Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - Prof. Abel Abelardo Stadniky Programa a ser desenvolvido: 01.- Noções gerais de Direito. A Disciplina da atividade humana como condição de coexistência. Regras técnicas e normas éticas. Espécies de normas éticas. 02.- Direito natural e Direito Positivo. Ramos do Direito Positivo. 03.-Fontes do Direito Positivo. Leis, costumes, doutrina e jurisprudência. 04.- Lei: conceito, classificação e hierarquia. 05.-Processo legislativo. Fases de elaboração da lei ordinária federal, estadual e municipal. 06.- Retroatividade da lei. 07.- Interpretação da lei. 08.-Pessoa física: personalidade e capacidade de direito. Individualização no meio social. Extinção da personalidade de direito. 09.-Pessoa jurídica: personalidade de direito, início e extinção. Classificação das pessoas jurídicas, segundo o ramo de direito positivo ao qual pertencem. 10.- Objeto do direito. Bens e coisas e suas classificações. 11.- Fatos Jurídicos Naturais e Atos Jurídicos. Elementos constitutivos do negócio jurídico. Defeitos do negócio jurídico. Atos ilícitos. 12.- O Estado: funções e poderes. 13.- Os princípios fundamentais do Estado Brasileiro. 14.- Nacionalidade. 15.- Direitos políticos: eleitores, elegíveis e inelegíveis. 16.- Partidos políticos. 17.-Direitos e deveres individuais e coletivos e as garantias constitucionais: hábeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção, hábeas data e ação popular. A propriedade e sua função social. 18.-Direitos sociais. Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais. A organização sindical. Bibliografia OBRAS ESPECÍFICAS. BRANCATO, Ricardo Teixeira. Instituições de Direito Público e Privado: São Paulo-SP: Saraiva, Edição, 2002. CRETELLA NETO, José; Cretela Jr., José, 1000 Perguntas e Respostas Sobre Instituições de Direito Público e de Direito Privado, Forense, 3ª Edição 2002. DOWER, Nelson Godoy Bassil. Instituições de Direito Público e Privado: São Paulo-SP: Nelpa Edições Jurídicas – L. Dower Ltda. : 11ª Edição, 2002. MARTINS, Sergio Pinto, Instituições de Direito Público e Privado, Atlas, 2ª Edição 2002. NASCIMENTO, Amauri Mascaro; Pinho, Ruy Rebello, Instituições de Direito Público e Privado, Atlas, 23ª Edição 2002. OBRAS DE DIREITO PRIVADO. CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – LEI 10.406/2001, em vigor desde 12/01/2003. DOWER, Nelson Godoy Bassil. Direito civil Simplificado – Parte Geral : São Paulo-SP: Nelpa Edições Jurídicas – L. Dower Ltda. : 1ª Edição, 2002. DOWER, Nelson Godoy Bassil. Direito Empresarial Simplificado: São Paulo-SP: Nelpa Edições Jurídicas – L. Dower Ltda. : 1ª Edição, 2002. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: São Paulo-SP: Editora Saraiva : 1° Volume: 10 ª Edição, 1994. ENCICLOPÉDIA SARAIVA DE DIREITO : São Paulo-SP: Saraiva S/A – Livreiros Editores. 1977-1982 OBRAS DE DIREITO PÚBLICO. BASTOS, Celso Ribeiro e MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil: São Paulo-SP: Editora Saraiva. 1º e 2º Volumes, 1989. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. CRETELLA JR., José e CRETELLA NETO, José.1000 Perguntas e Respostas de Direito Constitucional: Rio de Janeiro-RJ: Edições Revista Forense.3ª Edição, 1999. FERREIRA, Pinto. 1000 Perguntas Constituição Federal: Rio de Janeiro-RJ: Editora Rio: 1ª Edição. 1983. FERREIRA, Pinto. Comentários à Constituição Brasileira: São Paulo-SP: Editora Saraiva. 1° Volume, 1990. GAMA, Lídia Elizabeth Peñaloza Jaramillo Questões para Concursos Jurídicos : Leme-SP: LED Editora de Direito. 1997. GAMA, Ricardo Rodrigues. Elementos de Direito Constitucional.: Leme-SP: LED Editora de Direito, 1996. LARROYED, Marcelo. A Constituição em 1000 Exercícios: Brasília-DF: Brasília Jurídica, 1999. MORAES, ALEXANDRE. Direito Constitucional: São Paulo-SP: Editora Atlas S/A, 1999. Instituições de Direito Público e Privado Conceito Instituições de Direito Público e Privado significam o conjunto de normas jurídicas criadas pelo Estado com a finalidade de disciplinar as relações externas das pessoas no meio social. Este conjunto de normas impostas pelo Estado é dividido, para fins didáticos, em dois grandes grupos: l. Normas de Direito Público e 2. Normas de Direito Privado. Para distinguir tais normas, a doutrina parte do pressuposto de que a norma jurídica regula as relações entre pessoas na sociedade. Portanto, para se fazer a diferenciação das normas basta caracterizar quais os sujeitos que se inter-relacionam. A norma pertencerá à massa de Direito Público se um dos sujeitos for o Estado na relação com seus súditos ou com outros Estados, no exercício de seu poder de soberania. Portanto, Normas de Direito Público são aquelas que envolvem a participação do Estado, ou seja, que regulam as relações em que o Poder Público é parte. Por outro lado, a norma pertencerá ao Direito Privado se os sujeitos envolvidos na relação jurídica forem particulares, sem que haja qualquer envolvimento com o Poder Público. Normas de Direito Privado, são aquelas que disciplinam as relações entre particulares,� sem a participação do Estado. Apesar da denominação da disciplina sugerir o estudo de todas as normas criadas pelo Estado, tanto as de Direito Público como as de Direito Privado, na verdade, a pretensão deste curso é menos ampla, pois seu objetivo é estudar algumas noções básicas do Direito Público e Privado. I - Direito: Noções Gerais Direito: definição Vulgarmente, costuma-se dizer que o Direito não passa de um “sentimento”, algo assim como o amor, que nasce no coração dos homens. Não é exagero mesmo afirmar que todos sentem o Direito e que, de certo modo, todos sabem o que o Direito é. Vocábulo corrente, empregado a todo instante nas relações da vida diária para exprimir sentimento que todos já experimentamos, está gravado na mente de cada um, representando idéia esboçada em traços mais ou menos vagos e obscuros. “Isto é direito”, “o meu direito foi violado”, “o juiz reconheceu meu direito”, são expressões quotidianamente ouvidas, que envolvem a noção vulgar a respeito do fenômeno jurídico�. Entretanto, em conseqüência da precariedade dessa noção vulgar, os especialistas buscam, incessantemente, um conceito mais aprofundado para o Direito. Na verdade a palavra Direito tem diferentes concepções, tornando-se praticamente impossível reuni-las num só conceito. Para exemplificar, podemos tomar a concepção que classifica o Direito em Objetivo e Subjetivo. Direito Objetivo é o conjunto de normas vigentes que disciplinam o comportamento das pessoas no meio social. Assim, fazem parte do Direito Objetivo todas as leis que têm por finalidade dizer como agir ou em quais casos deve-se omitir ou, ainda, quais são os atos considerados criminosos. Direito Subjetivo, por sua vez, significa a faculdade ou prerrogativa do indivíduo de invocar a lei na defesa de seu interesse. Assim, o direito subjetivo de uma pessoa corresponde sempre ao dever de outra que no caso do não cumprimento poderá ser forçada a cumpri-lo através de medidas judiciais. A Constituição da República Federativa do Brasil, por exemplo, garante a todos os trabalhadores o direito de perceber o salário mínimo. O trabalhador que não receber o valor correspondente ao salário mínimo poderá exigir ou não o seu pagamento. Essa faculdade de agir, é o Direito Subjetivo. Definição de Direito É na sociedade que o Direito existe. Existindo em sociedade o Direito tem como objetivo dirimir conflitos, além de cuidar do comportamento do homem. O Direito tem como função disciplinar o comportamento da vida humana. Nesse sentido, segundo Kant, direito é o conjunto das condições sob as quais a liberdade de um se harmoniza com a liberdade de outrem mediante uma lei geral chamada Liberdade. Liberdade é faculdade de cada um se decidir ou agir segundo a própria determinação. Todos os homens devemgozar da mesma liberdade, assim o exercício da liberdade de cada um é limitado pela igualdade de todos. O único limite para o exercício pleno da liberdade individual será, portanto, o reconhecimento de igual liberdade dos outros. Todos são livres para decidir ou agir segundo sua determinação, desde que respeitado o limite imposto pelo reconhecimento das liberdades dos outros. Dai concluirmos que o exercício da liberdade de um vai até o início do exercício da liberdade de outrem, ou seja, o Direito de uma pessoa vai até o início do Direito de outra pessoa. Normatização da Vida Social – Regras Técnicas e Normas Éticas Só em passado recente, após Descartes ( 1596-1650 ) é que Ortega y Gasset e Heiddeger se preocuparam com o estudo da vida humana. Vida humana não é somente o corpo; não é, apenas, a atuação da alma; não seria, assim, o