que as Bolsas de Valores, como órgãos auxiliares da Comissão de Valores Mobiliários. 23 É responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país, promovendo medidas incentivadoras para a canalização da poupança ao mercado de capitais. emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores; a organização, o funcionamento e as operações da Bolsas de Mercadorias e Futuros; a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; a auditoria das companhias abertas; os serviços de consultor e analista de valores mobiliários. A medida provisória 8 de 31/10/2001 que entre outras decisões caracterizou a CVM como: “Entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.” O que é um valor mobiliário? Representa um investimento realizado em dinheiro, com intuito de lucro, ofertado ao público e sobre o qual este não possui controle direto. Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao regime da nova Lei, (Lei das Sociedades por Ações) como sendo: as ações, debêntures e bônus de subscrição; os certificados de depósito de valores mobiliários; 24 as cédulas de debêntures; as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou clubes de investimento em quaisquer ativos ; as notas comerciais; os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam ativos mobiliários; outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes;e, quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contrato de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. Conselho de Seguros Privados O Conselho de Seguros Privados regulamenta e acompanha as companhias seguradoras, inclusive no compartilhamento de riscos. 2.3 Instituições operadoras do sistema As instituições que fazem o sistema funcionar são: Instituições financeiras bancárias ou monetárias Instituições financeiras não bancárias Outros intermediários financeiros e Administradores de recursos de terceiros 25 Instituições financeiras bancárias ou monetárias São aquelas a quem se permite a criação de moeda por meio do recebimento de depósitos à vista (moeda escritural). Operam basicamente com ativos financeiros monetários que representam os meios de pagamento da economia (dinheiro em poder di público mais depósito à vista dos bancos). As principais instituições financeiras bancárias ou monetárias são: Bancos Múltiplos; Bancos Comerciais Bancos de Investimentos; Bancos Estaduais de Desenvolvimento Bancos cooperativos Cooperativas de crédito Bancos Múltiplos Os bancos múltiplos surgiram através da Resolução nº 1.524/88, de 21.09.1988, emitida pelo BC por decisão do CMN, a fim de racionalizar a administração das instituições financeiras, permite que bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras, como são conhecidas), organizarem-se em uma única instituição financeiras, com personalidade jurídica própria e, portanto, com um único balanço, um único caixa e, consequentemente, significativa redução de custos. Em termos práticos, mantêm as mesmas funções da cada instituição em separado, com s vantagens de contabilizar as operações como uma única instituição. Com o advento do Banco Múltiplo, o sistema de cartas-patentes foi 26 extinto, o que levou a criação de novos bancos, empresas como a Ford, GM e outras criaram seus próprios bancos, aumentando a concorrência e em consequência a necessidade de revisão da estrutura operacional dos bancos. As carteiras de um banco múltiplo envolvem: carteira comercial (regulamentação dos BC), carteira de investimento (regulamentação dos BI), carteira de crédito imobiliário (regulamentação das SCI), carteira de aceite (regulamentação da SCFI) e carteira de desenvolvimento (regulamentação dos BD), exclusiva para bancos públicos carteira de leasing. Criada a partir 1994, quando da adesão ao Acordo de Basiléia. Para configurar a existência do banco múltiplo, ele deve possuir pelo menos, duas das carteiras mencionadas, sendo obrigatoriamente, uma delas comercial ou de investimento. Bancos Comerciais De acordo com o MNI, seu objetivo precípuo é proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósito à vista (conta corrente) é atividade típica do banco comercial Os bancos comerciais podem também captar depósitos a prazo (CDB, Letra Hipotecária, etc.). 