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Da classificação das obrigações quanto ao objeto CIVIL

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Da classificação das obrigações quanto ao objeto, seus elementos, de meio e de resultado, civis e naturais, puras e simples, condicionais, a termo e modais, de execução instantânea, diferida, periódica, líquidas e ilíquidas, principais e acessórias, com cláusula penal e "propter rem".
Veja que segundo nosso Mestre, Carlos Roberto Gonçalves, a obrigação é "o vínculo jurídico que confere ao CREDOR (sujeito ativo) o direito de exigir do DEVEDOR(sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação".
É a relação de crédito e débito que se extingue com o cumprimento da obrigação e que tem por objeto qualquer prestação economicamente aferível. As obrigações são classificadas de acordo com os seguintes critérios:
1. Classificadas quanto ao objeto
Pode ser mediato ou imediato.
- Imediato: vem da conduta humana de dar, fazer ou não fazer.
Ex.: Construir (fazer) uma casa, não fazer 3 quartos pois no contrato ficou estipulado apenas 2 (dois).
- Mediato: Se trata da própria prestação em si.
Ex.: O que é dado? A chave da casa.
Assim de acordo com essa classificação, podemos destacar:
Obrigações de dar, que se subdivide em dar coisa certa ou incerta
Ex.: Dar um relógio a alguém.
Obrigação de fazer; Ex.: Fazer uma reforma, construir uma edícula, fazer uma divisória entre terrenos.
Obrigação de não fazer; Ex.: Não fazer um armário de MDF em local úmido.
2. Classificadas quanto aos seus elemento
Podemos definir a obrigação sendo composta por três elementos, quais sejam:
Elemento subjetivo, ou seja, os sujeitos da relação (ativo e passivo)
Elemento objetivo, que diz respeito ao objeto da relação jurídica,
Vínculo jurídico existente entre os sujeitos da relação.
Podemos dividir portanto as obrigações em:
Simples: que apresenta todos os elementos constitutivos no singular (um elemento constitutivo de cada), ou seja, um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto, fechando assim o negócio jurídico.
Composta ou Complexa: exatamente contrária à simples, ela apresenta qualquer um dos elementos, ou todos, no plural. Por exemplo: Dois sujeitos ativos, um sujeito passivo e dois objetos. Que por sua vez, se divide em:
Cumulativas: os objetos aparecem relacionados com a conjunção e. Somando-se, então, os dois objetos.
Ex.: "MARIA" deve entregar (obrigação de dar) a "JOSÉ" um vídeo e uma revista. Veja que se trata de algo que vem junto, com um plus a mais, entenda como um combo, onde vem batatas e refrigerantes, lanche e uma surpresa.
Alternativas: os objetos aparecem relacionados com a conjunção "ou". Alternando então, a opção por um ou outro objeto. Note que nesse caso em questão a obrigação se torna como o nome diz alternativa podendo se optar por um ou outro.
Ex.: "MARIA" deve dar a "JOSÉ" sua casa “OU” R$ 100.000,00.
Continuando os estudos vemos que as obrigações que possuem multiplicidade de sujeitos são classificadas como:
Divisíveis: são as obrigações em que o objeto pode ser dividido entre os sujeitos.
Ex.: Certa quantia em dinheiro - R$ 5.000,00, dividida por 5 pessoas. Ou ainda uma confissão de dívida parcelada em 5 promissórias.
Indivisíveis: são as obrigações em que o objeto não pode ser dividido entre os sujeitos.
Ex.: Um casal se separa e ambos querem o cachorro neste caso o animal não pode ser dividido. Mesma situação porém se tem apenas um veículo, este não pode ser dividido, deverá ser vendido para cada qual obter sua parte na separação.
Solidárias: não depende da divisibilidade do objeto, pois decorre da lei ou até mesmo da vontade das partes. Pode ser solidariedade ativa ou passiva, de acordo com os sujeitos que se encontram em número plural dentro da relação.
