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Direito Empresarial Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 1 25/2/2011 11:54:30 O Instituto IOB nasce a partir da experiência de mais de 40 anos da IOB no desenvolvimento de conteúdos, serviços de consultoria e cursos de excelência. Através do Instituto IOB é possível acesso à diversos cursos por meio de ambientes de aprendizado estruturados por diferentes tecnologias. As obras que compõem os cursos preparatórios do Instituto foram desenvolvidas com o objetivo de sintetizar os principais pontos destacados nas videoaulas. institutoiob.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ... Direito Empresarial / [Obra organizada pelo Instituto IOB] – São Paulo: Editora IOB, 2011. Bibliografia. ISBN 978-85-63625-95-3... Informamos que é de interira responsabilidade do autor a emissão dos conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Instituto IOB. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n• 9610/98 e punido pelo art. 184 do Código Penal. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 2 25/2/2011 11:54:30 Sumário Capítulo 1 — Teorias do Direito Empresarial, 13 1. Teoria Subjetiva, 13 1.1 Apresentação, 13 1.2 Síntese, 13 2. Teoria dos Atos de Comércio, 14 2.1 Apresentação, 14 2.2 Síntese, 14 3. Teoria Subjetiva Moderna e Empresário Elementos, 15 3.1 Apresentação, 15 3.2 Síntese, 15 4. Empresário: Atividade Econômica, Organização, Produção ou Circulação de Bens e Serviços, 16 4.1 Apresentação, 16 4.2 Síntese, 16 5. Os Excluídos da Compreensão de Empresário, 17 5.1 Apresentação, 17 5.2 Síntese, 17 6. Capacidade para ser Empresário e ser Sócio de Sociedade Empresária, 18 6.1 Apresentação, 18 6.2 Síntese, 18 Capítulo 2 — Sociedade, 19 1. Art.981 CC – Conceito de Sociedade, 19 1.1 Apresentação, 19 1.2 Síntese, 19 2. Capital Social, Subscrito, Realizado e Integralizado, 20 2.1 Apresentação, 20 2.2 Síntese, 20 3. Presença de Duas ou Mais Pessoas e Exceção à Regra, 21 3.1 Apresentação, 21 3.2 Síntese, 21 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 3 25/2/2011 11:54:30 4. Obrigatoriedade de Todos os Sócios Contribuírem para a Sociedade, Partilha dos Resultados Sociais e Busca de um Empreendimento Comum, 22 4.1 Apresentação, 22 4.2 Síntese, 22 5. Classificação das Sociedades, 23 5.1 Apresentação, 23 5.2 Síntese, 23 6. Sociedade Limitada: Híbrida, Conceito, Referência Legal, 24 6.1 Apresentação, 24 6.2 Síntese, 24 7. Sociedade Ltda.: Cotas, 24 7.1 Apresentação, 24 7.2 Síntese, 24 8. Sociedade Ltda.: Cotas – Aquisição Pela Própria Sociedade e Valor, 25 8.1 Apresentação, 25 8.2 Síntese, 25 9. Sociedade Ltda.: Cotas – Cessão e Divisibilidade, 26 9.1 Apresentação, 26 9.2 Síntese, 26 Capítulo 3 — Nome Empresarial, 28 1. Conceito, Proteção Constitucional e Princípios, 28 1.1 Apresentação, 28 1.2 Síntese, 28 2. Exceções aos Princípios que Orientam os Princípios. Princípio da Veracidade/Autenticidade, 30 2.1 Apresentação, 30 2.2 Síntese, 30 3. Princípio da Veracidade / Autenticidade: Sociedades Ilimitadas. Espécies de Nomes Empresariais. Título do Estabelecimento, 31 3.1 Apresentação, 31 3.2 Síntese, 31 4. Exceções às Regras Gerais de Nome Empresarial, 32 4.1 Apresentação, 32 4.2 Síntese, 33 Capítulo 4 — Órgãos Sociais da Sociedade Ltda., 34 1. Conclave Social: Assembleia ou Reunião de Sócios, 34 1.1 Apresentação, 34 1.2 Síntese, 34 2. Conselho Fiscal e Administradores, 35 2.1 Apresentação, 35 2.2 Síntese, 35 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 4 25/2/2011 11:54:30 3. Administradores: Mandatários , 36 3.1 Apresentação, 36 3.2 Síntese, 37 4. Hipóteses de Terceiro Responder por Obrigações da Sociedade: Tipo Societário e Responsabilização, 37 4.1 Apresentação, 37 4.2 Síntese, 37 Capítulo 5 — Sociedade Anônima, 39 1. Hipóteses de Terceiro Responder por Obrigações da Sociedade: Responsabilização e Desconsideração da Personalidade Jurídica, 39 1.1 Apresentação, 39 1.2 Síntese, 39 2. Objeto Social, Holding, Offshore, 40 2.1 Apresentação, 40 2.2 Síntese, 40 3. Companhia Aberta X Fechada, Ações com ou sem Valor Nominal, 41 3.1 Apresentação, 41 3.2 Síntese, 41 4. Representação Física e Espécies, 42 4.1 Apresentação, 42 4.2 Síntese, 42 5. Vantagens Atribuíveis às Ações Preferenciais, 43 5.1 Apresentação, 43 5.2 Síntese, 43 6. Golden Share / Outros Valores Mobiliários: Partes Beneficiárias, 44 6.1 Apresentação, 44 6.2 Síntese, 44 7. Debêntures, 45 7.1 Apresentação, 45 7.2 Síntese, 45 8. Garantias, 46 8.1 Apresentação, 46 8.2 Síntese, 46 9. Bônus de Subscrição, 47 9.1 Apresentação, 47 9.2 Síntese, 47 10. Capital Social: Princípios, 48 10.1 Apresentação, 48 10.2 Síntese, 48 11. Hipóteses de Aumento do Capital Social, 49 11.1 Apresentação, 49 11.2 Síntese, 49 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 5 25/2/2011 11:54:30 12. Hipóteses de Redução do Capital Social, 50 12.1 Apresentação, 50 12.2 Síntese, 50 13. Órgãos Sociais: Assembleia Geral de Acionistas e Conselho Fiscal, 51 13.1 Apresentação, 51 13.2 Síntese, 52 14. Órgãos Sociais: Administradores, 53 14.1 Apresentação, 53 14.2 Síntese, 53 15. Acionista Controlador, 54 15.1 Apresentação, 54 15.2 Síntese, 54 Capítulo 6 —Concentração e Descentralização Empresarial, 56 1. Transformação, 56 1.1 Apresentação, 56 1.2 Síntese, 56 2. Incorporação, Fusão e Cisão, 57 2.1 Apresentação, 57 2.2 Síntese, 58 Capítulo 7 — Teoria dos Títulos de Crédito, 59 1. Conceito de Título de Crédito, 59 1.1 Apresentação, 59 1.2 Síntese, 59 2. Princípios: Carturalidade e Autonomia, 60 2.1 Apresentação, 60 2.2 Síntese, 60 3. Princípios: Literalidade, 61 3.1 Apresentação, 61 3.2 Síntese, 61 4. Princípios (Subprincípios), 62 4.1 Apresentação, 62 4.2 Síntese, 62 5. Código Civil (Títulos Atípicos), 63 5.1 Apresentação, 63 5.2 Síntese, 63 6. Natureza Jurídica e Oponibilidade de Exceções Pessoais, 65 6.1 Apresentação, 65 6.2 Síntese, 65 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 6 25/2/2011 11:54:31 Capítulo 8 — Obrigações Cambiais, 66 1. Aceite (Conceito/Puro e Simples), 66 1.1 Apresentação, 66 1.2 Síntese, 66 2. Aceite (Recusa / Cláusula sem Aceite), 67 2.1 Apresentação, 67 2.2 Síntese, 67 3. Endosso: Conceito e Espécies, 68 3.1 Apresentação, 68 3.2 Síntese, 68 4. Endosso: Tipos e Cláusula “Não à Ordem”, 69 4.1 Apresentação, 69 4.2 Síntese, 70 5. Endosso Póstumo ou Tardio, Cláusula “Sem Garantia”, 70 5.1 Apresentação, 70 5.2 Síntese, 71 6. Aval: Conceito e Diferença da Fiança, 72 6.1 Apresentação, 72 6.2 Síntese, 72 Capítulo 9 — Ações Cambiais, 74 1. Vencimento, 74 1.1 Apresentação, 74 1.2 Síntese, 74 2. Prescrição, 75 2.1 Apresentação, 75 2.2 Síntese, 76 3. Ação de Execução / Ação Fundamental, 77 3.1 Apresentação, 77 3.2 Síntese, 77 4. Ação de Locupletamento, 78 4.1 Apresentação, 78 4.2 Síntese, 78 Capítulo 10 — Títulos de Crédito em Espécie, 79 1. Letra de Câmbio, 79 1.1 Apresentação, 79 1.2 Síntese, 79 2. Nota Promissória (Conceito / Figuras Intervenientes) e Cheque, 81 2.1 Apresentação, 81 2.2 Síntese, 81 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 7 25/2/2011 11:54:31 3. Cheque, 82 3.1 Apresentação, 82 3.2 Síntese, 82 4. Cheque Marcado / Visado / Administrativo / Duplicata: Conceito, 83 4.1 Apresentação, 83 4.2 Síntese, 84 5. Duplicata (Título Causal / Fatura / Pagamentos Parcelados), 84 5.1 Apresentação, 84 5.2 Síntese, 85 6. Triplicata / Duplicata Simulada / Boleto Bancário / Requisitos, 85 6.1 Apresentação, 85 6.2 Síntese, 86 7. Duplicata: Aceite, 87 7.1 Apresentação, 87 7.2 Síntese, 87 Capítulo 11 — Protesto, 88 1. Conceito, Lugar e Prazos, 88 1.1Apresentação, 88 1.2 Síntese, 88 2. Protesto: Finalidade / Formalidade / Intimação, 89 2.1 Apresentação, 89 2.2 Síntese, 90 3. Protesto de Título de Devedor em Recuperação de Empresas / Figuração na Certidão de Protesto / Desistência, Sustação e Dúvida / Cancelamento, 91 3.1 Apresentação, 91 3.2 Síntese, 91 Capítulo 12 — Falência, 93 1. Referência Legal / Direito Intertemporal / Conceito, 93 1.1 Apresentação, 93 1.2 Síntese, 93 2. Competência, 95 2.1 Apresentação, 95 2.2 Síntese, 95 3. Legitimidade Passiva , 96 3.1 Apresentação, 96 3.2 Síntese, 96 4. Legitimidade Ativa , 98 4.1 Apresentação, 98 4.2 Síntese, 98 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 8 25/2/2011 11:54:31 5. Falência: Finalidade, 99 5.1 Apresentação, 99 5.2 Síntese, 99 6. Falência: Realização do Ativo, 100 6.1 Apresentação, 100 6.2 Síntese, 101 7. Exclusão da Sucessão / Atuação do MP, 102 7.1 Apresentação, 102 7.2 Síntese, 102 8. Falência: Pressuposto Fático-Jurídico, 103 8.1 Apresentação, 103 8.2 Síntese, 103 9. Meio de Exteriorização e Depósito Elisivo, 104 9.1 Apresentação, 104 9.2 Síntese, 104 10. Sistema de Defesa e Recursal, 105 10.1 Apresentação, 105 10.2 Síntese, 105 11. Falência: Efeitos sobre a Pessoa, Bens, Direitos e Contratos, 106 11.1 Apresentação, 106 11.2 Síntese, 106 12. Ordem dos Créditos: Extraconcursais, 108 12.1 Apresentação, 108 12.2 Síntese, 108 13. Ordem dos Créditos: Concursais, 109 13.1 Apresentação, 109 13.2 Síntese, 109 14. Créditos não Sujeitos à Falência / Correção Monetária e Juros / Compensação, 110 14.1 Apresentação, 110 14.2 Síntese, 110 15. Vencimento Antecipado / Prescrição /Ação de Restituição / Modalidades, 111 15.1 Apresentação, 111 15.2 Síntese, 111 16. Período Suspeito e Ação Revocatória, 112 16.1 Apresentação, 112 16.2 Síntese, 112 17. Linha do