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II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
This manuscript is reproduced in the IVIS website with the permission of Associação de Buiatria de Minas 
Gerais (ABMG). 
 
ABORDAGEM CLÍNICA DAS NEUROPATIAS DOS 
RUMINANTES 
 
Prof. Elias Jorge Facury Filho 
Profa. Milene Alvarenga 
Prof. Paulo Marcos Ferreira 
Prof. Antônio Último De Carvalho 
Escola de Veterinária da UFMG 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
As neuropatias ocupam papel de destaque entre as doenças que acometem os ruminantes, 
uma vez que várias delas são zoonoses como, por exemplo, a raiva e a encefalopatia 
espongiforme bovina (BSE). Muitas apresentam alta morbidade e letalidade, ocasionando 
perdas econômicas bastante expressivas. 
No Setor de Clínica de Ruminantes do Hospital Veterinário da UFMG (HV UFMG), de 
1999 a 2003, foram atendidos cerca de 1800 casos clínicos e as neuropatias representaram 
70% deste total. Raiva, botulismo e polioencefalomalacia foram os diagnósticos mais 
freqüentes. Outras enfermidades como por exemplo babesiose cerebral, síndromes 
vestibulares em decorrência de otites, coccidiose nervosa, meningoencefalite por 
herpesvirus tipo 5, erliquiose nervosa, febre catarral maligna, lesões de nervos periféricos, 
apresentaram casos esporádicos e com menor freqüência. Atualmente temos observado o 
aumento dos diagnósticos de meningoencefalite por herpes vírus tipo 5, talvez associado a 
melhores condições de diagnóstico. 
A alta freqüência de casos de neuropatias que são enviados para o HV UFMG nos 
demonstra três aspectos relevantes envolvendo as neuropatias: sua frequência, importância 
econômica e dificuldades de diagnóstico. As dificuldades no diagnóstico estão ligadas 
principalmente à variação de manifestações clínicas de uma mesma doença, à semelhança 
sintomatológica existente entre algumas delas e, em vários casos, à falta de estrutura 
técnica dos laboratórios para diagnóstico. 
Este resumo tem como objetivo trazer informações sobre a abordagem clínica dos surtos de 
neuropatias em ruminantes e os grupos de enfermidades envolvidas. 
 
 
DIAGNÓSTICO DAS NEUROPATIAS DOS BOVINOS 
 
A metodologia de trabalho para se chegar a um diagnóstico nas neuropatias se inicia a 
partir de um levantamento detalhado do histórico da doença, inspeção rigorosa do ambiente 
geral da propriedade, do manejo e dos animais do rebanho visando identificar problemas 
subclínicos. Em seguida é necessário um exame clínico geral e exame neurológico 
minucioso dos animais doentes, necropsias e exames complementares. Portando as 
conclusões devem surgir de um trabalho organizado onde não se deve queimar nenhuma 
etapa das diversas fases (Esquema 1). As expectativas de soluções rápidas freqüentemente 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
This manuscript is reproduced in the IVIS website with the permission of Associação de Buiatria de Minas 
Gerais (ABMG). 
são fadadas ao insucesso. Nas mortalidades de rebanhos é muito importante que todos os 
óbitos sejam investigados pois muitas vezes ocorrem mortes por causas diferentes e existe 
uma tendência dos produtores de pensar em uma só causa. 
 
SQUEMA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquema 1: Diagnóstico das Neuropatias 
TRATAMENTO OBSERVAÇÃO SACRIFÍCIO COLETA DE 
MATERIAL 
HISTÓRICO / ANAMNESE 
INSPEÇÃO DO 
AMBIENTE E REBANHO 
ANIMAIS 
DOENTES 
ANIMAIS 
MORTOS 
NECRÓPSIA EXAMES 
COMPLEMENTARES 
D
I
A
G
N
Ó
S
T
I
C
O EXAME 
CLÍNICO 
RECUPERAÇÃO 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
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Gerais (ABMG). 
ANAMNESE E EXAME DO AMBIENTE 
 
