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Teoria geral dos direitos fundamentais Prof. Flávio Matins

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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS
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DIREITOS FUNDAMENTAIS
TEORIA GERAL
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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS
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Remédios Constitucionais
Flávio Martins
Ed. RT
Curso de Direito Constitucional Esquematizado
Pedro Lenza
Ed. Saraiva
Direito Constitucional
Alexandre de Moraes 
Ed. Atlas
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
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Direitos Fundamentais
Virgílio Afonso da Silva
Editora Malheiros
Curso de D. Constitucional
Gilmar Mendes et. al. 
Editora Saraiva
Direitos Fundamentais 
Alexandre de Moraes
Editora Atlas
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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Direito Constitucional
J.J. Gomes Canotilho
Ed. Almedina
A Eficácia dos Direitos 
Fundamentais – Ingo 
Wolfgang Sarlet – Ed. 
Livraria do Advogado
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Antecedentes Históricos
dos direitos fundamentais
-Egito antigo e Mesopotâmia (3.000 a.C)
-Código de Hamurabi (1.690 a.C.)
-pensamento sofista grego (441 a.C.) – Sófocles
defende a existência de normas não escritas e
imutáveis, superiores aos direitos escritos pelo
homem
-Direito Romano (Lei das doze tábuas p. ex.)
- Cristianismo etc.
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“A Magna Charta Libertatum não se
tratava de uma manifestação da
ideia de direitos fundamentais
inatos, mas da afirmação de direitos
corporativos da aristocracia feudal
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Magna Charta Libertatum, de 1215
em face do seu suserano. A finalidade da
Magna Charta era, pois, o estabelecimento
de um modus vivendi entre o rei o os Barões”
(J. J. Gomes Canotilho. p. 380)
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Apesar de não ter esse objetivo, sua
interpretação foi fonte de direitos
fundamentais:
Art,. 39.- “"No free man shall be taken,
imprisoned, disseised, outlawed, banished, or
in any way destroyed, not will we proceed
against or prosecute him, except by the lawful
judgment of his peers and by the law of the
land."
“Nenhum homem livre será deito ou sujeito à prisão, ou
privado dos seus bens, ou colocado fora da lei, ou exilado
ou de qualquer modo molestado, e nós não procederemos,
nem mandaremos proceder contra ele, senão em
julgamento regular pelos seus pares ou de harmonia com
a lei do país”
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João I de Inglaterra ou João Sem Terra (Lackland em
inglês) (1166-1216). Quinto e mais novo filho de Henrique
II, não herdou nenhuma terra quando da morte de seu pai,
fato que lhe deu o seu cognome. Não se esperava que
sucedesse ao trono. Foi, no entanto, o único dos filhos
legítimos de Henrique II que não se revoltou contra o poder
do pai. Em 1188, seu pai Henrique tentou fazer de João
duque da Aquitânia, em substituição a seu irmão Ricardo Coração de Leão
(terceiro filho de Henrique), que considerava de pouca confiança, mas
morreu em seguida. Ricardo tornou-se rei e, antes de partir para a Terra
Santa, nomeou sucessor da coroa seu sobrinho Artur. João pagou resgate
de Ricardo com a majoração de impostos (por isso é frequentemente
retratado como vilão em obras como Ivanhoé e Robin Hood. Ricardo, em
seu regresso, concedeu-lhe o perdão e proclamou-o herdeiro do trono.
Depois de fracassar na tentativa de recuperar seus domínios na França,
regressou à Inglaterra. Ali enfrentou a rebelião dos barões, os quais
obrigaram-no, perto de Londres, em 15 de junho de 1215, a assinar,
outorgar e jurar a Magna Charta aos barões e à burguesia, insatisfeitos com
sua política.
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- Magna Charta (1215)
- Petition of Rights (1628)
- Habeas Corpus Act (1679)
- Bill of Rights (1689)
- Declaração de Direitos da Virgínia (1776)
- Constituição norte-americana (1787)
- Declaração dos Direitos do Homem (1789)
- Constituição francesa (1791)
- Constituição espanhola – de Cádis (1812),
Constituição portuguesa (1822) etc.
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Classificação dos direitos fundamentais, 
segundo a CF/88
TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS
a) Direitos individuais e coletivos (art. 5º)
b) Direitos sociais (arts. 6º a 11)
c) Direito de nacionalidade (arts. 12 e 13)
d) Direitos políticos e partidos políticos (arts.