Processo Falimentar, 113 17.1 Apresentação, 113 17.2 Síntese, 114 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 9 25/2/2011 11:54:31 18. Linha do Processo Falimentar, 114 18.1 Apresentação, 114 18.2 Síntese, 115 Capítulo 13 — Recuperação de Empresas, 116 1. Introdução / Finalidade, 116 1.1 Apresentação, 116 1.2 Síntese, 116 2. Requisitos e Impedimentos /Nome Empresarial, 117 2.1 Apresentação, 117 2.2 Síntese, 117 3. Espécies (Extrajudiciais), 118 3.1 Apresentação, 118 3.2 Síntese, 119 4. Espécies: Judicial Especial e Ordinária, 120 4.1 Apresentação, 120 4.2 Síntese, 120 5. Recuperação Extrajudicial: Procedimento Judicial, 121 5.1 Apresentação, 121 5.2 Síntese, 121 6. Recuperação Judicial: Créditos Excluídos / Modalidades de Planos, 122 6.1 Apresentação, 122 6.2 Síntese, 123 7. Recuperação Judicial: Instrução / Desistência / Despacho de Processamento, 123 7.1 Apresentação, 123 7.2 Síntese, 124 8. Recuperação Judicial: Linha do Processo (Fase Deliberativa), 125 8.1 Apresentação, 125 8.2 Síntese, 125 9. Recuperação Judicial: Linha do Processo (Fase Deliberativa / com Objeção), 126 9.1 Apresentação, 126 9.2 Síntese, 126 10. Recuperação Judicial: Linha do Processo (Fase de Cumprimento), 127 10.1 Apresentação, 127 10.2 Síntese, 127 Capítulo 14 — Registro Empresarial, 129 1. Órgãos, 129 1.1 Apresentação, 129 1.2 Síntese, 129 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 10 25/2/2011 11:54:31 2. Espécies / Estrutura das Juntas Comerciais, 130 2.1 Apresentação, 130 2.2 Síntese, 131 3. Estrutura das Juntas Comerciais: Turmas/Secretaria Geral/ Procuradoria. Processo Revisional: Pedido de Revisão, 131 3.1 Apresentação, 131 3.2 Síntese, 132 Capítulo 15 — Contratos Empresariais, 133 1. Arrendamento Mercantil: Noções e Modalidades, 133 1.1 Apresentação, 133 1.2 Síntese, 133 2. Arrendamento Mercantil: Categorias / Súmula 293 do STJ / Extinção, 134 2.1 Apresentação, 134 2.2 Síntese, 134 3. “Factoring”, 136 3.1 Apresentação, 136 3.2 Síntese, 136 4. Contratos Bancários: Súmulas, 137 4.1 Apresentação, 137 4.2 Síntese, 137 5. Contratos Bancários: Conta Corrente, 138 5.1 Apresentação , 138 5.2 Síntese, 138 6. Abertura de Crédito, 139 6.1 Apresentação, 139 6.2 Síntese, 140 7. Cobrança Judicial, 140 7.1 Apresentação, 140 7.2 Síntese, 140 8. Desconto Bancário, 142 8.1 Apresentação, 142 8.2 Síntese, 142 9. Representação Comercial: Conceito / Natureza Jurídica e Tipos de Atividade, 143 9.1 Apresentação, 143 9.2 Síntese, 143 10. Representação Comercial: Remuneração, 144 10.1 Apresentação, 144 10.2 Síntese, 144 11. Representação Comercial: Exclusividade /Indenização por Investimentos / Rescisão, 145 11.1 Apresentação, 145 11.2 Síntese, 145 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 11 25/2/2011 11:54:32 12. Locação Não Residencial, 146 12.1 Apresentação, 146 12.2 Síntese, 146 13. Seguro, 147 13.1 Apresentação, 147 13.2 Síntese, 148 14. Seguro: de Dano / de Pessoas /de Responsabilidade Civil, 149 14.1 Apresentação, 149 14.2 Síntese, 149 Capítulo 16 — Intervenção e Liquidação Extrajudicial, 151 1. Conceitos e Instituições Sujeitas, 151 1.1 Apresentação, 151 1.2 Síntese, 151 2. Intervenção: Pressupostos e Procedimentos, 153 2.1 Apresentação, 153 2.2 Síntese, 153 3. Intervenção: Efeitos e Cessação/Liquidação Extrajudicial: Procedimento, 154 3.1 Apresentação, 154 3.2 Síntese, 154 4. Liquidação Extrajudicial: Procedimento – Recurso, Efeitos, Cessação / Responsabilidade dos Ex-administradores, 155 4.1 Apresentação, 155 4.2 Síntese, 155 Capítulo 17 — Cédula de Crédito Bancário − CCB, 157 1. Introdução, Conceito e Figuras Intervenientes, 157 1.1 Apresentação, 157 1.2 Síntese, 157 2. Classifi cação, Extensão Monetária, Circulação, Garantias e Protesto, 159 2.1 Apresentação, 159 2.2 Síntese, 159 Gabarito, 161 Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 12 25/2/2011 11:54:32 Capítulo 1 Teorias do Direito Empresarial 1. Teoria Subjetiva 1.1 Apresentação Esta unidade traz a defi nição do que seria a Teoria Subjetiva do Direito, conceito elementar para a construção do atual conceito de empresário. 1.2 Síntese Nesta unidade foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fi xados: a. O direito empr esarial é um dos ramos mais antigos do direito. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 13 25/2/2011 11:54:34 D ire ito E m pr es ar ia l 14 b. Os burgueses (sujeitos do direito empresarial nessa teoria) começam a financiar o Rei, para que este, contratando exércitos, pudesse dar segurança às práticas da mercancia, além de passar a editar regras que pudessem proteger os burgueses. c. O direito empresarial se pautava por duas características: » ramo que assegura o oligopólio no exercício da profissão. » assegurar privilégios a uma classe. Exercício 1. Quais são as características fundamentais do direito empresarial no período compreendido pela teoria do direito subjetivo? 2. Teoria dos Atos de Comércio 2.1 Apresentação Esta unidade traz a definição do que seria a Teoria dos Atos de Comércio, superando a teoria subjetiva, em um período cronológico que vai até a edição do Código Civil de 2002. 2.2 Síntese Nesta unidade foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: a. Essa teoria surge em razão da Revolução Francesa. b. O povo francês jamais aceitaria a existência de privilégios assegurados a uma só classe. c. Napoleão Bonaparte sabia que a burguesia sustenta o estado democrático de direito, criando necessidades para as quais o capital vai gerar solução. d. Se o direito empresarial continuasse assegurando direitos a uma só classe, esta estaria fadada à guilhotina; se não fosse protegida, não teria como financiar o estado. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 14 25/2/2011 11:54:34 D ire itoE m pr es ar ia l 15 e. Napoleão, por seu código, cria a Teoria dos Atos de Comércio, elaborando atos que seriam relevantes para o Estado, como: compra pra ulterior revenda, atividade bancária, atividade circense... Tais atos merecem um tratamento dife- rente, protetivo de negócios e não de classes. Quem quer que os pratique, goza dos privilégios. f. Tal teoria orientou o Código Imperial de 1850 Brasileiro, vigente até 2002. g. Agora, qualquer um pode praticar atos de comércio. h. Sepultou-se o oligopólio, mas continua sendo um ramo assecuratório de privi- légios. Exercício 2. CESPE: Prova da AGU. Quais eram os marcos históricos que marcaram as teorias do direito empresarial? 3. Teoria Subjetiva Moderna e Empresário Elementos 3.1 Apresentação Esta unidade traz a definição do que seria a Teoria Subjetiva Moderna que irá orientar inclusive o conceito de Empresário, elemento que sempre é cobrado em provas de concursos públicos. 3.2 Síntese Nesta unidade foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: a. Teoria Subjetiva Moderna ou Teoria da Empresa: o direito empresarial retoma seu conteúdo original, proteção ao empresário. b. Inova com o fim do oligopólio. Qualquer pessoa pode ser empresária, gozando dos privilégios da lei empresarial. c. Quem é o empresário é a grande questão. d. O Art.966 do CC dará os elementos, começando pelo profissionalismo: Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 15 25/2/2011 11:54:34 D ire ito E m pr es ar ia l 16 » Profissional: pessoa natural ou jurídica (o direito do Trabalho não admite), que exerce com habitualidade, em nome próprio, obtendo as condições ne- cessárias para se estabelecer e se desenvolver. Exercício 3. Para o exercício da profissão do empresário é necessário ser pessoa jurídica? 4. Empresário: Atividade Econômica, Organização, Produção ou Circulação de Bens e Serviços 4.1 Apresentação Esta unidade traz os demais elementos do conceito de empresário, Atividade Econômica, Organização, Produção ou Circulação de Bens e Serviços, definições elementares para o estudo de todo o direito Empresarial. Estamos no caput do Art.966 do CC. 4.2 Síntese Nesta unidade foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: a. Atividade Econômica ou na expressão de João Eunápio Borges, o “ânimus lu- crandi”. O lucro não é elemento essencial da atividade empresarial. O que é essencial é a busca, a vontade, a intenção, o querer o lucro. Todo ser humano visa ao lucro. b. Organização: não é organização de trabalho. Organização dos fatores da produ- ção que são 3: 1. Capital; 2. Trabalho (que pode ser do próprio empresário) e, 3. Atividade. c. Produção ou Circulação de Bens ou Serviços: deve visar ao mercado, ainda que este mercado seja minúsculo. Podemos ter que 100% da produção de uma in- dústria destina-se e um único consumidor. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 16 25/2/2011 11:54:34 D ire ito E m pr es ar ia l 17 Exercício 4. Assinale abaixo os elementos essenciais ao empresário: 5. Os Excluídos da Compreensão de Empresário 5.1 Apresentação Esta unidade traz a análise do parágrafo único do Art.966, analisando as pessoas que não podem, por definição legal, serem consideradas empresários. 