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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br DIREITOS FUNDAMENTAIS TEORIA GERAL 1 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Remédios Constitucionais Flávio Martins Ed. RT Curso de Direito Constitucional Esquematizado Pedro Lenza Ed. Saraiva Direito Constitucional Alexandre de Moraes Ed. Atlas BIBLIOGRAFIA BÁSICA 2 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Direitos Fundamentais Virgílio Afonso da Silva Editora Malheiros Curso de D. Constitucional Gilmar Mendes et. al. Editora Saraiva Direitos Fundamentais Alexandre de Moraes Editora Atlas BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 3 Direito Constitucional J.J. Gomes Canotilho Ed. Almedina A Eficácia dos Direitos Fundamentais – Ingo Wolfgang Sarlet – Ed. Livraria do Advogado DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Antecedentes Históricos dos direitos fundamentais -Egito antigo e Mesopotâmia (3.000 a.C) -Código de Hamurabi (1.690 a.C.) -pensamento sofista grego (441 a.C.) – Sófocles defende a existência de normas não escritas e imutáveis, superiores aos direitos escritos pelo homem -Direito Romano (Lei das doze tábuas p. ex.) - Cristianismo etc. 4 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br “A Magna Charta Libertatum não se tratava de uma manifestação da ideia de direitos fundamentais inatos, mas da afirmação de direitos corporativos da aristocracia feudal 5 Magna Charta Libertatum, de 1215 em face do seu suserano. A finalidade da Magna Charta era, pois, o estabelecimento de um modus vivendi entre o rei o os Barões” (J. J. Gomes Canotilho. p. 380) DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Apesar de não ter esse objetivo, sua interpretação foi fonte de direitos fundamentais: Art,. 39.- “"No free man shall be taken, imprisoned, disseised, outlawed, banished, or in any way destroyed, not will we proceed against or prosecute him, except by the lawful judgment of his peers and by the law of the land." “Nenhum homem livre será deito ou sujeito à prisão, ou privado dos seus bens, ou colocado fora da lei, ou exilado ou de qualquer modo molestado, e nós não procederemos, nem mandaremos proceder contra ele, senão em julgamento regular pelos seus pares ou de harmonia com a lei do país” 6 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br João I de Inglaterra ou João Sem Terra (Lackland em inglês) (1166-1216). Quinto e mais novo filho de Henrique II, não herdou nenhuma terra quando da morte de seu pai, fato que lhe deu o seu cognome. Não se esperava que sucedesse ao trono. Foi, no entanto, o único dos filhos legítimos de Henrique II que não se revoltou contra o poder do pai. Em 1188, seu pai Henrique tentou fazer de João duque da Aquitânia, em substituição a seu irmão Ricardo Coração de Leão (terceiro filho de Henrique), que considerava de pouca confiança, mas morreu em seguida. Ricardo tornou-se rei e, antes de partir para a Terra Santa, nomeou sucessor da coroa seu sobrinho Artur. João pagou resgate de Ricardo com a majoração de impostos (por isso é frequentemente retratado como vilão em obras como Ivanhoé e Robin Hood. Ricardo, em seu regresso, concedeu-lhe o perdão e proclamou-o herdeiro do trono. Depois de fracassar na tentativa de recuperar seus domínios na França, regressou à Inglaterra. Ali enfrentou a rebelião dos barões, os quais obrigaram-no, perto de Londres, em 15 de junho de 1215, a assinar, outorgar e jurar a Magna Charta aos barões e à burguesia, insatisfeitos com sua política. 7 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br - Magna Charta (1215) - Petition of Rights (1628) - Habeas Corpus Act (1679) - Bill of Rights (1689) - Declaração de Direitos da Virgínia (1776) - Constituição norte-americana (1787) - Declaração dos Direitos do Homem (1789) - Constituição francesa (1791) - Constituição espanhola – de Cádis (1812), Constituição portuguesa (1822) etc. 8 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Classificação dos direitos fundamentais, segundo a CF/88 TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS a) Direitos individuais e coletivos (art. 5º) b) Direitos sociais (arts. 6º a 11) c) Direito de nacionalidade (arts. 12 e 13) d) Direitos políticos e partidos políticos (arts. 14 a 17) 9 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br - Diferença entre direitos e garantias