27 Bancos Estaduais de Desenvolvimento Os bancos estaduais de desenvolvimento incluem-se em um conjunto de instituições financeiras controladas pelos governos estaduais e destinados ao fornecimento de crédito e médio e longo prazo às empresas localizadas nos respectivos estados. Normalmente operam com repasse do Governo Federal. Bancos Cooperativos O Banco Central deu autorização para que as cooperativas de crédito abrissem seus próprios bancos comerciais, podendo fazer tudo o que qualquer outro banco comercial já faz. Cooperativas de Crédito As cooperativas de crédito atuam basicamente no setor primário da economia, com o objetivo de permitir uma melhor comercialização de produtos rurais e criar facilidades para o escoamento das safras agrícolas para centros consumidores, destacando que os usuários finais de crédito que concedem são sempre cooperados. Instituições Financeiras não Bancárias São instituições que captam recursos através da emissão de títulos para emprestar e portanto, realizam intermediação de moeda. Essas instituições trabalham com ativos não monetários tais como: ações, letras de câmbio, certificados de depósitos bancários, debêntures, As principais instituições financeiras não bancárias são: 28 Bancos de Investimento Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento Sociedadesde Arrendamento Mercantil Bancos de Investimento Foram criados para canalizar recursos de médio e longo prazo para suprimento de capital fixo ou de giro das empresas. Seu objetivo maior é o de dilatar o prazo das operações de empréstimos e financiamentos, sobretudo para fortalecer o processo de capitalização das empresas, através da compra de máquinas e equipamentos e da subscrição de debêntures e ações. Não podem manter contas correntes e captam recursos pela emissão de CDB e RDB, através de capitação e repasses de recursos de origem interna ou externa ou pela venda de cotas de fundos de investimentos por eles administrados. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento – Financeiras São entidades que realizam operações de crédito de curto médio e longo prazos. As Sociedades de Crédito (Financeiras) São entidades que tem como principal função o financiamento de bens de consumo duráveis por meio do “crediário” ou crédito direto ao consumidor. Não podem manter contas correntes, e os seus instrumentos de 29 capitação restringem-se à colocação de letras de câmbio (LC), que são títulos de crédito sacados pelos financiados e aceitos pelas financeiras para colocação junto ao público. Sociedades de Crédito ao Microempreendedor Foram criadas através do MP 1.958-26 de 06/01/200 com o objetivo de prover um modelo de financiamento sem assistencialismo, que atenda com um mínimo de burocracia a grande parcela da população que não tem acesso ao sistema bancário tradicional e, posteriormente, regulamentadas pela Resolução nº 2.784 de 26/07/2001 do BC. São constituídas na forma de companhias fechadas nos termos da Lei nº 6.404 de 15/12/76 e de legislação posterior, ou na forma de sociedades por quotas de responsabilidades limitada sendo vedado ao setor público a participação societária direta ou indireta em seu capital. Elas podem conceder financiamentos e prestar garantias a pessoas físicas, com o objetivo de viabilizar empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial, de pequeno porte, e a pessoas jurídicas classificadas como microempresas. As SCM podem realizar as seguintes operações: Obter repasses de empréstimos que tenham como origem recursos de instituições financeiras nacionais e estrangeiras, de fundos oficiais, ou de entidades nacionais e estrangeiras voltadas para ações de fomento e desenvolvimento, aí incluídas as OSCIP. Aplicar as disponibilidades de caixa no mercado financeiro; e, Ceder créditos, inclusive às campanhas securitárias. Sociedades de Arrendamento Mercantil (Leasing) As operações de leasing foram regulamentadas pelo CMN através da 30 Lei nº 6.099, de 09/1974, e a integração das sociedades arrendadoras ao Sistema Financeiro Nacional se deu através da Resolução nº 351, de 1975. Essas sociedades possibilitam a empresa auferir lucros sem necessariamente adquirir o equipamento, apenas com a sua utilização, mediante o pagamento do que se assemelha a uma locação, onde o cliente, ao final do contrato, pode renová-la ou adquirir o equipamento pelo valor residual fixado no contrato ou de devolve-lo a empresa. As empresas de leasing normalmente captam recursos de longo prazo, por exemplo, através de emissão de debêntures, sem um prazo fixo de resgate, e suas características podem ser bem diferenciadas, sendo corrigidas por diferentes índices, inclusive por cláusula cambial. Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Companhias Hipotecárias – CH A Resolução nº 2.122 de 30/11/94 do BC estabeleceu as regras para a constituição e o funcionamento das Companhias Hipotecárias, que devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima. A constituição e o funcionamento das CH dependem de autorização do BC As companhias Hipotecárias têm por objeto social: Conceder financiamentos destinados a produção reforma ou comercialização de imóveis residenciais ou comerciais e lotes urbanos: Comprar, vender e refinanciar créditos hipotecários próprios ou de 31 terceiros; Administrar créditos hipotecários próprios ou de terceiros; Administrar fundos de investimentos imobiliário, desde que autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM Repassar recursos destinados ao financiamento da produção ou da aquisição de imóveis residenciais; e, Realizar