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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO Curso de Administração Disciplina SISTEMAS LOGÍSTICOS DE TRANSPORTES ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE VEÍCULOS Prof. Alexandre da Silva Paim 2015 O transporte representa uma parte significativa do sistema de distribuição. Aumentar sua eficiência é, portanto, um dos objetivos dos profissionais que atuam em logística de distribuição. Uma das abordagens para isso é otimizar o uso dos equipamentos e pessoal envolvidos através de roteirização e programação. Roteirização de Veículos Roteirização (do inglês “routing” ou ”routeing”) é a determinação de um ou mais roteiros ou seqüências de paradas a serem cumpridos por um ou mais veículos de modo a atender um conjunto de pontos geograficamente dispersos. Dito de um modo mais concreto o problema de roteirização de veículos consiste na determinação dos roteiros a serem seguidos (utilizando uma rede de rodovias) para fazer a distribuição de produtos para um conjunto de clientes utilizando um conjunto de veículos rodoviários em um dado período de tempo. Estes veículos são operados por um conjunto de equipes de entrega (motoristas e ajudantes) e podem ser lotados em um ou mais depósitos. Dentre os objetivos da reteirização pode-‐se citar: a) minimizar a distância total percorrida; b) minimizar o tempo total de percurso; c) minimizar o número de veículos (e equipes) necessárias para atender os clientes; d) minimizar as penalidades associadas com o atendimento parcial dos clientes. Programação de Veículos A programação (do inglês “scheduling”) refere-‐se à definição dos aspectos temporais (horários de cada uma das tarefas ou eventos importantes) de um ou mais roteiros. Diversos fatores condicionam a programação dos veículos, podendo-‐se citar os horários de saída e retorno à base, tempos de viagem ou deslocamentos entre os pontos consecutivos dos roteiros, tempos necessários para o atendimento de cada ponto, janelas de tempo de atendimento (cumprimento de um horário) determinadas pelos clientes, duração máxima da jornada do motorista (determinada por legislação específica), paradas para almoço, exigências de prioridade por clientes, etc. Classificação dos Problemas de Roteirização e Programaçãode veículos Bodin et al. (1983) classificam os problemas de roteirização e programação em 3 grupos: 1) Problemas de roteirização pura; 2) Problemas de programação de veículos e tripulações; 3) Problemas de roteirização e programação. 1) Problemas de roteirização pura Os problemas de roteirização pura são problemas espaciais que não consideram as variáveis temporais ou precedências entre as atividades para elaboração dos roteiros. Neste tipo de problema existe um conjunto de exigências a serem atendidas para a formarão uma seqüência de locais (rota) de modo a minimizar o custo total de transporte. Ballou (2006) separa os problemas de roteirização pura de veículos em três modelos básicos: I. um ponto de origem e um ponto de destino; II. pontos de origem e destino coincidentes; III. pontos de origem e destino múltiplos. I. Um ponto de origem e um ponto de destino Este problema consiste em determinar o melhor caminho a ser percorrido entre uma origem e um destino em uma rede de caminhos. Na determinação do que é o melhor caminho podem ser usados, entre outros, critérios como menor distância percorrida (provavelmente o mais usado), percurso mais rápido, percurso de menor custo, percurso mais seguro. A Figura 1 apresenta um problema de roteirização cujo objetivo é determinar o caminho mais curto entre o ponto 1 e o ponto 6. Figura 1: Rede de rodovias interligando cidades. Fonte: Lachtermacher (2009). Um modo de resolver esse problema é através de tentativa e erro. Após um exame rápido do mapa é possível identificar apenas três possíveis caminhos: trajeto 1-2-4-6 (123 km), trajeto 1-5-6 (54 km) e trajeto 1-3-5-6 (71 km). A solução para o problema é o trajeto 1-5-6 com percurso total 54 km. Isto foi possível porque o mapa é muito