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Filosofia Geral

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- Filosofia Geral
Filosofia é um método de argumentação e reflexão, que se direciona para a transformação social. Não é considerada uma ciência pois não recorre a procedimentos empíricos em suas investigações, mas é uma auxiliar das ciências.
O Direito por sua vez é uma ciência que se relaciona com diversas outras, tais como a economia, a política, a antropologia, todas inseridas no estudo da sociologia. Assim, é necessário entender todos estes diferentes sistemas com os quais o direito se relaciona.
A Filosofia, é uma forma de raciocínio que auxilia na estruturação do pensamento jurídico para a aplicação do direito, bem como dá elementos para melhor entender e relacionar o direito com os demais sistemas que se relaciona (ex.: verdade garantida pelo direito x verdade da situação político-econômica)
- Período da Formação da Filosofia
Tradição Oral
Não há documentos escritos no início da formação da filosofia. Ensinamentos eram passados aos descendentes através da fala
Início da Formação da Tradição Escrita
Hesíodo: Inicia a tradição escrita Teogonia (poema que conta a origem dos Deuses)
Homero: Conhecido pelos poemas épicos A Odisséia e A Ilíada. Há uma controvérsia se Homero realmente existiu ou se tratava um personagem fictício ou construído
Mimesis: Conceito de trabalhar com mitos e alegorias, objetivando reproduzir a realidade e transmitir uma mensagem prática.
Período Mitológico
Desenvolvimento da literatura grega propriamente dita (anterior a isso só haviam poemas e mitos avulsos). Escrita recebe elementos da tradição oral e elementos das relações políticas e sociais são expressos nos mitos.
Período da Formação da Tragédia Grega
O teatro grego tem como objetivo alcançar a CATARSE Expurgo de Sentimentos
Processo de livramento dos sentimentos, onde os espectadores expunham seus sentimentos indesejados visando livrar-se deles. Havia interação entre os personagens e a platéia.
TEATRO GREGO VISAVA FAZER POLÍTICA
	Principais nomes do teatro grego:
Ésquilo
Maior característica de Ésquilo eram as peças que expressavam conflitos entre os personagens. Suas principais obras são:
A Orestéria IMPORTANTE PARA O DIREITO PRIMÓRDIOS DO TRIBUNAL DO JURI – Julgamento de orestéria, que havia matado o pai.
Os Persas
Sete contra Tebas
As Suplicantes
Agamenon
As Coéforas
As Eumênides
Sófocles
Nascido entre os nobres, suas peças focam nas relações entre a nobreza. Suas principais obras são:
Antígona IMPORTANTE PARA O DIREITO CONFLITO ENTRE DIREITO NATURAL X DIREITO POSITIVO
Édipo Rei
Édipo em Colono
Ajax
Electra
Eurípedes
Focava em personagens femininas como uma forma de crítica à sociedade grega, onde as mulheres não tinham poder para nada (“mulheres de Eurípedes”). Suas principais obras são:
Medéia IMPORTANTE PARA O DIREITO MEDÉIA VINGA-SE DO MARIDO QUE A ABANDONOU ENVENENANDO ELE E OS FILHOS
Hécuba
Helena
As Bacantes
- Escolas Pré-Socráticas
Cosmologia
Primeiro período de racionalização do pensamento grego, deixando o primeiro momento religioso / intuitivo. Preocupavam-se com a relação homem-natureza.
Foram quatro as escolas cosmogônicas:
Escola Jônica
Tales de Mileto
Fundador da tradição Início da Filosofia (questionamentos como “de onde vim?”)