outras operações que venham a ser expressamente autorizadas pelo BC É facultado às Companhias Hipotecárias Emitir letras hipotecárias e cédulas hipotecárias, conforme autorização do BC; Emitir debêntures; Obter empréstimos e financiamentos no País e no exterior; e, Realizar outras formas de capitação de recursos que venham a ser expressamente autorizadas pelo BC É vedada as CH manter aplicações no ativo permanente que excedam a 60% do seu valor de PL Sociedades de Crédito Imobiliário A Resolução nº 2.735 de 28/06/2000 do BC estabeleceu que as sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras integrantes do sistema Financeiro Nacional, especializadas em operações de financiamento imobiliário e, constituídas sob a forma de sociedade anônima As sociedades de crédito imobiliário é facultado, além da realização das atividades inerentes a consecução de seus objetivos, operar em todas as modalidades admitidas nas normas relativas ao direcionamento dos recursos captados em depósitos de poupança. 32 As sociedades de crédito imobiliário podem empregar em suas atividades, além de recursos próprios, os provenientes de: depósito de poupança letras hipotecárias letras imobiliárias repasses de financiamentos contraídos no País, inclusive provenientes de fundos nacionais; empréstimos e refinanciamentos contraídos no exterior, inclusive os provenientes de repasses e refinanciamento de recursos externos; depósitos interfinanceiros, nos termos da regulamentação em vigor; e, outras formas de capitação de recursos, autorizados pelo BC Associações de Poupança e Empréstimos Suas cartas patentes foram emitidas pelo extinto BNH, com base no dispositivo da Lei nº 4.380/64, que previu a criação, no âmbito do SFH, de fundações, cooperativas e outras formas associativas para a construção ou aquisição da casa própria sem finalidade de lucro. As operações são constituídas basicamente por financiamento imobiliário. As operações passivas são constituídas basicamente por cadernetas de poupança que neste caso, remuneram com os juros como se dividendos fossem. As Seguradoras A Lei da Reforma Bancária, Lei nº 4.595, de 31/12/64, que reformulou o Sistema Financeiro Nacional, enquadrou as seguradoras como instituições financeiras, subordinando-as a novas disposições legais, 33 sem, contudo, introduzir modificações de profundidade na legislação específica aplicável a atividade. As seguradoras são orientadas pelo BC quanto aos limites de aplicação de suas reservas técnicas nos mercados de renda fixa e renda variável. Conselho de Previdência Complementar O Conselho de Previdência Complementar regulamenta e monitora as entidades de aposentadoria privadas. Entidades Abertas e Fechadas de Previdência Complementar São instituições restritas a determinado grupo de contribuintes ou não, com o objetivo de valorização de seupatrimônio, para garantir a complementação da aposentadoria e, por esta razão orientadas, a aplicar parte de suas reservas técnicas no mercado financeiro de capitais. Bolsa de valores e BM&F Bolsa de Mercadorias e Futuros As bolsas de valores e a BM&F, agora juntas, são associações privadas civis, sem finalidade lucrativa, com o objetivo de manter ambiente adequado ao encontro de seus membros e a realização, entre eles, de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado por seus membros e pela Comissão de Valores mobiliários. A Bolsa de Valores de São Paulo é uma entidade autorreguladora que opera sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários – CVM 34 O quadro social da BOVESPA é integrado por sociedades corretoras que podem operar no Sistema Eletrônico de Negociação – Mega Bolsa. Na BOVESPA, são regularmente negociados: Ações de companhias abertas; Opções sobre ações; Direitos e recibos de subscrição; Bônus de subscrição; Cotas de fundos de investimento fechados; Debêntures e notas promissórias. A bolsa de mercadorias e futuros são associações privadas civis, sem finalidade lucrativa, com o objetivo de efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico. Para tanto devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preço de índices, taxas de juros, moedas, metais, commodities agropecuárias, bem como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suas atividades. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela Comissão de Valores mobiliários. (CVM) Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários As sociedades corretoras são instituições financeiras constituídas como sociedades anônimas ou sociedades limitadas, que têm como 35 responsabilidade promover de forma segura e eficiente a liquidez das transações do sistema tendo como atividades principais: Estas instituições operam no mercado com a compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros. Elas fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias. Sua constituição depende de autorização do BC, e o exercício de sua atividade depende de autorização da CVM e, como tal: operam nos recintos das bolsas de valores e de mercadorias: efetuam lançamentos públicos de ações administram carteiras e custodiam valores mobiliários instituem, organizam e administram fundos de investimento; operam no mercado aberto; e, realizam a intermediação de operações de câmbio Fundos Mútuos de Investimento São constituídos sob forma de condomínio aberto ou fechado e representam a reunião de recursos de poupança, destinados à aplicação em carteira diversificada de títulos e/ou valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos seus condôminos valorização de cotas, a um custo global mais baixo, ao mesmo tempo que tais recursos se constituem em fonte de recursos para investimento em capital permanente das empresas. Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários Regulamentadas pela Resolução n° 76 de 22 de Novembro de 1967 - BACEN, são sociedades anônimas, sociedades limitadas ou firmas 36 individuais que têm como funções principais: As atividades básicas das distribuidoras são constituídas de: instituir, organizar e administrar carteiras de valores mobiliários e/ou fundos de investimento; operar e intermediar no mercado aberto; operar e intermediar nas bolsas de valores somente através de corretoras habilitadas; efetuar operações de underwritting, isolada ou em consórcio de emissão de títulos e valores mobiliários para revenda. Intermediação da colocação de emissões de capital no mercado. Nesse mercado atuam os Agentes Autônomos de Investimentos, que são pessoas físicas credenciadas pelo BI, Financeiras, CCVM e DTVM, que, sem vínculo empregatício e em caráter individual, exercem, por conta das instituições credenciadas, a colocação de títulos e valores mobiliários, cotas de fundos de investimento e outras atividades de intermediação autorizadas pelo BC. Por serem instituições financeiras, tanto as corretoras quanto as Distribuidoras são supervisionadas pelo Banco Central do Brasil. Algumas de suas atividades (por exemplo administração de fundos de investimento)são supervisionadas pela CVM. No caso das Corretoras de Valores, as operações em Bolsas também são fiscalizadas pela CVM. 37 2.4 Agentes Financeiros Especiais Banco do Brasil Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – DNDES Caixas Econômicas Federal e Estaduais Instituições Federais de Fomento Regional Banco do Brasil O Banco do Brasil é hoje um conglomerado financeiro muito parecido com um banco múltiplo, entretanto o Banco do Brasil é o órgão executor da política crediticia e financeira do governo brasileiro, principalmente o crédito rural, o que lhe dá status de autoridade financeira. As principais funções do Banco do Brasil são: desempenhar as funções de órgão auxiliar da política de crédito do governo federal; realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da União; executar os serviços de compensação de cheques e outros papeis; financiar atividades industriais e rurais, captar depostos de poupança com direcionamento dos recursos para o crédito rural; participar como intermediário financeiro nas operações de negociação das dívidas de estados e municípios com o governo federal. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES 38 É a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo federal, sendo a principal instituição financeira de fomento do país; tendo como objetivos básicos; impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País; fortalecer o setor empresarial nacional; atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pólos de produção; promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços; e, promover o crescimento e a diversificação das exportações Para a consecução desses objetivos, conta com um conjunto de fundos e programas especiais de fomento. Após o Plano Collor; o BNDES ficou encarregado de gerir todo o processo de pri9vatização das empresas estatais. O BNDES é o principal agente do Governo para financiamentos de médio e longo prazos aos setores primário, secundário e terciário. Como prestador de serviços, o DNDES oferece financiamento e prestação de garantias a empresas, participações societárias, garantia de subscrição de valores mobiliários e financiamentos a acionistas para aumento de capital de empresas e financiamento a pessoas físicas para aquisição de equipamentos agrícolas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, se organiza da seguinte s maneira: BNDES, instituiçãoholding Finame – Agência Especial de Financiamento Industrial BNDES Participações S?A - BANDESPAR 39 O BNDES holding controla as demais instituições, mas também atua nos grandes projetos da seguinte maneira: Diretamente – por meio da alocação de recursos ou prestação de garantias a empreendimentos ou operações de grande porte. Indiretamente – por meio de repasses de recursos para seus agentes