A anamnese é uma ferramenta importante para estabelecimento do diagnóstico. Deve ser 
bem ampla, de forma a abranger não somente o problema em questão, mas também todo o 
funcionamento da propriedade, como gerenciamento, manejo sanitário, nutricional, 
reprodutivo, de pastagens, genético, comercialização de animais, etc... 
Os dados obtidos na anamnese devem posteriormente ser checados na visita à propriedade, 
pois muitas vezes a confiabilidade das informações não é a desejada e a visão do técnico é 
mais ampla e analítica do que a do proprietário ou do gerente da fazenda. 
As informações abaixo são importantes na anamnese e na inspeção durante a visita a 
propriedade: 
 
? Início e evolução dos sintomas e curso da doença. 
? Morbidade, mortalidade, letalidade. 
? Categorias envolvidas, idade e sexo. 
? Ocorrência de problemas semelhantes na vizinhança e região. 
? Inspeção do rebanho: condição física e corporal, aspecto dos pêlos, infestação por 
carrapatos, bernes, e moscas, alterações de comportamento, postura e locomoção. 
? Presença de morcegos hematófagos. 
? Mineralização do rebanho: tipo, distribuição e conservação dos cochos e 
fornecimento, qualidade e controle de consumo da mistura mineral. 
? Alimentação: mudanças, composição, métodos de fornecimento, contaminação com 
fungos, terra e carcaças, métodos e qualidade de conservação. 
? Tipo e estado das pastagens, acesso a capoeiras, presença de plantas tóxicas, fungos, 
restos de culturas. 
? Aguadas: qualidade, bebedouros, presença de algas, matéria orgânica e carcaças. 
? Acometimento de outras espécies animais. 
? Promiscuidade com outras espécies (ex: suínos, caprinos, ovinos). 
? Proximidade de indústrias e acesso a resíduos. 
? Manejo do rebanho nos dias que antecederam o aparecimento de animais doentes: 
viagens, reagrupamentos, vacinações, vermifugações, banhos carrapaticidas, 
controle de bernes, mudanças de pasto, desmama, descorna, castrações e outras. 
? Calendário sanitário detalhado. 
? Uso de agrotóxicos na propriedade e vizinhança. 
? Instalações: tipo , conservação e higienização. 
? Gerenciamento, relações de trabalho dentro da propriedade e grau de confiabilidade 
das informações dos funcionários. 
? Farmácia, lixeira, fossa séptica, destino de carcaças. 
? Manejo minucioso da propriedade. 
 
 
 
 
 
EXAME CLÍNICO 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
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Geral 
 
Os animais doentes devem ser submetidos a exame clínico completo. Deve-se examinar o 
maior número possível de animais dentro de um surto uma vez que a apresentação clínica 
pode ser variada ou apresentar animais em vários estágios da mesma doença ou, até mais de 
uma doença envolvida. O acompanhamento da evolução do quadro clínico deve ser 
realizado. 
O exame neurológico constitui parte do exame clínico geral e tem como objetivos 
determinar a existência de lesão do sistema nervoso e indicar a provável localização da 
lesão. 
 
Especial 
 
? Avaliação das funções sensoriais: 
? Sensibilidade superficial: pesquisada com agulha e alicate aplicados na pele, 
martelo nas tuberosidades ósseas e choque; 
? Sensibilidade profunda: toque da pálpebra, da córnea e do interior da orelha com 
os dedos; aplicação de agulha na parte ventral da cauda e do espaço interdigital; 
percussão da base do chifre, do cotovelo, do tendão calcâneo e da patela. 
? Avaliação proprioceptiva: 
? Verificada pela correção de posicionamentos incômodos ou anormais em que se 
coloca o animal quedeve acontecer no período de 1 a 2 segundos (por exemplo 
o cruzamento dos membros). A ausência de correções revela alterações da 
consciência. 
? Avaliação das funções motoras: 
? Revelada através das respostas às provas de sensibilidade, à postura e tônus 
muscular. Determina a ocorrência de paresias ou paralisias. Pode-se observar 
ainda, alterações da mastigação, deglutição, respiração, posicionamento da 
cabeça e hipotonia da cauda, do ânus e membros. 
? Avaliação dos reflexos: 
? Pesquisados na articulação do carpo, do cotovelo, da patela, do tendão do 
músculo gastrocnêmico e reflexos dolorosos. 
 