5.2 Síntese Nesta unidade foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fixados: a. Não se considera empresário – é uma definição legal. Afasta-se do conceito os prestadores de serviço de natureza intelectual. b. A unificação do Direito Civil e do Direito Empresarial foi proposta por Teixeira de Freitas. Cesare Vivante foi o nome mais destacado nessa proposta de unifica- ção. Alfredo Rocco propõe ao contrário, a manutenção da dicotomia. c. O único argumento que não pode ser quebrado é a diferença no estado de espí- rito: a diferença ética entre um empresário e um civil d. Com que ética o lucro é buscado? e. Os intelectuais não absorveram a ética empresarial. Uma clínica médica com um médico ou com 100 médicos continua prestando serviço de natureza inte- lectual. f. Salvo se o exercício da profissão intelectual constituir elemento de empresa. Ob- jetivo social não se confunde com objetivo social. Objetivo é o lucro. O que varia é o objeto: atividade que o empresário desenvolve para alcançar seu objetivo. g. Também não se pode confundir empresário ( que é o sujeito ), empresa (que é o objeto sobre o qual o empresário exerce seu direito, trata-se da atividade), área fim (a qual se conjuga com o próprio objeto da empresa) e área meio (área de suporte). h. Toda vez que o trabalho intelectual estiver na área fim, é considerada “não em- presária” (empresário simples). Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 17 25/2/2011 11:54:34 D ire ito E m pr es ar ia l 18 Exercício 5. Se o trabalho objeto fi m for tanto trabalho intelectual quanto não intelectual, qual ética deve prevalecer? 6. Capacidade para ser Empresário e ser Sócio de Sociedade Empresária 6.1 Apresentação Esta unidade analisa a capacidade de se ser empresário e de se ser sócio de sociedade empresária. 6.2 Síntese Nesta unidade foram tratados os seguintes assuntos que precisam ser fi xados: a. Não confundir sócio com sociedade empresária. b. Sociedade pode ser instrumento de constituição, mas também efeito do registro do contrato, que é a pessoa jurídica. c. Se a sociedade é empresária, então ela é uma pessoa jurídica. d. Pessoa jurídica pode sofrer danos morais, já que tem honra subjetiva. e. Capacidade para ser empresário individual ou sócio de sociedade empresária inicia-se aos 18 anos. f. Estabelecer-se com economia própria: o jovem constrói com seus próprios esfor- ços pessoais. Dessa forma, a incapacidade relativa fi ca suprida. g. Se o jovem herdar ou ganhar a empresa é preciso que o juiz verifi que se dará alvará para continuar a atividade empresarial ou não. Se sim, ele continuará a atividade empresarial devidamente assistido ou representado judicialmente. Exercício 6. AGU – Menino que vendia bicicleta em casa se habilitou em uma licitação na prefeitura e ganhou. O segundo colocado impugnou, pois o primeiro co- locado não estava devidamente assistido. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 18 25/2/2011 11:54:35 1. Art.981 CC – Conceito de Sociedade 1.1 Apresentação Será tratado o conceito de sociedade. 1.2 Síntese a. Sociedade é o contrato ou convenção em que duas ou mais pessoa mutuamente se obrigam a contribuir, com esforços ou recursos, visando atingir fi ns comuns, cujos resultados serão divididos. b. Nem todas sociedades são contratuais, há as que não são. c. Sociedade convencional é sinônimo se sociedade com estatuto social. Capítulo 2 Sociedade Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 19 25/2/2011 11:54:36 D ire ito E m pr es ar ia l 20 d. Sociedade contratual é aquela em que há relações jurídicas sócio-sócio e sócio- sociedade. e. Sociedade estatutária: quando há relações jurídicas exclusivamente sócio- socie- dade. f. Existe mais de um tipo de sociedade no direito brasileiro, o que as distingue é a fração em que se dividem as sociedade e a responsabilidade dos sócios. g. Não se pode inventar um tipo societário, eles são numerus clausus. h. Sociedade limitada: capital dividido entre cotas e responsabilidade sendo limi- tada ao valor do capital social. i. Sociedade anônima: capital dividido em ações, sendo a responsabilidade é limi- tada ao montante das ações subscritas. 2. Capital Social, Subscrito, Realizado e Integralizado 2.1 Apresentação Nesta unidade será abordado o a distinção de capital social, subscrito, realizado e integralizado. 2.2 Síntese a. Capital social não é patrimônio. b. Capital social é o somatório dasparcelas afetadas no patrimônio dos sócios ver- tidas à sociedade a fim de ser garantia dos credores e ser numerário necessário para o desenvolvimento da sociedade. c. Capital social é invariável. d. Capital subscrito é a promessa jurídica de aquisição e pagamento. Se o paga- mento não for efetivado, ele poderá ser cobrado judicialmente. e. Capital realizado é o capital efetivamente pago. f. Capital integralizado é o capital integralmente pago. g. A diferença entre capital realizado e capital integralizado é o volume do paga- mento. No capital integralizado o pagamento é feito totalmente, já no capital realizado o pagamento é feito parcialmente. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 20 25/2/2011 11:54:36 D ire ito E m pr es ar ia l 21 3. Presença de Duas ou Mais Pessoas e Exceção à Regra 3.1 Apresentação Esta unidade será abordado que as sociedades são compostas por dois sócios, exceto a subsidiaria integral. 3.2 Síntese a. Sociedade unipessoal não é reconhecida no direito brasileiro, é preciso que haja pluralidade de sócios. b. Exceção: Subsidiaria integral só pode ser SA, cuja totalidade de suas ações é de propriedade de outra pessoa jurídica nacional. Essa pessoa jurídica pode ser de direito privado. Para ser pessoa jurídica nacional, ela tem que estar organizada de acordo com a lei brasileira: estar devidamente registrada no Brasil e indicar por sede social qualquer lugar no território nacional. c. Alguns autores entendem haver outra exceção, mas esse entendimento é minori- tário: Art.1033, IV CC. Se aos sócios não forem recomposta em 180, a sociedade pode atuar unipessoalmente nesse prazo. Se não for recomposta, a sociedade estará rompida e o sócio existente poderá continuar, mas terá seu patrimônio posto à disposição da atividade exercida. d. Na Sociedade Anônima constada a presença de um único sócio, ele terá até a assembleia geral ordinária seguinte para recomposição dos sócios, sob pena de dissolução da companhia. Exercício 7. AGU – A sociedade temporariamente unipessoal não é exceção da regra. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 21 25/2/2011 11:54:36 D ire ito E m pr es ar ia l 22 4. Obrigatoriedade de Todos os Sócios Contribuírem para a Sociedade, Partilha dos Resultados Sociais e Busca de um Empreendimento Comum 4.1 Apresentação Esta unidade analisaremos a obrigatoriedade de todos os sócios contribuírem para a sociedade, partilharem resultados sociais e buscarem um empreendimento em comum. 4.2 Síntese a. Em todas as sociedades, os sócios têm que contribuir ou com esforços (trabalho) ou com recursos (qualquer outra coisa que não seja o trabalho). b. Sócio de indústria é aquele que realiza a sua participação no capital social mediante trabalho. Não é permitida em qualquer sociedade. As sociedades em- presárias não permitem. Na sociedade simples é permitido, porque se dedicam ao trabalho intelectual e também é permitido para as cooperativas e ruralistas (ruralista pode escolher entre ser simples e empresário, se quiser ser empresário tem de se registrar na junta comercial, caso não registre será sociedade simples). c. Busca de fins comuns: todos os sócios têm qde almejar o mesmo fim. d. Partilha dos resultados: os resultados podem ser nulos, positivos ou negativos. Em todas as sociedades, os sócios participam do resultado, qualquer que seja ele. Em caso de falência da sociedade, o sócio não pode habilitar o valor que foi dado para formar o capital social, pois configura resultado negativo. Exercício 8. AGU – Sociedade Leonina está prevista no Art.1008: Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 22 25/2/2011 11:54:37 D ire ito E m pr es ar ia l 23 5. Classificação das Sociedades 5.1 Apresentação Classificação das sociedades quanto à responsabilidade dos sócios e quanto à estrutura econômica. 5.2 Síntese a. Classificação quanto à responsabilidade dos sócios: » Limitada: são as sociedades em que todos os sócios têm uma pré-fixação de participação nos prejuízos sociais. Exemplo: Sociedade limitada e sociedade anônima » Ilimitadas: os sócios respondem subsidiariamente, porém solidária e ilimitada- mente. É subsidiário em relação à sociedade. Exemplo: sociedade em nome coletivo, sociedade de fato e sociedade em comum. » Mistas: um grupo de sócios responde sem limitação, e outro grupo responde com limitação. Exemplo: sociedade em comandita. b. Classificação quanto à estrutura econômica: » Sociedade de capital (intuitu rei): os sócios se agremiam por uma razão exclu- sivamente econômica. Exemplo: Sociedade anônima. » Sociedades de pessoas (intuitu personae): os sócios se agremiam por razão subjetiva. » Sociedade híbrida: é a sociedade limitada. Exercício 9. O STJ já decidiu que é possível haver sociedade anônima de pessoas, desde que seja fechada e estritamente familiar e sem liquidez para as ações. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 23 25/2/2011 11:54:37 D ire ito E m pr es ar ia l 24 6. Sociedade Limitada: Híbrida, Conceito, Referência Legal 6.1 Apresentação Iniciaremos o estudo da Sociedade Limitada. 