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Aula-00-Dir-Previ-TEC-INSS-Ordem-Social-Seguridade-Social-v9
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Salário de Contribuição ou do Rendimento do Trabalho do Segurado não Inferior ao do Salário Mínimo O presente princípio trata dos benefícios remuneratórios do RGPS, também conhecidos como benefícios substituidores. Esses benefícios visam substituir a remuneração ou o salário de contribuição dos segurados. Portanto, os mesmos não podem ter valores inferiores ao salário mínimo. Temos como exemplo de benefícios substituidores as aposentadorias concedidas pelo RGPS. Cabe ressaltar que os benefícios indenizatórios, também conhecidos como benefícios complementares, não seguem essa regra, podendo ser inferiores ao salário mínimo. Temos como exemplo de benefícios complementares o salário-família e o auxílio-acidente. 4.1.3 – Previdência Complementar Facultativa, Custeada por Contribuição Adicional A previdência complementar tem o caráter facultativo, ou seja, enquanto que o RGPS tem a natureza institucional ou estatutária, a previdência complementar tem a natureza contratual, uma vez que depende da vontade das partes. Assim, o acesso à previdência complementar depende de um ato de vontade do beneficiário, devendo ser versada contribuição adicional. As regras referentes a organização do sistema securitário brasileiro estão previstas no art. 195, parágrafos da CF/88. Dessa forma, para melhor análise, serão tecidos, de forma separada, maiores detalhes acerca dos citados parágrafos. “§1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.” O parágrafo primeiro determina que o que o Ente da Federação for aplicar para o sistema securitário constará do respectivo orçamento, ou seja, constará na respectiva lei orçamentária anual. Portanto, o que o Município aplica na saúde, assistência social e previdência social consta na lei orçamentária anual do Município e não na lei orçamentária anual da União. “§2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as 5- Organização da Seguridade Social Curso: Direito Previdenciário – Técnico INSS Teoria e Questões comentadas Prof. Bernardo Machado - Aula 00 Prof. Bernardo Machado 40 de 66 www.exponencialconcursos.com.br metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.” O parágrafo segundo, assim como o parágrafo anterior, trata de matéria de natureza orçamentária. O orçamento do sistema securitário é elaborado de forma integrada pelos ramos do sistema, ou seja, pelos órgãos responsáveis pela saúde, assistência social e previdência social. Conforme determina o art. 8º da Lei nº 8.212/91, as propostas orçamentárias anuais ou plurianuais da seguridade social serão elaboradas por comissão integrada por 3 representantes, sendo 1 da área da saúde, 1 da área da previdência social e 1 da área de assistência social. De qualquer forma, em observância com as regras atinentes a direito financeiro, a lei orçamentária anual deverá observar as diretrizes previstas na lei de diretrizes orçamentárias, além de observar o plano plurianual. “§3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.” Dependendo do ato, a pessoa jurídica, para participar, deverá demonstrar a prova de inexistência de débito em relação ao sistema securitário. Para isso, será necessária a apresentação de um documento conhecido com Certidão Negativa de Débito – CND. Dessa forma, a CF/88 já prevê duas situações necessárias de demonstração da inexistência do débito com o sistema securitário. A primeira se refere à contratação com o Poder Público e a segunda se refere ao recebimento de benefícios e incentivos fiscais e creditícios. Em relação à contratação com o Poder Público, a interpretação é literal. Entretanto, o que seria o recebimento de benefícios e incentivos fiscais e creditícios? Para responder a essa pergunta, é necessário estudar o art. 195, §7º da CF/88. “§7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.” Para estudarmos o art. 195, §7º da CF/88, primeiramente, precisamos traçar uma diferenciação entre uma mera entidade de assistência social e uma entidade beneficente de assistência social, tanto em relação ao seu conceito, quanto em relação a imunidade de cada uma dessas entidades. Curso: Direito Previdenciário – Técnico INSS Teoria e Questões comentadas Prof. Bernardo Machado - Aula 00 Prof. Bernardo Machado 41 de 66 www.exponencialconcursos.com.br A entidade de assistência social (EAS) é aquela que presta o serviço assistencial a um grupo respectivo, não atendendo a sociedade como um todo. Assim, conforme preceitua o art. 150, VI, “c” da CF/88, a EAS goza de imunidade em relação aos impostos sobre patrimônio, renda e serviços. Já a entidade beneficente de assistência social (EBAS) vai além desse conceito de uma mera entidade de assistência social. A EBAS, por ser uma entidade assistencial, também goza de imunidade em relação aos impostos sobre patrimônio, renda e serviços. Entretanto, além dessa imunidade, goza da mesma imunidade, além da imunidade em relação às contribuições para o sistema securitário, prevista no art. 195, §7º da CF/88. Tal fato se deve pelo motivo da EBAS prestar o serviço assistencial a quem dela necessitar, não restringindo o seu atendimento. Portanto, a EBAS nada mais faz do que as vezes de um dos ramos do sistema securitário, que é a assistência social. Portanto, é justo que, além da imunidade em relação aos impostos sobre patrimônio, renda e serviços, goze de imunidade em relação às contribuições para o sistema securitário. Por fim, cabe ressaltar que, apesar da CF/88 mencionar a expressão “isentas”, estamos diante de uma imunidade, tendo em vista que a vedação está prevista na própria CF/88. Ou seja, os conceitos de imunidade e isenção não se confundem. Enquanto que a imunidade é uma vedação constitucional, ou seja, não possibilidade de que o Ente da Federação venha determinar que certo fato jurídico se torne fato gerador de um tributo, a isenção é uma forma de exclusão do crédito tributário determinada pela lei, ou seja, impossibilidade de que a Fazenda Pública venha efetuar o lançamento de uma determinada obrigação tributária. Uma vez visto o art. 195, §7º da CF/88, vamos voltar ao estudo do §3º. Recapitulando a nossa pergunta: o que seria o recebimento de benefícios e incentivos fiscais e creditícios? Resposta: a imunidade é um incentivo fiscal!!! Dessa forma, para que a entidade beneficente de assistência social venha gozar da imunidade prevista no art. 195, §7º da CF/88, a mesma tem que estar em situação regular, conforme determina o art. 195, §3º da CF/88. EAS • Imunidade em relação aos impostos sobre patrimônio, renda e serviços •Art. 150, VI, "c" da CF/88 EBAS • Imunidade em relação aos impostos sobre patrimônio, renda e serviços, além da imunidade em relação às contribuições para o financiamento do sistema securitário • Art. 150, VI, "c" da CF/88 c/c art. 195, §7º da CF/88 Curso: Direito Previdenciário – Técnico INSS Teoria e Questões comentadas Prof. Bernardo Machado - Aula 00 Prof. Bernardo Machado 42 de 66 www.exponencialconcursos.com.br