14 a 17)
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- Diferença entre direitos e garantias
DIREITOS HUMANOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Previstos no direito 
internacional e que dependem 
de recepção na ordem jurídica 
interna
Positivados na Constituição 
de cada país
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Tratados Internacionais e Direito Brasileiro
- Incorporação do tratado no Direito Brasileiro?
- Procedimento?
- Hierarquia? REGRA
Ext. 662 – PERU – 28/11/96 – Rel. Min. Celso de Mello
Tratados e convenções internacionais - tendo-se presente o
sistema jurídico existente no Brasil (RTJ 83/809) - guardam
estrita relação de paridade normativa com as leis ordinárias
editadas pelo Estado brasileiro. (continua...)
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A normatividade emergente dos tratados internacionais,
dentro do sistema jurídico brasileiro, permite situar esses
atos de direito internacional público, no que concerne à
hierarquia das fontes, no mesmo plano e no mesmo grau
de eficácia em que se posicionam as leis internas do Brasil.
A eventual precedência dos atos internacionais sobre as
normas infraconstitucionais de direito interno brasileiro
somente ocorrerá - presente o contexto de eventual
situação de antinomia com o ordenamento doméstico -,
não em virtude de uma inexistente primazia hierárquica,
mas, sempre, em face da aplicação do critério cronológico
(lex posterior derogat priori) ou, quando cabível, do critério
da especialidade.
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Tratados Internacionais sobre direitos
humanos – art. 5º, § 3º, CF
§ 3º Os tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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Até o momento – Decreto 6.949, de 25 de
agosto de 2009
Promulga a Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo, assinados em Nova
York, em 30 de março de 2007
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6949.htm
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Hierarquia do Pacto de San Jose da Costa
Rica (Convenção Americana de Direitos
Humanos) – Decreto
- Posição clássica: mesma hierarquia da lei ordinária;
- Posição do Min. Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen
Gracie e Eros Grau: norma constitucional (HC
87.585)
- Posição do Min. Gilmar Mendes: norma supralegal e
infraconstitucional
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Desde a adesão do Brasil, sem qualquer reserva, ao Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos (art. 11) e à Convenção
Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa
Rica (art. 7º, 7), ambos no ano de 1992, não há mais base
legal
para prisão civil do depositário infiel, pois o caráter especial
desses diplomas internacionais sobre direitos humanos lhes
reserva lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo
da Constituição, porém acima da legislação interna. O status
normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos
humanos subscritos pelo Brasil torna inaplicável a legislação
infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou
posterior ao ato de adesão. Assim ocorreu com o art. 1.287 do
Código Civil de 1916 e com o Decreto-Lei n° 911/69, assim como
em relação ao art. 652 do Novo Código Civil (Lei n° 10.406/2002)
– Rext 34973 – Rel. Min. Carlos Brito (3/12/08)
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-Classificação dos direitos fundamentais na CF
-“direitos individuais” do artigo 60, § 4º, CF
- direitos individuais somente no artigo 5º, CF?
a)Anterioridade eleitoral (art. 16, CF)
b)Anterioridade tributária (art. 150, CF)
-Direitos sociais são cláusulas pétreas?
“não se pode fazer uma interpretação literal do art. 60, § 4o, 
da Constituição Federal, não se reduzindo a expressão 
“direitos e garantias individuais” com os direitos individuais 
e coletivos” (Remédios Constitucionais, Flávio Martins). 
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Nesse sentido: STF (ADIn 937-7), (ADIN 3.685): Todavia, a
utilização da nova regra às eleições gerais que se realizarão a
menos de sete meses colide com o princípio da anterioridade
eleitoral, disposto no art. 16 da CF, que busca evitar a utilização
abusiva ou casuística do processo legislativo como instrumento
de manipulação e de deformação do processo eleitoral (ADI 354,
rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 12.02.93). 4. Enquanto o art. 150, III,
b, da CF encerra garantia individual do contribuinte (ADI 939, rel.
Min. Sydney Sanches, DJ 18.03.94), o art. 16 representa garantia
individual do cidadão-eleitor, detentor originário do poder exercido
pelos representantes eleitos e “a quem assiste o direito de
receber, do Estado, o necessário grau de segurança e de certeza
jurídicas contra alterações abruptas das regras inerentes à
disputa eleitoral” (ADI 3.345, rel. Min. Celso de Mello).
