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PREVENÇÃO ESTRATÉGICA À ENTRADA Edmar Fagundes de Almeida – IE-UFRJ Grupo de Economia da Energia Grupo de Economia da Energia PLANO DE AULA •Motivação da teoria •Principais hipóteses •Comprometimento estratégico •Comportamento estratégico •Quando vale a pena a construção de barreiras estratégicas à entrada Grupo de Economia da Energia MOTIVAÇÃO DA TEORIA DAS BARREIAS ESTRATÉGICAS À ENTRADA •Nova Economia Industrial (Schmalensee) •Crítica à teoria dos preços limites: irrealismo da generalização do Postulado de Sylos-Labini. •Considera a existência de assimetria entre as firmas em termos de estratégias e de informações imperfeitas Grupo de Economia da Energia HIPÓTESE CENTRAL •Novos entrantes só respeitarão um preço limite numa situação em que houver credibilidade da ameaça de retaliação das firmas incumbentes. •Fatores de credibilidade • i) Custos irrecuperáveis (barreiras à saída) (Dixit, 1981; Schmalensee, 1983, Salop, 1978); • ii) Assimetria de informações (Milgrom, e Roberts, 1982). •Credibilidade da ameaça, pode ser construída a partir comportamentos estratégicos anteriores das firmas Grupo de Economia da Energia PREVENÇÃO ESTRATÉGICA À ENTRADA - 1 •A incumbente vai sempre manter o seu nível de produção pré-entrada? •Esta ameaça e crível? •O que acontece se o entrante decidir entrar no mercado? Grupo de Economia da Energia PREVENÇÃO ESTRATÉGICA À ENTRADA: AMEAÇAS VAZIAS Entra Fica fora Entrante Incumbente Monopolista Preço alto Acomodação Preço baixo Combate a entrante ( 50, 10 ) (100, 0 ) ( 30, -10 ) ( 60, 0 ) Grupo de Economia da Energia PREVENÇÃO ESTRATÉGICA À ENTRADA: AMEAÇAS VAZIAS •Neste caso esta claro que o incumbente ganha mais se acomodando e deixando entrar. O entrante sabe disto! •A ameaça de retaliação não e crível ! •Para dissuadir o entrante, a firma incumbente deve se comprometer com a retaliação! •Se a firma investir $30 milhões, que serão perdidos caso a entrante decida operar …. Grupo de Economia da Energia PREVENÇÃO ESTRATÉGICA À ENTRADA: AMEAÇAS CRIVEIS Entra Fica fora Entrante Incumbente Monopolista Preço alto Acomodação Preço baixo Combate a entrante ( 20, 10 ) (70, 0 ) ( 30, -10 ) ( 60, 0 ) Grupo de Economia da Energia COMPROMETIMENTO ESTRATÉGICO •Decisões tomadas pelas firmas com impactos no longo-prazo e dificilmente reversíveis •Este comprometimento torna crível a ameaça de uma reação à entrada de um concorrente no mercado •O investimento em ativos específicos que se tornam custos irrecuperáveis Grupo de Economia da Energia CUSTOS IRRECUPERÁVEIS • Custos irrecuperáveis • Custos resultantes de investimentos em ativos específicos • Ativos específicos: custo de oportunidade de sua utilização e próxima de zero • Exemplos: • Investimentos em P&D • Capacitação da mão-de-obra • Fixação de marca • Capacidade produtiva Grupo de Economia da Energia COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO • Decisão que afeta o comportamento dos concorrentes de uma maneira favorável à empresa. • Trata-se de uma decisão que modifica as expectativas do outro sobre a maneira que a firma vai se comportar. • Milgrom e Roberts (1982) • firmas incumbentes buscam construir uma “reputação” associada à uma eventual retaliação caso haja entrada, através da aproveitamento da assimetria de informações • Sabendo que a firma a firma potencial entrante não conhece seus custos, a firma incumbente buscará fixar um preço estratégico, que envie um sinal desestimulante à entrante. Grupo de Economia da Energia Exemplo de comportamento estratégico – 1 • Incumbente tem o monopólio no período 1 • Existe uma ameaça de entrada no período 2 • Entrante observa comportamento do incumbente no período 1 • Incumbente pode ter um