financeiros, principalmente em iniciativas de alcance local, geralmente de micro, pequenas e médias empresas. Em consórcio – participando em conjunto com os seus agentes financeiros objetivando minimizar riscos e diversificar fontes de recursos para projetos apoiados. Finame – Agência Especial de Financiamento Industrial, é voltada para o financiamento máquinas e equipamentos industriais a empresa nacionais. As formas de atuação do Finame são: Programa automático – apoio de máquinas e equipamentos de produção em série. Programa especial – apoio à aquisição de máquinas e equipamentos de maior valor, destinados a projetos de grande porte, fabricados por encomenda; Programa agrícola – apoio a aquisição de máquinas e equipamentos voltados para a produção agropecuária e agroindustrial; Finamex – apoio a indústrias brasileiras exportadoras de máquinas e equipamentos, inclusive mediante financiamento pré-embarque. 40 O BNDES Participações S?A – BANDESPAR, tem por objetivo principal promover a capitalização da empresas nacional por meio de participação acionárias. Ao invés de conceder financiamentos, o BNDESPAR adquire ações das empresas, injetando recursos próprios ( que não se constitui dívida) para financiar seus investimentos. Após a consolidação do investimento, o banco põe à venda as ações adquiridas. Outras formas de atuação do BNDESPAR são as garantias oferecidas no lançamento público de novas ações (underwritting) e financiamento para que os acionistas venham a subscrever o aumento de capital da empresa. Os fundos utilizados pelo BNDES na sua política de financiamentos, são oriundos das seguintes fontes: Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT – na proporção de no mínimo 40% de sua arrecadação; Fundo de participação PIS – PASEP: a partir da promulgação da Constituição Federal, em 05.10.1988, não há mais participação na arrecadação e entrada de recursos novos provenientes desse fundo. Captação de recursos no mercado externo, representados pela contratação de linhas de crédito de organismos financeiros internacionais por meio de lançamentos de títulos. As operações do sistema BNDES são realizadas também por intermédio de instituições financeiras, que operam na qualidade de agentes financeiros autorizados, como os bancos comerciais, os bancos de investimentos, de desenvolvimento, as sociedades de crédito, de financiamento e de investimento e os bancos múltiplos. Caixas Econômicas 41 As Caixas Econômicas têm como objetivos principais a capitação de economias populares para fomento à aquisição de casa própria, a concessão de empréstimos e financiamentos de programas de assistência social e a atuação como órgão executor de política de crédito governamental. Especificamente a atuação da Caixa Econômica Federal, realiza as seguintes funções: Receber depósitos a qualquer título, em especial os da economia popular, com o propósito de incentivar o hábito da poupança; Prestar serviços bancários de qualquer natureza; Administrar com exclusividade os serviços das loterias federais, nos termos da legislação específica; Exercer o monopólio das operações de penhor civil, com caráter permanente e contínuo; Realizar quaisquer operações e atividades negociadas nos mercados financeiros internos e externos; Efetuar operações de subscrição, aquisição e distribuição de ações, obrigações e quais quer outros títulos ou valores mobiliários no mercado de capitais para investimentos ou revenda; Atuar como agente operador e principal arrecadador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS Agente pagador do seguro-desemprego Efetuar os serviços de arrecadação, controle e contribuições, distribuição de resultados, saques de cotas e administração dos recursos do Fundo de Participação do Programa de Integração Social – PIS, observando as determinações do Conselho Diretor do Fundo PIS – PASEP. Efetuar e recepção das Relações Anuais e Informações Sociais – Rais – em conjunto com o Banco do Brasil S/A. Conceder empréstimos e financiamentos de natureza social, em 42 consonância com a política do governo federal, observando as condições de retornos, que pelo menos se igualem ao custo de capitação dos recursos. Operara no setor habitacional como sociedade de crédito imobiliário, com o objetivo de facilitar e promover aquisição da casa própria, especialmente pelas classes de menor renda da população. Bancos de Fomento Regional As principais instituições de fomento regional são o Banco do nordeste – BNB e o Banco da Amazônia – BASA. Agências de Fomento ou Desenvolvimento – AF A Resoluções nº 2.828 de 30/03/2001 do BC estabelece que a constituição e o funcionamento de agências de fomento sob o controle acionário de unidade da Federação, cujo objeto social é a concessão de financiamento de capital fixo e de giro associado a projetos no País, dependem de autorização do BC. São constituídas na forma de sociedade anônima de