Recorre aos elementos da natureza
Água é o elemento essencial (na busca pela resposta para “de onde vim?, percebe que praticamente todos os elementos são constituídos de água)
Aprofundamentos no campo da Astronomia e Matemática não estuda diretamente as ciências jurídicas
Anaximandito de Mileto IMPORTANTE PARA O DIREITO
Primeiro fragmento de texto sobre a noção de justo
Pouco restou de suas obras escritas, estando apenas em fragmentos
A vida vem do Ápeiron (princípio infinito, agente de tudo; “Deus”)
Anaximenes de Mileto
Elemento essencial é o ar tudo sure do “sopro da vida”
Heráclito de Éfeso
Nobre descendente dos fundadores da cidade de Éfeso (suas conclusões sempre excluem o povo)
Conhecido por “O Obscuro” por escrever de forma complexa
Fogo é o elemento principal, pois modifica as coisas
Noção de Devir FLUXO CONSTANTE (tudo está em movimento e em constante alteração)
Justiça = Discórdia
Escola Pitagórica
Pitágoras de Samos
Matemática (teorema de Pitágoras)
Escalas Musicais
Escola Eleata
Parmenides de Eléia IMPORTANTE PARA O DIREITO
Legislador conhecido
Livro: “Da Natureza”, que divide-se em:
O caminho da verdade (ALETHEIA) Aquilo que é imutável DIREITO NATURAL
O caminho da opinião (DOXA) Aquilo que se vê e, portanto, se pode mudar DIREITO POSITIVO
Fundador da lógica:
Princípio da Identidade (aquilo que é; é)
Princípio da Não-Contradição (aquilo que não é; não pode ser)
Xenófanes de Colofão
Religioso Crê em um Deus único (um dos primeiros registros monoteístas na Grécia antiga)
O direito é imutável, pois vem de Deus (Direito Natural)
Zenão de Eléia
Paradoxos a existência de determinado elemento só se consolida quando existe uma contra parte (direito tem diversos paradoxos – Direito Penal só existirá enquanto houver a criminalidade)
Movimento não existe e sim uma sucessão de momentos
Escola Atomista
Dá fundamento a nossa ciência atual. Baseia-se na idéia de átomo como estrutura indivisível, da qual todo o resto é formado. Assim, temos que nascer é a agregação dos atomos e morrer a desagregação destes átomos.
Eurípedes de Agrigento
2 Princípios Amor e Ódio que revezam em ciclos constantes de agregação e desagregação
4 Elementos (Raízes) Fogo, Terra, Água e Ar estão soltos na natureza que, quando se agregam, geram o amor e quando se desagregam, geram o ódio.
- Escola Sofística (+ ou – Séc. V a.C.)
Surgem no apogeu da cultura helênica, quando haviam bases para uma discussão intelectual. Deixam de lado o campo místico / religioso, onde impera um pensamento absoluto e voltam-se ao campo científico, onde o pensamento é relativo.
Os sofistas eram um grupo de professores que viajavam e ganhavam a vida ensinando técnicas de oratória, retórica e argumentos forenses e, em alguns casos, eram pagos para falar em nome das pessoas e defendê-las (“predecessores dos advogados”).
Eram vistos pelos filósofos como “imorais”, pois ganhavam para ensinar (“vendiam a argumentação”).
Protágoras SOFISTA MAIS IMPORTANTE
Cético quanto ao absoluto NADA É ABSOLUTO NAS RELAÇÕES HUMANAS (tudo é relativo, pois as relações humanas não são perfeitas)
Ensinava por meio da SKEPSIS (percepção sensorial mediante a visão) só se aprende vendo, mas isso também é relativo, pois cada sujeito vê as coisas de uma maneira
O ser humano é a medida de todas as coisas. A percepção deixa de ser buscada no exterior do homem (natureza), e passa a ter foco no próprio homem.
Conhecer o absoluto é inútil. Deve-se focar no padrão médio da sociedade CONSERVADOR (ao buscar o médio, as coisas se mantêm como estão). Visão recebe críticas dos sofistas mais jovens, pois ao buscar o homem médio, só se favorece aqueles que estão em posição de vantagem (os desfavorecidos são ignorados por esta visão)
Hípias
Homens são todos iguais. É a lei que os diferencia e os escraviza
Contrário à distinção entre gregos e bárbaros (propõe “nacional” e “estrangeiro”)
Licofonte
Propõe a extinção da nobreza pela igualdade entre todos os homesns.
Faléias
Defendia a distribuição igualitária de bens e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no âmbito educacional. Defendia inclusive a igualdade política da mulher
A ESCOLA SOFÍSTICA REPRESENTOU O ABANDONO DO PENSAMENTO ABSOLUTO PARA UM PENSAMENTO RELATIVO, TORNANDO AS DISCUSSÕES PASSÍVEIS DE PONDERAÇÃO 
- Sócrates (+ ou – 469 a.C.)
Sócrates foi um ateniense de origem humilde, filho de uma parteira. Devido às suas origens, tinha uma visão de mundo diferenciada dos demais filósofos, que eram compostos, em sua maioria, por membros da nobreza.