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CLASSIFICAÇÃO DOS 
DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos de 1ª dimensão
Direitos de 2ª dimensão
Direitos de 3ª dimensão
Direitos de 4ª dimensão
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Direitos de quarta dimensão?
a) Decorrentes da evolução científica 
“biociências, eutanásia, alimentos transgênicos, sucessão
dos filhos gerados por inseminação artificial, clonagens,
dentre outros acontecimentos ligados à engenharia
genética” (Uadi Lammego Bulos)
Nesse mesmo sentido: Pedro Lenza, Norberto Bobbio etc.
b) Ligados à democracia
“direitos à democracia (no caso, a democracia direta) –
Paulo Bonavides e Ingo Wolfgang Sarlet
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Teoria dos status de Jellinek
(posição da pessoa com relação ao Estado)
a) Status negativo
Liberdade pública – o Estado não interfere em minha
liberdade
b) Status positivo
Eu exijo uma prestação estatal
c) Status ativo
Posso influir na formação da vontade estatal (voto, p.ex.)
d) Status passivo
Tenho um dever perante o Estado
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TITULARES
artigo 5º, CF: “todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
país...”. 
igualdade não é formal (brasileiros natos e
naturalizados, cidadão e quem não é cidadão)
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a) Estrangeiros residentes e não residentes no Brasil
- mesmos direitos: Pedro Lenza, Flávio Martins, Alexandre de 
Moraes, Uadi Lammêgo Bulos
- depende: Ingo Wolfgang Sarlet
- diferentes: José Afonso da Silva
STF, HC n. 74.051 (voto do Ministro Marco Aurélio Mello):
“A garantia de inviolabilidade dos direitos fundamentais, salvo
as exceções de ordem constitucional, se estende também aos
estrangeiros não residentes ou domiciliados no Brasil. O
caráter universal dos direitos do homem não se compatibiliza
com estatutos que os ignorem. A expressão residentes no
Brasil deve ser interpretada no sentido de que a Carta Federal
só pode assegurar a validade e o gozo dos direitos
fundamentais dentro do território brasileiro”
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b) Pessoa Jurídica (pessoa jurídica, pessoas
jurídicas estrangeiras, entes despersonalizados e
pessoas jurídica de direito público)
- prevalece o entendimento que sim
- direitos específicos das pessoas jurídicas
- pessoas jurídicas com sede no Brasil
- pessoas jurídicas de direito público
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STF. No Mandado de Injunção 725 (cf. informativo 
466/STF – j. 10.05.2007, DJ, 28.05.2007), o 
Ministro Gilmar Ferreira Mendes entendeu que:
“não se deve negar aos municípios,
peremptoriamente, a titularidade de direitos
fundamentais (...) e a eventual possibilidade das
ações constitucionais cabíveis para a sua
proteção”. Assim, destacando que as pessoas
jurídicas de direito público podem ser titulares de
direitos fundamentais, ‘parece ser bastante
razoável a hipótese em que o município, diante da
omissão legislativa inconstitucional impeditiva do
exercício desse direito, se veja compelido a
impetrar mandado de injunção”
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2.- embrião não implantado no útero materno
ADI 3510 contra lei 11.105/05 (“lei de biossegurança”) Argumentos 
principais utilizados pelo Ministro Carlos Britto:
a) a lei contribuirá para a pesquisa, que potencialmente auxiliará na
recuperação da saúde de muitos.
b) pessoas físicas são aquelas que sobrevivem ao parto
c) não obstante, a “dignidade da pessoa humana”, na sua aplicação
infraconstitucional, aplica-se aos nascituros.
d) o casal que se utiliza do procedimento da fertilização in vitro não
está obrigado juridicamente a se utilizar de todos os embriões, pois
não há lei determinando (art. 5º, II), sendo eventual imposição
contrária ao planejamento familiar do casal (art. 226, § 7º, CF).
e) se a vida se encerra com o fim da atividade encefálica, não
havendo cérebro, não há vida.