capital fechado nos termos da Lei nº 6.404, de 15?12/76. cada unidade da federação só pode constituir uma agência de fomento, não podem ser transformadas em qualquer outro tipo de instituição integrante do SFN. As agências de fomento somente podem praticar operações de repasse de recursos capitados no País e no exterior originários de: fundos constitucionais; orçamento federal, estaduais e municipais; e, organismos e ionstituiçõe4s financeiras nacionais e internacionais de desenvolvimento 43 2.5 Entidades de Auto Regulação Associação Nacional dos Bancos de investimentos- AMBIMA É uma entidade de representação do segmento das instituições financeiras que operam no mercado de capitais. Seus associados são, basicamente, os bancos de investimento e os bancos múltiplos com carteira de investimento. A AMBIMA procura criar procedimentos que permitam a auto regulação do mercado, os quais, depois de aprovados, devem ser seguidos por todos os associados. Os principais Códigos de Auto Regulação da AMBIMA são: Auto regulação dos fundos de investimento Auto regulação do programa de Certificação Continuada Auto Regulação de Ofertas públicas de Títulos e valores Mobiliários 44 UNIDADE 3 Entidades Auxiliares do Sistema Financeiro Brasileiro 45 Objetivos Nesta unidade você vai conhecer a estrutura e o funcionamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro e seus principais subsistemas que juntos processam todas as operações de custódia e liquidação das operações realizadas diariamente no país. 463.1 O que é o Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB Sistema de pagamentos é o conjunto de procedimentos, regras, instrumentos e sistemas operacionais integrados usados para transferir recursos do pagador para o recebedor e, com isso, encerrar uma obrigação. O objetivo principal da reestruturação do SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro foi melhorar os controles de riscos no Sistema Financeiro Nacional, reduzindo o risco sistêmico, antes assumido pelo Banco Central do Brasil e demais participantes do sistema de pagamentos, as instituições financeiras. O Sistema de Pagamentos compreende as entidades participantes do Sistema Financeiro Nacional (bancos, clearing houses, corretoras, etc.), os subsistemas, os procedimentos relacionados com a transferência de recursos e de outros ativos financeiros, bem como o processamento, a compensação e a liquidação de pagamentos em qualquer de suas formas, como cheques, DOC, boletos, etc. A principal mudança para os clientes dos Bancos foi a criação de mais uma opção de transferência de recursos. Os clientes podem utilizar a TED (Transferência Eletrônica Disponível) para transferir recursos de sua conta corrente para uma conta corrente em outro banco, como alternativa às atuais formas de transferência como cheques ou DOCs. Transferências realizadas por meio da TED permitem que os 47 recursos fiquem disponíveis para uso pelo recebedor, no mesmo dia, assim que o banco destinatário receber a mensagem de transferência. A nova opção oferece maior segurança e agilidade em relação aos cheques e DOCs, que continuam a ser processados normalmente no atual Sistema de Compensação. Vamos falar dos Sistemas de Liquidação e Custódia existentes, também conhecidos como CLearings ou Clearing Houses, responsáveis por essa função. SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia Criada em 1979 pela ANDIMA, em parceria com o Banco Central, o SELIC é um sistema eletrônico que processa o registro, a custódia e a liquidação financeira das operações realizadas com títulos públicos federais, garantindo a segurança agilidade e transparência nos negócios. O objetivo deste sistema é controlar a liquidar financeiramente as operações de compra e venda de títulos públicos federais e manter a sua custódia física e escritural. O SELIC é depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro nacional, dentre eles as Letras LFT, LTN, e as Notas NTN-B,C,D e F e, nessa condição, processa a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia desses títulos. Câmara de Custódia e Liquidação - CETIP A CETIP - Câmara de Custódia e Liquidação é uma das maiores empresas de, custódia e de liquidação financeira da América Latina. Sem 48 fins lucrativos, foi criada em conjunto pelas instituições financeiras e o Banco Central, em março de 1986, para garantir mais segurança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro. Hoje, a CETIP oferece o suporte necessário a toda a cadeia de operações, prestando serviços integrados de custódia, negociação eletrônica, registro de negócios e liquidação financeira. A custódia é escritural, feita através do registro eletrônico na conta aberta em nome do titular, onde são depositados os ativos por ele adquiridos. Isso é uma garantia de que os ativos existem, estão registrados em nome do legítimo proprietário e podem ser controlados de forma