resultado de corpo e alma. Vida humana seria a co-presença do homem no mundo. Quando o homem se sente presente no mundo ele esta vivendo. Vida humana seria, assim, o testemunho que o individuo dá do mundo que o circunda. Duas são as ordens de relações possíveis: do indivíduo para com o objeto e do indivíduo para com outro indivíduo. Estas relações podem ensejar choques de interesses. Vejamos dois exemplos: a)- Eu disponho de R$ 100,00 e preciso comprar um livro e uma caneta. Cada um custa R$ 100,00. Há aqui um choque ou um conflito entre dois interesses de um mesmo indivíduo ( indivíduo em relação a dois objetos). Esse conflito é denominado de intra subjetivo. b)- Também pode acontecer que dois indivíduos, dispondo cada um de R$ 100,00 queiram comprar um único objeto: conflito, portanto, no âmbito social, entre dois indivíduos. Esse conflito é denominado de inter subjetivo. A questão que se apresenta, neste momento, é justamente saber como solucionar estes conflitos. Os conflitos intra subjetivos são resolvidos através de regras técnicas. Os intersubjetivos através de normas éticas. As regras técnicas podem ser definidas como: a regulamentação que preside a atividade humana, objetivando conseguir, de modo mais fácil, rápido e eficaz, uma dada utilidade. Elas dizem respeito à vida humana e à sua regulamentação. As normas éticas podem ser consideradas como: a regulamentação das relações entre indivíduos, objetivando possibilitar a coexistência social. Geralmente toda conduta humana implica na aplicação de uma regra técnica e de uma norma ética, simultaneamente. Por exemplo: um jogador de futebol ao passar por seus adversários com a bola, aplica regras técnicas, efetuando “dribles”; entretanto, se ele empurrar o adversário, estará contrariando uma regra ética. Distinção entre regra técnica e norma ética. Muitos são os estudiosos que se dedicaram a formular a distinção entre a regra técnica e a norma ética. Korkounov, por exemplo, afirma que as regras técnicas produzem conseqüências só no âmbito do indivíduo. A sua inobservância causaria prejuízo, apenas, ao individuo que a desobedecesse, ao passo que a norma ética produziria conseqüências no âmbito da coletividade. Como primeira decorrência desta afirmação, diz Korkounov que as regras técnicas são facultativas e as normas éticas são obrigatórias. Entretanto esta afirmação não resiste a analise crítica, como podemos observar com o seguinte exemplo: um engenheiro vai construir uma casa e desrespeita as regras técnicas de engenharia. A casa acaba caindo e ferindo ou matando pessoas. Vemos, aí, que o individuo desrespeitou regras técnicas, mas as conseqüências do ato não se restringiu ao âmbito daquele individuo. Quem melhor situa a diferença entre a regra técnica e a norma ética é Carlos Cossio. Diz ele: “ Toda conduta humana é o resultado de uma soma de ACÕES “. Exemplo: um agricultor deseja construir uma armadilha para capturar animais daninhos que vêem dizimando sua plantação. A situação fática acima mencionada pode ser vista sob dois aspectos distintos: 1)- como o individuo age; 2)- para que o individuo age. Com relação ao primeiro aspecto, ou seja a atuação na construção da armadilha, várias etapas deverão ser cumpridas para que se atinja o objetivo desejado: a)- estudo do local onde a armadilha será colocada; b)- compra do material; c)- confecção da planta, etc. Neste aspecto o individuo deverá observar as regras técnicas para a construção de uma armadilha eficaz. Com relação ao segundo aspecto vamos verificar qual o desejo do individuo com a construção da armadilha e assim teremos a apreciação de normas éticas. Em suma, a regra técnica objetiva a realização de um fim, enquanto a norma ética visa a conveniência de um fim. A regra técnica objetiva a perfeição do ato. A norma ética visa aperfeiçoar o agente do ato. A regra técnica explica como se alcança um fim. A norma ética cuida conveniência de se alcançar um fim. Classificação das normas éticas Os autores não são unânimes ao se manifestarem com relação aos diversos tipos de normas éticas. Leon Duguit, por exemplo, afirma que as normas éticas podem ser resumidas numa única norma: não fazer nada que atente contra a solidariedade social em qualquer de suas formas, e tudo fazer que conduza à realização e aperfeiçoamento da solidariedade mecânica e orgânica. No entanto essa afirmação de Duguit não pode ser considerada norma ética única, uma vez que indica o fim visado por todas normas éticas, que é a afirmação de condições que possibilitem a coexistência social. Outros autores, como Gurvitch, Del Vecchio, Cossio, indicam a existência de duas classes de normas éticas : Normas Morais e Normas Jurídicas. Outros, ainda, como Espíndola, Cogliolo, afirmam a existência de três espécies de normas éticas: Morais, Jurídicas e Religiosas. Por fim, há autores, como François Geny, Vanni e Recasens Siches, que classificam as normas éticas em quatro espécies: a)- Normas de uso social; b)- Normas religiosas; c)- Normas morais; d)- Normas jurídicas. Normas de Uso Social visam amenizar a vida em comum. Caracterizam, também, determinados tipos de conduta: Usual ou Convencional. Significa a conformação do homem ao querer aquilo que acha que deve ser feito para satisfazer aos outros. É uma conformidade exterior. A etiqueta, o decoro, as normas de correspondência epistolar constituem normas de uso social e, conforme sejam elas observadas, ou não, implicam num juízo de aprovação ou desaprovação por parte da comunidade, e nisto consiste sua sanção. Normas Religiosas visa tornar o homem devoto, piedoso e santo. Na conduta religiosa o homem age sem encontrar em si ou nos outros homens o valor determinante deste agir. Ele age em função de um valor que transcende a si mesmo e aos outros homens. Procura encontrar aquilo que nele é eterno, porque receia alguma coisa que está acima de si mesmo. Normas Morais visam o aperfeiçoamento espiritual do homem. É o conjunto de normas que disciplinam o homem em Sociedade e que, impondo somente deveres, visa o seu aperfeiçoamento, segundo o paradigma vigorante em determinado grupo social. O parricídio ( matar o próprio pai ) é um dos maiores crimes entre nós. No entanto na Oceania, este mesmo fato não constitui um crime. O filho deve tirar a vida do pai, quando este está velho e doente, incapacitado para exercer função na sociedade. As normas morais tem por objeto, como as jurídicas, disciplinar a conduta social do homem, mas distinguem-se das normas jurídicas, pois apreciam a conduta humana em relação ao próprio individuo, enquanto as normas jurídicas apreciam-na em relação a outro individuo. Normas Jurídicas são normas formalmente criadas pelo Estado e impostas coercitivamente à conduta humana com objetivo de discipliná-la, permitindo a convivência social. Ela se caracteriza pela bilateralidade: ao mesmo tempo que estabelece deveres jurídicos de conduta, como prerrogativa, atribui faculdade a outro individuo de reclamar ou exigiro dever. II - RAMOS DO DIREITO POSITIVO 1. Direito Natural Público Internacional Privado Constitucional Administrativo 2. Direito Positivo Público Tributário Penal Nacional Processual ou Judiciário Civil Privado Trabalho Empresarial Direito Natural e Direito Positivo. Direito Natural - São os princípios existentes em todas as legislações ou que nelas devem estar presentes, por se fundarem numa idéia superior de justiça da qual o homem não pode afastar-se. O Direito Natural para os que aceitam a sua existência, é aquele que não se consubstancia em normas impostas ao indivíduo pelo Estado, mas sim uma lei anterior e superior ao Direito Positivo. Ele se impõe a todos os povos pela própria força dos princípios supremos dos quais resulta; é constituído pela própria natureza e não pela criação dos homens. São exemplos, o direito de se reproduzir, o direito de viver, etc. O Direito Positivo compreende o conjunto de normas jurídicas em vigor num Estado determinado e numa determinada época. É o direito, histórica e objetivamente estabelecido, encontrado em leis, códigos, tratados internacionais, costumes, decretos, regulamentos etc. É o direito cuja existência não é contestada por ninguém. Em síntese, o Direito Positivo é o direito que depende da vontade humana, enquanto o Direito Natural é o que independe de ato de vontade, por refletir exigências sociais de natureza humana, comuns a todos os homens. Vejamos os conceitos, detalhadamente: Direito Internacional Público - É um Ramo do Direito Positivo, cujas normas têm por finalidade regular as relações entre Estados soberanos. Direito Internacional Privado - É um Ramo do Direito Positivo, cujas normas regulam as relações