Tornou-se, em pouco tempo, o arquétipo dofilósofo, ou seja, o “modelo” a ser seguido para os demais filósofos da época.
*Arquétipo arché = princípio, inicial; tipós = impressão; marca (primeiro modelo ou impressão sobre alguma coisa)
Uma peculiaridade de Sócrates é que não deixou nenhuma obra escrita, pois acreditava que a escrita petrificava o erro. Além disso, vivia como um andarilho, sem possuir moradia fixa; tampouco deixou qualquer escola filosófica.
Assim, é possível chegar a Sócrates apenas por menções a ele deixadas em textos de outros filósofos, tais como Xenofonte (criticava e ridicularizava Sócrates e sua conduta de vida), Aristófanes e, principalmente, Platão (tratavam-no com reverência, como um verdadeiro mestre).
Sócrates contrariava os sofistas ao renegar o relativismo (tese sustentada pelos sofistas, pois, os valores sendo subjetivos e relativos, tudo seria possível de argumentação), e buscava um fundamento último para as questões humanas.
A presença de Sócrates começa a incomodar antes mesmo da democratização de Atenas, pois, apesar de ser um andarilho de costumes simples, com sua dialética derruba a argumentação de personalidades importantes da Grécia.
Passado ao período democrático ateniense, que também era corrupto e funcionava através de interesses, Sócrates continuava a incomodar com seus questionamentos, até o momento que finalmente foi preso, sob duas acusações:
Ausado de romper com a tradição grega, pois dizia que os deuses gregos não eram verdadeiros e, além disso, estava introduzindo novos deuses a seus seguidores.
Acusado de corromper a juventude com a disseminação de suas ideias, contrárias aos costumes atenienses.
Sob estas acusações, Sócrates foi a julgamento, onde, desde o início o intuito era a condenação.
Interessante verificar que, após sua condenação à morte por ingestão de cicuta (veneno produzido pela planta cicuta), Sócrates teve a oportunidade de fugir com seus discípulos e se exilar, porém recusa. Defende que a lei deve ser mantida e obedecida, pois a lei é fruto da maiêutica e, mesmo que estas sejam contrárias a seus interesses será cumprida.
Assim, Sócrates cumpre a sentença e morre =(
Pontos Importantes:
Conhece-te a ti mesmo” Conhecer-se a si mesmo seria conhecer Deus em si (virtudes de si mesmo). Socrates defendia a interpretação de dentro para fora, fundamento principal da dialética socrática.
“Só sei que nada sei” Sócrates sempre iniciava suas conversas assim e essa era também uma maneira de fugir da argumentação final. Nunca proclamou ser sábio, sua intenção era levar as pessoas a conhecerem seus desconhecimentos por elas mesmas ("Conhece-te a ti mesmo") através da problematização de conceitos conhecidos (daquilo que se conhece, percebe-se os dogmas e preconceitos existentes).
Dialética Socrática
 	 EXORTAÇÃO			INDAGAÇÃO
(convite ao diálogo)	 	 (questionamento)
						 I
						REFUTAÇÃO	 		MAIÊUTICA
 				(contestação)	 leva ao (conhecimento)
Maiêutica (parto de idéias) o objetivo da dialética socrática, configurando assim a etapa final do processo dialético. Nessa etapa se alcança o conhecimento, ao qual Sócrates comparava ao parto, por ser um processo doloroso e difícil.
Intelectualismo Socrático
“A virtude pode ser ensinada?”
Para Sócrates, a virtude precisa ser vivenciada, pois virtude é o próprio conhecimento e este só é alcançado por meio de um processo doloroso (dialética socrática). Por outro lado, uma vez alcançado o conhecimento, este nunca é abandonado, pois foi trabalhoso e doloroso chagar até este.
As principais virtudes, segundo Sócrates são:
Sabedoria
Justiça
Fortaleza
Temperança
VIRTUDE = CONHECIMENTO
VÍCIO = IGNORÂNCIA
Ao conhecer o bem, o homem, instintivamente, passa a praticá-lo, pois esse conhecimento não será mais abandonado, passando a ser intuitivo em seus atos.
Ainda, Sócrates afirma que o bem moral é dedutível de um dado de conhecimento, sendo então, um processo racional. Ou seja, o bem moral é a busca de algo racional por meio do conhecimento já adquirido.
