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Anotações de Ciência Política

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Ciência Política
Ciência Política
Contratualismo
O Contratualismo é uma classe abrangente de teorias que tentam explicar os caminhos que levam as pessoas a formar governos e manter a ordem social.
O conceito central do Contratualismo é a valorização do individuo, pois fundado em uma época minimalista atende a dois princípios: a legitimidade da auto-preservação e a ilegalidade do dano arbitrário feito dos outros. A autoridade legítima passou a ser encarada como coisa fundada em pactos voluntários feitos pelos súditos do Estado. A principal contribuição de Locke para o Contratualismo é sua noção de consentimento, que deveria ser tácito, periódico e convencional.
Locke encarou os Governantes como curadores da cidadania, e de forma memorável, imaginaram um direito a resistência e mesmo a revolução. Dessa maneira o consentimento tornou-se a base do controle político.
Foram três as condições para a consolidação na história do pensamento político das teorias contratualistas, no âmbito de um debate mais amplo sobre o fundamento do poder político:
Transformação da sociedade;
Que houvesse uma cultura política secular disposta a discutir a origem e os fins do governo;
Tornar o contrato acessível de uma forma analógica.
Estas premissas tendem a excluir a possibilidade do Contratualismo das sociedades cuja cultura política está profundamente impreguinada de motivos sagrados e teológicos, como, por exemplo, a hebraica e medieval.
O termo “Pacto” é elemento central, muito elaborado na teologia hebraica e na teologia da aliança dos puritanos, ele serve, no entanto, não para instaurar um Governo, mas para indicar uma aliança sagrada entre Deus e o povo eleito ou o pacto de graça do novo Israel: é um pacto que tem como única finalidade a salvação ultraterrena, entre dois contraentes que se acham em condições de incomensurável disparidade. 
O Estado de natureza 
Sempre houve desde a época grega, até os nossos dias, diversidade de opiniões entre pensadores, quando se tratava de ponderar o caráter positivo ou negativo do abandono da antiga condição natural: para uns, ele representava uma queda, um afastamento da perfeição original, para outros um progresso, a vitória do homo faber ou do homo sapiens sobre o homem animal.
É preciso lembrar a exaltação entre os antigos de uma mítica idade de ouro, repetida no renascimento juntamente com o mito dos homines a Dis recentes; depois logo a seguir o descobrimento da América e dos homens que alí viviam segundo a natureza, surgiu o mito do bom selvagem; finalmente na época romântica houve um retorno ao homem primitivo, ao Urmensch. Encontramos nesta linha de pensamento, que combate a civilisation, ou seja, a indústria e o comércio que tornam mais aprasível a vida dos homens, os críticos da sociedade, tal qual se apresentava a seus olhos, ou melhor, os que expressava todo mal estar consequente do trauma da modernização, da rápida transformação da ordem social e política, da não incesão do individuo nos novos papéis que a sociedade oferece.
Os contratualistas querendo legitimar o Estado de sociedade ou modificá-lo com base nos princípios racionais onde o poder não assenta no consenso opõem-se necessariamente a esta corrente de pensamento e vêem no contrato a única forma de progresso; o próprio Rosseau, inimigo das letras e das artes, foi obrigado a reconhecer no pacto social um fato deontologicamente necessário a partir do momento em que “tal estado primitivo já não pode subsistir e o gênero humano pareceria se não modificasse as condições de sua existência”.
Na época Medieval e moderna, antes do Contratualismo clássico, se estabelecia nos juramentos de coroação como no planfletismo antimonárquico, a obrigação da obediência por parte dos súditos, uma completa série de deveres que respeitavam ao rei; depois com a elaboração do conceito jurídico de soberania, o pacto servia para estabelecer quem havia de exercer o poder legislativo (o rei, uma assembléia, ou o rei e a assembléia conjuntamente) e se tal poder legislativo era legibus solutos ou limitado pelo bem comum, pelas leis fundamentais ou pelos direitos dos cidadãos. Mesmo os absolutistas mais coerentes como Robbes, impõem ao soberano, conquanto fora do contrato, a obrigação de garantir a paz; deixa ao súdito o direito a vida.