simples. Mapas muito complexos tornam a procura pela solução muito demorada. Neste caso recomenda-se o uso de métodos matemáticos ou de Inteligência Artificial para procurar a melhor solução. Um algorítmo que pode ser usado na obtenção do caminho mais curto é o de Dijkstra (pronuncia-se daicstra). Neste a rede de caminhos é percorrida desde o ponto de origem até o ponto de destino sendo acumuladas as distâncias mais curtas em cada nó de modo a obter a menor distância possível. Um outro modo de resolver este problema é através do uso de Programação Linear. A Figura 2 apresenta uma modelagem através da programação linear do problema apresentado na Figura 1 utilizando o programa LINGO conforme proposto por Lachtermacher (2009). 1 2 4 3 5 6 41km 37km 45km 27km 44km 50km 4km Figura 2: Modelagem do problema de roteirização de origens e destino diferentes através do programa LINGO. Neste modelo as variáveis são identificadas por nomes indicando origem e destino de cada via. Assim a rodovia que liga o ponto 1 ao ponto 5 é indicada pela variável X12 e assim por diante. Para mais explicações sobre o modelo consulte Lachtermacher (2009). A resposta apresentada pelo LINGO é X12=0, X13=0, X15=1, X24=0, X35=0, X46=0, X56=1 (o que indica que o trajeto a ser seguido percorre os trechos 1-5 e 5-6) com resultado 54. II. Pontos de origem e destino coincidentes Um exemplo típico do problema em que o veículo parte de uma origem, faz entregas em diversos pontos e volta à origem é o da distribuição de produtos para clientes a partir de um depósito ou CD. A Figura 3 mostra um mapa onde aparecem os clientes indicados por círculos e o ponto de origem (CD) indicado por um triângulo. Os números indicam as quantidades a serem entregues em cada ponto. O objetivo é atender todos os pontos percorrendo as menores distâncias.Figura 3: Rede de rodovias interligando cidades. Existem diversos métodos que podem ser usados para resolver este problema, desde os mais simples como os métodos da Varredura e dos Centróides até métodos mais sofisticados (resultados bem melhores) como o método das Economias (de Clarke e Wright). Uma abordagem simples para resolver este problema segue duas etapas: a) determinação dos pontos de cada rota e b) traçado das rotas. depósito clientes 1 2 3 3 1 2 1 3 3 2 2 1 2 2 1 1 2 1 Para a determinação dos pontos de cada rota podem ser usados métodos simplificados como os da Varredura ou dos Centróides. Após isso podem ser traçadas as rotas adotando heurísticas (regras práticas) como: a) a formação de traçados em forma de pétalas ou gotas e b) o não cruzamento de linhas em uma mesma rota. Exemplo Vamos resolver, como exemplo, o problema de roteirização indicado pela Figura 3. Para resolve-lo seguiremos os dois passos indicados anteriormente: selecionar os pontos de entrega de mercadoria (utilizando o método da Varredura) e traçar os trajetos (aplicando as duas heurísticas). Vejamos então os passos a seguir que solucionam o problema. a) Inicialmente é traçada uma linha (vermelha tracejada) a partir do ponto de origem (o CD, no caso) e escolhido um sentido de giro (horário, no caso). b) Esta linha é girada no sentido indicado e à medida que passa por cima de um ponto ela o seleciona se não estiver sido ultrapassada a capacidade do veículo. Suponha que o veículo tenha capacidade de transportar 7 unidades. depósito clientes 1 2 3 3 1 2 1 3 3 2 2 1 2 2 1 1 2 1 Forma de gota gera rotas mais curtas (melhor) Forma diferente da gota pode gerar rotas mais longas (pior) Forma sem cruzamentos gera rotas mais curtas (melhor) Forma com cruzamentos pode gerar rotas mais longas (pior) Neste caso os quatro primeiros pontos encontrados seriam suficientes para atingir a capacidade máxima do veículos (1 +3+2+1 = 7). c) Traçar um roteiro seguindo as heurísticas apresentadas anteriormente (forma de pétala sem cruzamentos). d) Este processo é repetido (2+2+1+1=6; 2+3+2=7; 1+2+1+3=7; 3+1+2=6) até ter selecionado todos os pontos (linha tracejada retorna ao início) e ter completado o traçado de todos os roteiros. Figura 