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DA TUTELA PROVISÓRIA NO NOVO CPC O Novo CPC criou um regime de tutelas provisórias, das decisões que tem uma necessidade de ser proferidas anteriormente a tutela legal normal, para cumprir uma urgência ou uma evidência. Uma novidade processual imposta pelo novo CPC que primou por criar um sistema de tutelas provisórias, concedendo maior amplitude ao instituto e, deixando de diferenciar, como fazia antigamente, as tutelas cautelares das antecipadas, o que, agora, passam a ser um só gênero: a tutela provisória. Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Enunciado n.º 28 do FPPC: Tutela antecipada é uma técnica de julgamento que serve para adiantar efeitos de qualquer tipo de provimento, de natureza cautelar ou satisfativa, de conhecimento ou executiva. (Grupo: Tutela Antecipada) Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Quando a tutela for em caráter incidental, já com uma demanda tramitando, não há a necessidade do pagamento das custas processuais, justamente pelo seu caráter incidental. Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas. Como todo pedido de liminar, o que se imagina é a provisoriedade. Entretanto, quando há a concessão da liminar, da ordem judicial, esta se mantém até a decisão caso não haja nada que modifique a sua situação processual. Dessa forma, ela pode ser modificada a qualquer tempo, ainda mais pelo seu próprio caráter de provisoriedade. Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. Enunciado n.º 140 do FPPC: A decisão que julga improcedente o pedido final gera a perda de eficácia da tutela antecipada. (Grupo: Tutela Antecipada) Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. O juízo, para garantir a efetividade da medida liminar, pode usar de meios que considerar como adequado. Uma ordem judicial deve ser cumprida, caso assim não ocorra, o juízo pode utilizar de medidas para tal, assim como no cumprimento provisória de sentença e até de força policial, em alguns casos. Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória. Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. De acordo com a nova sistemática imposta à fundamentação judicial, de igual forma, seguindo o preceito apresentado no artigo 489, §1º, o juízo quando for decidir sobre a tutela provisória, seja qualquer resultado que ele proferirá, deve, motivar a sua decisão. Não há necessidade de uma motivação complexo ou prolixa, mas uma motivação para as partes entenderem o teor daquela tutela provisória, deferida ou negada/revogada. Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso. Enunciado n.º 142 do FPPC: Da decisão monocrática do relator que concede ou nega o efeito suspensivo ao agravo de instrumento ou que concede, nega, modifica ou revoga, no todo ou em parte, a tutela jurisdicional nos casos de competência originária ou recursal, cabe o recurso de agravo interno nos termos do art. 1.021 do CPC. (Grupo: Tutela Antecipada) A regra de competência é determinada de duas maneiras: quando já existente uma demanda, em caráter incidental, vinculado ao juiz da causa, por dependência; quando não existir um processo, imaginando a tutela anterior, de forma antecedente ao processo principal, a competência é para o mesmo juízo (uma visão maior) que seria para distribuição da causa principal. Evidente que nesta hipótese, a tutela provisória já resolve a prevenção para o futuro processo principal, levando ali, já na fixação da competência futura, vinculando aquele juízo. Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal. Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito. A regra da tutela de urgência seguiu muito mais os requisitos da cautelar do CPC/73 do que da tutela antecipada, com aqui os requisitos como: probabilidade de direito e perigo no dano/risco ao resultado. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Enunciado n.º 143 do FPPC: A redação do art. 300, caput, superou a distinção entre os requisitos da concessão para a tutela cautelar e para a tutela satisfativa de urgência, erigindo a probabilidade e o perigo na demora a requisitos comuns para a prestação de ambas as tutelas de forma antecipada. (Grupo: Tutela Antecipada) Caso seja necessário, por causa da reversibilidade da decisão, se houver risco, o juízo pode exigir, para o cumprimento e a efetividade da decisão, caução. A concessão da liminar pode ser realizada de duas formas: inaudita altera pars, sem ouvir a parte contrária, com a necessidade de comprovação do perigo real e, após, a justificação prévia, com a tomara de informações mais concretas sobre a necessidade de concessão da tutela provisória. Continuando com a mesma forma do atual CPC, a concessão da tutela provisória de urgência de natureza de antecipada deve