O Contratualismo como fato histórico, demonstra sua vitalidade, com características novas e originais, na idade moderna. Demonstra a na experiência democrática da Nova Inglaterra, onde o pacto é o instrumento concreto na formação de um real estado de natureza para novas sociedades que hão de enfrentar os duros e dramáticos problemas da fronteira e do wilderness (espaços desertos); demonstra-se igualmente na experiência aristocrático-liberal da Inglaterra em busca de uma codificação do novo equilíbrio constitucional entre Coroa e Parlamento.
O primeiro de tais documentos, o mais conhecido, não o mais importante, é o pacto assinado a 11 de novembro de 1620 no Mayflower, por quarenta e dois puritanos separatistas; e o outro documento escrito, de inspiração contratualistas, é o que pôs fecho a Gloriosa Revolta de 1688-89: o Parlamento Convenção de 1689 elegeu para o trono da Inglaterra Guilherme e Maria, impondo-lhes condições bem claras. Rejeitava-se assim a teoria do direito divino dos reis. O famoso Bill of rights contém claras limitações ao poder real e constitui um verdadeiro e autêntico contrato entre o rei e o povo, este representado pelo Parlamento, embora o conteúdo seja bem pouco inovador em relação à velha praxe constitucional inglesa.
Chamou-se este documento de Declaração dos Direitos só porque a palavra contrato parecia demasiado revolucionária. 
Resumo 
Com a doutrina do Contrato Social se pretendeu afirmar a soberania do povo como poder absoluto indeterminado. Procurou-se fixar as consequências jurídicas e as causas do hipotético contrato, passando-se a averiguar que direitos o povo teria reservado para si e, em que casos e em que modalidades poderiam exercer.
A Doutrina Contratualista iniciou a formulação dos direitos individuais (liberdade x igualdade) tendo em vista conservar no estado de sociedade aqueles direitos que se afirma existência já no estado de natureza. Concordam os apologistas do Contratualismo HOBBES, LOCKE E ROSSEAU que o contrato dá origem ao Estado.
Para Hobbes o direito é uma criação do Estado - sendo este criado pelo poder soberano, e tudo que é feito por tal poder está autorizado e admitido por cada um do povo. O Estado é ilimitado não sendo só o ordenador do Direito Positivo, como o próprio criador da Justiça.
Para Rosseau, o Estado é um corpo social, em que se concretiza a vontade comum.
O Direito é produto de uma divisão da maioria e todo ele se realiza sob a forma da lei. Locke apresenta o contrato social como fato socializado. Assume caráter de forma ideal e neste sentido o Estado é sobre tudo, mera expressão do poder e também arbitrário, mas deve necessariamente pela sua natureza ser destinado a garantir os direitos individuais. Locke construiu um verdadeiro sistema constitucional. Traçou a Teoria de Divisão de Poderes, mais tarde sistematizada por Montesquieu. Tal pensamente filosófico serviu de fundamentação para o Constitucionalismo Contemporâneo, e foram tais ideias largamente difundidas à época das três Revoluções: a Inglesa, a Americana e a Francesa. 
“... foram às revoluções, chamadas burguesas, que instauraram nova ordem, liberal e constitucional, em determinadas nações e colocaram um modelo para o restante delas.”
Estado Natural em Hobbes
Para Thomas Hobbes, o "estado de natureza" é qualquer situação em que não há um governo que estabeleça a ordem. O fato de todos os seres humanos serem iguais no seu egoísmo faz com que a ação de um só seja limitada pela força do outro. "O homem é o lobo do homem". Para que todos não acabem se matando e tenham segurança, é necessário um Estado, uma instituição de poder comum. Aqui o "direito natural" é o direito de cada um usar o seu poder para se autopreservar e satisfazer os seusdesejos. O "estado de natureza" é sempre um estado de Guerra: mesmo que não haja batalha, ela está latente, podendo ocorrer a qualquer momento e sem causa aparente. Preocupados em se defender ou atacar, todos os seres humanos se tornam incapazes de gerar riquezas. De acordo com Hobbes, “a origem das sociedades amplas e duradouras não foi à boa vontade de uns para com os outros, mas o medo recíproco”.