 Essa é a primeira conformação de ciência da história e, igualmente, o primeiro movimento em sentido contrário aos preceitos da religião (homem existe em si mesmo – não em Deus – e deve buscar suas próprias soluções – não esperá-las de Deus).
- Platão (+ ou – 427 a.C.)
Platão foi discípulo e grande seguidor de Sócrates, porém, ao contrário de seu mentor, tem suas origens em uma família pertencente à aristocracia ateniense.
Após a morte de Sócrates, Platão funda uma instituição visando a produção e disseminação de conhecimento, ao qual batiza de Acadeima. Nela, o conhecimento era desenvolvido através do “Método Peripatético”, que se consistia por conversar caminhando entre os jardins do local, debatendo e adquirindo o aprendizado.
*Peripatético, em grego, significa “ambulante” ou “itinerante”, sendo, portanto peripatéticos “aqueles que passeiam”.
O Homem e a Alma
O homem para Platão era dividido em corpo e alma, sendo o corpo a matéria e a alma o imaterial e o divino que o homem possuía. A alma, neste conceito, é preexistente ao corpo material e subsiste após o perecimento deste corpo.
A alma, para Platão, divide-se em três partes:
Logística: Parte Superior RAZÃO
Irascível: Parte Mediana PAIXÕES
Apetecível: Parte Inferior VÍCIOSS
As partes inferiores, dentro deste contexto, vivem em uma constante luta com a parte superior, que representa a razão e reluta para não ser dominada por suas paixões e vícios A HARMONIA é alcançada pela VITÓRIA DA RAZÃO!
Os Dois Mundos e o Mito da Caverna
Platão ainda fala na existência de dois mundos, quais sejam:
Mundo Sensível: Mundo que percebemos e podemos sentir. A maioria da humanidade admite que este como mundo real, porém consitui-se apenas de sombras da efetiva realidade, encontrada no mundo ideal, e que não é alcançada por aqueles que vivem na ignorância.
Mundo Ideal: Mundo onde se encontra a realidade e pode-se perceber os objetos em sua forma mais perfeita, pois não são meras sombras como as encontradas no mundo sensível. Neste mundo é possível gerar o conhecimento perfeito, porém, para alcançá-lo se deve superar a ignorância e a visão superficial das questões da vida.
Estes mundos são apresentados na alegoria do Mito da Caverna, escrito por Platão, onde se descreve uma caverna onde existe uma fresta que passa um feixe de luz exterior e no interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali e ficam costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira.
Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.
Caso um dos prisioneiros consiga se libertar e sar da caverna, descobrirá não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza. Considerando que este fugitivo decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão, sérios riscos, desde o simples ser ignorado até a situação extrema de ser agarrado e morto por eles, que o tomaram por louco e inventor de mentiras.
Este mito descreve nada mais que os dois mundos idealizados por Platão, onde aqueles que permanecem na caverna estariam no mundo sensível, acorrentados à sua ignorância e o mundo exterior seria o mundo ideal, onde aquele que fugiu o alcançou pois se libertou de sua ignorância e alcançou o conhecimento perfeito.
Nesse sentido, Platão defende que, ao iniciar a busca pelo conhecimento, entramos em um ciclo virtuoso que move a alma humana para o aprimoramento contínuo.
A República
Texto escrito por Platão, durante um momento conturbado e de corrupção em que Atenas se encontrava, visando descrever como, em sua visão, deveria se configurar a república ideal.
Para Platão, a prioridadedo Estado deve ser a educação e, tão somente por meio desta, se alcançará aquilo que chama de “Estado Virtuoso”, ou seja, o Estado em virtude plena.
- Aristóteles (384 a.C.)
Nascido em Estagira, antiga cidade grega, localizada na região da Calcídica, fronteira com o antigo reino da Macedônia. É curioso destacar que Aristóteles teve seu nascimento em região afastada de Atenas, que compreendia o centro de produção filosófica e cultural da Grécia à época.
Aristóteles foi professor de Alexandre, o Grande, quando este ainda se encontrava em sua juventude. Entretanto, Alexandre se tornaria rei da Macedônia com apenas vinte anos, após o assassinato de seu pai (Filipe II), e, a partir deste, daria início àquele que foi o maior império já visto na história. Porém, as conquistas de Alexandre eram contrárias às ideias de Aristóteles, o que fez com que o mentor o abandonasse e seguisse para Atenas.
