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Aula-00-Dir-Previ-TEC-INSS-Ordem-Social-Seguridade-Social-v9
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“§4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.” O parágrafo quarto se refere à competência residual da União em relação às contribuições para o sistema securitário. Competência residual é a competência dada pela CF/88 para que a União venha a instituir outras fontes de custeio para o sistema securitário, além daquelas já previstas na própria CF/88. De qualquer forma, algumas regras são impostas, ou seja, deve ser observado o art. 154, I da CF/88, o qual se refere à competência residual da União em relação aos impostos previstos na CF/88. Dessa forma, para que sejam instituídas outras fontes para custear o sistema securitário, é necessário que a nova fonte seja instituída por lei complementar, observe o princípio da não-cumulatividade e não tenha o mesmo fato gerador ou a mesma base de cálculo das contribuições sociais existentes. Atentem para o fato de que não pode ter o mesmo fato gerador ou a mesma base de cálculo das contribuições sociais existentes e não dos impostos, como pode levar uma interpretação literal do art. 195, §4º cumulado com o art. 154, I da CF/88. Ou seja, pode ser criada nova contribuição social tendo o mesmo fato gerador do IPI? Resposta: sem dúvida!!! Entretanto, não existe a possibilidade de se criar nova contribuição social tendo o mesmo fato gerador da COFINS, tendo em vista que a COFINS já é uma contribuição social existente. “§5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.” O parágrafo quinto se refere ao princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício ou ao serviço, já estudado anteriormente. “§6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação Competência Residual da União Possibilidade de criar novas contribuições sociais além daquelas previstas na CF/88 Lei Complementar Não-cumulatividade Não ter o mesmo FG ou BC das contribuições sociais existentes Mary Highlight Mary Highlight Curso: Direito Previdenciário – Técnico INSS Teoria e Questões comentadas Prof. Bernardo Machado - Aula 00 Prof. Bernardo Machado 43 de 66 www.exponencialconcursos.com.br da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".” O parágrafo sexto se refere ao princípio da anterioridade mitigada, nonagesimal ou previdenciária. Regra básica atinente a Direito Tributário, o princípio da anterioridade se aplica aos tributos em geral, salvo as exceções previstas na CF/88. O princípio da anterioridade está previsto no art. 150, III, “b” da CF/88, que determina que é vedado que o Ente da Federação venha a cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que houver instituído ou majorado o tributo. Dessa forma, deve ser respeitado o primeiro dia do exercício seguinte para cobrar a exação. Em relação às contribuições para o sistema securitário, basta que se respeite 90 dias da publicação da lei que houver instituído ou modificado a contribuição social, não se respeitando o princípio da anterioridade previsto no art. 150, III, “b” da CF/88. A título de exemplificação, caso seja instituída uma nova contribuição social em março de um determinado ano, não há a necessidade de esperar o primeiro dia do exercício seguinte para se cobrar a exação, bastando respeitar o lapso temporal de 90 (noventa) dias da data da publicação da lei instituidora da contribuição social. Por fim, cabe ressaltar que a redação prevista no art. 195, §6º da CF/88 menciona a expressão “modificado” da contribuição social. A expressão “modificado” significa majorado, uma vez que, caso a contribuição social seja reduzida, a citada modificação aplica-se de imediato, não necessitando respeitar os 90 dias da data da publicação da lei modificadora. Instituição/Majoração da cont. social cobrar cobrar 90 dias Março/2014 01/01/2015 “§8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da Curso: Direito Previdenciário – Técnico INSS Teoria e Questões comentadas Prof. Bernardo Machado - Aula 00 Prof. Bernardo Machado 44 de 66 www.exponencialconcursos.com.br comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.“ O parágrafo oitavo prevê a primeira figura de segurado obrigatório do RGPS, ou seja, a figura do segurado especial. A preocupação do Poder Constituinte em definir o segurado especial e a sua forma de tributação é devido a forma em que eles exercem a sua atividade. Dessa forma, define o Texto Maior que o segurado especial é o produtor, parceiro, meeiro e o arrendatário rural, bem como o pescador artesanal, que exercem as atividades em regime de economia familiar, sem empregador permanentes, contribuindo com uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção rural, fazendo jus aos benéficos nos termos da lei. O conceito de regime de economia familiar está previsto no art. 12, §1º da Lei nº 8.212/91 e no art. 11, §1º da Lei nº 8.213/91, que assim determinam: “§1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.” Portanto, o segurado especial exerce a sua atividade visando a sua subsistência, razão pela qual o Poder Constituinte se preocupou em defini-lo na própria CF/88. Por fim, o segurado especial não versa contribuições para o sistema securitário mensalmente, conforme os demais segurados do RGPS. O segurado especial apenas versa contribuições para o sistema securitário quando comercializa a sua produção rural. “§9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.” O parágrafo nono já foi objeto de análise quando estudado o princípio da diversidade da base de financiamento. “§10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.” O parágrafo dez se restringe a uma interpretação literal, não necessitando de maiores detalhes além da sua própria redação. Curso: Direito Previdenciário – Técnico INSS Teoria e Questões comentadas Prof. Bernardo Machado - Aula 00 Prof. Bernardo Machado 45 de 66 www.exponencialconcursos.com.br “§11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.” Remissão é forma de extinção do crédito tributário, sendo o perdão da dívida. Já a anistia é forma de exclusão do crédito tributário, sendo o perdão do descumprimento de obrigação acessória. Em