de ordem privada na sociedade internacional. São normas jurídicas que têm por finalidade resolver os conflitos de leis entre o ordenamento jurídico de dois ou mais Estados. Direito Constitucional - É um Ramo do Direito Positivo nacional público, cujas normas têm por finalidade traçar os princípios fundamentais de todo o Direito do Estado, regulando sua organização política e ditando os direitos básico a quem vive no território deste Estado. Direito Administrativo - É um Ramo do Direito Positivo nacional público, cujas normas têm por finalidade disciplinar a organização do Estado para que possa administrar o bem público a fim de proporcionar o bem estar à coletividade. Direito Tributário - É um Ramo do Direito Positivo nacional público, cujas normas têm por finalidade a instituição e a arrecadação de impostos, taxas e outras fontes de receitas do Estado. Direito Penal - É um Ramo do Direito Positivo nacional público, cujas normas têm por finalidade definir crimes e impor penas. Direito Processual ou Judiciário - É um Ramo do Direito Positivo nacional público, cujas normas têm por finalidade regular as soluções de conflitos de interesses pelos órgãos do poder Judiciário. Direito Civil - É um Ramo do Direito Positivo nacional privado, cujas normas têm por finalidade regular as relações entre particulares e as destes com o Estado, desde que despido de suas prerrogativas. Direito do Trabalho - É um Ramo do Direito Positivo nacional privado, cujas normas têm por finalidade regular a prestação de serviços subordinados. Regula, portanto, as relações empregatícias. Direito Empresarial - É um Ramo do Direito Positivo nacional privado, cujas normas têm por finalidade disciplinar o exercício da atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços. * Com a entrada em vigor do Código Civil em 11/01/2003, a profissão de comerciante e os atos de comércio que eram reguladas pelo Código Comercial, passaram a ser disciplinadas por ele, através do Livro II – Do Direito de Empresa. Estudo Dirigido O que se entende por Instituições de Direito Público e Privado? Qual a diferença entre direito objetivo e direito subjetivo? O que se entende por regra técnica? O que se entende por norma ética? Quais são os tipos de normas éticas. Qual a diferença entre as normas de Direito Público e Privado? O que são normas de Direito Positivo? O que é Direito Natural? Quais são os ramos do Direito Positivo Nacional Público? Quais são os ramos do Direito Positivo Nacional Privado? Para que se prestam as normas do Direito Internacional Público? De que tratam as normas jurídicas do Direito Internacional Privado? O que se entende por Direito Constitucional? De que tratam as normas jurídicas do Direito Administrativo? O que é Direito Tributário? O que se entende por Direito Penal? Qual a denominação do ramo do Direito Positivo cujas normas têm por finalidade a solução dos conflitos de interesses, através do Poder Judiciário? O que é Direito Civil? De que tratam as normas jurídicas consideradas de Direito do Trabalho? O que é Direito Empresarial? III - FONTES DO DIREITO POSITIVO 1. Conceito de Fonte A expressão “fontes do direito” tem várias acepções. Podemos considera-la como o meio técnico de realização do direito objetivo. A autoridade encarregada de aplicar o direito e também aqueles que devem obedecer aos seus ditames precisam conhecer as suas fontes, que são de vária espécies. Assim, teremos a Fonte de Produção e as Fontes de Conhecimento do Direito Positivo. A Fonte de Produção é o Estado. As Fontes de Conhecimento, por sua vez, se subdividem em imediatas ou primárias e mediatas ou secundárias. Como Fontes imediatas ou primárias temos: a lei e o costume. Como Fontes mediatas ou secundárias temos: a doutrina e a jurisprudência. Desta forma, as Fontes do Direito Positivo podem ser representadas no seguinte quadro sinóptico: Fonte de Produção Estado Lei Imediatas ou primárias Costume Fontes de Conhecimento Doutrina Mediatas ou Secundárias Jurisprudência Vejamos, resumidamente, todas as fontes: 1)- Lei - Lei, considerada como fonte do Direito Positivo, é o preceito formal que emana da autoridade suprema do Estado, mediante a qual se criam, modificam ou revogam normas de Direito. A lei é a mais importante fonte do Direito Positivo, pois é a primeira a ser consultada, quando se quer dirimir qualquer controvérsia. Em países como o nosso, em que o Direito é escrito, a lei assume papel de suma importância. Por essa razão, trataremos dela logo a seguir, pois faremos observações de ordem mais particular a seu respeito. 2)- Costume - Podemos definir costume como o posicionamento uniforme e reiterado de uma coletividade diante de um determinado acontecimento ou fenômeno social. As leis escritas, entretanto, não compreendem todo o Direito. Concomitantemente, há normas costumeiras, também chamadas consuetudinárias que, embora, não constem de preceitos votados por órgãos competentes, geram obrigações. A obediência a uma conduta, por parte de uma coletividade, configura um uso. A reiteração desse uso forma o costume. Segundo lição de Vicente Ráo, “costume vem a ser a regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo, que a observa por modo constante e uniforme, e sob a convicção de corresponder a uma necessidade jurídica.� Nos dizeres de João Franzen de Lima, “costume é o produto de uma elaboração entre os homens. O emprego de uma determinada regra pararegular determinada situação, desde que se repita reiteradamente, quando igual situação se apresente de novo, constitui uma prática, um uso, cuja generalização através do tempo leva a todos os espíritos à convicção de que se trata de uma regra de Direito. Esse hábito que adquirem os homens de empregar a mesma regra sempre que se repete a mesma situação, e de segui-la como legítima e obrigatória, é que constitui o costume”�. Mais cedo ou mais tarde determinados costumes acabam por ser cristalizados em uma lei, passando, pois, a integrar a legislação do País. Exemplo de uma norma costumeira que, apesar de não estar consagrada em lei e nem por isso deixa de ser obrigatória, é a chamada “fila”, seja de ônibus, seja para ingresso em lugar concorrido. Para que um costume seja reconhecido como tal é preciso: a)- que seja contínuo; fatos esporádicos não são considerados costumes; b)- que seja constante, vale dizer: a repetição dos fatos deve ocorrer sem dúvidas e sem alteração; c)- que seja moral, isto é, o costume não pode contrariar a moral ou os bons hábitos; d)- que seja obrigatório, isto é, que não seja facultado à vontade das partes interessadas; e)- que não seja contrário à lei, o costume não tem poder de modificar uma norma legal; Como já vimos o Direito Consuetudinário � é aquele baseado nos costumes. Consuetudinário vem da palavra latina consuetudine, que significa costume. 3)- Doutrina - A doutrina pode ser definida como o resultado da opinião científica dos estudiosos do Direito (doutos) a respeito de uma norma ou um conjunto de normas jurídicas. É o conjunto de investigações e reflexões teóricas e princípios metodicamente expostos, analisados e sustentados pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no estudo das leis. É fonte secundária ou mediata do Direito. Como salienta Caio Mário da Silva Pereira, ”em determinadas fases da cultura jurídica, sobressaem escritores, a cujos trabalhos todos recorrem e de tal forma que as suas opiniões acabam por se converter em preceitos obrigatórios. No século passado e no começo deste, os livros de Lafayette, Teixeira de Freitas, Ribas, Coelho Rodrigues tiveram este prestígio. Eram citados pelos juizes e fundamentavam suas decisões”�. Com efeito, é de grande valor o trabalho dos doutrinadores na elaboração do direito objetivo, pois ao apontar falhas, inconvenientes e defeitos da lei vigente, acaba encaminhando o legislador para a elaboração de lei mais perfeita. 