 
Exame dos nervos cranianos 
 
? Nervo olfatório: I Par 
? Teste: cheirar amônia, fumaça ou alimento. Não se apresentando repugnância 
pela amônia ou fumaça e interesse pelo alimento, constata-se no animal a falta 
de olfato como disfunção. 
 
? Nervo ótico: II Par 
? Teste: movimentação da mão ou objetos em frente aos olhos; uso de foco 
luminoso para avaliação do reflexo e exame oftalmológico. Espera-se que o 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
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 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
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animal reaja aos objetos e a luz excessiva do foco luminoso, pisque e apresente 
fechamento da pupila. Em caso de disfunções o animal apresenta o andar 
vacilante, tromba em obstáculos e alterações como midríase / miose e fotofobia. 
 
 
? Nervo oculomotor: III Par 
? Teste: foco luminoso, abaixamento da cabeça. Avalia-se o reflexo pupilar, 
considerando-se que o abaixamento da cabeça provoca normalmente o 
deslocamento dorsomedial do olho. Em caso de disfunções o animal apresenta 
midríase/miose, ptose e estrabismo. 
 
? Nervo troclear: IV Par 
? Teste: movimentação da visão com objetos e elevação da cabeça. Deve-se 
acompanhar a capacidade de o animal acompanhar os objetos 
ventrolateralmente, pois sabe-se que a rotação ventral da pupila deve ocorrer 
com a elevação da cabeça. A incapacidade de o animal movimentar o olho 
ventrolateralmente indica disfunção. 
 
? Nervo trigêmio: V Par 
? Teste: sensibilidade à agulha, a objetos frios e ao toque da córnea; palpação da 
musculatura temporal e masseter. Deve-se avaliar a resposta aos testes de 
sensibilidade do animal, sua tensão muscular e o ato de piscar os olhos. 
Movimentação anormal da boca e alteração da sensibilidade da face e do olho 
indicam disfunções. 
 
? Nervo abducente: VI Par 
? Teste: resposta do olho à movimentação de objetos e toque da córnea. Deve-se 
avaliar a incapacidade do animal em acompanhar objetos movidos lateralmente 
e a ausência de retração da 3ª pálpebra. Como disfunção aparecerão o 
estrabismo medial e a paralisia da membrana nictitante. 
 
? Nervo facial: VII Par 
? Teste: sensibilidade à agulha na face e toque de córnea. Deve-se avaliar a 
movimentação da pele e o piscar os olhos, uma vez que se espera do animal 
piscar o olho tocado e que pisque suavemente o olho oposto. Assimetria facial, 
ptose da pálpebra, lábio caído e perda de movimentação da orelha configuram 
disfunções. 
 
? Nervo acústico: VIII Par 
? Teste: provocar som alto (palmas, bater em latas, etc). Avaliar o piscar os olhos, 
o movimentar-se e a capacidade de reação de alerta do animal. Surdez, andar em 
círculos, inclinação lateral da cabeça, nistágmo e desequilíbrio caracterizam 
disfunções. 
 
? Nervo glossofaríngeo: IX Par 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
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? Teste: compressão da região da garganta para se avaliar a presença de 
movimentos de deglutição ou tosse. Como disfunção aparecem a dificuldade de 
deglutição e a movimentação da língua. 
 
? Nervo vago: X Par 
? Teste: pressão sobre o globo ocular. Em situação normal o animal apresenta 
bradicardia e, no caso de não apresentar alteração ao teste, configura-se uma 
situação de anormalidade. Pode-se, também, realizar a prova do sulfato de 
atropina que deverá ser aplicado na dose de 30mg por via subcutânea após se 
aferir a freqüência cardíaca do animal; se alterada a freqüência cardíaca em 
mais de 16% do valor inicial o animal apresenta comprometimento do nervo 
vago. Como disfunção o animal apresenta alterações na motilidade dos pré-
estômagos. 
 