Quando qualquer um deve responder pela dívida inteira, assim que demandado, tendo direito de regresso contra o sujeito que não realizou a prestação.
Ex.: Empresa A e B são sujeitos passivos de uma obrigação. C, sujeito ativo, demanda o pagamento total da dívida a A, que cumpre a prestação sozinho e portanto pode, posteriormente, cobrar de B a parte que pagou integralmente que pertencia a B.
3. Obrigações de Meio e de Resultado
- Obrigação de meio é aquela em que o devedor, sujeito passivo da obrigação, utiliza os seus conhecimentos, meios e técnicas para alcançar o resultado pretendido sem, entretanto, se responsabilizar caso este não se produza.
Ex.: Os contratos com advogados, no qual se contrata seu serviço e não a garantia de se obter a vitória da lide, onde o profissional vai utilizar de todos os meios para conseguir se obter a sentença desejada por seu cliente, mas em nenhum momento será responsabilizado se não atingir este objetivo, veja que o contrato é tão somente para uma prestação de serviço e não para obtenção de um resultado o que comumente é visto de forma equivocada pelos clientes, que supostamente pensam estar contratando o resultado e muitas vezes não acham que os honorários são devidos ao final do pleito que resultou contrário as suas expectativas.
- Obrigação de resultado Ao contrário do que vimos anteriormente, esta obrigação é aquela que o sujeito passivo não somente utiliza todos os seus meios, técnicas e conhecimentos necessários para a obtenção do resultado, como também se responsabiliza caso este seja diverso do esperado. Sendo assim, o DEVEDOR (sujeito passivo) só ficará isento da obrigação quando alcançar o resultado almejado.
EX.: Podemos utilizar como exemplo uma empresa especializada em confecção de uniformes, que têm por fim entregar tal material na cor AZUL ANIL, no tamanho P, na quantidade de 1000 peças para o CREDOR (sujeito ativo) e se, embora utilizado todos os meios, a empresa não efetuar a entrega (obter o resultado), nas cores e especificações acordadas, não estará exonerada da obrigação.
4. Obrigações Civis e Naturai
- Obrigação civil é a que permite que seu cumprimento seja exigido pelo próprio credor, mediante ação judicial.
Ex.: a obrigação da pessoa que vendeu uma casa de entregar a documentação referente ao imóvel.
- Obrigação natural essa modalidade de obrigação permite que o DEVEDOR não a cumpra e não dá o direito ao CREDOR de exigir sua prestação. Neste caso se oDEVEDOR realizar o pagamento da obrigação, não terá o direito de requerê-la novamente, pois não cabe o pedido de restituição.
Ex.: Temos como exemplo os artigos 814, 882 e 564, III do Código Civil.
Art. 814 CC - As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
§ 1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
§ 2º O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.
§ 3º Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares.
Art. 882 CC - Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
Art. 564 CC - Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratória
II - as oneradas com encargo já cumprido
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural
IV - as feitas para determinado casamento.
5. Obrigações Puras e Simples; Condicionais; a Termo e Modal
As obrigações possuem, além dos elementos naturais, elementos chamados de acidentais, que acabam na maioria das vezes por caracterizá-las. Estes elementos são: a alteração da condição da obrigação, do termo e do encargo ou do modo.
- Obrigações puras e simples são aquelas que não se sujeitam a nenhuma condição, termo ou encargo.
Ex.: Se trata de algo praticamente voluntário irei lhe dar este carro sem um por que, para que, por quanto tempo ou por determinado valor.
- Obrigações condicionais são aquelas que se subordinama ocorrência de um evento futuro e incerto para atingir seus efeitos.
Ex.: Vimos muito isto entre pais, tios, parentes seria uma condição imposta por exemplo quando alguém decide dar um presente a outrem (Carro) “premio”, quando determinada pessoa passar no vestibular (condição). Veja que caso não passe no vestibular não terá direito ao automóvel.
- Obrigações a termo também conhecida como obrigação a prazo, se submetem a acontecimentos futuros e certos, em data pré estabelecida. O termo ainda pode ser final ou inicial, dependendo do acordo produzido.