4)- Jurisprudência - São decisões reiteradas dos Tribunais de Justiça a respeito de controvérsias semelhantes. São normas gerais extraídas de decisões reiteradas dos tribunais num mesmo sentido, numa mesma direção interpretativa. Sempre que uma questão é decidida reiteradamente do mesmo modo, surge a jurisprudência. Ela é uma fonte mediata ou secundária do Direito. Não tem poder de levar o juiz a decidir casos semelhantes da mesma maneira, entretanto, fornece importantes subsídios na solução de outros casos. Consultar decisão transcrita na página 44 e seguintes Como exemplo para melhor compreender o valor da jurisprudência na formação do Direito podemos citar os direitos da concubina. Até há pouco tempo, a concubina não tinha qualquer direito reconhecido pelo nosso ordenamento jurídico, todavia, longa série de julgados alterou tal situação. Atualmente é pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, reconhecendo a ela o direito à remuneração de seus serviços de valor econômico e à sua parte nos bens adquiridos com o esforço comum do casal. Neste sentido, a súmula 380 do Supremo Tribunal Federal dispõe: “Comprovada sociedade de fato entre concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum”. Este entendimento jurisprudencial já produziu frutos no nosso Direito Positivo na medida em que a Constituição de 1.988, art. 266, § 3°, dispõe: “Para efeitos da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher, como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. Em 10/05/96 entrou em vigor a Lei 9.278, regulamentando a União Estável. À série de exemplos pode ser acrescido um dos temas mais polêmicos da sociedade moderna: a união entre homossexuais. Recentemente, verificamos decisões de nossos Tribunais reconhecendo a sociedade de fato na união entre homossexuais, assegurando o direito da meação dos bens adquiridos na constância do convívio e com esforço comum. IV - Preenchimento da lacuna da lei A solução dos litígios é realizada pelo Estado, através do seu representante próprio, o juiz. O juiz aplica a lei à uma situação litigiosa concreta, dizendo a quem pertence a razão. A fonte principal utilizada pelo juiz para decidir um litígio na sentença é a lei jurídica. Por outro lado, o juiz tem a obrigação de proferir a sua decisão final, ou seja, de proferir a sentença solucionando o litígio que lhe foi submetido. O que não pode acontecer é o juiz não dar decisão, alegando não existir lei a ser aplicada ou ser ela lacunosa ou obscura. Quando a lei for lacunosa, obscura ou, ainda, não existir lei que discipline o fato causador do litígio, o juiz decidirá com apoio na analogia e nos princípios gerais do direito. 1. A n a l o g i a Ao consultarmos o Dicionário do Aurélio�, verificamos que a palavra analogia possui diversas acepções. Juridicamente, significa a operação lógica mediante a qual se suprem as omissões da lei, aplicando à apreciação de uma dada relação jurídica, as normas de direito objetivo disciplinadoras de casos semelhantes. A analogia consiste em aplicar a um caso não previsto na lei, uma outra lei que disciplina um caso semelhante, pois fatos semelhantes exigem normas semelhantes. Como exemplo de aplicação da analogia lembramos aqui a Lei n° 2.681 de 1912, que é sempre mencionada como interessante exemplo da sua aplicação. Destinada a regulamentar a responsabilidade das companhias de ferro por danos causados a passageiros e a bagagem, passou a ser aplicada, por analogia, a todas as espécies de transportes terrestres ( bonde, metrô, ônibus e até em acidentes ocorridos em elevadores), à falta de legislação específica. 2. Princípios gerais do Direito Princípios, sob o ponto de vista da filosofia, são proposições diretoras de uma ciência, às quais todo o desenvolvimento posterior dessa ciência deve estar subordinado. Toda ciência é constituída por princípios. Há princípios que são comuns a todas as ciências e aplicáveis a todos os campos do saber, como é o caso do movimento ou do equilíbrio: sãos os chamados “princípios universais”. Cada ciência, por sua vez, é gerida por princípios ou cânones. Os princípios da ciência do Direito são chamados de princípios gerais do Direito e abrangem todos os ramos da ciência jurídica. Assim, cada ramo do direito também terá seus princípios particulares que distinguem os ramos entre si. Os princípios gerais do Direito têm grande importância no preenchimento da lacuna da lei, pois existindo lacunas ou omissões no sistema legal e não podendo o juiz servir-se da analogia para solucionar o caso que lhe é submetido, apelará para os princípios gerais do Direito. Na expressão de Caio Mário da Silva Pereira, “a invocação dos princípios gerais do Direito faz apelo às inspirações mais altas da humanidade civilizada, e joga com aquelas normas incorporadas no patrimônio cultural e jurídico da nação, permitindo ao juiz suprir a deficiência legislativa com a adoção de uma cânon que o legislador não chegou a ditar sob a forma de preceito, mas que se contém imanente no espírito do sistema jurídico” �. Nosso legislador não especificou quais são esses princípios, uma vez que seus enunciados são manifestações do próprio espírito de uma legislação. No entanto, a título de exemplo, enumeramos alguns princípios gerais de Direito: 1. Ninguém pode transferir mais direito do que tem. 2. Ninguém deve ser condenado semser ouvido. 3. Ninguém pode invocar a própria malícia em benefício próprio. 4. Os contratos devem ser cumpridos. 5. O direito individual da pessoa vai até onde inicia o direito da outra. Ainda, a título de exemplo, podemos citar alguns princípios particulares aplicáveis a ramos do Direito: 1. Direito da Família - os princípios visam sempre o reforço do núcleo familiar. 2. Direito do Trabalho, tem como princípio dominante a proteção do empregado. 3. Direito Penal, tem como princípio decidir em favor do réu sempre que haja dúvida. V - L E I Como mencionamos anteriormente, a lei é a fonte principal do Direito. Passamos a tratar da Lei, fazendo considerações de ordem mais particular sobre o tema. 1. Conceito Não há unanimidade quanto ao conceito de LEI entre os estudiosos. A discussão começa com o próprio significado etimológico da palavra. Uns acreditam que “lei” vem do verbo latino “ligare”, que significa “ligar”. Outros, julgam que vem da palavra latina “legere”, que significa “ler”. A palavra tanto pode originar-se do verbo “ligar”, pois, com efeito, lei é algo que liga, no sentido de vincular obrigatoriamente a todos, quanto de “ler”, porque a lei é uma disposição que, sendo escrita, há de ser lida. No entanto, há outro aspecto que nos chama atenção. A palavra LEI é empregada em sentido amplo e, também , em sentido restrito. Isto pode causar certa perplexidade quando nos defrontamos com as várias definições de LEI elaboradas pelos estudiosos do Direito. Para facilitar a compreensão dos diversos sentidos em que LEI é usada, mais ou menos amplos, podemos esboçar o seguinte quadro: 1. Normas dos fenômenos físicos Lei Constitucional Lei Complementar Normas jurídicas Lei Ordinária LEI Decreto-lei 2. Normas dos fenômenos sociais Medida Provisória Normas de uso social Normas religiosas Normas morais. Assim, se encararmos a LEI em sentido amplo, ela poderá referir-se à regra que rege tanto os fenômenos físicos, como os fenômenos sociais. A chamada LEI dos fenômenos físicos é aquela fixada em razão da observância de certos fenômenos. Se o fenômeno se repete constantemente, sempre da mesma forma, nasce ali a norma em razão desta constância. Em conseqüência, se diz que a lei dos fenômenos físicos indica sempre “o que é”. Não raro, encontramos pessoas usando as expressões: Lei da Física, Lei da Matemática, etc. , pois essas normas foram fixadas a partir da observância da repetição do fenômeno. Na matemática, por exemplo, encontramos a regra que estabelece que “na adição a ordem dos fatores não altera o produto”. Essa regra, conhecida como LEI, expressa exatamente “o que é”, pois a ordem dos fatores jamais alterará o produto na adição. A chamada LEI dos fenômenos sociais não pode ser representada pela expressão “o que é”, pois, na verdade, representa, tão somente, um ideal de comportamento, uma vez que ela pode ser infringida, desrespeitada e, por essa razão, pode ser representada pela expressão “o que deve ser”. Assim, quando a LEI estabelece que matar alguém é crime, está indicando um ideal de comportamento, ou seja, que não se deve tirar a vida do semelhante. As Leis dos fenômenos sociais podem ser encaradas sob aspectos mais particulares. Há normas jurídicas, normas morais, normas de uso social e normas religiosas. Nosso campo de interesse reside nas Normas Jurídicas, que se caracterizam por certas especificidades. Há diversas espécies de “LEIS”, como a Lei Constitucional, a Lei Ordinária, o Decreto-lei, a Medida Provisória, etc. Cada uma com suas particularidades, no entanto, denominadas genericamente de Lei. Ruy Rebello Pinho e Amauri Mascaro Nascimento�, citam diversas definições de Lei elaboradas por pensadores em épocas diferentes. Ao analisarmos tais definições, em confronto com o acima exposto, concluiremos que as concepções vistas até aqui referem-se à Leis encaradas sob aspectos diferentes. Vejamos: Auguste Comte (Isidore Auguste François Marie Comte, filósofo e matemático francês – 1798-1857), por exemplo, segundo os citados autores, definiu LEI como “relações constantes de sucessão e semelhança entre os fenômenos”. Na concepção