Estado Natural em Locke
Para John Locke, o Estado Natural não é apenas uma construção teórica, ele existiu e continua existindo. Locke entendia que no Estado de Natureza as pessoas eram submetidas à Lei da Natureza o que era possível porque elas eram dotadas de razão. Nesta Lei da Natureza cada indivíduo poderia fazer o papel de juiz e aplicar à pena que considerasse justa ao infrator. Esta arbitrariedade individual é um dos principais motivos das pessoas buscarem entrar num Estado Civil. De acordo com o Direito Natural o ser humano tem direito sobre sua vida, liberdade e bens. A propriedade privada era definida no momento em que o ser humano misturava seu trabalho com a natureza: "Quando começaram a lhe pertencer? Quando os digeriu? Quando os comeu? Quando os cozinhou? Quando os levou para casa? ou Quando os apanhou? E é evidente que se o primeiro ato de apanhar não os tornasse sua propriedade, nada mais poderia fazê-lo. Aquele trabalho estabeleceu uma distinção entre eles e o bem comum" Mas por que o Estado de Natureza continua existindo? Para Locke, "não é toda convenção que põe fim ao estado de natureza entre os homens, mas apenas aquela pela qual todos se obrigam juntos e mutuamente a formar uma comunidade única e constituir um único corpo político; quanto às outras promessas e convenções, os homens podem fazê-las entre eles sem sair do estado de natureza".
Estado Natural em Rosseau
Rousseau, adepto a uma filosofia de educação natural, vinculado a uma concepção otimista do homem e da natureza. A concepção de Rousseau era que em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, em uma língua benevolente. O estado de felicidade original, onde os seres humanos não tinham a necessidade de se relacionarem e não havia desigualdade, existia sob a forma do bom selvagem. O "Bom Selvagem", em termos de Adão e Eva, comendo o fruto proibido (no caso, cedendo às tentações da sociedade, como a curiosidade): origem de todos os pecados do mundo.  Porem, essa felicidade original termina quando alguém se aproxima de um terreno e diz: "É meu". Essa divisão entre o "meu" e o "seu" - isto e, a propriedade privada -, dá origem ao estado de sociedade. Esse estado corresponde, agora, ao estado de guerra de todos contra todos. A passagem do estado de natureza à sociedade civil se daria segundo Rousseau, por meio de um contrato social.
Totalitarismo – Hannah Arendt
O Estado totalitário se caracteriza pelo regime de partido único, pelo esmagamento de todo tipo de oposição e pela utilização do terror como instrumento de governo. Ele controla os meios de comunicação (rádio, televisão, jornais, etc.), suprime as liberdades individuais e coletivas, proíbe greves e persegue implacavelmente os dissidentes. O que mais o diferencia de outras formas de ditadura é que o Estado totalitário invade a privacidade das pessoas, controlando-as em suas vidas íntimas e familiares, enaltecendo a delação e estimulando até mesmo crianças a denunciarem seus pais. Para alguns cientistas políticos, como Giovanni Sartori, apenas o stalinismo (URSS) e o nazismo (Alemanha) podem ser considerados regimes totalitários.
A filósofa alemã Hannah Arendt (1906 – 1975) autora da obra: Origens do Totalitarismo defende a ideia de que ações totalitárias não são praticadas apenas em regimes políticos totalitários. Para ela, “as soluções totalitárias podem muito bem sobreviver à queda dos regimes totalitários sob a forma de forte tentação que surgirá sempre que pareça impossível aliviar a miséria política, social ou econômica de um modo digno do homem.”
Estado Totalitário - Estado forte, total, no qual TODAS as atividades econômicas, sociais, políticas, religiosas e culturais encontram-se sob direção de um partido ou de um chefe (autoridade praticamente absoluta).
Características do Totalitarismo – Partido único, racismo, propaganda de massa, imperialismo belicista, estatismo, educação moral e cívica, campos de concentração e tortura, terror policial, ideologia oficial.
Totalitarismo pode ser definido como um regime no qual um único indivíduo domina todo o Estado, tomando para si todos os tipos de poderes existentes.