? Nervo acessório: XI Par 
? Teste: palpação da musculatura cervical e elevação da cabeça do animal. Avalia-
se assim, a presença ou ausência de tônus e a força muscular do animal se 
opondo à elevação de sua cabeça. A hipotonia da musculatura cervical e o 
desvio da cabeça do animal indicam disfunções. 
 
? Nervo hipoglosso: XII Par 
? Teste: tração da língua para ambos os lados da boca, avaliando-se a resistência 
do animal à extrusão da mesma para um lado e para outro da cabeça. Em caso 
de disfunção o animal apresentará língua flácida. 
 
De acordo com os sintomas apresentados, as alterações do sistema nervoso são agrupadas 
em síndromes. As principais síndromes nervosas classificam-se em cerebral (cortical), 
cerebelar, vestibular e medular. 
 
 
 
 
Quadro 1 – Avaliação dos membros do animal em movimento 
 
SINAL CLÍNICO INTERPRETAÇÃO 
PARESIA 
Arrastamento dos membros, cascos gastos, 
tremores ao sustentar o peso, severa fraqueza 
em todos os membros sem ataxia. 
 
Fraqueza na flexão (substância branca da 
medula espinhal ou do tronco cerebral), 
fraqueza na extensão (substância cinzenta da 
medula espinhal ou nos nervos periféricos), 
doença neuromuscular. 
ATAXIA (incoordenação) 
Balançar o corpo de um lado para outro, 
abdução dos membros, cruzamento, pisar 
sobre o membro oposto, circundação do 
 
Pode ser difícil diferenciar de paresia. Indica 
comprometimento vestibular, cerebelar ou 
somente suave doença cerebral se outros 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
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membro para o lado de fora ou girar sobre o 
membro do lado de dentro quando anda em 
círculo. 
sinais são compatíveis com o quadro. 
DISMETRIA 
Hipometria > movimentos rígidos dos 
membros com pouca flexão. 
Hipermetria > Membros superextendidos 
com excessiva extensão articular. 
 
Doença da medula espinhal ou doença 
vestibular contra-lateral. 
Sugestivo, mas não limitado à doença 
cerebelar 
 
Síndrome cerebral (cortical) 
 
As alterações que constituem a síndrome cerebral, freqüentemente provocam sintomas 
diferentes dependendo da área lesada (sensitiva , motora ou de associação), e também do 
agente etiológico (destrutivo ou irritativo). 
Sinais clínicos das síndromes cerebrais do tipo destrutivo: apatia, depressão, falta de 
conexão com o ambiente, diminuição das respostas a estímulos, hipoestesia, anestesia, 
coma, alteração da sensibilidade profunda. 
Tipo irritativo: alterações psíquicas com exarcebação das reações, excitação, hiperreflexia, 
hiperestesia. Espasmos musculares, convulsões. 
Em ambas as condições podem ocorrer perturbações auditivas e visuais, opistótono e 
movimentos de pedalagem. Uma das principais características das encefalites é a alteração 
do psiquismo. 
 
Síndrome cerebelar 
 
Pode ser de origem congênita, hereditária ou adquirida. A forma congênita está 
freqüentemente associada a doenças virais durante a gestação e a adquirida pode ocorrer 
por traumas,tumores, processo inflamatório, etc. 
Os principais sinais clínicos são: hipotonia, hipermetria, incoordenação, marcha 
cambaleante (zig-zag), quedas (retropropulsão). Quando em estação apresenta oscilação do 
corpo, abertura do quadrilátero de sustentação, tremores, nistágmo e opistótono. 
Os sinais clínicos são contínuos e o psiquismo é normal. 
 