imaginar-se a reversibilidade da medida – a possibilidade de reverter a qualquer momento – o que leva a não possibilitar a liminar quando não se tem certeza da reversibilidade. Se há possibilidade de ser satisfativa ou impossível de reversão, não se deve conceder a liminar, para não haver prejuízo irreversível posterior. § 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. Com a visualização da extinção do processo cautelar, imaginou-se que não se tinha mais a cautelar. Equivocado esse pensamento. Houve uma sistematização das hipóteses anteriores de cautelares, do CPC/73 como uma forma única, funcionando sobre uma mesma ótica, não tendo diferenciações, como uma antiga cautelar inominada. Entretanto, há, como meio de garantir a efetividade da cautelar. As antigas espécies de cautelares viraram, neste momento, formas efetivar aquela cautelar, como meio, não como a própria cautelar. Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. Enunciado n.º 31 do FPPC: O poder geral de cautela está mantido no CPC. (Grupo: Tutela Antecipada) Há sempre a possibilidade do pedido da tutela provisória, com o intuito de, em caso de necessidade, almejar uma decisão judicial com impacto imediato no processo. Entretanto, esta decisão, com os seus efeitos e eficácia imediata, pode ocasionar prejuízos para a outra parte, cabendo, em alguns casos, a indenização sobre estes prejuízos, em algumas hipóteses. Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde peloprejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: I. a sentença lhe for desfavorável; II. obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III. ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV. o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE Aqui manteve a forma de liminar a ser concedida em forma antecipada, agora como tutela provisória. Entretanto, mudou-se a forma possível para a concessão, dividindo-a em caráter antecedente ou na própria petição inicial da demanda. Esta divisão acontece pela necessidade do caso. Muitas vezes, não há tempo para intentar-se com a ação por completo, visando a tutela jurisdicional final, completa, necessitando, num primeiro momento, somente da tutela antecipada, de um pedido que será fruto de uma ação posterior. Para esta situação, criou-se a tutela antecipada com caráter antecedente. Esta possibilidade ocorre quando houver urgência enorme, comprovável na época da propositura da ação, não havendo como aguardar que se faça a petição inicial com todos os fatos, provas e pedidos, permitindo- se ao autor realizar, num primeiro momento, o intento, via uma petição inicial limitada ao pedido da tutela antecipada, sem adentrar em todos os fatos que serão discutidos na demanda, somente necessitando que indique qual o pedido da tutela final e, ainda, os motivos que não consegue aguardar fazer a petição inicial inteira. A tutela antecipada antecedente é uma forma de já iniciar o processo, com a busca pela liminar, com o posterior aditamento da inicial, como uma forma procedimental de conseguir a liminar e, posteriormente, no mesmo processo transformá-lo em um rito de conhecimento completo. Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Percebe-se que a inicial que tratar somente sobre a tutela provisória antecipada antecedente, deve ser após, a decisão, aditada, seja com a tutela concedida, seja com a negativa do juízo. Entende-se, então, que a possibilidade de permitir a tutela provisória de forma antecedente visa conceder agilidade ao ato liminar, não dependendo das amarras complexas de uma ação que visa a tutela legal, podendo, desde já, pleitear somente a parte que tem urgência, para após, aditar com toda a argumentação e documentação completa, para a busca da tutela final/efetiva. O prazo para o aditamento se concedido é de 15 dias. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I. o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II. o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; Enunciado n.º 144 do FPPC: Ocorrendo a hipótese do art. 303, §1º, II, será designada audiência de conciliação ou mediação e o prazo para a defesa começará a correr na forma do art. 335, I ou II. (Grupo: Tutela Antecipada) III. não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. Neste caso, o aditamento se torna um requisito de validade da ação, mesmo com a liminar concedida, não há o prosseguimento da demanda, persistindo somente a decisão liminar ali existente. Uma vez não aditada, será proferida a sentença extinguindo o processo, sem resolução do mérito. § 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. O processo é uno, a liminar requerida via tutela provisória antecipada antecedente existe somente para dar celeridade ao pedido, antes do processo se formar por completo, no