de Stuart Mill (John Stuart Mill, filósofo e economista inglês – 1806-1873), a LEI decorre de “Relações constantes de sucessão e simultaneidade”. Igualmente, Bertrand ( Bertrand Arthur Willian Russel, matemático e filósofo britânico – 1872-1970), definiu-a como “Relações constantes e invariáveis que ligam os fenômenos”. Tais definições nos levam a crer que os respectivos autores estão se referindo tão somente às leis dos fenômenos físicos, pois salientam a invariabilidade dos fenômenos. A definição atribuída a Ahrens ( Heinrich Ahrens, jurisconsulto e filósofo alemão – 1808-1874) nos leva a deduzir que o autor possui uma visão mais genérica, pois assim se expressa quanto a LEI: “Regra geral e constante que domina a ordem dos fenômenos, quer no mundo físico, quer no mundo moral”. Nesta definição concebe-se a LEI, no sentido genérico, englobando, portanto as duas espécies: a dos fenômenos físicos e a dos fenômenos sociais, que o autor denomina de fenômenos do mundo moral. Por último, queremos chamar a atenção sobre a definição atribuída a Beseler que, tendo uma perfeita visão dos diversos tipos de LEI, especifica a LEI à qual está se referindo, quando assim se expressa: “A lei, considerada como fonte do Direito Positivo, é o preceito formal que emana da autoridade suprema do Estado, mediante a qual se criam, modificam ou revogam normas de Direito.” Esta definição expressa com melhor precisão a dinâmica social presente no processo de criação das normas de Direito, bem como salienta o papel do Estado, enquanto fonte de produção, e da Lei, enquanto fonte do conhecimento do Direito Positivo. 2. Classificação das leis As LEIS poderão ser classificadas sob diversos aspectos. Entretanto, vamos nos deter somente em dois: 1. quanto à natureza e, 2. quanto à origem. Substantivas 1. Quanto à natureza Adjetivas Federais 2. Quanto à origem Estaduais Municipais 1. Quanto à natureza: Substantivas - São aquelas que contêm uma regra de organização ou de comportamento. São as chamadas leis de fundo, como as que compõe o Código Civil, Código Penal, etc. Adjetivas - São aquelas que contêm uma regra que estabelece a forma pela qual o Estado, através do Poder Judiciário, aplica a sanção prevista nas leis substantivas. Contêm normas que determinam a forma de resolver os conflitos de interesses submetidos ao Estado. São normas de procedimento, como as contidas no Código de Processo Civil, Código de Processo Penal. 2. Quanto à origem: Federais - São leis que emanam do Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados) e têm aplicação em todo território nacional. Estaduais - São leis originárias das Assembléias Legislativas Estaduais, cuja aplicação se restringe ao território do respectivo Estado-Membro. Municipais - São leis originárias das Câmaras de Vereadores, cuja aplicação se restringe ao território do respectivo Município. 3. Hierarquia da lei No caso do Brasil, um Estado Federativo constituído de unidades políticas autônomas agregadas à União Federal, três são as fontes originárias da LEI. Por essa razão e para se evitar o conflito de leis originárias de unidades diferentes, que possam disciplinar diferentemente um mesmo fenômeno social, é que se preconizou uma ordem de importância das Leis, evitando-se, assim os possíveis conflitos de Leis. Essa hierarquia da Lei obedece a seguinte ordem: Lei Constitucional Federal Lei Complementar e Ordinária Federal Lei ConstitucionalEstadual Lei Complementar e Ordinária Estadual Lei Orgânica do Município Lei Complementar e Ordinária Municipal Assim, uma Lei Estadual não pode contrariar os dispositivos de uma Lei Federal e se isso ocorrer ela será inaplicável, ressalvados os casos de competência exclusiva dos Estados e Municípios. Uma Lei Federal estabelece o princípio a ser seguido pelas Leis de hierarquia inferior que a ela devem coadunar-se. Leis inconstitucionais são aquelas que entram em choque com preceitos contidos na Constituição Federal, que é a lei que ocupa o topo da pirâmide da hierarquia das leis. 4. Fases de elaboração da Lei Para que possamos melhor entender as fases de elaboração da leis, tomaremos como exemplo, as fases de elaboração de uma lei ordinária no âmbito federal, que comporta duas Casas Legislativas (Senado e Câmara dos Deputados), diferentemente do âmbito Estadual e Municipal, que comportam apenas uma Casa Legislativa (Assembléia Legislativa, no Estado e Câmara de Vereadores, no Município). A elaboração da Lei Ordinária compreende uma série de atos que devem ser praticados por determinados órgãos para a validade formal da lei. As fases desta elaboração podem ser representadas pelo seguinte quadro: 1. Iniciativa 2. Discussão e votação Expressa Sanção Tácita Total 3. Execução Veto Parcial Promulgação Publicação 4.1. Iniciativa Iniciativa é a faculdade de propor um projeto de Lei. É atribuída à pessoas ou colegiados. A iniciativa da Lei Ordinária, no âmbito federal compete: ao Presidente da República aos Senadores aos Deputados Federais ao Procurador Geral da República às Comissões especializadas ao Supremo Tribunal Federal aos Tribunais Superiores aos cidadãos Comumente, a elaboração do projeto de Lei Ordinária Federal cabe ao Presidente da República, aos Senadores ou Deputados Federais. No caso do projeto de lei ser de iniciativa do povo, ele deverá ser subscrito por, pelo menos, 1% dos eleitores, distribuídos por, pelo menos, 5 Estados da Federação, sendo que estes Estados deverão estar representados por, pelo menos, 0,3 % de seus eleitores. 4.2. Discussão e Votação Se o projeto de lei for, por exemplo, de iniciativa do Presidente da República, será encaminhado à Câmara dos Deputados, onde iniciará sua tramitação no Poder Legislativo. Esta tramitação representa a segunda fase de elaboração e é denominada de Discussão e Votação. Ao chegar na Câmara dos Deputados, o projeto é submetido às Comissões Especializadas. Comissões Especializadas - são colegiados formados por Deputados Federais com o objetivo de analisar projeto e emitir parecer sob determinados aspectos específicos da Lei, para o qual a Comissão foi constituída. Assim, por exemplo, haverá uma Comissão com o objetivo de verificar se o projeto de Lei não contraria dispositivos contidos na Lei hierarquicamente superior. No caso da lei ordinária federal, verifica-se que ela é hierarquicamente inferior à Constituição Federal. Essa Comissão Especializada , na Câmara dos Deputados, é denominada de Comissão de Constituição e Justiça e de Redação- CCRJ. Outras comissões existem como a Comissão de Direitos Humanos - CDH, Comissão de Educação, Cultura e Desporto- CECD , Comissão de Fiscalização Financeira e Controle – CFFC., etc. Nas Comissões Especializadas, o projeto de lei poderá receber emendas. Após ser submetido às Comissões Especializadas e receber os respectivos pareceres o projeto será enviado ao plenário, quando, então ocorrerão os debates (discussão) e a votação. A aprovação do projeto de lei ordinária se dá por maioria simples ou relativa. Vamos aqui, abrir um parênteses para esclarecer os atributos da Maioria: Maioria Simples ou Relativa - é a simples superioridade numérica de votos. A aprovação por maioria simples se dará se o projeto obtiver mais votos favoráveis do que contrários. Maioria Absoluta - é número igual ou superior à metade do total dos votos, mais um voto. A aprovação por maioria absoluta se dará se o projeto obtiver pelo menos 50%+1 dos votos. Maioria Qualificada - é o número superior de votos ao da maioria absoluta, e poderá ser representada por 2/3, 3/5 dos votos. A aprovação por maioria qualificada de 3/5, por exemplo, só ocorrerá se o projeto obtiver a aprovação de, pelo menos, 3/5 dos votos. Quorum - é o número mínimo de pessoas presentes para que uma assembléia deliberativa seja considerada válida. Assim, quando um colegiado for constituído para tomar qualquer deliberação é indispensável a fixação do quorum. A falta de quorum invalida a deliberação que , por ventura, tenha ocorrido. O projeto aprovado no 1° Turno de Discussão e Votação, será submetido ao 2° Turno de Discussão e Votação. Se for novamente aprovado por maioria simples, estará aprovado na Câmara dos Deputados. No sistema bicameral as deliberações tomadas por uma das câmaras deverá ser submetida a outra, que funcionará como revisora. Por isso, o projeto de lei ordinária aprovado na Câmara dos Deputados é enviado ao Senado, onde, após passar pelas Comissões Especializadas e receber os respectivos pareceres, será submetido a mais um (1) turno de Discussão e Votação. Se aprovado pela maioria simples, neste único turno de revisão, estará aprovado no Poder Legislativo. Arquivamento do projeto - o projeto de lei será arquivado se receber pareceres contrários de todas as Comissões Especializadas. Este é único caso em que as Comissões Especializadas têm força deliberativa na elaboração da lei ordinária, uma vez que sua função primária é emitir pareceres. Outra forma de arquivamento do projeto de lei é a não aprovação pela maioria simples em qualquer um dos três turnos de votação - dois na casa iniciadora e um na casa revisora. 