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Proposições positivas e normativas: diferenciação fundamental. A diferenciação é importante para o entendimento da compartimentalização usual da Economia. Diferenciação de expressões: economia positiva e economia normativa. " a capacidade de separar os juízos normativos dos positivos deve ser vista como uma das principais razões do progresso da economia e também de outros ramos do conhecimento humano” (Introdução à economia positiva, Lipsey) Economia positiva: trata a realidade como ela é(Fatos econômicos ==> Observação sistematizada do mundo real ==> Economia descritiva ==> Teoria econômica ==> Análise econômica). Ex. A pergunta " Quais são as medidas que reduzem o desemprego e quais as que evitam a inflação? " é de natureza positiva. A pergunta pode ser respondida objetivamente, por esquemas conceituais da economia. Uma lista de diferentes medidas possíveis, dificilmente será objeto de controvérsias. Economia normativa: a economia normativa considera mudanças na realidade observada, propondo como ela deve ser. Envolve o "Juízo de valor" Ex. na proposição "Devemos dar mais importância ao desemprego do que a inflação." A proposição é normativa e passível de controvérsia: afinal a proposição oposta é também admissível. Uma ou outra estarão na dependência de juízos de valor sobre questões direta e indiretamente envolvidas com a proposição original. Pode-se diferenciar então, a teoria econômica situa-se, preponderantemente, no campo da economia positiva e a política econômica é, preponderantemente, normativa, uma vez que, as proposições de política econômica são, quanto a sua própria significação, normativas. Necessariamente, envolvem escolhas fundamentadas em juízo de valor. As limitações da economia e o caráter probabilístico das leis econômicas. Das limitações: - Biunicidade: desenvolvimentos teóricos e conceituais da economia têm relações com outras áreas do conhecimento, em especial, no universo das ciências sociais: - Quantificação: embora ciência social, é possível a quantificação de fatos econômicos, podendo-se aplicar métodos matemáticos e estatísticos pra modelação da realidade com que a economia lida: - Fundamento social: embora seja possível a quantificação, não subtraem da economia seus fundamentos sociais; - Justaposições: os limites entre o que se considera senso comum, ciência e ideologia não são facilmente demarcáveis. Na construção do conhecimento econômico, senso comum, ciência e ideologia se interpenetram. - Implicações doutrinárias: Quando nos transpomos do universo da economia positiva para o da economia normativa , as implicações doutrinárias e político-ideológicas da economia transparecem com maior nitidez. E, além delas, há de se considerar as fortes interferências exercidas, na definição dos fins e maios da política econômica, pelos fatores de poder que gravitam em torno dos formuladores de política econômica, procurando influenciá-los segundo seus credos, valores e interesses. Do caráter probabilístico: O caráter probabilístico da economia diferencia as formas como suas leis são estabelecidas e aplicadas em relação ao campo das ciências experimentais (exatas) A formulação de princípios e teorização que suportam a ordem econômica resultam de comportamentos repetitivos dos agentes econômicos e de regularidades sistematicamente observadas. Há, porém, diferenças fundamentais entre a exatidão com que são formulados princípios, leis, teorias e modelos econômicos, comparativamente com os das ciências experimentais. Isto se dá, em síntese pelos seguintes motivos: - Não é possível isolar, para observação, nem controlar por completo, qualquer aspecto particular da realidade econômica; - As leis econômicas têm caráter probabilístico (pode ou não ocorrer); - As teorias e os modelos econômicos são simplificações da realidade. São generalizações, em certos casos abstratas, que objetivam explicar como se comportam os agentes econômicos, a que influências os fatos reagem e quais os conjuntos de variáveis de maior relevância que interferem nos processos representados. "Consequentemente, as leis da economia devem ser entendidas como menos imperativas que as das ciências experimentais. Seus agentes e reagentes são seres humanos, por hipótese movidos por comportamentos racionais, expostos a valores e crenças diferenciadas e, sob livre arbítrio, capazes de influir voluntariamente ou sob estímulos, na direção e na intensidade dos fatos econômicos de que participam ou que possam influir em suas vidas. Mais ainda: as condições históricas, sociais e culturais, sob as quais a estrutura teórica da economia se estabelece, modificam-se permanentemente. E novas estruturas vão, com o correr dos anos, substituindo aquelas que se definiram sob condições já não mais relevantes. (Introdução à Economia, Rossetti, 2009)
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