Ex.: Obrigação de efetuar o pagamento de uma dívida liquida e certa na data X.
- Obrigações modais em que o encargo não suspende a "aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva", de acordo com o artigo 136 do Código Civil.
Ex.: Pode existe uma promessa de compra e venda, no entanto quem prometeu morre e o bem passa sucessivamente aos herdeiros, nesse momento se suspende o direito de aquisição, também muito comum isso ocorrer em doações.
6. Obrigações de Execução Instantânea; Diferida e Periódica
Esta classificação é dada de acordo com o momento em que a obrigação deve ser cumprida. Sendo classificadas, portanto, em:
- Obrigações momentâneas ou de execução instantânea que são concluídas em um só ato, ou seja, são sempre cumpridas imediatamente após sua constituição.
Ex.: Compra e venda à vista de um produto, imóvel ou automóvel, pela qual oDEVEDOR paga ao CREDOR, que o entrega o imediatamente o objeto,
EX.: A dá o dinheiro a B que o entrega a coisa.
- Obrigações de execução diferida também exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente dos moldes anteriores, sua execução deverá ser realizada em momento futuro.
Ex.: As partes combinam de entregar o objeto em determinada data, assim como realizar o pagamento pelo mesmo motivo, na compra de um automóvel onde o mesmo só vai ser entregue na data X.
- Obrigações de execução continuada ou de trato sucessivo (periódica) que se satisfazem por meio de atos continuados.
Ex.: Ocorrem no caso das prestações de serviços ou ainda na compra e venda a prazo.
7. Obrigações Líquidas e Ilíquida
- Obrigação líquida é aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por um algarismo ou algo que determine um número certo.
Ex.: "MARIA" deve dar a "BRENDON" R$ 300,00 ou 2 garrafas de tequila.
- Obrigação ilíquida depende de prévia apuração, já que o montante da prestação apresenta-se incerto.
Ex.: "MARIA" deve dar legumes a "JORGE", que não sabe quanto e nem quais legumes.
Ademais encontramos diversos artigos do Código Civil que determinam essa classificação, que seguem: artigos 397, 407, 369, 352, entre outros.
8. Obrigações Principais e Acessória
- Obrigações principais são aquelas que existem por si só, ou seja, não dependem de nenhuma obrigação para ter sua real eficácia
Ex.: Executar serviço no contrato de prestação de serviço.
- Obrigações acessórias subordinam a sua existência a outra relação jurídica, sendo assim, dependem da obrigação principal.
Ex.: Pagamento de juros por não ter realizado o pagamento do débito no momento oportuno. No entanto é importante, ressaltar que caso a obrigação principal seja considerada nula, assim também será a acessória. Efeito Ex Nunc.
9. Obrigações com a Cláusula Penal
Obrigações que acarretam multa ou uma pena, caso haja o inadimplemento, descumprimento ou ainda o retardamento do acordo. A cláusula penal tem caráter acessório e, assim sendo, se considerada nula a obrigação principal, não haverá nenhuma multa ou pena à parte inadimplente. São divididas em:
Compensatórias: quando determinadas para o caso de total descumprimento da obrigação.
Ex.: Se A não pagar R$ 4.500,00, a B, deverá reembolsá-lo no montante de R$ 4.800,00 a título de multa penal.
Moratórias: com a finalidade de garantir o cumprimento de alguma cláusula especial ou simplesmente poupar a mora.
Ex.: Se A não pagar em determinada data, incorrerá em multa de R$ 1.000,00.
10. Obrigações Propter Rem
Constituem um misto de direito real (das coisas) e de direito pessoal, sendo também classificadas como obrigações híbridas. Obrigação propter rem é aquela que recai sobre determinada pessoa por força de determinado direito real. Existe somente em decorrência da situação jurídica entre a pessoa e a coisa. Podemos citar como exemplo, as obrigações que são impostas aos condôminos, no direito de vizinhança, por figurarem como possuidores do imóvel.

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