DIREITOS HUMANOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Previstos no direito internacional e que dependem de recepção na ordem jurídica interna Positivados na Constituição de cada país 10 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Tratados Internacionais e Direito Brasileiro - Incorporação do tratado no Direito Brasileiro? - Procedimento? - Hierarquia? REGRA Ext. 662 – PERU – 28/11/96 – Rel. Min. Celso de Mello Tratados e convenções internacionais - tendo-se presente o sistema jurídico existente no Brasil (RTJ 83/809) - guardam estrita relação de paridade normativa com as leis ordinárias editadas pelo Estado brasileiro. (continua...) 11 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br 12 A normatividade emergente dos tratados internacionais, dentro do sistema jurídico brasileiro, permite situar esses atos de direito internacional público, no que concerne à hierarquia das fontes, no mesmo plano e no mesmo grau de eficácia em que se posicionam as leis internas do Brasil. A eventual precedência dos atos internacionais sobre as normas infraconstitucionais de direito interno brasileiro somente ocorrerá - presente o contexto de eventual situação de antinomia com o ordenamento doméstico -, não em virtude de uma inexistente primazia hierárquica, mas, sempre, em face da aplicação do critério cronológico (lex posterior derogat priori) ou, quando cabível, do critério da especialidade. DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Tratados Internacionais sobre direitos humanos – art. 5º, § 3º, CF § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 13 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Até o momento – Decreto 6.949, de 25 de agosto de 2009 Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6949.htm 14 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Hierarquia do Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) – Decreto - Posição clássica: mesma hierarquia da lei ordinária; - Posição do Min. Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Eros Grau: norma constitucional (HC 87.585) - Posição do Min. Gilmar Mendes: norma supralegal e infraconstitucional 15 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Desde a adesão do Brasil, sem qualquer reserva, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (art. 11) e à Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7º, 7), ambos no ano de 1992, não há mais base legal para prisão civil do depositário infiel, pois o caráter especial desses diplomas internacionais sobre direitos humanos lhes reserva lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de adesão. Assim ocorreu com o art. 1.287 do Código Civil de 1916 e com o Decreto-Lei n° 911/69, assim como em relação ao art. 652 do Novo Código Civil (Lei n° 10.406/2002) – Rext 34973 – Rel. Min. Carlos Brito (3/12/08) 16 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br -Classificação dos direitos fundamentais na CF -“direitos individuais” do artigo 60, § 4º, CF - direitos individuais somente no artigo 5º, CF? a)Anterioridade eleitoral (art. 16, CF) b)Anterioridade tributária (art. 150, CF) -Direitos sociais são cláusulas pétreas? “não se pode fazer uma interpretação literal do art. 60, § 4o, da Constituição Federal, não se reduzindo a expressão “direitos e garantias individuais” com os direitos individuais e coletivos” (Remédios Constitucionais, Flávio Martins). 17 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Nesse sentido: STF (ADIn 937-7), (ADIN 3.685): Todavia, a utilização da nova regra às eleições gerais que se realizarão a menos de sete meses colide com o princípio da anterioridade eleitoral, disposto no art. 16 da CF, que busca evitar a utilização abusiva ou casuística do processo legislativo como instrumento de manipulação e de deformação do processo eleitoral (ADI 354, rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 12.02.93). 4. Enquanto o art. 150, III, b, da CF encerra garantia individual do contribuinte (ADI 939, rel. Min. Sydney Sanches, DJ 18.03.94), o art. 16 representa garantia individual do cidadão-eleitor, detentor originário do poder exercido pelos representantes eleitos e “a quem assiste o direito de receber, do Estado, o necessário grau de segurança e de certeza jurídicas contra alterações abruptas das regras inerentes à disputa eleitoral” (ADI 3.345, rel. Min. Celso de Mello). 