6.2 Síntese a. Sociedade híbrida: quando há a faculdade para os sócios constituírem sociedade de pessoas ou de capital. Para saber se uma sociedade é de pessoas ou de capital, basta verificar se o contrato social prevê que se ceda ou transfira a parte de um sócio sem a aceitação dos demais, neste caso a relação é econômica, e a socie- dade é limitada de capital. Caso contrário, se for vedado ceder, transferir parte da sociedade, nesse caso a sociedade será limitada de pessoas. b. Conceito de sociedade limitada: sociedade cuja capital se divide em cotas e a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor do capital social. c. A sociedade anônima é uma sociedade contratual, vez que o contrato social é o elemento de sua constituição. 7. Sociedade Ltda.: Cotas 7.1 Apresentação Cotas/ações e elementos que a compõe. 7.2 Síntese a. A cota é composta de três elementos jurídicos: forma de divisão do capital social, representação do status socii ou posição e participação nos fundos. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 24 25/2/2011 11:54:37 D ire ito E m pr es ar ia l 25 b. A participação nos fundos pode ser examinada em relação ao acervo. Acervo é o patrimônio liquido – vendidos todos os bens e direitos e pagos os credores, aquilo que sobra para ser partilhado é o acervo. c. A participação nos fundos também implica participação nos resultados. Os re- sultados podem ser nulos, positivos ou negativos. Só há duas maneiras lícitas de distribuir lucros: dividendos (distribuição do lucro em dinheiro para os sócios), e cotas/ação de bonificação ou filhotes (é a cota/ação resultante da capitalização dos lucros que será atribuída aos sócios na proporção dos lucros que eles fariam jus receber). d. Na sociedade anônima a bonificação máxima é de 75% e na Ltda é de 100%. 8. Sociedade Ltda.: Cotas – Aquisição Pela Própria Sociedade e Valor 8.1 Apresentação Estudaremos a Aquisição de cotas pela própria sociedade e valor na Ltda. 8.2 Síntese a. No CC/16, a sociedade podia ser sócia de si mesma, mas o novo CC foi omisso. Entretanto, os doutrinadores dizem que é possível que a sociedade adquira cotas de seu próprio capital, pois não é vedado. b. Para tanto é preciso preencher alguns requisitos: é necessário a presença de mais de dois sócios; a sociedade tem de ter fundos disponíveis para adquirir as cotas de seu próprio capital; e o capital social tem de estar integralizado. c. Quando ocorre a aquisição pela própria sociedade, a doutrina e a jurisprudência entendem que as cotas em tesouraria não teriam direito de voto, os direitos polí- ticos ficam suspensosaté que seja adquirida por um terceiro. d. Os lucros a serem pagos devem ser pagos à própria sociedade, por meio de uma operação exclusivamente contábil: é deduzido os lucros a distribuir e creditado a reserva de capital. e. Valor da cota: as cotas podem ter valores diferenciados ou iguais entre os sócios. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 25 25/2/2011 11:54:37 D ire ito E m pr es ar ia l 26 Exercício 10. A assertiva abaixo está correta ou incorreta? As cotas não precisam ter valores iguais. 9. Sociedade Ltda.: Cotas – Cessão e Divisibilidade 9.1 Apresentação Continuaremos examinando as cotas. 9.2 Síntese a. Art.1.010, CC – trouxe novidade, afirmando que os votos não serão mais compu- tados pelo número, mas sim, pelo valor da cota. Para cada centavo, seria um voto. b. Art.1.010, CC – Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios de- cidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. c. § 1º Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do capital. d. § 2º Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de em- pate, e, se este persistir, decidirá o juiz. e. § 3º Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação inte- resse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto. f. O contrato social poderá eleger sociedade de pessoas ou de capital. Na omissão do contrato social, o sócio pode ceder sua cota a outro sócio, total ou parcial- mente, independentemente de comunicação aos demais. g. No silêncio do contrato social, o sócio pode ceder sua quota à pessoa que não seja sócio, mas os sócios podem impugnar. h. Fracionamento de cotas: um sócio pode ceder parte de sua cota a outro sócio, no silêncio do contrato social. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 26 25/2/2011 11:54:37 D ire ito E m pr es ar ia l 27 i. Penhora de cotas: Ltda. de capital pode ser penhorada. Ltda. de pessoas, a juris- prudência entende que as cotas são penhoráveis, e feita a penhora, cabe exame – Art. 655, VI, CPC. Art.1026, CC. Art. 655, CPC – A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: VI – ações e quotas de sociedades empresárias; Art.1.026, CC – O credor particular de sócio pode, na insuficiência de ou- tros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação. Exercício 11. A Lei não exige que em caso de fracionamento de cota, seja transferida a mesma proporção da cota. Posso ceder 1/3 a outro sócio, mas no valor de 50% da cota. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 27 25/2/2011 11:54:37 1. Conceito, Proteção Constitucional e Princípios 1.1 Apresentação Trabalharemos o nome empresarial. 1.2 Síntese a. Conceito: é a expressão pela qual o empresário, pessoa natural ou pessoa jurídica, apresenta-se no mercado, afi m de contrair obrigações e direitos. b. Art.5º, XXIX, CF: Capítulo 3 Nome Empresarial Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 28 25/2/2011 11:54:39 D ire ito E m pr es ar ia l 29 XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem- porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econô- mico do País; c. Princípios: Art.34 da Lei 8.934/94 – Lei do Registro Empresarial – prescreve que o nome empresarial se pautará pelo Princípio da Novidade e pelo Princípio da Veracidade/Autenticidade. “Art.34. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade.” d. Princípio da Novidade: ao se registrar o nome é necessário inovar. Não pode utilizar nome já existente. Art.1166, § único, CC. Art.1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusiv o do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial. e. Marca não se confunde com Nome. f. O Princípio da Novidade se subdivide em: » Anterioridade: quem registra primeiro é que é o dono. » Especifi cidade: não haverá colidência quando os ramos de atividades são dis- tintos. Exercício 12. Dado empresário forma sociedade e anos depois em Pernambuco, usou-se o mesmo nome, mas como marca. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 29 25/2/2011 11:54:40 D ire ito E m pr es ar ia l 30 2. Exceções aos Princípios que Orientam os Princípios. Princípio da Veracidade/Autenticidade 2.1 Apresentação Trabalharemos o nome empresarial. 2.2 Síntese a. Os princípios comportam exceções. Art.125, CPI, diz que a marca de alto re- nome será considerada protegida em todos os ramos de especialidade, assim, é exceção ao princípio da especificidade. “Art.125. À marca registrada no Brasil considerada de alto renome será asse- gurada proteção especial, em todos os ramos de atividade”. b. Exceção à anterioridade é a marca notoriamente conhecida, Art.126, CPI, goza de proteção no seu ramo de atividade, independentemente de registro. Art.126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do Art.6º bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil. § 1º A proteção de que trata este artigo aplica-se também às marcas de ser- viço. § 2º O INPI poderá indeferir de ofício pedido de registro de marca que reproduza ou imite, no todo ou em parte, marca notoriamente conhecida. c. Princípio da Veracidade: diz que a partir do nome empresarial se extrai a moda- lidade de responsabilidade dos sócios. Exemplos: ... Ltda.,, S.A...., ... S.A...., ... S.A., Cia..., ... Cia..., ... Cia. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 30 25/2/2011 11:54:40 D ire ito E m pr es ar ia l 31 d. Art.1.157, CC – “a Sociedade em que houver sócio de responsabilidade ilimi- tada, somente o nome dos sócios de responsabilidade ilimitada deve constar”. Exemplo: ... & Cia. Exercício 13. Qual a consequência de um contrato assinado por administrador no qual não conta a menção Ltda. 3. Princípio da Veracidade / Autenticidade: Sociedades Ilimitadas. Espécies de Nomes Empresariais. Título do Estabelecimento 3.1 Apresentação Finalizaremos os Princípios e veremos as espécies de nomes empresariais. 3.2 Síntese a. Princípio da Veracidade: tratando-se de sociedade em que haja sócios de respon- sabilidade ilimitada, o nome empresarial identificação de um, alguns ou todos os sócios que responderão ilimitadamente. Art.1.157, CC Art.1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bas- tando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão “e companhia” ou sua abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obri- gações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 31 25/2/2011 11:54:40 D ire ito E m pr es ar ia l 32 b. Art.1.155, CC prescreve que há duas espécies de nome empresarial: » Firma ou razão (pode ser social ou individual): é o nome empresarial que identifica um, alguns ou todos os sócios que respondam sem limitação. » Denominação: nome abstrato,não identifica membros componentes do qua- dro societário. Art.1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adota- da, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da prote- ção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. c. Toda S.A. deve fazer uso de denominação. d. A S.A. pode utilizar nome de pessoas de relevante importância na sua história, como homenagem. e. Toda denominação deve mencionar o objeto social. f. Título do estabelecimento é o nome fantasia/Apelido do empresário. Exercício 14. (Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas) Qual a proteção legal ao título do estabelecimento? 