Síndrome vestibular 
 
Existe uma relação estreita entre cerebelo e labirinto, ambos agem sinergicamente. O 
labirinto informa a posição do corpo e o cerebelo coordena os movimentos e a postura. A 
síndrome vestibular está freqüentemente associada à ocorrência de otites e alterações do 
nervo Facial. Os sintomas são muitas vezes intermitentes, e o psiquismo é normal. 
Principais sinais clínicos: nistágmo, desequilíbrios transitórios, inclinação da cabeça, andar 
em círculo, ptose da orelha e pálpebra de forma unilateral, hemiparesia. 
 
 
 
Síndrome medular 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
This manuscript is reproduced in the IVIS website with the permission of Associação de Buiatria de Minas 
Gerais (ABMG). 
Os sinais clínicos variam de acordo com o local, a extensão da área lesada, e a gravidade. 
As principais causas são processos inflamatórios, tumores, abscessos, hematomas, fraturas, 
hérnias, espondilites, etc. 
Os principais sinais clínicos são: alterações sensitivas e motoras (paresias, paralisias), 
alterações dos reflexos (hiporreflexia, hiperreflexia) e atrofias musculares. 
 
 
Quadro 2 – Localização das lesões medulares 
 
LESÃO SINAIS CLÍNICOS 
 
C1 – C6 
Ataxia, isolamento, irritação nervosa, fraqueza 
lateral ou dos membros, diminuição da 
sensibilidade superficial da área, hiperreflexia, 
diminuição propioceptiva de todos os membros. 
 
C6 – T2 
Ataxia, isolamento, irritação nervosa, fraqueza 
dos membros anteriores tão atingidos quanto os 
posteriores, diminuição da sensibilidade 
superficial da área, hiporreflexia anterior e 
hiperreflexia posterior, diminuição da 
sensibilidade propioceptiva. 
 
T2 – L3 
Anteriores normais com ataxia, fraqueza, 
hiperreflexia e diminuição da sensibilidade 
superficial dos posteriores, posição de cão 
assentado, diminuição da sensibilidade 
propioceptiva dos posteriores. 
 
L4 – S2 
Anteriores normais com ataxia, paresia, 
hiporreflexia, diminuição da sensibilidade 
superficial dos posteriores, posição de cão 
assentado. 
S1 – S3 Distensão da bexiga e dilatação anal 
LESÃO DIFUSA DA UNIÃO 
NEUROMUSCULAR PERIFÉRICA 
Fraqueza dos quatro membros e diminuição ou 
ausência dos reflexos em todos os membros. 
 
 
 
 
 
 
NECRÓPSIAS 
 
Geralmente as necrópsias são de fundamental importância no diagnóstico das neuropatias, 
mesmo quando não exibem lesões macroscópicas. Nestes casos são compatíveis com 
doenças onde não se espera encontrar lesões. 
Quando existem vários animais doentes e o prognóstico é desfavorável deve-se optar pelo 
sacrifício e necrópsia de alguns e o acompanhamento clínico de outros. A colheita de 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
This manuscript is reproduced in the IVIS website with the permission of Associação de Buiatria de Minas 
Gerais (ABMG). 
material para diagnóstico laboratorial em alguns casos é melhor em animais sacrificados e 
imediatamente necropsiados (por exemplo enterotoxemia e botulismo) enquanto que para 
outras doenças é necessário esperar a evolução natural e colher o material após a morte 
como no caso da raiva. 
Recomenda-se necropsiar vários ou todos os animais mortos em um surto e interpretar 
corretamente os achados anatomopatológicos em animais com decúbito prolongado. Há 
uma tendência a se responsabilizar uma só doença por todas as mortes que venham a 
ocorrer em uma propriedade, cabendo ao técnico a identificação das possíveis ocorrências. 
 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
 
A anamenese, a inspeção do ambiente, o exame clínico e os achados de necrópsia serão 
decisivos para a montagem de uma chave de diagnósticos prováveis. (Quadros 5 ? 10) A 
comprovação do diagnóstico definitivo pode vir da análise deste trabalho, ou em alguns 
casos de um resultado de exame laboratorial. É importante salientar que os exames 
complementares nem sempre são conclusivos, seja por limitações das técnicas ou por 
disponibilidade das mesmas. Além disso, o pedido de exames laboratoriais tem que estar 
fundamentado no trabalho de campo que deve gerar os diagnósticos a serem confirmados, 
os materiais a serem coletados e o exame laboratorial mais adequado (Quadro 3). 
 