18 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Direitos de 1ª dimensão Direitos de 2ª dimensão Direitos de 3ª dimensão Direitos de 4ª dimensão 19 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br 20 Direitos de quarta dimensão? a) Decorrentes da evolução científica “biociências, eutanásia, alimentos transgênicos, sucessão dos filhos gerados por inseminação artificial, clonagens, dentre outros acontecimentos ligados à engenharia genética” (Uadi Lammego Bulos) Nesse mesmo sentido: Pedro Lenza, Norberto Bobbio etc. b) Ligados à democracia “direitos à democracia (no caso, a democracia direta) – Paulo Bonavides e Ingo Wolfgang Sarlet DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br 21 Teoria dos status de Jellinek (posição da pessoa com relação ao Estado) a) Status negativo Liberdade pública – o Estado não interfere em minha liberdade b) Status positivo Eu exijo uma prestação estatal c) Status ativo Posso influir na formação da vontade estatal (voto, p.ex.) d) Status passivo Tenho um dever perante o Estado DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br TITULARES artigo 5º, CF: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país...”. igualdade não é formal (brasileiros natos e naturalizados, cidadão e quem não é cidadão) 22 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br a) Estrangeiros residentes e não residentes no Brasil - mesmos direitos: Pedro Lenza, Flávio Martins, Alexandre de Moraes, Uadi Lammêgo Bulos - depende: Ingo Wolfgang Sarlet - diferentes: José Afonso da Silva STF, HC n. 74.051 (voto do Ministro Marco Aurélio Mello): “A garantia de inviolabilidade dos direitos fundamentais, salvo as exceções de ordem constitucional, se estende também aos estrangeiros não residentes ou domiciliados no Brasil. O caráter universal dos direitos do homem não se compatibiliza com estatutos que os ignorem. A expressão residentes no Brasil deve ser interpretada no sentido de que a Carta Federal só pode assegurar a validade e o gozo dos direitos fundamentais dentro do território brasileiro” 23 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br b) Pessoa Jurídica (pessoa jurídica, pessoas jurídicas estrangeiras, entes despersonalizados e pessoas jurídica de direito público) - prevalece o entendimento que sim - direitos específicos das pessoas jurídicas - pessoas jurídicas com sede no Brasil - pessoas jurídicas de direito público 24 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br STF. No Mandado de Injunção 725 (cf. informativo 466/STF – j. 10.05.2007, DJ, 28.05.2007), o Ministro Gilmar Ferreira Mendes entendeu que: “não se deve negar aos municípios, peremptoriamente, a titularidade de direitos fundamentais (...) e a eventual possibilidade das ações constitucionais cabíveis para a sua proteção”. Assim, destacando que as pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais, ‘parece ser bastante razoável a hipótese em que o município, diante da omissão legislativa inconstitucional impeditiva do exercício desse direito, se veja compelido a impetrar mandado de injunção” 25 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br 2.- embrião não implantado no útero materno ADI 3510 contra lei 11.105/05 (“lei de biossegurança”) Argumentos principais utilizados pelo Ministro Carlos Britto: a) a lei contribuirá para a pesquisa, que potencialmente auxiliará na recuperação da saúde de muitos. b) pessoas físicas são aquelas que sobrevivem ao parto c) não obstante, a “dignidade da pessoa humana”, na sua aplicação infraconstitucional, aplica-se aos nascituros. d) o casal que se utiliza do procedimento da fertilização in vitro não está obrigado juridicamente a se utilizar de todos os embriões, pois não há lei determinando (art. 5º, II), sendo eventual imposição contrária ao planejamento familiar do casal (art. 226, § 7º, CF). e) se a vida se encerra com o fim da atividade encefálica, não havendo cérebro, não há vida. 26 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br d) Titularidade post mortem dos direitos fundamentais - alguns direitos continuam sendo de titularidade do morto REsp n. 268.660/RJ: “Os direitos da personalidade, de que o direito à imagem é um deles, guardam como principal característica a sua intransmissibilidade. Nem por isso, contudo, deixa de merecer proteção a imagem de quem falece, como se fosse coisa de ninguém, porque ela permanece perenemente lembrada nas memórias, como bem imortal que se prolonga para muito além da vida” Art. 12, CC: Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau” 27 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Direitos dos animais Posição tradicional: não é titular de direito (atinge reflexamente o homem) Recurso Extraordinário 153.531/SC: COSTUME - MANIFESTAÇÃO CULTURAL - ESTÍMULO - RAZOABILIDADE - PRESERVAÇÃO DA FAUNA E DA FLORA - ANIMAIS - CRUELDADE. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância da norma do inciso VII do artigo 225 da Constituição Federal, no que veda prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Procedimento discrepante da norma constitucional denominado "farra do boi"(grifamos). 28 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Nesse mesmo julgamento, voto do Min. Francisco Rezek é extraordinário: “Por quê, num país de dramas sociais tão pungentes, há pessoas preocupando-se com a integridade física ou com a sensibilidade dos animais? Esse argumento é de uma inconsistência que rivaliza com sua impertinência. A ninguém é dado o direito de estatuir para outrem qual será sua linha de ação, qual será, dentro da Constituição da República, o dispositivo que, parecendo-lhe ultrajado, deva merecer seu interesse e sua busca de justiça. De resto, com a negligência no que se refere à sensibilidade de animais anda-se meio caminho até a indiferença a quanto se faça a seres humanos. Essas duas formas de desídia são irmãs e quase se reúnem, escalonadamente”. 29 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: a) historicidade: b) universalidade: c) limitabilidade ou relatividade: d) Concorrência ou cumulatividade: e) inalienabilidade: f) imprescritibilidade: g) Vinculantes (aos 3 Poderes) 30 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Vinculação aos Três Poderes Vinculação ao Poder Legislativo -Dever de editar normas que regulamentam os direitos fundamentais -Limitações ao restringir, por lei, a aplicação dos direitos fundamentais, respeitando o núcleo essencial do direito (art. 5º, XIII, CF). -Princípio da proibição de retrocesso (efeito “cliquet”. 31 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Princípio da proibição de retrocesso (efeito “cliquet” – Prova de Procurador da República) “no que pertine a direitos fundamentais que dependem de desenvolvimento legislativo para se concretizar, uma vez obtido certo grau de sua realização, legislação posterior não pode reverter conquistas obtidas. A realização do direito pelo legislador constituiria, ela própria, uma barreira para que a proteção atingida seja desfeita sem compensações” (Gilmar Mendes e outros). 32 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Na França, a jurisprudência do Conselho Constitucional reconhece que o princípio da vedação de retrocesso (por ele chamado de “effet cliquet”) se aplica inclusive em relação aos direitos de liberdade, no sentido de que não é possível a revogação total de uma lei que protege as liberdades fundamentais sem a substituir por outra que ofereça garantais com eficácia equivalente. A idéia por detrás do princípio da proibição de retrocesso é fazer com que o Estado sempre atue no sentido de melhorar progressivamente as condições de vida da população” (Jorge Marmelstein) 33 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Vinculação aos Três Poderes Vinculação ao Poder Executivo A vinculação da Administração às normas de direitos fundamentais torna nulos os atos praticados com ofensa ao sistema desses direitos. Pode o chefe do Poder Executivo deixar de aplicar uma lei, alegando inconstitucionalidade? Vide Súmula 347, STF 34 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Vinculação aos Três Poderes Vinculação ao Poder Judiciário -O Judiciário controla os atos dos demais Poderes, no tocante ao respeito desses aos direitos fundamentais -O Judiciário deve respeitar os preceitos de direitos fundamentais no curso do processo e no conteúdo de suas decisões. 