Em Atenas, Aristóteles ainda foi aluno de Platão, porém taambém rompe com seus ensinamentos uma vez que haviam grandes divergências entre suas ideologias. Aristóteles buscava a AÇÃO, ao invés de um plano ideal.
Platão trabalhava com uma realidade ideal, onde todos os seus ensinamentos eram voltados ao plano das ideias e trabalhados com base em situações ideais. Enquanto isso, Aristóteles voltava seus conceitos para à prática (praxis), ou seja, ação deveríamos aplicar tais ensinamentos no mundo real e buscar sua melhor efetivação na prática, ao invés de simplesmente idealizar tais aplicações.
Assim, Aristóteles acaba por fundar sua própria academia, o Liceu, onde os filósofos se reuniam para debater os mais diversos assuntos, dentre eles, a ética e o direito.
A Ética de Aristóteles
Aristóteles funda o conceito de ética (ethos), que é a parte da filosofia dedicada aos estudos dos valores morais e princípios ideais do comportamento humano. Assim, temos que ética trata do aspecto interno do ser humano, ou seja, valores que cada indivíduo em sua particularidade tem como correto e justo 
Diferencia-se da moral (mores), que se fundamenta na obediência a costumes e hábitos recebidos, ou seja, valores exteriores ao indivíduo.
Também não se confunde com política (politiké – palavra derivada de polis), que também é uma ciência externa ao indivíduo, porém, reflete a maneira como este se posiciona perante à sociedade, que pode ser divergente dos valores morais desta sociedade, bem como não, necessariamente, contêm todos os princípios éticos deste sujeito.
Aristóteles defende que toda ação humana é voltada para um fim, de modo que não há ação desproposital tomada por um sujeito thelos = finalidade (interpretação teleológica = interpretação pela finalidade da lei)
Deste modo, temos que todo homem, por meio de suas ações, deve ter como finalidade a Ética (busca pela ação ética). Consequentemente, a ação ética, como toda ação, deve ter uma finalidade última, ou seja, procura alcançar um determinado bem (fim último de todas as ações).
Mas qual é o bem supremo? O bem último que legitima toda a cadeia de atos?
Este bem só pode ser a EUDAIMONIA
EUDAIMONIA = felicidade + satisfação plena do “eu”
*daimon = espírito
		 
A tradução de eudaimonia para português não pode se dar simplesmente por “felicidade”, pois a palavra grega possui um sentido de perpetuidade que não se depreende da palavra portuguesa “felicidade”, uma vez que esta pode ser momentânea. Assim, se acrescenta a expressão satisfação plena do “eu” buscando complementar o sentido de que se trata de um estado eterno de felicidade / satisfação.
O homem no estado de eudaimonia apresenta-se com sua alma disposta para o racional, pois a eudaimonia só é alcançada através daquilo que diferencia os homens dos animais, ou seja, a racionalidade.
Temos assim, que o estado de eudaimonia é atingido através do desenvolvimento da racionalidade do indivíduo, ou seja, aquele homem que não se move por paixões ou vícios.
O homem que não se move por paixões ou vícios é aquele que só pratica ações virtuosas e, portanto, a racionalidade é a busca pela virtude (arethe). A ação virtuosa, por sua vez, só pode ser aquela que se dá pelo meio-termo.
Meio Termo = ponto de equilíbrio entre dois pontos extremos, como o excesso e a falta A AÇÃO PELO MEIO TERMO É A AÇÃO ÉTICA E VIRTUOSA E DEVE SER O BEM ÚLTIMO A SER BUSCADO!!
- Epicurismo
Sistema filosofico fundado por Epicuro de Samos (+ ou – 341 a.C.) que prega a procura dos prazeres moderados para atingir um estado de tranquilidade e de libertação, ou seja, o prazer vem na busca de uma finalidade.
Epicuro ainda defende que a realidade é plenamente penetrável e compreensível pela inteligência humana.
A definição de felicidade para os epicuristas é a ausência de dores no corpo e de perturbações na alma Um homem está feliz quando é livre das condicionantes externas.