4. Exceções às Regras Gerais de Nome Empresarial 4.1 Apresentação Veremos as exceções às regras de Nome Empresarial Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 32 25/2/2011 11:54:40 D ire ito E m pr es ar ia l 33 4.2 Síntese a. Art.1.161, CC – envolve a Sociedade em Comandita por Ações. Art.1157, CC. Poderá empregar como nome Firma ou Denominação. Não é possível abrevia- ção; b. Art.1.162, CC – envolve a sociedade em conta de participação. Não tem per- sonalidade jurídica, o registro é meramente facultativo. Os sócios ocultos não aparecem. Art.993, CC. Se não tem personalidade, não tem nome empresarial, apresenta-se pelo nome do sócio ostensivo. c. Art.1.158, § 2, CC − Sociedade Ltda. pode adotar firma ou denominação. Dife- rencia-se pelo nome do objeto, ou seja, se mencionar objeto, é denominação. É exceção por conta de ser firma, a cada intercorrência, tem-se de alterar o nome empresarial. Art. 1164, CC. d. S.A. – denominação. Ltda. ou comandita por ações – firma ou denominação. As demais – firma. Exercício 15. Pode ocorrer a cessão de nome empresarial. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 33 25/2/2011 11:54:40 1. Conclave Social: Assembleia ou Reunião de Sócios 1.1 Apresentação 1.2 Síntese a. Conclave Social: órgão de cúpula da sociedade Ltda., congrega comunidade de proprietários. Pode ser procurador do sócio outro sócio ou advogado. Isso por conta das informações sigilosas da sociedade. b. Art.1.078, CC. c. Órgão obrigatório − Art.1.072, CC − A existência do órgão e o seu funcio- namento são coisas diferentes. A existência é obrigatória, mas a instalação é facultativa. Só é facultativo o conclave para EPP e ME. d. As sociedades que tenham até 10 sócios podem escolher entre Assembleia e Reu- nião. Sociedades com mais de 10 sócios, obrigatoriamente será Assembleia. Capítulo 4 Órgãos Sociais da Sociedade Ltda. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 34 25/2/2011 11:54:41 D ire ito E m pr es ar ia l 35 e. Assembleia: órgão que tem suas formalidades prescritas em lei. f. Reunião: regras delimitadas no contrato social. g. Súmula 265, STF. Exercício 16. (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) O Conclave é órgão obrigatório? 2. Conselho Fiscal e Administradores 2.1 Apresentação Veremos o Conselho Fiscal e seus Administradores. 2.2 Síntese a. Conselho Fiscal é órgão meramente facultativo. Só existirá se houver previsão no contrato social. b. Conselho Fiscal vela pela regularidade dos atos praticados pelos administradores, denunciando ao Conclave supostas irregularidades. c. Órgãos Sociais: » Conclave; » Administradores; » Conselho Fiscal. d. Composto de no mínimo três membros e suplentes, brasileiros ou estrangeiros, desde que residentes no Brasil. São impedidos os que estão proibidos de admi- nistrar e seus parentes. e. Art.1.071, CC: Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato: I – a aprovação das contas da administração; Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 35 25/2/2011 11:54:42 D ire ito E m pr es ar ia l 36 II – a designação dos administradores, quando feita em ato separado; III – a destituição dos administradores; IV – o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato; V – a modificação do contrato social; VI – a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação; VII – a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas; VIII – o pedido de concordata. f. O Conselho Fiscal faz prova para posterior processo. g. Art.1.011, CC: O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios. § 1º Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. § 2º Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as disposi- ções concernentes ao mandato. 3. Administradores: Mandatários 3.1 Apresentação Analisaremos os Administradores Mandatários. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 36 25/2/2011 11:54:42 D ire ito E m pr es ar ia l 37 3.2 Síntese a. O administrador deve ser uma pessoa. Diferentemente da S.A., que necessaria- mente deve ser pessoa física. b. Representam a sociedade ativa e passivamente. c. No silêncio do contrato social, todos os sócios são administradores. Art.1.060, CC − pode acontecer de o contrato social ser silente, mas haver documento apartado que nomeie administrador. d. Art.1.060 − “§ único. Novos sócios não têm, automaticamente, a condição de administrador. É preciso autorização expressa”. e. Art.1.061, CC − “a administração pode ser exercida por não sócio, desde que haja cláusula no contrato social. Quorum para isso: aprovação unânime en- quanto capital não integralizado; 2/3 dos sócios, se integralizado”. Exercício 17. Qual é o quorum de eleição de não sócio administrador? 4. Hipóteses de Terceiro Responder por Obrigações da Sociedade: Tipo Societário e Responsabilização 4.1 Apresentação 4.2 Síntese a. Se o sócio escolhe uma sociedade, implica a escolha do tipo de responsabiliza- ção dos sócios. b. A Responsabilização e Despersonalização da Pessoa Jurídica – decorre de lei. c. Responsabilização: atribuir responsabilidade. » Responsabilização do sócio: somente se exercendo o voto, pratica ilícito. Art.1.080, CC. Exemplo: aprovação de contas fraudulentas. » Responsabilização dos Conselheiros Fiscais: se dá da mesma maneira que a dos administradores. Art.1076, CC; Art.165, CC. » Responsabilização dos Administradores: se dá por culpa. Art.1.016, CC. Art.47, CC. “Administradores são mandatários, que via de regra não é pessoalmente Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 37 25/2/2011 11:54:42 D ire ito E m pr es ar ia l 38 responsável pelas obrigações que assume em nome da sociedade, no entanto, responderá perante a sociedade ou terceiro se agir culposamente”. Decorrente de ato Ilícito: » ilegal; » ultra vires: » excesso de poder; » contrário ao instrumento de constituição. Exercício 18. Quando o administrador responde pelo não pagamento de salário de funcionário? Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 38 25/2/2011 11:54:42 1. Hipóteses de Terceiro Responder por Obrigações da Sociedade: Responsabilização e Desconsideração da Personalidade Jurídica 1.1 Apresentação 1.2 Síntese a. Na Responsabilização, a sociedade responde solidariamente pelo ilícito. b. Na Desconsideração da Personalidade Jurídica, a sociedade nuncaresponde. c. Art.1.015, CC. d. Hipóteses de exclusão da Responsabilidade da sociedade: » Se constar no contrato social como restrição aos poderes do administrador. O STJ recentemente concluiu que deve ser feita de maneira a não prejudicar o terceiro de boa-fé. Capítulo 5 Sociedade Anônima Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 39 25/2/2011 11:54:43 D ire ito E m pr es ar ia l 40 » Se provado que era conhecida de terceiro, pois estava em conluio com admi- nistradores. » Se a operação for estranha aos negócios sociais, que compreende o objeto e as atividades periféricas que rodeiam o objeto. e. Desconsideração da personalidade jurídica: Art. 50, CC. Quando a sociedade é utilizada de forma fraudulenta, o juiz pode desconsiderar a personalidade jurídica. Afasta o véu da personalidade jurídica, tornando-a ineficaz. Estendendo aos administradores, sócios e terceiros, as consequências econômicas do caso concreto. Exercício 19. (OAB − 2007) O Juiz pode desconsiderar a Personalidade Jurídica de ofício? 2. Objeto Social, Holding, Offshore 2.1 Apresentação Analisaremos o objeto social das companhias. 2.2 Síntese a. Objeto social: qualquer que seja lícito, devendo ser discriminado completa e descritivamente. b. Direito de retirada/Direito de recesso: se a companhia não der lucro, o sócio pode solicitar retirada ou recesso. A ampliação ou redução do objeto que não implique alteração do seguimento não dá esse direito. c. Se a S.A. não der lucro, os acionistas podem solicitar sua dissolução. d. Valores mobiliários: títulos que são lançados no mercado a fim de captar di- nheiro. Não imobiliários. e. Holding negocia valores mobiliários de outras companhias chamadas de Parti- cipações. Não confundir com Offshore, que é S.A. cujas ações são ao portador, portanto, não se sabe quem são os sócios. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 40 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 41 Exercício 20. Qual a atividade preponderante da Holding? 3. Companhia Aberta X Fechada, Ações com ou sem Valor Nominal 3.1 Apresentação Analisaremos a Companhia Aberta X Fechada. 3.2 Síntese a. Companhia Aberta: Art. 4º da Lei das S.A. − se diz aberta conforme seus valores mobiliários podem ser vendidos no mercado de valores mobiliários. São com- panhias cujas ações podem ser negociadas em Bolsas de Valores e Mercado de balcão. b. Marcado de Valores Mobiliários: é composto de Bolsas de Valores e Mercado de Balcão. c. Mercado de Balcão: intermediação realizada por um banco. d. CVM: Comissão de Valores Mobiliários – autarquia federal encarregada de fis- calizar o mercado aberto. e. Companhia fechada: a negociação dos valores mobiliários é feita de maneira particular. f. Ações podem ou não ter valor nominal. g. Valor nominal: valor de face. Título menciona em si mesmo seu valor. Exemplo: cédula de dinheiro. h. Valor de mercado: lei da oferta e da procura do comércio. i. Valor estatutário: operação aritmética – produto da divisão do número de ações pelo valor do capital social. j. Título nominal: aquele que para sua validade deve mencionar o nome do bene- ficiário. Exemplo: nota promissória e letra de câmbio. k. Título nominativo: propriedade somente se transfere mediante registro. Art.20, Lei das S.A. Não existem ações ao portador no Brasil. Art.921, CC. Toda S.A. deve ter o livro de registro das ações nominativas. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 41 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 42 Exercício 21. Qual o efeito do termo de cessão de ações? 4. Representação Física e Espécies 4.1 Apresentação O autor trabalha nesta unidade as ações das sociedades anônimas, analisando- as quanto à sua representação física e suas espécies. 4.2 Síntese a. Todos os tipos de ações possuem representação física e podem ser classificadas em dois grupos: » Ações cartulares/documentais: são as ações representadas por um papel (Art.24, da lei 6.404/1976); » Ação escritural: são aquelas que serão depositadas em um banco. Em verdade não é depósito, pois em um depósito pressupõe-se a existência de coisa, mas as ações escriturais não possuem forma física, elas são apenas registradas no banco. b. As ações são divididas em três espécies: » Ordinárias/comum: são as ações que atribuem ao seu proprietário todos os direitos, essenciais e não essenciais, de um sócio e lhe impõem todas as obri- gações. O Art. 109, lei 6.404/1976, traz os direitos essenciais, que não podem ser suprimidos dos sócios. » Preferenciais: são aquelas previstas pelo Art. 111 da Lei de 6.404/1976, são ações que atribuem ao seu proprietário certas vantagens, certas preferências sobre os acionistas ordinários, em razão do que podem lhe ser subtraídos os direitos não essenciais (Art. 109 da Lei 6.404/1976). O direito a voto não é direito essencial e pode ser subtraído. » Ações de fruição/gozo: não há na prática ações de fruição ou gozo; hoje, elas estão praticamente sem utilização. Esse tipo de ação surge nos EUA e está tratada no Art. 44 da Lei de 6.404/1976. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 42 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 43 Exercício 22. Assinale se a afirmativa abaixo está correta ou errada. As ações podem ser representadas de duas formas: documental e escriturá- rias; enquanto são três as suas espécies: ordinárias, preferenciais e de fruição. 5. Vantagens Atribuíveis às Ações Preferenciais 5.1 Apresentação O autor trata do tema Sociedade Anônima, analisando as vantagens atribuíveis às ações preferenciais. 5.2 Síntese a. Conforme analisado em unidade anterior, há três espécies de ações: ordinárias, preferenciais e de fruição. b. Algumas vantagens podem ser atribuídas às ações preferenciais, e estas estão pre- vistas nos Arts. 17 e 18 da Lei 6.404/1976. Além das espécies de ações há ainda as classes: PNA, PNB, PNC. A, B, C, são as classes de ações preferenciais; essas classes variam de companhia para companhia, conforme as vantagens atribuídas e os direitos suprimidos. c. Três vantagens podem ser atribuídas às ações preferenciais: Art.18, da lei 6.404/1976: preferência política. Trata-se de uma classe de ações preferenciais que poderão eleger em separado determinados mem- bros da companhia como, por exemplo: eleger em separado o diretor finan- ceiro ou jurídico. Art.17, da lei 6.404/1976: é a preferência no recebimento do reembolso, com ou sem prêmio. Se a companhia for liquidada o acionista receberá a sua preferência, recebe antes dos demais o valor que concorreu para a cria- ção da companhia, ainda que os demais acionistas nada recebam. Podem ser com ou sem prêmio. Prêmio é semelhante a percentual, recebe não apenas o valor que concorreu para a formação da companhia, mas a ele se acresce um percentual determinado pelo estatuto. Mesmo o prêmio é pago com preferência aos demais acionistas. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 43 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 44 Art.17, da lei 6.404/1976: é a preferência no recebimento de dividendos, quando a companhia distribuir lucros. O acionista recebe antes dos demais a sua participação, ainda que os demais nada recebam. d. A doutrina classifica os acionistas em: » Empreendedor: ele busca poder; compra ações para fazer parte dos conselhos das empresas. Ele compra ações ordinárias normalmente. » Rendeiro: ele busca dividendos. Não se importa com a administração, o poder da companhia, ele apenas visa ao lucro. » Especulador: ele está associado à cotação, comprando qualquer ação que es- tiver na baixa e vende qualquer uma que estiver na alta. Ele dá liquidez ao mercado e está sempre disposto a comprar e vender. Exercício 23.As três vantagens das ações preferenciais podem ou não ser cumuladas? 6. Golden Share / Outros Valores Mobiliários: Partes Beneficiárias 6.1 Apresentação O autor trata do tema sociedade anônima analisando a Golden Share e as partes beneficiárias. 6.2 Síntese a. As golden share estão previstas no Art.17, §7º, da Lei 6.404/1976 e decorrem das privatizações ocorridas no Brasil. As golden share são ações preferenciais, de classe especial, emitidas por empresas que foram privatizadas, inegociáveis e de propriedade do ente privatizante. Essas ações não poderão ser negociadas e elas asseguram ao seu titular vantagens previstas no estatuto, inclusive de vetar certas decisões na companhia. Permanecem essas ações no poder do Estado e visam garantir a manutenção daqueles objetivos pelo quais a companhia foi criada. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 44 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 45 b. As partes beneficiárias são de origem francesa, chamadas “part de fondateur”. São títulos que asseguram ao seu proprietário participação nos lucros da compa- nhia, não superior a 10% (dez por cento). São pagas antes mesmo do pagamento dos acionistas preferenciais. O seu prazo de vigência é não superior a 10 anos, salvo quando concedidas a associações, fundações de representação dos empre- gados, em que podem ter a estipulação de um prazo maior. c. As partes beneficiárias podem ou não ser resgatáveis. Se não forem resgatáveis após o prazo estipulado no estatuto, elas caducam, não tendo direito a mais nada. Se resgatáveis, podem ser resgatadas em dinheiro ou em ações. Exercício 24. Há prazo de vigência para as golden share, para que Estado exerça seus benefícios? 7. Debêntures 7.1 Apresentação O autor trata do tema sociedade anônima analisando as debêntures, seu conceito e espécies. 7.2 Síntese a. Conceito: são os títulos da dívida privada, representando um mútuo, um em- préstimo que a Companhia estará contraindo no mercado. Está mencionado na escritura pública de emissão de debêntures, que faz as vezes do contrato de mútuo da companhia, e registrado na junta comercial da sede da companhia. b. São duas as espécies de debêntures, que em verdade correspondem à maneira como podem ser resgatadas: » Simples: resgatáveis em dinheiro. » Conversíveis: cria-se uma faculdade para o debenturista, receber o valor do título em dinheiro ou em ações. O debenturista que decidirá como quer re- ceber. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 45 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 46 c. Às debêntures podem ser atribuídos quatro direitos, de modo isolado ou conjun- tamente; a finalidade desses direitos é remunerar o capital: » Correção monetária: tem de haver previsão na escritura pública. A lei prevê diversas formas e índices de correção, vedando, no entanto, outros, como o salário mínimo. » Juros: podem ser fixos ou variáveis. » Participação nos lucros: a escritura menciona qual é o seu percentual. Se não houver lucro da companhia, não receberá nenhuma remuneração. » Prêmio: a debênture paga, além do valor investido, certo percentual que es- tará previsto na escritura. Exercício 25. Qual o órgão encarregado de registrar as debêntures? 8. Garantias 8.1 Apresentação O autor trata do tema debêntures, analisando as suas garantias. 8.2 Síntese a. São quatro as garantias atribuíveis a uma debênture: » Real: o credor tem assegurada a adimplência da obrigação por um bem desta- cado notadamente do patrimônio do devedor, mas não obrigatoriamente. São exemplos de garantia real a hipoteca a anticrese e o penhor. » Flutuante: Art. 58, §1º da Lei 6.404/1976. O privilégio e a garantia são espécies de preferência. O privilégio está ligado ao processo, é a ordem de vocação dos credores na partilha da garantia comum; ele emerge no processo, enquanto a garantia decorre do direito material. São privilégios os créditos trabalhistas, os da falência, mas também os dos Arts. 964 e 965 do Código Civil. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 46 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 47 » Quirografária: o credor tem assegurada a adimplência da obrigação com o patrimônio do devedor como um todo considerado. » Subordinada: se subordina ao pagamento de todos os demais credores, está abaixo do quirografário, será o último a receber. Art.58, §4º da Lei 6.404/1976. Exercício 26. Quais as garantias e qual a ordem de pagamento? 