Ideologia Oficial - Criação e propagação de crenças transformadas em “verdades absolutas”, das quais ninguém pode duvidar. Qualquer contestação a essas “verdades”, como por exemplo, questionar a crença nazista na “superioridade racial” alemã seria classificado como crime de traição.
Terror Policial - A existência de um sistema de controle policial terrorista que é dirigido não só contra inimigos declarados, mas também arbitrariamente para certas classes da população, com uma polícia secreta que utiliza a psicologia científica.
Partido Único de Massa - Partido Centralizado, no regime totalitário existe a tendência de um partido único, para o exercício de um monopólio ideológico, para os totalitaristas, a existência de múltiplas organizações partidárias prejudicaria o empenho de toda a nação em direção a um único caminho.
Outras Características dos Regimes Totalitários
Stuart Mill
Stuart Mill dava ênfase à existência dos Partidos Políticos na sociedade democrática burguesa e defendeu o Voto Universal, para ele, a democracia implica a possibilidade de todas as camadas sociais poderem participar da vida política. Mas essa participação é representativa, isto é, os cidadãos devem eleger seus representantes. Estes por sua vez devem se organizar dentro de partidos políticos, pois em Stuart Mill persiste a ideia de que democracia é embate de ideologias. Além disso, a democracia verdadeira tem que ter representação de minorias, e só é possível através da representação partidária.
E para que se possa possibilitar a participação dos grupos minoritários, através dos pequenos partidos, se daria pelo Voto Proporcional, pois seria um mecanismo que possibilita que os partidos pequenos possam eleger seus representantes a partir do total de votos que possuem forma calculada proporcionalmente através de um “Coeficiente Eleitoral”.
O Estatismo de Nicolau Maquiavel
Em sua obra, Maquiavel radicalizou a visão cristã, pela questão em que Ciência Política e Religião, deveriam ser separadas uma da outra, sem que, uma possa influenciar uma das ciências, pois na Idade Média era tratada como uma só. Sendo que, por Maquiavel foram levantadas algumas características sobre os seus princípios, em relação ao seu pensamento;
Política não se confunde com Religião, e não deve ser absorvida pela Ética Cristã. A partir de Maquiavel a “Política é uma Ciência”. Pois na governabilidade, tudo que é errado pela ética cristã, não é necessariamente errado para a política. Desta forma, cria-se autonomia para os políticos e governantes negociarem, e assim façam suas alianças sem a influência da igreja, sendo que Maquiavel inaugura o chamado Estado Laico, sendo que sobre sua visão, Maquiavel, queria um país unificado, sendo que o papa não via com bons olhos, pois a igreja estava na possibilidade de se envolver nas disputas entre príncipes, e assim acarretar em discórdias entre as famílias seculares, porém, Maquiavel está sugerindo uma Centralização do poder.
A Democracia é produto da negociação, pois assim não existirá a Tirania, pois o tirano é aquele que não precisa da democracia para promover o seu pensamento.
Quando Maquiavel defende que “Os fins justificam os Meios”, ele está se referindo no que for melhor para a Nação, para o povo, e não o ódio, não é corrupção, e sim felicidade, paz e justiça.
A política de Maquiavel é contingencial,circunstancial, produto de forças políticas e sociais que se enfrentam na arena do espaço público.
Maquiavel defende dois tipos de governos, Principado (poder centralizado) ou Repúblicas (representação popular), sendo que nenhum sistema é bom ou ruim, mas apenas a conseqüência das circunstâncias e das possibilidades políticas de alianças e negociações. Sendo que para ser bem-sucedida a administração dos governantes, eles deveriam ter os critérios da gestão pública: a Virtù e a Fortuna.
Virtù - a virtude política é a capacidade que o soberano tem para governar, fazer alianças, negociações, manter a paz e defender a nação dos inimigos.
Fortuna - não se refere a dinheiro nem à sorte (não existe sorte na política para Maquiavel, já que é uma ciência), e sim se refere à capacidade de prever o “jogo” político do opositor, evitando com isso que o “jogo” leve à radicalização (guerra) ou ao infortúnio e dominação da Nação.
Pois na Ciência Política, Utopia não é um sonho a não se realizar, mas sim uma Ideologia que ainda não encontrou respaldo na política partidária.

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