 
TABELA 3 – Exames complementares de algumas afecções dos bovinos, material a ser colhido e 
métodos de conservação 
 
AFECÇÃO MATERIAL EXAME 
LABORATORIAL 
CONSERVAÇÃO 
RAIVA 1-Fragmentos de cérebro, 
cerebelo, hipocampo, medula 
1-Imunofluorescência 
direta, inoculação em 
camundongos 
1-Resfriado ou 
congelado 
BOTULISMO 1-Conteúdo intestinal do 
duodeno e jejuno e 
fragmento de fígado 
1-Bioensaio em 
camundongo 
1- Congelado 
 
POLIOENCEFALOMA
-LACIA (PEM ) 
1- Cérebro inteiro 
2- Soro sanguíneo 
1- Histopatologia 
2-Enzima transcetolase 
eritrocitária 
1-Formol a 10% 
2- Resfriado 
BABESIOSE, 
ANAPLASMOSE, 
ERLIQUIOSE 
Clap de cérebro, baço, fígado 
e rim 
Esfregaço sanguíneo de ponta 
de cauda 
Pesquisa de 
hemoparasitas 
Secar o esfregaço ou 
clap e envolver em 
papel macio a 
temperatura ambiente 
HEPATO-
ENCEFALOPATIA 
1-Soro sanguíneo 
 
2-Cérebro inteiro e fígado 
1-Provas de função 
hepática: AST, GGT 
2-Histopatologia 
1-Resfriado 
 
2-Formol 10% 
ENTEROTOXEMIA 1-Conteúdo intestinal 
(duodeno e jejuno) 
1-Bioensaio em 
camundongo ou ELISA 
1-Congelado 
2-Formol 10% 
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2-Cérebro inteiro, pulmão 2-Histopatologia 
COCCIDIOSE Fezes OOPG, identificação dos 
oocistos 
Resfriado 
CETOSE Urina Pesquisa de corpos 
cetônicos 
Realizado no campo a 
fresco 
HERPESVÍRUS 5 1-Gânglio trigeminal, 
fragmentos de cérebro 
2-Cérebro 
1-PCR 
2-Histopatologia 
1-Resfriado 
2-Formol 10% 
ENCEFALITES E 
MENINGITES 
BACTERIANAS 
1-Cérebro 
2-Líquor 
1-Histopatologia 
2-Cultura, contagem de 
células, dosagem de 
proteína 
1-Formol 10% 
2-Frascos com 
anticoagulante, 
resfriado 
ACIDOSE / 
ALCALOSE 
RUMENAL 
Exame de suco de rúmen Cor, odor, viscosidade, 
pH, tempo de redução do 
azul de metileno 
Realizado no campo, a 
fresco 
LISTERIOSE 1-Cérebro, fígado, rim, 
placenta, conteúdo estomacal 
do feto 
2-Fragmentos dos órgãos 
acima 
1-Bacteriológico 
2-Histopatológico 
1-Refrigeração 
2-Formol a 10% 
AFECÇÃO MATERIAL EXAME 
LABORATORIAL 
CONSERVAÇÃO 
MIONECROSES POR 
CLOSTRIDIOSES 
Fragmentos do músculo 
lesado, baço e fígado 
 
1-Bacteriológico 
2-Histopatológico 
1-Refrigeração e 
2-Formol a 10% 
PASTEURELOSE 1-Pulmão, linofonodos, baço, 
fígado 
2-Zaragatoa de secreções 
nasais 
3-Fragmentos dos órgãos 
acima 
1-Bacteriológico 
2-Bacteriológico 
3-Histopatológico 
1-Refrigeração. 
2-Tubo estéril e 
refrigeração. 
3-Formol a 10% 
INTOXICAÇÕES POR 
PESTICIDAS E 
METAIS PESADOS 
1-Fígado, rim, conteúdo 
rumenal, gorduras corporais 
1-Exame toxicológico 1-Congelado 
 