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d) Titularidade post mortem dos direitos fundamentais
- alguns direitos continuam sendo de titularidade do morto
REsp n. 268.660/RJ: “Os direitos da personalidade, de que o 
direito à imagem é um deles, guardam como principal 
característica a sua intransmissibilidade. Nem por isso, 
contudo, deixa de merecer proteção a imagem de quem 
falece, como se fosse coisa de ninguém, porque ela 
permanece perenemente lembrada nas memórias, como bem 
imortal que se prolonga para muito além da vida”
Art. 12, CC: Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da 
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções 
previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida 
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou 
colateral até o quarto grau”
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Direitos dos animais
Posição tradicional: não é titular de direito (atinge 
reflexamente o homem)
Recurso Extraordinário 153.531/SC:
COSTUME - MANIFESTAÇÃO CULTURAL
- ESTÍMULO -
RAZOABILIDADE - PRESERVAÇÃO DA FAUNA E DA 
FLORA - ANIMAIS - CRUELDADE. A obrigação de o Estado 
garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, 
incentivando a valorização e a difusão das manifestações, 
não prescinde da observância da norma do inciso VII do 
artigo 225 da Constituição Federal, no que veda prática que 
acabe por submeter os animais à crueldade. Procedimento 
discrepante da norma constitucional denominado "farra do 
boi"(grifamos).
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Nesse mesmo julgamento, voto do Min. Francisco Rezek é 
extraordinário:
“Por quê, num país de dramas sociais tão pungentes, há
pessoas preocupando-se com a integridade física ou com
a sensibilidade dos animais? Esse argumento é de uma
inconsistência que rivaliza com sua impertinência. A
ninguém é dado o direito de estatuir para outrem qual será
sua linha de ação, qual será, dentro da Constituição da
República, o dispositivo que, parecendo-lhe ultrajado, deva
merecer seu interesse e sua busca de justiça. De resto,
com a negligência no que se refere à sensibilidade de
animais anda-se meio caminho até a indiferença a quanto
se faça a seres humanos. Essas duas formas de desídia
são irmãs e quase se reúnem, escalonadamente”.
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CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS E 
GARANTIAS FUNDAMENTAIS:
a) historicidade:
b) universalidade:
c) limitabilidade ou relatividade:
d) Concorrência ou cumulatividade:
e) inalienabilidade:
f) imprescritibilidade:
g) Vinculantes (aos 3 Poderes)
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Vinculação aos Três Poderes
Vinculação ao Poder Legislativo
-Dever de editar normas que regulamentam
os direitos fundamentais
-Limitações ao restringir, por lei, a aplicação
dos direitos fundamentais, respeitando o
núcleo essencial do direito (art. 5º, XIII, CF).
-Princípio da proibição de retrocesso (efeito
“cliquet”.
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Princípio da proibição de retrocesso 
(efeito “cliquet” – Prova de Procurador da 
República)
“no que pertine a direitos fundamentais que
dependem de desenvolvimento legislativo para
se concretizar, uma vez obtido certo grau de sua
realização, legislação posterior não pode
reverter conquistas obtidas. A realização do
direito pelo legislador constituiria, ela própria,
uma barreira para que a proteção atingida seja
desfeita sem compensações” (Gilmar Mendes e
outros).
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Na França, a jurisprudência do Conselho
Constitucional reconhece que o princípio da vedação
de retrocesso (por ele chamado de “effet cliquet”) se
aplica inclusive em relação aos direitos de liberdade,
no sentido de que não é possível a revogação total
de uma lei que protege as liberdades fundamentais
sem a substituir por outra que ofereça garantais com
eficácia equivalente. A idéia por detrás do princípio
da proibição de retrocesso é fazer com que o Estado
sempre atue no sentido de melhorar
progressivamente as condições de vida da
população” (Jorge Marmelstein)
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Vinculação aos Três Poderes
Vinculação ao Poder Executivo
A vinculação da Administração às normas de
direitos fundamentais torna nulos os atos
praticados com ofensa ao sistema desses
direitos.
Pode o chefe do Poder Executivo deixar de
aplicar uma lei, alegando
inconstitucionalidade?
Vide Súmula 347, STF
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Vinculação aos Três Poderes
Vinculação ao Poder Judiciário
-O Judiciário controla os atos dos demais
Poderes, no tocante ao respeito desses aos
direitos fundamentais
-O Judiciário deve respeitar os preceitos de
direitos fundamentais no curso do processo e
no conteúdo de suas decisões.
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Aplicabilidade dos direitos fundamentais
-Durante o nazismo, entendeu-se que os direitos
previstos na Constituição não se aplicavam
imediatamente, por serem vistos como
dependentes da livre atuação do legislador.