segregada. A CETIP não assume, em momento algum, risco de crédito dos emissores dos diversos títulos ali registrados. A segurança da informação é determinante para garantir a confiabilidade dos serviços prestados e a integridade da própria CETIP, de seus participantes e dos mercados atendidos. Em outras palavras é a garantia de que os títulos existem, estão registrados em nome do proprietário e podem ser controlados de forma segregada. São custodiados na CETIP, principalmente: CDB, LH, CDI, Swaps, Debêntures e Comercial Papers. Cia Brasileira de Liquidação e Custódia- CBLC A CBLC atua como Contra parte Central para todos os Agentes de Compensação.A principal função de uma Contraparte Central (CCP) é, colocando-se entre todos os compradores e vendedores, assumir o risco das contra partes entre o fechamento do negócio e sua liquidação. Para tanto, as principais atividades de uma contraparte central (CCP) englobam o cálculo, o controle e a mitigação dos riscos inerentes ao seu papel, que é garantir a liquidação de todos os negócios. A CBLC torna-se contra parte central no momento em que a operação é fechada. 49 Embora a CBLC possa custodiar diversos títulos e valores mobiliários, os principais valores mobiliários custodiados na CBLC são as ações de companhias abertas. A CBLC embora custodie outros ativos, é mais conhecida por custodiar as ações negociadas na BOVESPA. e do programa CPA10: CDB, Debênture, Letra Hipotecária, Swap. Atualmente, a CBLC é a responsável pela liquidação de operações de todo o mercado brasileiro de ações, respondendo pela guarda de 100% das ações do mercado nacional.. Antes da CBLC, todas as liquidações financeiras eram realizadas em cheque, sujeitos à compensação. Essa forma de liquidação trazia demora e riscos para as transações financeiras. Outras câmaras de liquidação componentes do SPB são: Compe: Serviço de Compensação de Cheques e outros papéis Central: Compensação e Liquidação Câmara BM&F – Câmbio Câmara BM&F Derivativos 50 UNIDADE 4 Canais de Distribuição 51 Objetivos Nesta unidade você vai entender como as pessoas e as empresa se comunicam com o Mercado de Capitais. Vai saber como os produtos e serviços financeiros são ofertados aos participantes do mercado, dentre eles os investidores e usuários de serviços financeiros 52 As instituições financeiras ao longo das últimas décadas se tornaram verdadeiros supermercados de produtos e serviços financeiros que são colocados a disposição do público investidos através de canais de distribuição mostrados a seguir. 4.1 Canais de Distribuição Os principais canais de distribuição dos produtos e serviços financeiros são: corretoras de valores mobiliários, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, rede de agências bancárias, internet (home broker), serviços de Call Center e, banco eletrônico. Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários As corretoras de valores são as instituições financeiras mais procuradas pelos investidores para acessar o mercado de ações, porque são as únicas instituições financeiras do mercado autorizadas a atuar dentro do ambiente das Bolsas de Valores. O investidor deve conhecer bem a corretora que vai escolher para a 53 intermediação de seus negócios. Pode consultar a CVM, que é o órgão Federal que fiscaliza o mercado de valores mobiliários, e/ou buscar informações sobre a condição financeira da corretora e suas características, como ranking na Bovespa, tipo de clientes, código de ética, etc. Distribuidorade Títulos e Valores Mobiliários - DTVM São instituições que fazem a intermediação de ações e outros títulos no mercado primário, colocando-os à venda para o público. Como instituição auxiliar do Sistema Financeiro Nacional, tem como objetivo intermediar operações com Títulos e valores mobiliários, por exemplo: papéis de Renda Fixa, Ações e Debêntures. As operações de compra e venda de ações, quando negociadas em Bolsa, serão sempre conduzidas por uma Corretora de Valores. Rede de Agências Bancárias As agências bancárias, normalmente, apenas orientam o cliente interessado em investir do mercado de ações a contatar a equipe da Corretora de Valores, ou ainda, a utilizar a internet home broker) para transmitir suas ordens de compra e venda de ações. A Internet (home broker) De forma semelhante aos serviços de Home Banking, oferecidos pela rede bancária, os Home Brokers das corretoras estão interligados aos sistemas da BOVESPA e permitem que o investidor envie, automaticamente, através da Internet, ordens de compra e venda de ações. Deve antes fazer o cadastramento junto à Corretora de Valores e conhecer suas condições de preço e eventuais restrições de execução de ordens. 