4.3. Execução O projeto de lei aprovado no Legislativo é enviado ao Poder Executivo, que participa na elaboração da lei ordinária. Esta fase recebe a denominação de fase da execução. SANÇ�ÃO - é a aprovação, no Poder Executivo, do projeto de lei já aprovado no Legislativo. A sanção poderá ser de duas espécies: 1. expressa e, 2. tácita. 1. Sanção Expressa - ocorre quando o Presidente da República, representante do Poder Executivo, manifesta-se expressamente no sentido de concordar com o projeto de lei já aprovado no Legislativo. 2. Sanção Tácita - ocorre quando o Presidente da República, não se manifesta, no prazo de quinze dias, a contar do recebimento do projeto de lei já aprovado no Legislativo. Essa omissão tem como conseqüência a aprovação do projeto de lei. VETO - é a não aprovação, pelo Presidente da República, do projeto de lei já aprovado no Poder Legislativo. O veto poderá ser de duas espécies: 1. total e, 2. parcial. 1. Veto Total - ocorre quando o Presidente da República não concorda com todo projeto de lei. 2. Veto Parcial - ocorre quando o Presidente da República não concorda com parte do projeto de lei. Não concorda, por exemplo, com um ou mais artigos. A competência para a elaboração da Lei é do Poder Legislativo. A participação do Poder Executivo é para possibilitar o aperfeiçoamento da Lei. Esta participação se dá através da sanção e do veto, por esse motivo, o direito de veto é limitado à apresentação de motivos justificadores. O veto deve sempre ser acompanhado das razões que o motivaram e, essas razões, limitam-se a dois argumentos: Inconstitucionalidade do projeto ou ser ele contrário ao interesse público. Projeto Vetado - Ocorrendo o veto, total ou parcial, as razões do veto serão submetidas à apreciação do Câmara dos Deputados e do Senado. Se a maioria absoluta (50%+1 dos votos) de Deputados e Senadores não concordar com as razões do veto, este cairá, ou seja, perderá seu efeito, e o projeto de lei é considerado aprovado talcomo o foi originariamente no Poder Legislativo. No caso do veto ser total e as razões do veto não caírem, o projeto será arquivado. Se o veto for parcial, serão desconsiderados, tão somente, os artigos ou parágrafos vetados. Promulgação - é a declaração de que o projeto de lei já percorreu todas as fases de elaboração e está pronto para entrar em vigor. A promulgação é a conseqüência necessária da sanção expressa. Concordando com o projeto de lei, o chefe do Poder Executivo não poderá se furtar de promulgá-lo, pois é por meio da promulgação que se confere força executória à Lei. É por isso que a sanção expressa vem sempre acompanha da promulgação. “Sanciono e promulgo a presente Lei”, despacha o Presidente da República. Nas hipóteses de sanção tácita e derrubada do veto, o Presidente da República tem um prazo de 48 horas para promulgar a Lei. Caso não o faça, a promulgação será efetivada pelo Presidente do Senado ou, ainda, pelo Vice-Presidente do Senado. Publicação - é o ato pelo qual se dá ciência às pessoas da existência da nova Lei. É preceito de nosso Direito que não é lícito a ninguém deixar de cumprir a Lei alegando que não a conhece. “Se fosse possível escusar-se de cumprir a Lei com a simples alegação de ignorância, a Norma deixaria de ter força e perderia a sua finalidade, contrariando, portanto, a ordem pública”�. Tratando-se de Lei Federal, a publicação deverá ser feita no Diário Oficial da União. Se for Lei Estadual, no Diário Oficial do Estado e, no Diário Oficial do Município, se for Lei Municipal. “No tocante à Lei Municipal, em não havendo imprensa oficial, a publicação poderá ser efetuada em órgão de imprensa de circulação local ou regional ou, por afixação de seu texto integral na Prefeitura ou sede da Câmara de Vereadores. Nesta última hipótese, a Lei será obrigatoriamente arquivada no Cartório de Registro do distrito da sede, permitida a consulta gratuita a qualquer interessado”�. Vigência da Lei - é de fundamental importância sabermos o momento exato do início da vigência da lei, ou seja, a partir de que momento ela passa a ser obrigatória e deve ser, por todos, cumprida. A lei entra em vigor na data designada em seu próprio texto. O mais comum é encontrarmos a seguinte expressão: “A presente lei entra em vigor na data de sua publicação”. Entretanto, uma Lei publicada hoje poderá ter vigência no dia 1º de janeiro do ano próximo. Assim, teremos uma Lei que foi aprovada e publicada, mas somente no dia 1º do ano seguinte terá vigência, ou seja, passa a ser obrigatória. Este lapso de tempo que decorre entre a publicação de uma lei e o início de sua vigência chama-se “vacatio legis”. Se, por qualquer motivo, a lei não determinar o início de sua vigência, ela entrará em vigor 45 dias após sua publicação no território nacional e 90 dias para aplicação fora do território nacional. 5. Elaboração da Lei Ordinária Estadual e Municipal Após termos examinado as fases de elaboração da lei ordinária federal, fica fácil entender as fases de elaboração da lei ordinária Estadual e Municipal. A elaboração dessas leis obedece as mesmas fases da lei ordinária federal: 1. iniciativa; 2. discussão e votação e 3. execução, que subdivide-se em sanção, veto, promulgação e publicação. 5.1. Iniciativa A iniciativa da Lei Ordinária Estadual poderá ser: do Governador dos Deputados Estaduais das Comissões Especializadas do Presidente do Tribunal de Justiça da Procurador Geral da Justiça dos cidadãos. No Estado do Paraná, o projeto de lei de iniciativa popular deverá estar subscrito por, pelo menos, 1% dos eleitores do Estado, distribuídos em pelo menos 50 municípios, com pelos 1% dos eleitores inscritos em cada um deles. O projeto de Lei Ordinária Municipal será de iniciativa: do Prefeito Municipal dos Vereadores das Comissões especializadas da Câmara dos cidadãos. No Município de Apucarana, o projeto de lei de iniciativa dos cidadãos deverá ser subscrito por, no mínimo, 5% dos eleitores do Município. 5.2. Discussão e votação Diferentemente do âmbito federal, os Estados e os Municípios possuem uma só casa legislativa, respectivamente, Assembléia Legislativa e Câmara de Vereadores. Por esta razão, o projeto de lei ordinária, na fase da discussão e votação terá três turnos na mesma casa legislativa. 5.3. Execução A única diferença nesta fase nas leis estaduais e municipais está no fato de que o Poder Executivo é representado, respectivamente, pelo Governador e pelo Prefeito. 6. PROCESSO LEGISLATIVO O processo legislativo é o conjunto de atos pré-coordenados realizados pelos órgão legislativos, visando a criação de normas jurídicas. O processo legislativo, no âmbito federal, compreende a elaboração de: Emendas à Constituição. Leis complementares à Constituição. Leis Ordinárias. 4. Leis Delegadas. 5. Resoluções. 6. Decretos Legislativos. 7. Medidas Provisórias. 1. Emenda à constituição - é a lei de elaboração de forma especial que tem por finalidade acrescentar ou modificar um dispositivo da Constituição. O projeto de Emenda à Constituição poderá ser de iniciativa: a)- De 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara de Deputados ou do Senado Federal b)- Do Presidente da República c)- De mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. A Emenda à Constituição será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos. Será considerada aprovada se obtiver, em ambas as Casas, 3/5 dos votos dos respectivos membros. A Emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado, com o respectivo número de ordem. Após, será publicada e entrará em vigor. Clausulas Pétreas - Denominam-se clausulas pétreas os dispositivos constitucionais que não podem ser alterados por Emendas à Constituição. Não será objeto de deliberação a proposta tendente a abolir: a)- a forma federativa do Estado b)- o voto direto, secreto, universal e periódico c)- a separação dos Poderes d)- os direitos e garantias individuais 2. Leis complementares à Constituição - são leis que têm por finalidade complementar um dispositivo contido na Constituição, regulamentando assunto nela contido. A própria Constituição, portanto, estabelece os casos em que deve haver a complementação. Tomemos por exemplo o seguinte caso. “A Constituição estabelece: Art. 7ª - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condição social: I- relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos da lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos”. A Lei complementar à Constituição possui uma única diferença com relação as fases de elaboração da Lei Ordinária. Esta diferença está na Votação. Enquanto a lei ordinária é aprovada por maioria simples de votos, a Lei Complementar será aprovada por maioria absoluta de votos.” 