A felicidade é atingida ao se alcançar o estado de ATARAXIA (Tranquilidade)
PRAZER = FINALIDADE DO HOMEM
PRAZER COM PRUDÊNCIA = CAPACIDADE DE DISCERNIR
Desejos = Meios de acesso ao prazer
- Estoicismo
Sistema filosófico fundado por Zenão de Cítio, por volta de 312 a.C. e  propõe se viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselha a indiferença em relação a tudo que é externo ao ser, sendo o homem sábio aquele que obedece à lei natural.
Cícero: Político romano, normalmente visto como sendo uma das mentes mais versáteis da Roma antiga. Escreveu o livro “Dos Deveres” baseado nas doutrinas estóicas, em especial no “Tratado dos Deveres”, de Panécio de Rodes, principal representante da segunda fase do estoicismo.
Nesta obra, Cícero demonstra, inicialmente a hierarquia dos deveres, sendo o principal respeitar a honestidade fundada na prática das virtudes essenciais: a sabedoria, a justiça, a firmeza, a moderação.
Cícero demonstra em seguida que as noções de utilidade e de honestidade são indissociáveis: se o útil se torna nocivo a alguém, então deixa de ser honesto. Em caso de escolha, é preciso preferir o que apresenta mais utilidade. 
Sêneca e Marco Aurélio: Principais filósofos da terceira fase do estoicismo, suas obras propagaram o estoicismo no mundo ocidental caracteriza-se pela sua tendência prática e religiosa, fortemente acentuada.
O conhecimento, no conceito estóico, é visto como uma árvore:
Raízes = LÓGICA
Tronco = FÍSICA
Fruto = ÉTICA
A base do conhecimento estóico é a sensação a sensação dos objetos transitam entre a percepção física e da alma 
Sendo a razão aquilo por meio do que o homem torna-se livre e feliz, o homem sábio não apreende o seu verdadeiro bem nos objetos externos, mas usando estes objetos através de uma sabedoria pela qual não se deixa escravizar pelas paixões e pelas coisas externas.
Sabedoria Luta contra o prazer, visando erradicar suas paixões e tornar-se sereno
- Santo Agostinho (+ ou – 354/430 d.C.)
Filho de mãe cristã e pai pagão, cresceu em família sem muitos recursos, sendo que a apostaram na educação de seus filhos para que obtivessem uma condição melhor, tornando-se professores, advogados ou membros da administração imperial. Por mais que sua mãe insistisse, Agostinho resistiu aos ensinamentos cristãos de sua mãe, principalmente pela influência do pai.
Com este pensamento, foi enviado para estudar em Cartago onde passou a ser um seguidor do Maniqueísmo.
Maniqueísmo é uma filosofia religiosa que divide o mundo em uma luta eterna entre o bem e o mal e essa luta faz o próprio mundo girar e as relações se estabelecerem (em uma ótica cristã, o maniqueísmo pode ser percebido no contraponto entre Deus e o Diabo).
Durante este período, Agostinho leva uma vida promíscua e acaba mudar seu estilo de vida graças a voz de uma criança invisível , que ouviu enquanto estava em seu jardim em Milão, que cantava repetidamente, "Tolle, lege"; "tolle, lege" ("toma e lê"; "toma e ler"). Ele tomou o texto da epístola de Paulo aos romanos, e abriu ao acaso em 13:13-14, passagem bíblica que trata da redenção, onde se lê:
"Nãocaminheis em glutonerias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites"
Assim, converte-se ao cristianismo e escreve “Confissões”, obra clássica da teologia cristã, onde relata seu processo de redenção e escolha ao cristianismo.
Convertido ao cristianismo, defende que o mão não tem origem divina, o homem que não resiste às tentações e escolhe o caminho da maldade, que teve origem com o fruto proibido e Adão e Eva. Portanto, o mal deriva do homem, por meio de seu livre arbítrio em escolher a maldade.
Agostinho é levado a roma para contornar as resistências populares à aceitação do cristianismo, pois o povo romano culpava a nova religião e o rompimento com os costumes passados pela fase decadente em que passavam.
O Império Romano, a esta altura, já havia adotado o cristianismo como religião oficial. Para introduzir a “nova” religião, Paulo de Tarso, fundador da igreja católica (catolé = universal), buscou conhecer pontos da cultura greco-romana para adaptá-los a sua nova doutrina (pontos como proibição à carne de porco, encontrado no judaísmo dificilmente seria aceito por estes povos, onde havia grande consumo desta carne).