-No pós-guerra, várias constituições previram
aplicabilidade imediata dos direitos
fundamentais: Alemanha (art. 1º), Espanha (art.
33), Portugal (art. 18) e Brasil (5º, § 1º)
-É um princípio e não uma regra
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Direitos de defesa, a prestação e de participação
-Direitos de defesa (o Estado tem um dever de não
agir)
-Direitos a prestação jurídica (a emissão de normas
jurídicas penais, de organização etc.) – art. 5º, XLI,
XLII e XLIII.
-Direitos a prestação material (direitos sociais) – art.
6º, p. ex. Dependem da existência de uma
situação econômica favorável, na forma
disciplinada pelo legislador infraconstitucional.
-Não cabe, em princípio ao Judiciário extrair
direitos subjetivos. Ex: direito ao trabalho (art. 6º)
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-Não são normas desprovidas de eficácia. Podem
ser usadas como parâmetro no controle de
constitucionalidade
-tem um caráter de defesa: proibição do retrocesso.
-Doutrina e jurisprudência aceitam a teoria do
grau mínimo de efetividade (medicamentos,
escola etc.)
-Direitos fundamentais de participação(direito
de influir na vontade política do Estado) – direitos
políticos (Canotilho e Alexy não prevêem essa
categoria)
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Art. 29, Declaração dos Direitos Humanos
das Nações Unidas: “toda pessoa tem
deveres com a comunidade, posto que
somente nela pode-se desenvolver livre e
plenamente sua personalidade. No exercício
de seus direitos e no desfrute de suas
liberdades todas as pessoas estarão sujeitas
às limitações estabelecidas pela lei com a
única finalidade de assegurar o respeito dos
direitos e liberdades dos demais e do bem-
estar de uma sociedade democrática”
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Aplicabilidade das normas definidoras de 
direitos e garantias fundamentais
- art. 5º, § 1º, CF
- norma constitucional de eficácia plena
- Princípios constitucionais implícitos (art. 5º, 
§ 2º) – nemo tenetur se detegere, 
razoabilidade, duplo grau de jurisdição etc.
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Eficácia vertical e horizontal dos direitos 
fundamentais
- Regra: eficácia vertical
- Nas relações privadas? a) eficácia privada
dos direitos fundamentais; b) eficácia externa
dos direitos fundamentais; c) eficácia
horizontal dos direitos fundamentais etc.
Para uma teoria mais conservadora
(teoria do state action), somente há eficácia
vertical dos direitos fundamentais.
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Admitindo-se a teoria da eficácia
horizontal (aplicando-se às relações
privadas), teremos duas posições:
a) para uma teoria intermediária (teoria
da eficácia indireta e mediata dos
direitos fundamentais na esfera privada),
b) teoria da eficácia direta ou
imediata dos direitos fundamentais na
esfera privada.
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Alguns exemplos importantes, podem ser vistos na 
jurisprudência brasileira:
a) exclusão de associado da associação e ampla 
defesa – STF, RE 201.819/RJ (informativo 405, STF)
b) revista íntima em fábrica de lingeries e direito à 
intimidade
– STF, RE 160.222.RJ, Sepúlveda 
Pertence. 
c) expulsão de cooperativa e devido processo legal -
STF, RE 158215-4/RS, rel. Min. Marco Aurélio
d) igualdade de tratamento de funcionários de 
empresa aérea – STF, RE 161.243-DF, Min. Carlos 
Veloso
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Eficácia dos 
direitos 
fundamentais
Eficácia direta 
ou imediata
Eficácia indireta 
ou mediata
Horizontal
Vertical – relação entre o 
Estado e os particulares
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“Inegavelmente, há situações em que um
direito ou garantia fundamental é absoluto,
devendo ser exercido de maneira irrestrita. É o
caso da proibição à tortura e do tratamento
desumano ou degradante. Aqui não existe
relatividade alguma. O marginal, assaltante,
sequestrador, meliante, corrupto ou ‘monstro’
da pior estirpe não pode ser torturado com o
uso de expedientes psíquicos ou materiais.
Aqui o inciso III do art. 5º da Carta Maior
consagra, sim, uma garantia ilimitada e
absoluta” (Uadi Lammêgo Bulos).
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LEITURA COMPLEMENTAR
Capítulo I do livro:
“Remédios Constitucionais”, editora RT, 
Flávio Martins, 2009. 
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