3. Leis Ordinárias - São leis criadas com o objetivo de disciplinar os casos comuns, ou seja, aqueles que o legislador constitucional não determinou que fossem disciplinados por leis especiais. 4. Leis Delegadas - São leis elaboradas pelo Presidente da República, em razão da delegação de poderes feita pelo Poder Legislativo. Delegação é a transferência temporária e excepcional de poderes que um órgão faz a outro. Com a delegação legislativa, o Congresso transfere ao governo (Poder Executivo) a competência de editar atos materialmente legislativos, tendo a eficácia de lei formal.� As leis delegadas são equiparadas às leis ordinárias, pelas quais podem ser alteradas ou revogadas. 5. Resoluções - São atos deliberativos do poder legislativo, com caráter administrativoou político. Nas palavras do prof. Manoel Gonçalves Ferreira Filho, as resoluções cuidam, geralmente, de assuntos de interesse interno do Legislativo. Assim, por exemplo, a Resolução materializa a deliberação do Poder Legislativo quando este outorga poderes ao Presidente da República para elaborar uma Lei Delegada. “Destinam-se os projetos de resolução, em regra, a regular matéria de caráter político, administrativo ou processual, sobre o que deve o órgão legislativo, pronunciar-se em casos concretos, tais como a perda de mandato, concessão de licença a parlamentar para desempenhar missão diplomática ou cultural, criação de Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI), etc.”� 6. Decretos Legislativos - São deliberações do Poder Legislativo a respeito de matéria de sua exclusiva competência. Não estão sujeitos à sanção ou veto presidencial e sua promulgação é feita pelo presidente do Senado Federal. O Decreto Legislativo abrange as matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional, enumeradas no artigo 49 da Constituição Federal. Dentre elas citamos, a título de exemplo: a)- Autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias. b)- Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; c)- Autorizar o Presidente da República declarar guerra, celebrar a paz, permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou que nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar. 7. Medidas Provisórias - São normas criadas pelo Presidente da República em casos de relevância e urgência. Essas normas entram em vigor de imediato, após a publicação. Porém, deverão ser submetidas de imediato ao Congresso Nacional. A Medida Provisória, como parte integrante do processo legislativo, foi introduzida na Constituição em 1988 em substituição ao Decreto-Lei que vigorou durante o regime militar. De outubro de 1988 até setembro de 2001 registrou-se um crescente uso de Medidas Provisórias pelo Poder Executivo caracterizando-se, em algumas ocasiões, uma verdadeira usurpação de poder na elaboração de normas jurídicas. Com objetivo de limitar esse abuso praticado pelo Poder Executivo na edição de Medidas Provisórias foi promulgada a Emenda Constitucional de nº 32, em 11 de setembro de 2001, que determinou a observância das seguintes normas básicas para edição, votação, aprovação ou não de medidas provisórias. quanto à matéria. Não poderão ser editadas medidas provisórias que versem sobre as seguintes matérias: a)- nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b)- direito penal, processual penal e processual civil; c)- organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d)- planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado crédito extraordinário para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública; e)- que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; f)- matéria reservada à lei complementar; g)- já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. quanto à eficácia. A medida provisória não convertida em lei no prazo de sessenta dias, contados de sua publicação, perderá sua eficácia desde a edição. A contagem desse prazo fica suspensa durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. Na hipótese da medida provisória não ser aprovada ou de perder a eficácia pelo decurso de prazo, o Congresso deverá, por Decreto Legislativo, disciplinar as relações jurídicas por ela produzida. Caso não seja editado o Decreto Legislativo acima referido no prazo de sessenta dias, contados da rejeição ou perda da eficácia, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a vigência da medida provisória, continuarão por ela sendo disciplinados. Quanto o projeto de lei de conversão for aprovado contendo alteração no texto original da medida provisória, ela continuará a vigorar integralmente até que o projeto de conversão seja sancionado ou vetado. Ficará prorrogada por mais sessenta dias a vigência da medida provisória que não tiver sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional, no prazo de sessenta dias de sua publicação. quanto à reedição. A medida provisória não poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. Sessão legislativa é o período do ano em que os órgãos integrantes do legislativo realizam sessões. quanto ao processo de apreciação no legislativo. Inicialmente a medida provisória será submetida a uma Comissão mista de Deputados e Senadores que a examinará e emitirá um parecer. Em seguida será enviada à Câmara dos Deputados onde iniciará sua votação. Antes de se apreciar o mérito da medida provisória deverá se apreciado as condições constitucionais de sua admissibilidade, que são a relevância e urgência. Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, em ambas as Casas Legislativas, ficando assim sobrestadas todas as demais deliberações legislativas até que se ultime sua votação. A Constituição da República Federativa do Brasil assim estabelece quanto ao Processo Legislativo: SEÇÃO VII DO PROCESSO LEGISLATIVO SUBSEÇÃO I Disposições Gerais Art. 59 - O processo legislativo compreende a elaboração de: I . emendas à Constituição; II . leis complementares; III. leis ordinárias; IV . leis delegadas; V. medidas provisórias; VI. decretos legislativos; VII. resoluções; Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. SUBSEÇÃO II Da Emenda à Constituição Art.60 - A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I . de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal: II. do Presidente da República: III. de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros: § 1° - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio; §2° - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros; § 3° - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4° - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV- os direitos e garantias individuais; § 5° - A matéria constante de propostas de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa; SUBSEÇÃO III Das Leis Art. 61 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1° - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; II - disponham sobre: a)- criação de cargos, funções ou empregos públicosna administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; b - organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; c)- servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade; d)- organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; e)- criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; (NR). ( EC 32 de 11/09/2001). § 2° - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados do projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Art. 62 - Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1.° É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b)direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3.°; II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III – reservada a lei complementar; IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. § 2.° Medida provisória que implique a instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. § 3.° As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos no § 7.°, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. § 4.° O prazo a que se refere o § 3.° contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. § 5.°A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. § 6.° Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. § 7.° Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. § 8.