4: Solução do problema de roteirização utilizando o método da varredura e heurísticas. depósito clientes 1 2 3 3 1 2 1 3 3 2 2 1 2 2 1 1 2 1 depósito clientes 1 2 3 3 1 2 1 3 3 2 2 1 2 2 1 1 2 1 depósito clientes 1 2 3 3 1 2 1 3 3 2 2 1 2 2 1 1 2 1 III. Pontos de origem e destino múltiplos Um exemplo típico deste problema é o caso de diversas fábricas abastecendo diversos centros de distribuição com o mesmo tipo de carga. A Figura 5 apresenta um problema deste tipo. O objetivo deste problema é determinar as quantidades a serem transportadas em cada trajeto de modo a suprir os centros de distribuição CD1, CD2 e CD3 com produtos das fábricas Fab1 e Fab2, respeitando suas capacidades, com o menor custo total de transporte. Os valores nas setas indicam o custo em R$ para transportar cada tonelada de carga da fábrica até o CD. Figura 5: Problema de roteirização com diversas origens e diversos destinos. Uma maneira de resolver este problema é através de tentativa e erro. Vamos examinar, a seguir, duas possíveis soluções. Uma possível solução para este problema seria: Transportar 1 000 t da Fab1 para o CD1 a um custo de $/t 5 x 1 000 t = $ 5 000; Transportar 1 500 t da Fab1 para o CD2 a um custo de $/t 4 x 1 500 t = $ 6 000 e Transportar 500 t da Fab2 para o CD3 a um custo de $/t 5 x 500 t = $ 2 500. O custo desta solução é $ 5 000 + $ 6 000 + $ 2 500 = $ 13 500. Outra possível solução para este problema seria: Transportar 1 500 t da Fab1 para o CD2 a um custo de $/t 4 x 1 500 t = $ 6 000, Transportar 500 t da Fab1 para o CD3 a um custo de $/t 6 x 500 t = $ 3 000 e Transportar 1 000 t da Fab2 para o CD1 a um custo de $/t 5 x 1 000 t = $ 5 000. O custo desta solução é $ 6 000 + $ 3 000 + $ 5 000 = $ 14 000. $3/t $4/t $4/t $5/t $6/t $5/t Fab 1 (2500t) Fab 2 (1000t) CD 1 (1000t) CD 3 (500t) CD 2 (1500t) $4/t $4/t $6/t Fab 1 (2500t) Fab 2 (1000t) CD 1 (1000t) CD 2 (1500t) 1500 t 1000 t 500 t CD 3 (500t) $4/t $5/t $5/t Fab 1 (2500t) Fab 2 (1000t) CD 1 (1000t) CD 3 (500t) CD 2 (1500t) 500 t 1500 t 1000 t Tem-se, portanto, que a primeira solução é a melhor considerando-se que o critério de decisão foi o custo do frete. O método de tentativa e erro é pouco eficiente mas pode ser usado em problemas pequenos (poucas origens e destinos ou poucas rotas). Mas à medida que o problema fica mais complexo pode se tornar impossível de ser resolvido em um tempo razoável. Neste caso devem ser usados métodos mais eficientes como a Programação Linear. Para resolver este problema por Programação Linear definem-se as variáveis do problema como sendo as quantidades de carga em toneladas que são transportadas em cada um dos seis trajetos que ligam as fábricas aos CDs. Recomenda-se que os nomes das variáveis sejam explicativos. Considerando isso optou-se por atribuir os seguintes nomes às variáveis: Fab1CD1, Fab1CD2, Fab1CD3, Fab2CD1, Fab2CD2 e Fab2CD3. O objetivo a ser atingido, neste caso, é definido como minimizar a seguinte equação de custo: Custo = 5.Fab1CD1 + 4.Fab1CD2 + 6.Fab1CD3 + 4.Fab2CD1 + 3.Fab2CD2 + 5.Fab2CD3. As restrições do problema são associadas às capacidades das fábricas e às demandas dos CDs: Fab1CD1 + Fab1CD2 + Fab1CD3 <= 2500; Fab2CD1 + Fab2CD2 + Fab2CD3 <= 1000; Fab1CD1 + Fab2CD1 = 1000; Fab1CD2 + Fab2CD2 = 1500; Fab1CD3 + Fab2CD3 = 500; O problema pode ser escrito da seguinte maneira para ser resolvido pelo software de programação linear LINGO. Min=5*Fab1CD1+4*Fab1CD2+6*Fab1CD3+ 4*Fab2CD1+3*Fab2CD2+5*Fab2CD3; Fab1CD1+Fab1CD2+Fab1CD3<=2500; !soma do que sai de Fab1 não pode ultrapassar 2500t; Fab2CD1+Fab2CD2+Fab2CD3<=1000; !soma do que sai de Fab2 não pode ultrapassar 1000t; Fab1CD1+Fab2CD1=1000; !soma do que chega em CD1 deve ser igual a 1000t; Fab1CD2+Fab2CD2=1500; !soma do que chega em CD2 deve ser igual a 1500t; Fab1CD3+Fab2CD3=500; !soma do que chega em CD3 deve ser igual a 500t; Após executar o programa LINGO é obtido como resultado Fab1CD1=1000, Fab1CD2=500, Fab1CD3=500, Fab2CD1=0, Fab2CD2=1000 e Fab2CD3=0 e custo = 13 000. Esta solução apresenta um custo menor que as outras duas vistas anteriormente. 