9. Bônus de Subscrição 9.1 Apresentação O autor trata o tema do bônus de subscrição, título de emissão exclusiva de companhias que possuem capital autorizado. 9.2 Síntese a. O bônus de subscrição é título que apenas pode ser emitido por companhia que tem capital autorizado. O capital autorizado pode ser em número de ações ou em moeda, não podendo ultrapassar jamais o valor do capital social, sendo realizado até o limite previsto no estatuto. Esgotado esse limite, um novo capi- tal autorizado poderá ser estipulado. Para a emissão do bônus de subscrição, é necessária deliberação pelo conselho de administração ou pela assembléia geral de acionistas. b. O bônus de subscrição garante ao seu proprietário a preferência, posição de van- tagem, na ordem de compra das ações do capital autorizado, quando estas forem emitidas. c. Tratando-se de preferência, não há obrigatoriedade de compra. Quando hou- ver o exercício do direito de preferência poderá desistir da compra. No entanto, se houve cancelamento da emissão das ações relativas ao capital autorizado, o bônus de subscrição se resolverá em perdas e danos e a companhia indenizará o acionista que possui o bônus de subscrição. O bônus não é um direito hipotético, ele menciona sempre a espécie, classe, quantidade e época do seu exercício. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 47 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 48 Exercício 27. Qual o limite da emissão do bônus de subscrição? 10. Capital Social: Princípios 10.1 Apresentação O autor trata do tema sociedade anônima, analisando o capital social quanto aos princípios da efetividade, determinação e intangibilidade. 10.2 Síntese a. A Sociedade Anônima − S.A., é uma empresa que se funde no Capital Social e em seus princípios. b. Princípio da Efetividade: o capital social tem de ser verdadeiro; ele não pode ser fictício, os sócios têm de transferir para a companhia dinheiro ou bens que valham aquele valor informado. Não pode haver capital social liquefeito (“water made”) que não corresponde à realidade. Os Arts. 8º e 80 da Lei de 6.404/1976 determinam que a transferência de bem diverso de dinheiro tem de passar por avaliação de empresa especializada ou por 3 peritos. Os subscritores do laudo pericial possuem responsabilidade civil e penal sobre o que foi escrito nele. A in- tegralização do capital social pode ser em dinheiro ou em imóvel (Art. 89 da Lei 6.404/1976). Quando há integralização de capital por imóvel, está dispensado o registro no cartório de imóveis. Não depende de escritura pública, mas deve respeitar as regras para a transferência de bens do Código Civil. A realização do capital em moeda corrente depende de depósito do valor em dinheiro em conta do Banco do Brasil ou outros bancos autorizados. A guia do depósito será arquivada na junta comercial. c. Princípio da Determinação: Art. 5º da Lei 6.404/1976 – a valor do capital social tem de ser exato, ele não pode ser aproximado. O valor do capital social tem de ser grafado em moeda nacional. O Decreto 857/1969 determina o curso de moeda nacional e a recusa da mesma como forma de pagamento é crime. Pode haver contratação em moeda estrangeira, mas no momento do pagamento este apenas pode ser realizado em moeda nacional. Não pode ser fixado capitalsocial Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 48 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 49 em moeda estrangeira, e é ainda vedada qualquer indexação do capital social, nem mesmo correção monetária. d. Princípio da Intangibilidade/fixidez: o capital social de companhia não pode ser alterado, nem para mais nem para menos, salvo nas hipóteses previstas em lei (Art. 6º, da Lei 6.404/1976). Exercício 28. O princípio da efetividade comporta relativização? 11. Hipóteses de Aumento do Capital Social 11.1 Apresentação O autor trata do tema sociedade anônima, analisando as hipóteses de aumento do capital social. 11.2 Síntese a. As hipóteses de aumento de capital social são exceções ao princípio da intangi- bilidade, o capital social não pode ser alterado, nem para mais nem para menos, salvo exceções. b. Três são as exceções legais em que se permite o aumento do capital social: » Correção monetária: é mera reposição nominal a valores históricos; não acres- centa nada à moeda. Hoje, a correção monetária está proibida no Brasil pela Lei 8.024/1990. Foram derrogados os seguintes dispositivos da Lei 6.404/1976: parágrafo único, do Art. 5º; inciso IV do Art. 132; inciso I do Art. 166; Art. 167 em sua totalidade, §2º do Art. 168. » Conversão de valores mobiliários: debêntures e partes beneficiárias. » Emissão de novas ações por deliberação assemblear: o artigo que fixa o capital social não é cláusula pétrea, pode a assembleia deliberar pela alteração do estatuto com a emissão de novas ações e aumento do capital social. É difí- cil a alteração por assembleia que pode ser impugnado pelos acionistas. Para evitar essas dificuldades, a companhia cria o bônus de subscrição. O capital Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 49 25/2/2011 11:54:44 D ire ito E m pr es ar ia l 50 subscrito tem que ser inferior ao capital autorizado, o que se visa é evitar a assembléia que demoraria muito. Exercício 29. O capital autorizado apenas pode ser subscrito por quem tem bônus de subscrição? 12. Hipóteses de Redução do Capital Social 12.1 Apresentação O autor trata do tema sociedade anônima, analisando as hipóteses de redução do capital social. 12.2 Síntese a. O Art. 173, da Lei 6.404/1976, é exceção ao princípio da intangibilidade do capital social. Poderá haver redução do capital social em hipóteses determinadas pela lei, quais sejam: excesso de capital social, prejuízos acumulados, acionista remisso, reembolso. b. Excesso de capital social: quando está sobrando dinheiro na companhia. Nor- malmente está associado a planejamentos tributários das companhias. c. Prejuízos acumulados: quando a companhia começa a acumular prejuízos, o dinheiro para pagar suas obrigações sairá do capital social. A companhia poderá convocar os acionistas e deliberar por reduzir o capital social no montante dos prejuízos; trata-se de uma operação estritamente financeira. d. Acionista remisso: remisso é acionista faltoso, aquele que não integralizou as ações que subscreveu; ele subscreve as ações, mas não as integraliza, não paga por elas. Quatro são as providências que podem ser tomadas contra o acionista remisso: 1. Anular as ações do acionista remisso reduzindo o capital: em verdade não se trata de anular, pois os atos praticados anteriormente permane- Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 50 25/2/2011 11:54:45 D ire ito E m pr es ar ia l 51 cem válidos. O que se faz é o cancelamento das ações com a redução do capital social. 2. Art. 107, inciso I da Lei 6.404/1976: a companhia poderá executar a dívida, cobrando do acionista remisso o valor das ações. O boletim de subscrição de ações é um título executivo extrajudicial. 3. Havendo fundos disponíveis, nos termos do Art. 3º, parágrafo único, da Lei 6.404/1976, a companhia poderá adquirir aquelas ações do acionista remisso, mantendo-as em tesouraria por até um ano. 4. Art. 107, inciso II da Lei 6.404/1976: uso das próprias razões, execução pela própria companhia, poderá tomar as ações do acionista remisso e vender a terceiro para se pagar. A venda tem de ser feita necessariamente em bolsa de valores. e. Reembolso: acionista dissidente de deliberação assemblear em que pode haver dissolução parcial com apuração de haveres (Art. 45 da Lei de 6.404/1976); ha- verá redução de capital. O acionista dissidente que pode exercer o direito de retirada é aquele que tem o voto vencido, o ausente na assembleia, aquele que exerce a abstenção na votação. Apenas não será dissidente aquele que compa- rece na assembleia e vota. Exercício 30. Qual o único caso em que companhia fechada pode vender suas ações em bolsa de valores e isso não implica abertura de capital? 13. Órgãos Sociais: Assembleia Geral de Acionistas e Conselho Fiscal 13.1 Apresentação O autor trata do tema sociedade anônima, analisando seus órgãos sociais: a Assembleia Geral de Acionistas e o Conselho Fiscal. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 51 25/2/2011 11:54:45 D ire ito E m pr es ar ia l 52 13.2 Síntese a. Há várias assembleias gerais na Sociedade Anônima – S.A., mas trataremos da- quela que é órgão da sociedade. Assembleia Geral de Acionistas é o órgão de cúpula e deliberação máximos da sociedade, apenas podem estar presentes os acionistas e seus procuradores (sócio, advogado ou um dos administradores da companhia). É o único órgão que pode modificar o estatuto da companhia. b. A AGO – Assembleia Geral Ordinária ocorre todos os anos, na mesma época, com o mesmo objeto. São características da AGO: 1. Há uma única AGO por exercício social. 2. Existe época determinada para sua realização (Art. 132 da Lei 6.404/1976): um dos quatro primeiros meses subsequentes ao término do exercício social. 