54 Call Center É responsável pelo atendimento aos clientes no tocante aos esclarecimentos de dúvidas, possibilidades de movimentações financeiras, recepção e encaminhamentos das reclamações dos clientes. Banco Eletrônico O banco eletrônico permite que sejam realizadas movimentações financeiras, verificação de extratos e saldos, contratação de serviços, como, pagamento de conta e outros Com relação aos produtos e serviços oferecidos nesse grande supermercado de produtos e serviços financeiros encontramos: Títulos públicos federais Produtos que visam a captação de recursos Produtos que visam financiamento de bens, capital de giro e serviços Operações em reais denominadas em moeda estrangeira – Comércio exterior Produtos derivativos Produtos que visam a redução de riscos de negócios Administração de Recursos de Terceiros – Fundos e Previdência Prestação de Serviços 55 UNIDADE 5 Mercados Financeiros 56 Objetivos Nesta unidade você vai conhecer o funcionamento dos Mercados Financeiros os principais Títulos Financeiros que são negociados nesse mercado, os indicadores financeiros e econômicos que servem de parâmetros para as decisões de investimentos e os riscos que correm os investidores ao realizarem operações financeiras 57 Os mercados financeiros propiciam um fórum no qual fornecedores e tomadores de recursos financeiros podem fazer negócios diretamente. As empresas que necessitam de recursos de fontes externas podem obtê-los de três diferentes formas: 1. através da instituição financeira que capta a poupança e a transfere para aqueles que necessitam de recursos. 2. através dos mercados financeiros, espaços organizados nos quais os fornecedores e tomadores de recursos fazem transações. 3. através da colocação privada, emissão de ações e títulos de divida para investidores no mercado. As Instituições financeiras são intermediários que canalizam a poupança de indivíduos, negócios e governos para empréstimos e investimentos. Muitas instituições financeiras juros sobre o montante de recursos depositado; outras prestam serviços em troca de uma taxa. Algumas instituições financeiras aceitam depósitos dos clientes e emprestam esse dinheiro para outros clientes; outras investem as economias em ativos rentáveis, tais como imóveis ou ações e títulos; e algumas fazem os dois. O governo exige que as instituições financeiras operem de acordo com linhas de conduta regulamentadas. Os principais participantes em transações financeiras envolvidos na atividade de fornecer e tomar recursos são indivíduos, empresas e governos. Os indivíduos não apenas fornecem recursos para instituições financeiras, mas também demandam recursos delas na forma de empréstimos. No entanto os indivíduos enquanto grupos, são os fornecedores de liquidez para as instituições financeiras: eles poupam mais dinheiro do que tomam emprestado recursos em instituições financeiras, principalmente em contas correntes, em bancos comerciais. As empresas tomam emprestado recursos dessas instituições. Como grupo,empresas são demandantes de recursos: elas tomam mais dinheiro emprestado do que poupam. As empresas também depositam parte de seus recursos em instituições financeiras, principalmente em contas correntes, em bancos comerciais. As empresas tomam emprestado recursos dessas instituições. Como grupo, empresas são demandantes de recursos: elas tomam mais 58 dinheiro emprestado do que poupam. . Os governos mantêm depósitos de recursos temporariamente ociosos e alguns pagamentos de impostos e da Providência Social em bancos comerciais. Eles não tomam emprestado recursos diretamente de instituições financeiras, mas através de seus títulos de dívida. O governo é também tipicamente demandante de liquidez de fundos: ele toma mais emprestado do que poupa. Todos já devem ter ouvido falar do déficit no orçamento do governo federal. As principais instituições financeiras da economia brasileira são os bancos comerciais, associações de poupança e empréstimo, cooperativas de crédito, companhias de seguros, fundos de pensão. Essas instituições captam poupança de indivíduos, empresas e governos, que dispõem de recursos ociosos e repassam para indivíduos e empresas que precisam de recursos. Estão relacionadas, no item anterior que trata do Sistema Financeiro Nacional. 5.1 Classificação dos Mercados Financeiros A classificação dos mercados financeiros seundo Osias Brito é a seguinte: Mercado interbancário Mercado de títulos Públicos Federais Mercado interbancário de reais Mercado de juros Mercado a termo Mercados futuros Mercado de opções Mercado de derivativos Mercado de ações Mercado futuro de ações 59 Mercado Interbancário O Mercado Interbancário é privativo dos bancos e dos brokers. Caracteriza-se pela intermediação financeira a poupadores e vendedores de moeda de forma geral, atuando também como canas de distribuição de títulos, utilizado como lastro do dinheiro transacionado. Mercado de Títulos Públicos Federais O Mercado de Títulos Públicos Federais é materializado através do Open Market que é o mercado secundário de títulos
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