2) Problemas de programação de veículos e tripulações Os problemas de programação (ou escalonamento) podem ser considerados como problemas de roteirização com restrições adicionais relacionadas ao tempo e Bodin et al. (1983) dividem este problema em dois tipos: programação de veículos e programação de tripulações. A programação de veículos trata daseqüência das atividades para os veículos no espaço e no tempo. Ela trata do agendamento das rotas, ou seja, atribuição das rotas aos veículos disponíveis. Na resolução destes problemas deve ser consideradas características dos veículos disponíveis, restrições do tipo limite de tempo que um veículo pode estar em serviço antes de retornar ao depósito, tarefas que só podem ser realizadas por tipos específicos de veículos e presença de diferentes depósitos. A programação de tripulações está relacionada à movimentação da tripulação no espaço e no tempo. Ela trata da elaboração das escalas de trabalho dos motoristas, ajudantes, etc. Este tipo de problema apresenta restrições como paradas para refeições, legislação trabalhista e acordos sindicais. Para entender melhor o problema vamos abordar um exemplo muito simples de programação de veículos. Para resolver este problema aplicaremos apenas uma heurística: programar primeiro as rotas mais demoradas (maior tempo de trajeto). Exemplo Atribuir as rotas a seguir aos veículos disponíveis de modo a utilizar o mínimo possível de veículos (ocupação máxima de seu tempo). A disponibilidade dos veículos é de 9h por dia. Uma possível solução é apresentada a seguir. Inicialmente ordenamos as rotas do maior para o menor tempo de trajeto para aplicar a heurística recomendada anteriormente. Rota R7 R4 R3 R1 R5 R2 R6 Tempo (h) 6 5 4 3 3 2 2 A seguir atribuimos cada rota, partindo da mais demorada, ao veículo mais acima na tabela a seguir que tiver tempo disponível. Veículo 8h-9h 9h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h 17h-18h V1 R7 R7 R7 R7 X R7 R7 R1 R1 R1 V2 R4 R4 R4 R4 X R4 R3 R3 R3 R3 V3 R5 R5 R5 R2 X R2 R6 R6 Como resultado da aplicação deste método temos a tabela anterior com as rotas atribuídas a cada um dos 3 veículos necessários. Problemas reais são muito mais complexos que isso e exigem a utilização de técnicas matemáticas (como Programação Linear) ou métodos de Inteligência Artificial para determinar uma melhor solução. Rota R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 TOTAL Tempo (h) 3 2 4 5 3 2 6 25 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 3) Problemas de roteirização e programação Os problemas de roteirização e programação são, como o nome sugere, uma combinação dos dois tipos de problemas vistos anteriormente sendo, portanto, mais próximos dos problemas do mundo real. Eles podem incluir restrições de janelas de tempo (horário ou dias de atendimento) para as atividades de coleta e entrega. Métodos de solução para os problemas de roteirização e programação Os métodos de solução para os problemas de roteirização e programação podem ser agrupados em: exatos, heurísticos e meta-‐heurísticos. Os métodos exatos buscam uma solução ótima através da minimização de uma função de custo. As soluções baseadas em programação linear se enquadram nesta categoria. Os Métodos heurísticos geram soluções de boa qualidade para o problema, utilizando procedimentos que apresentam um pequeno tempo de processamento. Eles empregam regras empíricas de agrupamento ou técnicas baseadas em “economias”, acrescentando ou excluindo paradas. As meta-‐heurísticas ou métodos emergentes também não garantem a solução ótima. Neste grupo estão métodos de inteligência artificial como Sistemas Especialistas, Redes Neurais Artificiais e Sistemas Multiagentes baseados em Inteligência de Enxames. Bodin et al. (1983) classificam a maioria das estratégias de solução para os problemas de roteirização de veículos da seguinte forma: a) agrupa e roteiriza (“cluster first-‐route second”), que consiste em agrupar a demanda dos nós e/ou arcos primeiro e então desenvolver rotas