35 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br 36 Aplicabilidade dos direitos fundamentais -Durante o nazismo, entendeu-se que os direitos previstos na Constituição não se aplicavam imediatamente, por serem vistos como dependentes da livre atuação do legislador. -No pós-guerra, várias constituições previram aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais: Alemanha (art. 1º), Espanha (art. 33), Portugal (art. 18) e Brasil (5º, § 1º) -É um princípio e não uma regra DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br 37 Direitos de defesa, a prestação e de participação -Direitos de defesa (o Estado tem um dever de não agir) -Direitos a prestação jurídica (a emissão de normas jurídicas penais, de organização etc.) – art. 5º, XLI, XLII e XLIII. -Direitos a prestação material (direitos sociais) – art. 6º, p. ex. Dependem da existência de uma situação econômica favorável, na forma disciplinada pelo legislador infraconstitucional. -Não cabe, em princípio ao Judiciário extrair direitos subjetivos. Ex: direito ao trabalho (art. 6º) DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br 38 -Não são normas desprovidas de eficácia. Podem ser usadas como parâmetro no controle de constitucionalidade -tem um caráter de defesa: proibição do retrocesso. -Doutrina e jurisprudência aceitam a teoria do grau mínimo de efetividade (medicamentos, escola etc.) -Direitos fundamentais de participação(direito de influir na vontade política do Estado) – direitos políticos (Canotilho e Alexy não prevêem essa categoria) DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Art. 29, Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas: “toda pessoa tem deveres com a comunidade, posto que somente nela pode-se desenvolver livre e plenamente sua personalidade. No exercício de seus direitos e no desfrute de suas liberdades todas as pessoas estarão sujeitas às limitações estabelecidas pela lei com a única finalidade de assegurar o respeito dos direitos e liberdades dos demais e do bem- estar de uma sociedade democrática” 39 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Aplicabilidade das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais - art. 5º, § 1º, CF - norma constitucional de eficácia plena - Princípios constitucionais implícitos (art. 5º, § 2º) – nemo tenetur se detegere, razoabilidade, duplo grau de jurisdição etc. 40 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Eficácia vertical e horizontal dos direitos fundamentais - Regra: eficácia vertical - Nas relações privadas? a) eficácia privada dos direitos fundamentais; b) eficácia externa dos direitos fundamentais; c) eficácia horizontal dos direitos fundamentais etc. Para uma teoria mais conservadora (teoria do state action), somente há eficácia vertical dos direitos fundamentais. 41 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Admitindo-se a teoria da eficácia horizontal (aplicando-se às relações privadas), teremos duas posições: a) para uma teoria intermediária (teoria da eficácia indireta e mediata dos direitos fundamentais na esfera privada), b) teoria da eficácia direta ou imediata dos direitos fundamentais na esfera privada. 42 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Alguns exemplos importantes, podem ser vistos na jurisprudência brasileira: a) exclusão de associado da associação e ampla defesa – STF, RE 201.819/RJ (informativo 405, STF) b) revista íntima em fábrica de lingeries e direito à intimidade – STF, RE 160.222.RJ, Sepúlveda Pertence. c) expulsão de cooperativa e devido processo legal - STF, RE 158215-4/RS, rel. Min. Marco Aurélio d) igualdade de tratamento de funcionários de empresa aérea – STF, RE 161.243-DF, Min. Carlos Veloso 43 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br Eficácia dos direitos fundamentais Eficácia direta ou imediata Eficácia indireta ou mediata Horizontal Vertical – relação entre o Estado e os particulares 44 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br “Inegavelmente, há situações em que um direito ou garantia fundamental é absoluto, devendo ser exercido de maneira irrestrita. É o caso da proibição à tortura e do tratamento desumano ou degradante. Aqui não existe relatividade alguma. O marginal, assaltante, sequestrador, meliante, corrupto ou ‘monstro’ da pior estirpe não pode ser torturado com o uso de expedientes psíquicos ou materiais. Aqui o inciso III do art. 5º da Carta Maior consagra, sim, uma garantia ilimitada e absoluta” (Uadi Lammêgo Bulos). 45 DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS FUNDAMENTAIS www.professorflaviomartins.net.br LEITURA COMPLEMENTAR Capítulo I do livro: “Remédios Constitucionais”, editora RT, Flávio Martins, 2009. 46
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