 
NEUROPATIAS DOS BOVINOS 
 
As doenças que afetam o sistema nervoso dosbovinos têm etiologia muito variada, 
podendo ser de origem infecciosa, tóxica, metabólica, carencial, congênita, degenerativa e 
neoplásica. . Podem ser classificadas como primária, ou seja, a lesão ocorre inicialmente no 
sistema nervoso, ou secundária quando a lesão nervosa ocorre em consequência de 
alterações de outros sistemas. O quadro 4 apresenta as principais neuropatias de bovinos, 
divididas de acordo com a localização das lesões. 
 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
This manuscript is reproduced in the IVIS website with the permission of Associação de Buiatria de Minas 
Gerais (ABMG). 
 
Quadro 4 – Localização das principais neuropatias dos bovinos 
 
LOCALIZAÇÃO 
 
AFECÇÕES 
CEREBRAIS Raiva, Polioencefalomalacia (PEM); Hepatoencefalopatias; Babesiose 
Visceral; Doença de Aujesky; Febre Catarral Malígna; Herpesvírus V; 
Cetose nervosa; Abscesso cerebral; Meningite; Traumatismos; 
Meningoencefalite tromboembólica; Coccidiose Nervosa; Cisto cerebral 
(sarcocistose, cisticercose); Encefalite esporádica; Enterotoxemia (C. 
perfringens tipo D); Micotoxicoses; Pesticidas; Encefalopatia 
Espongiforme Bovina. 
 
CEREBELARES Hipoplasia cerebelar: hereditária ou BVD congênito; Língua azul; 
Akabane; Traumatismo; Leptomeningite, Abiotrofia, Enterotoxemia (C. 
perfringens tipo D). 
 
VESTIBULARES Otites; Listeriose; Sinusites; Traumatismos; Erlichiose. 
. 
MEDULARES Botulismo; Traumatismo medular; Fraturas; Raiva; Tétano; Síndrome 
espástica; Paresia espástica; Febre vitular; Lesão de obturador; 
Linfossarcoma (Leucose); Espondilite anquilosante. 
 
 
 
 
4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
DE LAHUNTA, A. Veterinary neuroanatomy and clinical neurology. . Philadephia: W.B. 
SAUNDERS COMPANY. 1983. 471p. 
 
DIRKSEN, G.; GRÜNDER, H; STÖBER, M. Exame clínico dos bovinos. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan. 1993. 419p. 
 
FERREIRA, P.M.; CARVALHO, A.U.; FACURY FILHO, E.J. Abordagem clínica das neuropatias 
bovinas. VeZ em Minas. v. 73, p.14-17. 2002. 
 
KOESTNER, A.; JONES, T.C. Sistema nervoso. In: JONES, T.C.; HUNT, R.D.; KING, N.W. 
Patologia Veterinária. 6 ed. São Paulo: Manole. 200. p.1281-1320. 
 
RADOSTITIS, M.O.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C. ET AL. Clínica veterinária. Um tratado de 
doenças dos bovinos, ovinos, suínos caprinos e eqüinos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2002. 
1736p. 
 
SULLIVAN, N.D. The nervous sistem.In: JUBB, K.V.F.; KENNEDY, P.C.; PALMER, N. 
Pathology of domestic animal. vol 1. 3ed. San Diego: Academic Press Inc. 1985. p.201-338. 
 
II Simpósio Mineiro de Buiatria II Minas Gerais Buiatrics Symposium 
06 a 08 de outubro de 2005 October 6th to 8th, 2005 
 Belo Horizonte, Minas Gerais – Brasil 
 
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Gerais (ABMG). 
SUMMERS, B.A.; CUMMINGS, J.F.; DE LAHUNTA, A. Veterinary neuropathology. St Louis: 
Mosby. 1995. 630p.

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