econômicas sobre cada agrupamento (o método da Varredura visto anteriormente é um exemplo disso); b) roteiriza e agrupa (“route first-‐cluster second”) que inicia com criação de uma grande rota ou ciclo que inclui todas demandas (usualmente inviável) e segue dividindo-‐a em rotas menores e factíveis; c) economia/inserção que consiste da construção de soluções que são comparadas em termos de alguma função ou critério adotado de modo a escolher aquela que produz a maior economia; d) melhoria/troca é um procedimento heurístico em que em cada etapa uma solução factível é alterada, resultando em outra solução factível com o custo total reduzido, até que não seja possível reduções adicionais no custo; e) programação matemática, que inclui algoritmos baseados em formulações de programação matemática do problema em questão (o método de programação linear é um exemplo); f) procedimentos exatos, que incluem programação linear inteira, programação inteira mista e técnicas de branch and bound e g) otimização interativa, que se baseia em interação humana e no conhecimento e na intuição. Esta classificação proposta por Bodin é anterior ao desenvolvimento da maior parte das técnicas meta-‐heurísticas. Zoneamento A distribuição física de produtos numa determinada região implica frequentemente na subdivisão da mesma em zonas ou bolsões, às quais são alocados veículos de coleta ou entrega. Isto envolve criar grupos de elementos baseadas em proximidade ou medidas de similaridade.Esquema típico de zoneamento Fonte: Novaes () Novaes (1989) cita que esse conceito visa tirar vantagem das características morfológicas das redes de transporte e da utilização de um único veículo para atender vários pontos. A subdivisão da região em zonas depende de fatores como: a) distância da zona ao depósito ou armazém, b) densidade de pontos de parada por km2, c) condições viárias e de tráfego, d) tipo e capacidade dos veículos. Na prática esta subdivisão ainda é feita através de procedimentos empíricos, baseados na experiência. Para Valente et al. (2003), em um estudo de zoneamento, dois princípios devem ser observados: a) a procura pelo menor custo operacional, através da diminuição do comprimento total das rotas ou do número de veículos necessários para atender todos os pontos (clientes) e b) a procura pelo menor tempo de operação. A partir destes princípios, alguns critérios podem ser estabelecidos: compacidade, morfologia, balanceamento e homogeneidade. A Compacidade está associada à proximidade dos elementos de um grupo entre si (quanto mais próximos forem os pontos do serviço menor o comprimento das rotas). A Morfologia considera que os fatores que podem determinar a forma das zonas são as características das regiões urbanas (rios, morros, linhas férreas, vias expressas, etc.). O Balanceamento determina que o número de pontos a serem servidos deve ser dividido igualmente entre os diversos grupos e seus respectivos veículos, de acordo com sua capacidade e volume de serviço demandado nos pontos atendidos com o objetivo de conseguir um melhor aproveitamento dos veículos nas rotas. A Homogeneidade considera se há ou não muita variação das condições de tráfego e dos volumes envolvidos, por exemplo, dentro de cada zona na determinação das especificações dos veículos e dos equipamentos envolvidos. Métodos de Zoneamento O zoneamento pode ser importante para a minimização dos tempos e/ou distâncias mínimas das rotas para estas zonas. Existem diversos métodos para fazer o zoneamento. No método das Quadrículas Elementares (NOVAES, 1991) a região de distribuição é divida em quadrículas elementares. Para cada quadrícula são determinadas as coordenadas e a densidade de pontos de entrega/coleta e, juntamente com as características de distribuição e restrições dos veículos, é determinada a divisão da região em zonas de distribuição aproximadamente ótimas. Neste método a região analisada pode ter qualquer forma, o depósito pode estar localizado em qualquer ponto da região e a densidade pode variar ponto a ponto, de forma não uniforme. Referências BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suplementos / Logística Empresarial. 