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A metodologia de desenvolvimento do conhecimento econômico. A Elaboração da Ciência: Os Métodos Indutivo e Dedutivo. A dificuldade de distinção entre senso comum, a ciência e a ideologia não implica na impossibilidade de separação da construção científica de um lado, do entendimento corrente acrítico e superficial e, de outro lado, da aparente profundidade das justificativas ideológicas. A tarefa é difícil pois envolve interesses diversos com contaminação ideológicas, conjuntos referenciais de princípios , teorias, leis e modelos econômicos, elaborados a partir das metodologias convencionais da elaboração científica. A este conjunto é que se dá a denominação genérica de teoria econômica ou, simplesmente, economia. Metodologia da elaboração científica. • Bases metodológicas – passos: • Observar sistematicamente a realidade: O reconhecimento – definir um campo específico de investigação de um assunto da realidade econômica. Classificar e descrever as categorias dessa mesma realidade que estejam relacionadas com a investigação pretendida. O reconhecimento envolve o mundo real, a partir do qual são selecionados fatos, dados e relações de comportamento que sirvam para sua compreensão ou interpretação. • A indução: reunião de informações , resultantes de processos sistematizados de reconhecimento com o auxílio de processos matemáticos e estatísticos e referem-se a quantificação das variáveis econômicas, bem como as relações estabelecidas entre elas. • A dedução: processo de levantar hipóteses antes da constatação dos fatos (apriorístico). As hipóteses formuladas são objeto de desenvolvimento teóricos, cuja viabilidade não se sujeita, porém, à mensuração convencional de abstrações sobre a realidade concreta. “O emprego de um ou de outro método de investigação, para a construção sistematizada da economia, depende da natureza dos fatos econômicos com que se está lidando. O método indutivo presta-se, mais propriamente, à investigação de aspectos da realidade econômica passíveis de mensurações mais precisas. O dedutivo, por sua vez, é adotado para teorizar situações sujeitas a tal número de influências entrelaçadas que se torna difícil separar elementos relevantes para observações, ordenamentos e interpretações derivadas de processos estatísticos. Os princípios que procuram explicar o comportamento racional dos indivíduos na escolha de padrões de consumo que maximizem sua satisfação são, geralmente, derivações do método dedutivo. Já as relações funcionais de dependência entre, por exemplo, a renda e o consumo da sociedade como um todo resultam da aplicação convencional do método indutivo sobre séries de dados sistematicamente levantados”. (Rossetti, 2009) A construção da economia: da observação sistematizada da realidade à modelação simplificadora e interpretativa. Observação sistematizada da realidade Método Indutivo Abstrações resultantes de levantamentos e informes quantitativos. Construção de modelos validados por testes estatísticos. Método Dedutivo Abstrações teóricas envolvendo situações e comportamentos não mensuráveis a partir de levantamentos da realidade concreta. Esforço de teorização substitutivo da validação experimental. Validação, pelo permanente confronto com a realidade. Formulação de princípios, teorias, leis, ou modelos explicativos ou interpretativos da realidade. Reelaboração resultante de novas observações ou de mudanças nas condições preexistentes. “Nenhuma ciência social pode cumprir seus objetivos se não atender ao princípio de que os problemas só podem ser compreendidos com clareza e os dados somente podem levar a interpretações válidas mediante a contínua referência cruzada entre hipóteses e os fatos”. • “O processo de validação pode dar-se não só pela comprovação dedutiva das hipóteses formuladas, como pelos resultados da aplicação de elaborações teóricas à realidade concreta. A formulação de políticas econômicas geralmente se fundamenta em conhecimentos decorrentes de sistematizações teóricas. No confronto com a realidade, validam-se ou rejeitam-se, total ou parcialmente, os conhecimentos acumulados”. • Fonte: adaptação de Rossetti, 2009 – pag. 58, 59 e 61.
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