3. O objeto da AGO está previsto em lei no Art. 132, da Lei 6.404/1976. c. A AGE – Assembleia Geral Extraordinária: 1. Haverá tantas tantas AGEs quanto a companhia necessite, pode haver até mais de uma no mesmo dia. 2. Não existe época, pode ser durante todo o exercício social. O Art. 131 da Lei 6.404/1976 permite que seja realizada conjuntamente com a AGO. 3. Seu objeto é residual, o que não for objeto de AGO é objeto da AGE. d. Conselho fiscal é órgão obrigatório, de instalação facultativa. Deve haver pre- visão do Conselho Fiscal no estatuto, mas este apenas entra em atividade se requerido. O órgão deve examinar e dar parecer nas contas dos administradores, controlar a sua atuação. Instalado o órgão, ele ficará em atividade até a próxima AGO, em que são tomadas as contas dos administradores. O Conselho Fiscal terá de 3 a 5 membros e seus suplentes, na realidade, são 3 ou 5 membros. A minoria pode eleger em separado seus membros, e também se defere aos acio- nistas sem direito a voto ou com direito restrito este direito. Instala-se o Conselho Fiscal a requerimento da Assembleia Geral de Acionista, por requerimento de acionista com no mínimo 10% de direito a voto, ou por acionista com 5% das ações sem direito a voto ou com voto restrito. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 52 25/2/2011 11:54:45 D ire ito E m pr es ar ia l 53 Exercício 31. Debênture é título da dívida privada, que representa mútuo e será emitida de acordo com a deliberação da AGO. 14. Órgãos Sociais: Administradores 14.1 Apresentação O autor trata do tema sociedade anônima, analisando um de seus órgãos sociais, qual seja, seus administradores. 14.2 Síntese a. Os administradores fazem as vezes do poder executivo nas sociedades anônimas. Os administradores se referem a dois órgãos: a Diretoria e o Conselho de Admi- nistração – CA. Apenas podem ser administradores pessoas naturais residentes no país, podem ser estrangeiros, mas tem de aqui residir.b. Diretoria é o órgão de representação da companhia, judicial e extrajudicial, ativa e passivamente, internacorporis ou externacorporis. Haverá no mínimo dois di- retores com mandato de até três anos, de acordo com o estatuto. São admitidas infinitas reeleições. Para ser diretor não precisa ser acionista, normalmente são pessoas altamente especializadas que são contratadas para os cargos. c. Conselho de Administração – CA, é órgão que se sobrepõe hierarquicamente à Diretoria; não é órgão de execução, mas órgão de deliberação; ele traça as políticas gerais administrativas que serão executadas pela companhia. Haverá no mínimo três membros e seus suplentes, com mandatos de até três anos que podem ser reeleitos indeterminadas vezes. O CA é um órgão facultativo, salvo em três exceções, em que será órgão obrigatório: nas companhias abertas; nas sociedades de economia mista (S.A. em que o Estado é o acionista controlador); nas companhias com capital autorizado. d. A Assembleia Geral Ordinária elege o CA, que, por sua vez, elege a Diretoria. Para ser conselheiro de administração, é necessário ser acionista. Até 1/3 dos membros do CA poderão cumular a função com a de Diretoria. Assim, podemos ter ao mesmo tempo Conselheiro e Diretor, desde que respeitado este limite de até 1/3 dos membros do CA. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 53 25/2/2011 11:54:45 D ire ito E m pr es ar ia l 54 Exercício 32. É possível a participação no Conselho de Administração de pessoas não sócias? 15. Acionista Controlador 15.1 Apresentação O autor trata do tema sociedade anônima analisando o acionista controlador. 15.2 Síntese a. Acionista controlador: ele elege os administradores de direito, orientando os órgãos da companhia. De acordo com o Art. 116 da Lei 6.404/1976, pode ser acionista controlador: » pessoa natural, pessoa física. Exemplo: Antônio Ermírio de Morais. » pessoa jurídica. Exemplo: Holdings. » acordo de voto; é um dos objetos do acordo de acionistas (Art. 118 da Lei 6.404/1976). É contrato empresarial típico, nominado. » sob controle comum (panelinha): quando as pessoas agem de modo coinci- dente, mas sem instrumento jurídico que as obrigue a tal. b. A lei prevê três objetos para o acordo de acionistas: aquisição de ações; preferên- cia na aquisição das ações (se um dos signatários do acordo vender as suas ações aos demais signatários, será dada preferência em face dos demais acionistas); acordo de voto: os acionistas se obrigam a comparecem em assembleia e votar de maneira coincidente, conjunta. c. Quando houver acordo de voto e este for registrado na sede da companhia, passará a produzir seus dois efeitos: vincula a companhia, ela terá que dar cumprimento ao acordo, mesmo que a parte signatária do mesmo não o faça. E comporta a execução específica da obrigação, será desconsiderada aquela atuação contraria a obrigação, não há perdas e danos, mas cumprimento da obrigação assumida no acordo pela parte. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 54 25/2/2011 11:54:45 D ire ito E m pr es ar ia l 55 d. Quem comprar ações vinculadas ao acordo de acionistas tem de permanecer a ele vinculado em sua atuação. Na ausência de um dos signatários do acordo de voto à Assembleia qualquer outro signatário do acordo poderá votar em seu nome, de acordo com o acordo de voto. e. Incisos I e II, do Art. 116 da Lei 6.404/1976: titular de direito de voto que lhe as- segure de modo permanente (ao menos três assembleias consecutivas) para que seja considerado controlador e tenha o direito de eleger os administradores. É a maioria em assembleia e não maioria do capital. Tem de usar efetivamente o seu poder de maioria para eleger os administradores e conduzir o funcionamento da companhia. Exercício 33. Acordo de acionista arquivado na junta comercial vincula a companhia? Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 55 25/2/2011 11:54:45 1. Transformação 1.1 Apresentação O autor trata do tema centralização e descentralização empresarial analisando a transformação. 1.2 Síntese a. O Capítulo X, subtítulo II, Título II do Código Civil, tem o seguinte título: da transformação, da incorporação, da fusão e da cisão das sociedades. No entanto, o referido capítulo não deu tratamento à cisão, que apenas é regulada pela Lei 6.404/1976. Capítulo 6 Concentração e Descentralização Empresarial Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 56 25/2/2011 11:54:46 D ire ito E m pr es ar ia l 57 b. A transformação é operação pela qual a sociedade passa de um tipo para outra sem dissolver-se, sem ser liquidada ou extinta; há apenas modifi cação do tipo so- cietário. Como exemplo, uma sociedade em nome coletivo passa para sociedade anônima, ou sociedade anônima passa a ser sociedade em cota de participação. As sociedades se distinguem pela fração em que se divide o capital social e a responsabilidade dos sócios, com a transformação, essas duas características são alteradas. c. Para que haja transformação de uma sociedade, o quórum será de unanimidade, toda transformação depende de aprovação por unanimidade dos sócios. O sócio que não concordar poderá ter a apuração de seus haveres e retirar-se da socie- dade, salvo se tiver renunciado ao seu direito de retirada. d. Há uma exceção ao quórum unânime de aprovação para a transformação e esta ocorre quando a transformação é prevista no instrumento de constituição da sociedade. A constituição da chamada “Sociedade Piloto” é muito comum na prática, em razão das difi culdades de constituição de uma sociedade anônima os empresários preferem constituir uma sociedade limitada e depois transformá-la em uma sociedade anônima. Os sócios já entram sabendo que aquela sociedade será transformada em S.A. no futuro, há a previsão no seu estatuto para essa transformação. Nesse caso, o quórum passa de unanimidade para maioria e há renúncia dos sócios ao direito de retirada. e. A transformação não enseja em dissolução da sociedade, há apenas uma alteração do tipo societário. Não pode haver prejuízos aos credores, devem ser preservados os seus direitos. As obrigações contraídas antes da transformação permanecem ilimitadas quanto aos sócios da sociedade transformada. Exercício 34. Na transformação há extinção da sociedade anteriormente existente? 2. Incorporação, Fusão e Cisão 2.1 Apresentação O autor trata do tema centralização e descentralização empresarial, analisando a incorporação, a fusão e a cisão. Direito Empresarial - JURÍDICO.indd 57 25/2/2011 11:54:47 D ire ito E m pr es ar ia l 58 2.2 Síntese a. Incorporação é a operação mais utilizada nos últimos anos, é regida pelo Art. 227 da Lei 6.404/1976. Trata-se de operação pela qual uma sociedade é adquirida por outra que a substitui em todos os seus direitos e obrigações. Há sempre duas sociedades envolvidas: uma sociedade incorporadora e uma sociedade incorpo- rada. A incorporadora vai absorver todos os direitos e obrigações da incorporada. Ela será sempre extinta, Art. 219, II da Lei 6.404/1976. A incorporadora per- manece existindo, mas com um aumento em seu patrimônio; ela é sucessora universal nos direitos e obrigações da incorporada. Não pode haver prejuízo aos credores da sociedade incorporada. b. A fusão é tratada no Art. 228 da Lei 6.404/1976, é operação pela qual duas ou mais sociedade se unem, se aglutinam para formar uma sociedade nova. São duas sociedades fundidas que vão se aglutinar formando uma sociedade nova, ambas fundidas são extintas com a fusão, há necessariamente a formação de uma nova sociedade. Essa nova sociedade é sucessora de diretos e obrigações das sociedades anteriores. Não pode haver prejuízo aos credores das fundidas, os direitos e obrigações de ambas serão agora da
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