Buscar

EFEITOS DA POSSE 1210 1222, D. DAS COISAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB
CAMPUS III – GUARABIRA
DOS EFEITOS DA POSSE ( Art. 1.210 ao 1.222 do Código Civil Brasileiro)
Iasmyn Pamella A. Miranda da Silva (Matrícula nº 131428748)
2013.1 tarde
Profº Kleyton Viriato
Direito das Coisas
Guarabira, 14 de março de 2016
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar conceitos e fundamentações sobre o instituto da posse visualizando, em particular, seus efeitos, situados no Capitulo III do atual Código Civil Brasileiro, como também complementar nota de primeira avaliação do semestre.
DOS EFEITOS DA POSSE 
Delineia nossa Carta Civil a cerca do que ocorre quando instaurado o instituto da posse. Em seu artigo inaugural observam-se os efeitos resultantes da posse quando esta é tolhida de seu possuidor, demonstrando as situações às quais podem ocorrer e quais os modos cabíveis para protegê-la. Descreve o artigo: 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. (grifos nossos);
São três as formas de distúrbio causado por terceiros sobre a posse de alguém. Temos o primeiro caso o da turbação, em que percebemos uma ofensa de médio porte à posse, onde o possuidor tem sua utilização prejudicada, embora não totalmente extinguido. A forma jurídica de busca à situação normalizada no caso de turbação, como prescreve o artigo, é na forma de “ser mantido na posse”, no qual se entende por tratar-se da Ação de Manutenção de Posse.
A segunda forma apresentada pela norma supra é a figura do esbulho, entendido segundo Silvio de Salvo Venosa quando: “o possuidor fica injustamente privado da posse[...]”. O CC/02 não define, explicitamente, o que seria o esbulho, mas deixa seu significado compreensível na medida do que afirma em seu art 1.210. Podemos interpretar, portanto, que o esbulho terá sido concretizado quando houver uma perda parcial ou total do poder de posse e o modo pelo qual será o esbulho sanado é com uso da Ação de Reintegração de Posse.
A terceira forma pela qual se pode dar inconveniente sobre a posse é o “interdito probitório”, no qual consiste na legalização do principio da abstenção erga omnes em que garante a permanência do possuidor protegendo esta posse de abusos de terceiros que, embora não concretizados, mas tem temor fundado e justo receio de que aconteça.
Ainda no Art. 1.210 temos seus 2 (dois) parágrafos, transcrito abaixo:
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. (grifo nosso)
No parágrafo primeiro percebemos outro modo de defesa da posse além dos elencados no caput; uma das poucas possibilidades de autotutela dentro do nosso ordenamento jurídico onde, pelo uso da própria força, pode o possuidor turbado ou esbulhado buscar a restituição ou manutenção de sua posse, desde que o faça de logo e que não ultrapasse os limites do necessário à volta do status quo ante.
No segundo parágrafo percebemos a intenção do legislador em proteger a posse, mesmo em sendo confrontada com o instituto da propriedade, em virtude do caráter social que denota a posse é imprescindível sua tutela [....]
Dando seguimento ao estudo da Norma, vejamos o Art. 1.211:
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Trata o dispositivo do caso quando há mais de uma pessoa que se diz ser possuidora da coisa onde tal embate será resolvido na observância da situação fática, de tal forma, quem estiver da posse “corpórea” do bem este será mantido na mesma, a não ser que esta posse se dê de maneira violenta, clandestina ou precária, casos os quais tornam a posse injusta, portanto não passível de proteção enquanto não cessar a injustiça.
Em seguida temos o Art. 1.212, abaixo transcrito:
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. (grifo nosso)
Referido artigo retrata a situação de a quem pertence a legitimidade passiva nos casos de ações relativas à posse, definindo que a ação de esbulho ou indenizatória pode ser feita contra terceiro de má-fé, ou seja, aquele que recebeu a coisa do esbulhador sabendo que se tratava de bem viciado.
No Art. 1.213 temos:
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.
Trata o mencionado de uma questão puramente prática, na qual, quando em se tratando de servidão, o que foi compreendido do acima, se esta for aparente será passível a ela as ações possessórias, caso em contrário quando esta mesma servidão se encontra de maneira oculta, ou não aparente. Porém, no caso em que hajam títulos de boa-fé, mesmo sendo esta servidão não aparente caberá, a partir deste requisito, ação possessória.
Após trata o Art. 1.214:
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Conforme compreendido do artigo alhures não ocorrendo situações que alterem o caráter subjetivo da posse, o possuidor de boa-fé tem direito, enquanto assim ela se manter, aos frutos percebidos obtendo iguais direitos os frutos ainda não colhidos, ou seja, os frutos “pendentes” e aqueles colhidos por antecipação, antes da data correta e propícia, também ensejam devolução ao legítimo possuidor.