Inicialmente, os cristãos renegam os filósofos da antuguidade, pois acreditam que o problema estava em suas ideias e, portanto, o cristianismo deveria seguir o caminho contrário. Entretanto, com o passar do tempo, Santo Agostinho resgata as idéias de Platão, adaptando-as ao cristianismo (idéia de alma; existência de dois planos, um sensível ou terreste e outro ideal ou espiritual – a única idéia de Platão ignorada por Agostinho é a reencarnação, pois isso negaria a ressurreição, já implantada e aceita no cristianismo).
Em sua volta à Roma, deparando-se com aquela república em decadência, Agostinho escreve “A Cidade de Deus” (“De Civitate Dei”), descrevendo a organização que acredita levar a cidade à redenção (utiliza diversos elementos de “República” de Platão, que foi escrito em um contexto histórico similar de decadência ocorrido em Atenas).
CIDADE DE DEUS X CIDADE DOS HOMENS cidades vivem em conflito
Cidade de Deus (civitate dei): Local onde vivem os anjos e vive em harmonia. Nela reina a “paz perpétua” (civitas caelestis)
Cidade dos Homens (civitate diabdis – cidade dos demônios): Contraposto da Cidade de Deus, vive entre disputas e necessidades. Gera somente a “paz temporária” (civitas diabolis)
Estado: Nossa sociedade. Nela existe a intersecção entre a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens, onde transitam anjos entre os demônios e corrompidos entre os justos. Devemos nos afastar da Cidade dos Homens e nos aproximar da Cidade de Deus.
Leis
Divinas (Ratio Divina): Leis perfeitas emanadas de Deus e levam à paz perpétua
Naturais: Correspondente ao Direito Natural Leis inerentes à natureza do homem
Humanas: Elaboradas pelo homem. Nunca refletem totalmente as leis divinas e por isso conduzem tão somente à paz temporária
AGOSTINHO CRIA UM CRITÉRIO DE HIERARQUIA ENTRE AS LEIS
As leis de origem profana não podem ter pretensão de justiça, pois são essencialmente injustas, contudo, derivam de obscuridades. Assim, a lei, por mais imperfeita que seja, deve ser seguida, pois a lei humana nunca alcançará a perfeição divina.
Compara as leis humanas ao regime alimentar, visto que o alimento deverá ser mais forte ou mais fraco, dependendo se o corpo estiver enfermo ou não (o mesmo deve ser aplicado à sociedade, com relação às leis).
Lei da Verdade (“Lex Veritatis”): Lei cristã que chama o homem a libertar-se CHAMADO À REDENÇÃO (influência de sua própria história de vida)
HOMEM VELHO
 X IDÉIA DE REDENÇÃO!
HOMEM NOVO
Pode-se dizer que Agostinho é pessimista em relação ao homem, pois acredita que os humanos jamais alcançarão a perfeição divina e devem contentar-se em suas imperfeições.
Cria uma relação entre justiçã e amor, afirmando que, quanto mais próximo do amor de Deus, maior será o senso de justiça do sujeito (“dar a cada um o que é seu”). Se o amor de Deus floresce na alma, a vida se torna justa.
Conceito de Propriedade
Para Agostinho, todos os bens derivam de Deus e o mal uso destes bens se dá unicamente pela maldade humana.
Assim, conclui-se que a propriedade não é má e guardar dinheiro não é pecado e sim o mal uso que se faz dele LEGITIMAÇÃO DA PROPRIEDADE
Esta interpretação também legitima o acúmulo de riquezas da igreja, uma vez que esta é a demonstração de que os ensinamentos estão sendo corretamente seguidos e, por isso, os bens vêm como recompensa (bases das igrejas protestantes).
República Cristã
Agostinho defende a relação direta entre Estado e Igreja, pois acredita que as bases do império devem ser formadas por membros do cristianismo, ou seja, os “homens sãos” (cristãos).
Somente o cristão está imbuído de reta razão (racionalidade com padrão único e correto).
Governante Perfeito
Obviamente, o governante perfeito deveria ser um governante cristão, imbuído da reta razão.
Todos estes preceitos servem como base e inspiração a Carlos Magno ao unificar o Sacro Império Romano e, posteriormente, ao início das CRUZADAS!

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