entanto, quando o mesmo se formar, com o aditamento da inicial, completando a inicial, o processo continua o seu trâmite, num só rito, numa só demanda, não merecendo nada em apartado. § 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. Neste ponto, é importante salientar que o autor, quando intentar essa forma bipartida da inicial – primeiro somente o pedido da tutela provisória e depois o aditamento com o restante da demanda – deve informar em seu ato exordial que a intenção é atuar dessa forma, com uma bipartição da inicial . Caso não o informe, não deixe claro na sua peça, confunde-se com outra espécie, a tutela provisória cautelar antecedente. § 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. Mesmo que haja o indeferimento do pedido da liminar em tutela provisória, com o intuito de dar prosseguimento à demanda, há a intimação do autor para complementar a demanda, aditando a inicial, para fins do prosseguimento do feito. Já o prazo para a emenda em negativa da liminar, será de 5 dias. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Um dos pontos mais controversos do Novo CPC sobre a tutela provisória recai sobre a estabilização da tutela antecipada antecedente. Neste caso, ao decidir sobre a tutela antecipada antecedente, concedida nos moldes do artigo 303, se a parte requerida não interpuser o recurso de agravo de instrumento, há aqui o instituto da estabilização da medida liminar. Por estabilização se entende que ela, por não ser impugnada, não deve ser modificada, nada parecida com a coisa julgada. Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. § 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto. O que acontece neste momento será a liminar concedida, sem a impugnação via recursal pela parte requerida, tampouco também o prosseguimento do feito pela parte autora, o que neste caso, a liminar continua com estabilidade, ainda que o processo seja extinto por falta de cumprimento do aditamento. Com a necessidade de extinção processual, não cai os efeitos da liminar. Não há mais lide neste momento, por causa da inércia da parte autora. Entretanto, caso a parte autora ou mesmo a parte ré queira demandar sobre isto – a autora sobre os aspectos que poderia ter entrado antes e a ré para retirar a eficácia da liminar – poderão, nem que seja somente com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada. Não se confunde estabilização com coisa julgada, o que é muito importante perceber. § 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. § 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º. Há aqui a possibilidade de retirar cópias do processo de tutela provisória para instruir este novo processo. No entanto, com o PJE esta parte se tornará obsoleta.De qualquer forma, a parte final continua com validade, determinando a prevenção do juízo sobre este caso. § 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. Impôs aqui um prazo para rever a tutela antecipada antecedente dada sem o pedido principal confrontado. Há o período de 2 anos para tal desiderato. Sem nenhuma das partes impugnando sobre isto, não há como descumprir esta ordem judicial, ainda que não haja a coisa julgada, ninguém se preocupou em discutir o mérito da demanda, o que leva aquela decisão ainda provisória ganhar um ar de definitiva, por mais que não fale sobre o mérito integral da demanda. § 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º. § 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo. Enunciado n.º 33 do FPPC: Não cabe ação rescisória nos casos estabilização da tutela antecipada de urgência. (Grupo: Tutela Antecipada) DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE Aqui nós temos uma diferença entre o pedido da petição inicial anterior, do que vimos na tutela antecipada antecedente. Neste caso, há uma natureza cautelar, uma forma preparatória, não consistindo necessariamente em pedido final. O que difere da tutela antecipada recai justamente que nesta primeira, o pedido antecipado é aquele que constará na demanda final, no pedido completo, diferentemente da tutela cautelar, quando o que se espera é uma preparação para a ação principal e não uma antecipação da ação principal, institutos que sempre foram parecidos e diferentes, que apesar de estar agora sob a égide do mesmo prisma, da mesma definição de tutela provisória, continuam com as mesmas diferenças. Na antecipada, já se sabe qual o pleito principal e se adianta tal como deve ser. Na cautelar, a urgência é tamanha que nem se sabe qual o pedido que será feito, o intuito é somente acautelar o direito ali reivindicado. Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Há aqui a hipótese da fungibilidade entre a tutela cautelar antecedente e a antecipada antecedente , quando houver confusão entre as duas, o juízo pode, no caso de intento da cautelar antecedente, transformá-la em antecipada antecedente. Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. Como uma das diferenças entre a tutela cautelar para a antecipada, é que neste caso, o réu será citado para contestar o pedido em 5 dias, não para uma audiência. Manteve aqui uma parte do rito da cautelar do antigo CPC. Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir. Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum. A diferença neste caso é que, como há um cunho preparatório, há de ser intentada a demanda principal, com 30 dias depois de efetivada a tutela cautelar, uma mudança em relação ao CPC. De forma idêntica a tutela antecipada, quando houver o pedido principal em 30 dias, não há assim, nova ação, mas o prosseguimento deste mesmo procedimento, sem a necessidade de uma nova distribuição, imaginando a celeridade processual, com o andamento do mesmo processo. Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais. § 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. Há aqui, a possibilidade de ampliação da causa de pedir, com o aditamento no prazo de 30 dias, não restando somente aqueles fatos e causa de pedir inicialmente proposto. § 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal. Com o pedido principal realizado, deste momento, após será a intimação para a audiência de conciliação ou mediação, o que, sem acordo, haverá novo prazo para a contestação, agora sobre o pedido principal, não mais sobre o pedido cautelar, anteriormente já discutido. § 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu. § 4º Não havendo autocomposi- ção, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. O CPC coloca as hipóteses em que se pode revogar ou que automaticamente já perde a eficácia da tutela cautelar, conforme o artigo 309. Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: I. o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; II. não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; III. o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito. Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento. Com a negativa do pedido cautelar, não há possibilidade de renovação deste e, ainda, não influi no caso de intentar o pedido principal, por ser um julgamento cautelar, não entrando necessariamente no mérito, somente acontecendo este impedimento se for caso de prescrição e decadência, o que, desde já reconhecida, impede o pedido principal, mas sendo somente este a hipótese. Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição. DA TUTELA DA EVIDÊNCIA A tutela de evidência é uma utilização de ordem judicial imediata e efetiva, em forma liminar, mesmo sem a caracterização de urgência para o caso. Uma forma diferente de tutela provisória, neste caso, sem urgência, mas em hipóteses em que se resta comprovado preliminar e provisoriamente, o direito da parte ou o abuso processual da outra parte. É uma diferença entre a tutela provisória, sem nenhuma urgência. Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: Enunciado n.º 35 do FPPC: As vedações à concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública não se aplicam aos casos de tutela de evidência. (Grupo: Tutela Antecipada) Enunciado n.º 217 do FPPC: A apelação contra o capítulo da sentença que concede, confirma ou revoga a tutela antecipada da evidência ou de urgência não terá efeito suspensivo automático. (Grupo: Ordem dos Processos nos Tribunais e Recursos Ordinários) Critérios diferentes para a concessão de liminar de tutela provisória, agora com a evidência do direito da parte autora, seja por causa do abuso do direito de defesa da outra parte, pelo processo ser somente de matéria de direito e houver precedentessobre o caso favorável a quem pedir a tutela provisória, contrato de depósito para realizar a entrega do bem e quando houver prova documental/ausência de alegação pela parte autora. I. ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; Enunciado n.º 34 do FPPC: Considera-se abusiva a defesa da Administração Pública, sempre que contrariar entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa, salvo se demonstrar a existência de distinção ou da necessidade de superação do entendimento. (Grupo: Tutela Antecipada) II. as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III. se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; Esta visualização da tutela de evidência será durante o processo, pelo fato de que necessita da resposta do réu e que esta seja ineficaz em comprovar algo contra o direito constitutivo do autor ou para gerar alguma dúvida razoável. IV. a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. Art. 273, II, e §6º, do CPC/73
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