° As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. § 9.° Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. § 10.° É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. § 11.° Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3.° até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. § 12.° Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (NR) Art 63 - Não será admitido aumento da despesa prevista: I. nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §§ 3° e 4°: II. nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público. Art. 64 - A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados. § 1° - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa. § 2° - Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobe a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. (NR). § 3° - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior. § 4° - Os prazos do § 2° não corem nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código. Art. 65 - O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora. Art. 66 - A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. § 1° - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. § 2° - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. § 3° - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção. § 4° - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. § 5° - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República. § 6° - Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4°, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (NR). § 7° - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República nos casos dos §§ 3° e 5°, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado faze-lo. Art. 67 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. Art. 68 - As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1° - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do SenadoFederal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2° - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3° - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. Art. 69 - As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. 6. RETROATIVIDADE DA LEI Em princípio, a Lei é editada para regular situações futuras, que irão ocorrer durante seu período de vigência. O passado escapa ao seu comando. Contudo, em casos especialíssimos, a Lei pode retroagir, desde que haja disposição legislativa expressa. Para melhor compreendermos a retroatividade da lei, necessário se faz dividir o conjunto de leis em dois grupos: 1. leis penais e, 2. as demais leis. 1. Com relação à Lei Penal: A Constituição, em seu art. 5°, item XL, estabelece: “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.” Tomando como exemplo o crime de homicídio, verificamos que o art. 121 do Código Penal estabelece que matar alguém é crime e a pena será de 6 a 20 anos de reclusão. Suponhamos que alguém tenha cometido um homicídio e tenha sido condenado à pena máxima de 20 anos de reclusão. Se, no decorrer do cumprimento da pena, entrar em vigor uma nova lei que altere a pena para homicídio, estipulando reclusão de 4 a 10 anos, esta lei retroagirá seus efeitos por beneficiar o réu. Assim, basta ao réu condenado anteriormente à pena máxima de 20 anos, que cumpra, agora, a pena máxima de 10 anos. 2. Com relação às demais leis Excetuada a Lei Penal, em se tratando, portanto, das demais leis, a Constituição Federal estabelece regra diferente quando trata da retroatividade de lei. Em seu art. 5°, item XXXVI, estabelece: “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.” Resta saber, portanto, o significado de “direito adquirido”, “ato jurídico perfeito” e “coisa julgada”. A Lei de Introdução ao Código Civil, art. 6°, nos fornece tais conceitos. Direito Adquirido - Consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, tais como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterável a arbítrio de outrem. “Direito adquirido é a vantagem jurídica, líquida, certa, lícita, concreta, que a pessoa obtém na forma de lei vigente e que se incorpora definitivamente e sem contestações ao patrimônio de seu titular, não lhe podendo ser subtraída pela vontade alheia, inclusive dos entes estatais e seus órgãos�. Ato Jurídico Perfeito - Reputa-se ato jurídico perfeito àquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo que se efetuou. O Direito Brasileiro estabelece o princípio de que uma lei nova não pode alcançar um ato jurídico perfeito. Como exemplo, citamos a manifestação do Supremo Tribunal Federal: “Tratando-se de contrato legitimamente celebrado, as partes têm o direito de vê-lo cumprido, nos termos da lei contemporânea ao seu nascimento, e regular inclusive seus efeitos. Os efeitos do contrato ficam condicionados à lei vigente no momento em que foi firmado pelas partes.” Coisa Julgada - Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. 7. INTERPRETAÇÃO DA LEI Interpretar é o processo lógico pelo qual se determina o sentido da lei. Interpretar é procurar o pensamento, o alcance do texto, a vontade da lei. É evidente que o legislador, por mais cauteloso e previdente, jamais poderá prever todos os possíveis casos que o juiz será chamado a resolver. O Juiz, por sua vez, ainda que a lei seja omissa, terá que decidir a questão que lhe é submetida à julgamento. Deve, portanto, o Juiz suprir as lacunas da lei, recorrendo à várias normas. Essas normas constituem o que se chama de hermenêutica, que é o campo do Direito que estuda a interpretação das leis. A interpretação das leis pode ser examinada sob três aspectos diferentes, representados no seguinte quadro: Judiciária 1. Quanto às suas fontes Doutrinária Autêntica INTERPRETAÇÃO Quanto ao processo Gramatical ou Literal Sistemática Restritiva 3. Quanto ao resultado Extensiva Declarativa 7.1. QUANTO ÀS SUAS FONTES Interpretação Judiciária - É aquela que é feita pelo Poder Judiciário quando da solução de um conflito de interesse que lhe é submetido. Esta interpretação nos é transmitida através das sentenças, acórdãos, súmulas etc. Interpretação Doutrinária - É a interpretação elaborada pelos estudiosos do Direito ( doutrinadores ) sem qualquer preocupação de dar solução a um conflito em particular. Tomamos conhecimento dessa interpretação através dos livros editados pelos doutrinadores, artigos em revistas especializadas, conferências, etc. Interpretação Autêntica - É a interpretação feita pelo próprio legislador. Essa interpretação nos é transmitida pelo próprio texto legal. Citamos, como exemplo, o crime de violação de domicílio, definido no art. 150 do Código Penal: “Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências.” Nos §§ 4° e 5° do artigo 150, o legislador esclarece o significado de “casa”, para efeito de caracterização desse crime: § 4° - A expressão “casa” compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III- compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou ati vidade. § 5° - Não se compreende na expressão “casa”: I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n° II do parágrafo anterior. II- taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero 7.2. QUANTO AO PROCESSO Interpretação Gramatical ou literal - É aquela em que o intérprete analisa o significado de cada uma das palavras de que é composto o texto interpretado. Interpretação sistemática - É aquela em que o intérprete compara o texto, interpretado gramaticalmente, com outros textos de lei, a fim de harmonizá-lo com o sistema jurídico. 7.3 .QUANTO AO RESULTADO Interpretação restritiva - A interpretação é restritiva quando o intérprete chega à conclusão que o legislador disse mais do que queria dizer, por isso, deve-se restringir o alcance do texto interpretado. Interpretação extensiva - A interpretação é extensiva quando o intérprete conclui que o legislador disse menos do que queria dizer, desta forma deve-se alargar o alcance do texto interpretado. Interpretação declarativa - A interpretação é declarativa quanto o intérprete conclui que a letra da lei corresponde exatamente ao pensamento do legislador. Estudo dirigido Qual é a fonte de produção do Direito Positivo? Quais são as fontes primárias ou imediatas do Direito? Quais são as fontes secundárias ou mediatas do Direito? Qual a diferença entre a norma que rege um fenômeno físico e a que rege um fenômeno social? O que significa Lei, vista como fonte do Direito Positivo? O que é Direito Consuetudinário? O que significa costume, como fonte do Direito Positivo? O que significa doutrina, como fonte do Direito Positivo? O que é jurisprudência? Como se classificam as leis, segundo sua natureza? Como se classificam
Compartilhar