Quando do Art. 1.215:
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Neste caso o ato de separação é o marco para delinear um fruto como percebido ou colhido; aqui não importa a ação se ela foi própria do possuidor ou meramente natural, diferentemente dos frutos civis que são prestações periódicas no qual possuem seu direito até sua data de validade, mesmo que não tenham ainda sido pagos.
Descreve o Art. 1.216:
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
Desde o momento que a posse foi maculada o possuidor passa a ter o status de possuidor de má-fé. Os frutos que forem colhidos ou percebidos diante desta colocação deverão ser restituídos pelo injusto, respondendo o possuidor numa ação de indenização na qual será definida em sentença os modos de satisfazer a obrigação.
No mesmo sentido, entrega o Art. 1.217:
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
Regula dispositivo acima característica da irresponsabilidade civil, na qual o possuidor de boa fé não responde pela deterioração que ocorreu sem que este desse causa, onde a responsabilidade apenas existirá nas hipóteses de dolo ou culpa.
Compreende o Art. 1.218:
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
Ainda sobre danos infringidos ao bem, aqui percebemos a figura do “dano inevitável” que seria aquele que ocorreria mesmo que o bem estivesse da posse do reivindicante. Aqui encontramos a única exceção à responsabilidade civil de indenizar desde que o possuidorde má-fé consiga comprovar que o dano foi resultado de ações não decorrentes de sua vontade.
Leciona ainda o Art. 1.219:
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
O artigo demonstra uma situação na qual um possuidor, não sabendo do vício do bem, assim possuidor de boa-fé, acaba perdendo o bem em detrimento do seu legítimo possuidor (ou ainda do proprietário, a depender do caso prático) e, enquanto da posse do bem ingeriu diversas reformas e melhorias para uso da coisa, para essas reformas a lei previu que haveria de lhes serem pagas as indenizações referentes à estas melhorias, fossem essas com intuito de embelezar a coisa, fossem no intuito de conservar e, para as que não pudessem ser pagas, que lhes fosse permitido a retirada do bem desde que não causasse danos.
Prosseguindo temos o Art. 1.220 que diz:
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Como bem explica e resume Ricardo Fiúza: “Em nenhuma hipótese o sistema confere ao possuidor de má-fé direito de retenção, enquanto a pretensão ao ressarcimento limita-se às benfeitorias necessárias.” [2: 	 Código Civil Comentado - 9ª Ed. 2013, Fiuza, Ricardo; Tavares da Silva, Regina Beatriz]
Encontramos no penúltimo artigo sobre aquisição de posse o seguinte:
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. (Vide Decreto-lei nº 4.037, de 1942)
Ainda no campo processual, previu a Carta Civil, a fim de evitar duas ações semelhantes e, assim, o uso inadequado do Poder Judiciário, a possibilidade de entre as partes houvesse um acerto de contas, obrigando o ressarcimento apenas se estes danos ainda existirem ao momento da entrega do bem.
Encerrando o capítulo referente aos efeitos derivados da posse, encontramos o Art. 1.222 que prediz:
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. 
Neste último artigo encontramos uma possibilidade de escolha perante aquele que busca a reivindicar o poder da posse, seja ele proprietário do bem ou possuidor de direito. Para o possuidor de má-fé resta a escolha do reivindicante de lhes devolver o valor atual(que pode ser maior do que fora) ou o custo (valor original) para a benfeitoria ao passo que, para o de boa-fé fica a benesse de lhes ter devolvido o valor atual do bem, para tanto, com as devidas correções implicadas.
CONCLUSÃO
A partir do trabalho acima definido foi possível compreender que são diversos os efeitos que derivam do instituto da posse, bem como que existem formas pelas as quais deve se manifestar um autor de ação possessória a fim de reaver seu exercício. Como também foi percebido que, por ser este instituto especial, a ele confere características singulares como, em defesa da posse, pode utilizar o autor da autotutela (rechaçado em nosso Ordenamento Jurídico, salvo esta exceção) desde que a use com parcimônia.
Ainda foi percebido as diferenças mais práticas no que se refere ao possuidor de boa-fé e ao de má-fé, em que há benefícios para quele justo e não propriamente malefícios, mas não situações de escolha vantajosa ao de má-fé.
Conclui-se, portanto, deveras importante o estudo das consequências e efeitos que trazem a baila o instituto da posse quando este se demonstra no mundo prático com reflexo no mundo jurídico.
REFERÊNCIAS
1- Código Civil Comentado - 9ª Ed. 2013, Fiuza, Ricardo; Tavares da Silva, Regina Beatriz
2- Gonçalves, Carlos Roberto Direito civil brasileiro, volume 5 : direito das coisas / Carlos Roberto Gonçalves. – 7. ed. – São Paulo : Saraiva, 2012. 1. Direito civil 2. Direito civil - Brasil I. Título. CDU-347(81)
3- http://www.perguntedireito.com.br/744/qual-e-a-diferenca-entre-esbulho-e-turbacao <acessado em 14.03.2016 às 10:38>
4- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.html <acessado em 14.03.2016 às 09:26>

Outros materiais