custo alto ou baixo • Entrante não tem informação sobre o custo do incumb. • Entrante sabe que existe uma probabilidade que o incumbente tenha custo baixo. Grupo de Economia da Energia Exemplo de comportamento estratégico – 1 • Lucro da incumbente no período 1 (em $ milhões) • Baixo custo agindo como monopolista de baixo custo : 10 • Alto custo agindo como monopolista de alto custo : 6 • Alto custo com preço de baixo custo : 4 • Lucro da incumbente no período 2 • Não entra, lucro de acordo com a característica da incumbente • Se entra: • Baixo custo : 5 • Alto custo: 2 • Lucro do entrante no período 2 • Competindo contra um incumbente de baixo custo : -2 • Competindo contra um incumbente de alto custo: 2 Grupo de Economia da Energia Exemplo (cont.) incumbente Alto custo Baixo custo I1 I2 Alto Preco Preco baixo E3 E4 entra Fica fora Incumbente: 6 + 2 = 8 Entrante: 2 Incumbente: 6 + 6 = 12 Entrante: 0 Entra Fica Fora Incumbente: 4 + 2 = 6 Entrante: 2 Incumbente: 4 + 6 = 10 Entrante: 0 Preco baixo Entra Fica fora E5 Incumbente: 10 + 5 = 15 Entrante -2 Incumbente: 10 + 10 = 20 Entrante: 0 Grupo de Economia da Energia Exemplo (cont.) • Se o entrante observa que o incumbente optou por um preço baixo no período 1, não saberá dizer se esta em E4 ou E5 • A decisão deverá se apoiar nas probabilidades • O incumbente tem custo baixo com a probabilidade , e nestes caso o lucro seria–2 • incumbente tem custo alto com a probabilidade 1-, neste caso o lucro será 2 • Lucro esperado e 2(1 -) - 2 = 2 - 4 • Lucro será negativo se > ½. Na falta de informações, probabilidade de custo baixo é percebida como maior e a incumbente pode barrar a entrada colocando um preço baixo no período 1 Grupo de Economia da Energia Exemplo (cont.) Nature High-Cost Low-Cost I1 I2 High Price Low Price E3 E4 Enter Stay Out Incumbent: 6 + 2 = 8 Entrant: 2 Incumbent: 6 + 6 = 12 Entrant: 0 Enter Stay Out Incumbent: 4 + 2 = 6 Entrant: 2 Incumbent: 4 + 6 = 10 Entrant: 0 Low Price Enter Stay Out E5 Incumbent: 10 + 5 = 15 Entrant: -2 Incumbent: 10 + 10 = 20 Entrant: 0 Grupo de Economia da Energia BARREIRAS ESTRATÉGICAS À ENTRADA • Quando vale a pena investir em barreiras estratégicas? • Lg> Ld-C lucro obtido numa Guerra de preços é maior que o lucro de duopólio (em função da entrada do concorrente), menos o que a firma investiu no comprometimento estratégico (custo do comprometimento C). • LM-C>LD lucro de monopólio menos o custo do pocionamento C é maior que o lucro de duopólio. Grupo de Economia da Energia ESTRATÉGIAS PREDATÓRIAS - 1 •Modelos que buscam analisar os tipos de reações quando já ocorreu a entrada. •Firmas incumbentes buscarão estabelecer um comportamento estratégico para “predar” empresas que já entraram no mercado. •Exemplos de estratégias de predação são: integração vertical, pré-anuncio de novos produtos; publicidade; inovação de produto; compatibilidade e normas, barreiras institucionais e políticas. Grupo de Economia da Energia ESTRATÉGIAS PREDATÓRIAS - 2 •Preço predatório: estabelecimento de um preço muito baixo para expulsar concorrentes do mercado. •Dumping: preços abaixo do custo de produção •Vale a pena estabelecer preços predatórios? • Lucro apos a expulsão deve compensar perdas para expulsar concorrentes • Lucro com expulsão deve ser maior que lucro com a fusão (quando puder ocorrer fusão) Grupo de Economia da Energia VANTAGEM DA TEORIA DA BARREIRAS ESTRATÉGICAS • Estrutura da indústria passa a ser endógena ao processo de concorrência. • O tamanho e efetividade das barreiras à entrada depende da estratégia das empresas estabelecidas. • A entrada de novasempresas na indústria dependerá, basicamente, da importância das barreiras estratégicas.
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