5.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BODIN, L. D.; GOLDEN. B.; ASSAD, A.; BALL, M. Routing and Scheduling of vehicles and crews: the state of the art. Computers and Operations Research, v.10, n.2, 1983. LACHTERMACER, G. Pesquisa operacional na tomada de decisões. São Paulo: Prentice Hall, 2009. NOVAES, A. G. Sistemas Logísticos: Transporte, Armazenagem e Distribuição de Produtos. São Paulo: Edgard Bluncher, 1989. NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2004. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de Transporte e Frota. São Paulo: Pioneira, 2003. Exercícios 1. Dado o depósito e os pontos de entrega (clientes) mostrados no MAPA À DIREITA traçar os roteiros considerando que cada veículo pode carregar no MÁXIMO 7t e demanda de carga de cada cliente é indicada pelo número ao lado. USAR O MÉTODO DA VARREDURA INDICANDO LINHA TRACEJADA INICIAL E O SENTIDO DE GIRO. 2. Dado o depósito e os pontos de entrega (clientes) mostrados no MAPA À DIREITA traçar os roteiros considerando que cada veículo pode carregar no MÁXIMO 5t e demanda de carga de cada cliente é indicada pelo número ao lado. USAR O MÉTODO DA VARREDURA INDICANDO LINHA TRACEJADA INICIAL E O SENTIDO DE GIRO. 3. Dado o depósito e os pontos de entrega (clientes) mostrados no MAPA À DIREITA traçar os roteiros considerando que cada veículo pode carregar no MÁXIMO 10t e demanda de carga de cada cliente é indicada pelo número ao lado. USAR O MÉTODO DA VARREDURA INDICANDO LINHA TRACEJADA INICIAL E O SENTIDO DE GIRO. depósito clientes 1 2 3 3 1 2 1 3 3 2 2 1 2 2 1 1 2 1 depósito clientes 1 2 3 3 1 2 1 3 3 2 2 1 2 2 1 1 2 1 depósito clientes 1 2 3 3 1 2 1 3 3 2 2 1 2 2 1 1 2 1 4. Faça UMA proposta de transporte para suprir as fábricas com suas necessidades de suprimentos e apresente o CUSTO TOTAL desta proposta. Os valores nas setas indicam o custo em R$/tonelada para o trajeto. 5. Faça UMA proposta de transporte para suprir as fábricas com suas necessidades de suprimentos e apresente o CUSTO TOTAL desta proposta. Os valores nas setas indicam o custo em R$/tonelada para o trajeto. 6. Dados as duas soluções (a) e (b) de transporte de produtos das fábricas até seus CDs CALCULE os custos de transporte e INDIQUE a opção de menor custo. Os valores entre parêntesis indicam as capacidades das fábricas e os consumos de cada um dos depósitos. Solução (a) Fab1 (600t) àCD1 Fab1 (600t) àCD2 Fab2 (600t) àCD2 Fab2 (800t) àCD3 Solução (b) Fab1 (800t) àCD3 Fab2 (1200t) àCD2 Fab1 (600t) àCD1 Fornecedor (For 1) capacidade: até 500t Fornecedor (For 2) capacidade: até 700t Fornecedor (For 3) capacidade: até 400t Fábrica (Fab 1) necessidade: 600t Fábrica (Fab 2) necessidade: 300t Fábrica (Fab 3) necessidade: 500t R$5/t R$3/t R$3/t R$6/t R$5/t R$5/tR$6/t R$4/t R$3/t Fornecedor (For 1) capacidade: até 1500t Fornecedor (For 2) capacidade: até 300t Fornecedor (For 3) capacidade: até 1000t Fábrica (Fab 1) necessidade: 600t Fábrica (Fab 2) necessidade: 1000t Fábrica (Fab 3) necessidade: 800t R$5/t R$3/t R$3/t R$6/t R$4/t R$5/t R$6/t R$4/t R$3/t $7/t $5/t $4/t $4/t $6/t $5/t Fab 1 (1600t) Fab 2 (1600t) CD 1 (600t) CD 3 (800t) CD 2 (1200t) 7. Fazer a programação dos veículos de modo a atender todas as rotas listadas utilizando o mínimo possível de veículos. A disponibilidade dos veículos é de 9h por dia. Rota R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 Tempo (h) 4 6 5 6 4 4 4 5 7 Veículo 8:00 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 V1 X V2 X V3 X V4 X V5 X V6 X V7 X V8 X 8. Fazer a programação dos veículos de modo a atender todas as rotas listadas utilizando o mínimo possível de veículos. A disponibilidade dos veículos é de 10h por dia. Rota R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 Tempo (h) 3 2 4 5 1 2 3 2 1 2 Veículo 8:00 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 V1 X V2 X V3 X V4 X V5 X V6 X V7 X V8 X
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