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Teoria Geral do Processo

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Aula 1.pptx
Teoria geral do processo. Formas de solução de conflitos: acesso à justiça, autocomposição, heterocomposição, formas alternativas de solução de conflitos. Princípios do processo. Normas Fundamentais do Processo Civil. Aplicação das Normas Processuais. 
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INTRODUÇÃO À TGP.
O Direito exerce uma função ordenadora na sociedade, ou seja, de coordenação dos interesses que se manifestam na vida social, de modo a organizar a cooperação entre pessoas e compor os conflitos que se verificarem entre seus membros.
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A existência de leis ordenadoras não é suficiente para evitar ou eliminar os conflitos que podem existir entre elas. A eliminação desses conflitos podem partir da iniciativa dos próprios interessados ou pela interferência de terceiros, como na conciliação, na mediação e no processo.
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Pretensão é o interesse de ter algum bem que seja útil à satisfação de uma necessidade. Se outra pessoa oferece resistência à essa pretensão, surge uma lide (conflito de interesses, qualificado por uma pretensão resistida ou insatisfeita).
Nos sistemas primitivos, antes da existência de Estados fortes, com soberania para exercer de forma imparcial o poder jurisdicional, os conflitos eram resolvidos pela autotutela (imposição da decisão por uma das partes às outras – lei do mais forte); ou pela autocomposição, caracterizada pela desistência (renúncia à pretensão), submissão (renúncia à resistência oferecida à pretensão) e transação (concessões recíprocas).
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Com o desenvolvimento da sociedade, os indivíduos deixaram de procurar soluções parciais para os conflitos (no sentido de que dependiam da atividade de uma ou ambas as partes envolvidas), para buscarem soluções amigáveis e imparciais através de árbitros (pessoa de confiança das partes). 
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A evolução da justiça privada para a justiça pública só veio ocorrer no século III dC, tempo em que o Estado já estava suficientemente fortalecido para impor aos particulares a sua solução para os conflitos de interesses. 
A atividade mediante a qual os juízes estatais examinam pretensões e resolvem os conflitos é chamada de jurisdição (poder que o Estado tem de decidir imperativamente e impor decisões). 
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A jurisdição se exerce através do processo, o qual pode ser conceituado como instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo cumprir o preceito jurídico pertinente a cada caso que lhes é apresentado em busca de solução.
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Uma das principais funções da jurisdição é a pacificadora. No entanto, a formalidade do processo (procedimento longo e formalista), somada ao custo (custas do Estado – preparo) e ao longo tempo de duração (prejudica a efetividade), tem diminuído o acesso à justiça e causado prejuízos à função pacificadora, razão pela qual o legislador tem privilegiado os meios alternativos de solução de conflitos, representados pela conciliação, pela mediação e pela arbitragem. 
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Conciliação – admitida dentro e foram do processo, desde que haja disponibilidade de direitos. Depois da lei dos juizados especiais (Lei 9099-95), também passou a ser admitida em matéria penal, com previsão na audiência preliminar (conciliação e transação penal). 
Mais indicada para relações jurídicas que não se protraiam no tempo (indenização), nos casos em que não havia vínculo anterior entre os indivíduos.
O conciliador tem um papel mais ativo, podendo sugerir solução para o litígio.
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Mediação – modalidade de autocomposição alcançada pela atuação de um terceiro, que trabalha o litígio com as partes até alcançarem um consenso. Mais indicada para relações que se protraiam no tempo (alimentos, conflito de vizinhos e etc.).
O mediador facilita o diálogo entre as partes, mas não sugere soluções para o litígio.
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NOVO CPC:
Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
 §1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
 §2º	O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual 	dos conflitos.
 §3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
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Art. 334.  Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
	§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data da realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. 
	§4º A audiência não será realizada:
	I- se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
	II- quando não se admitir autocomposição.
	§8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
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Arbitragem – se fortaleceu com a Lei 9307-96. Não é admitida em matéria penal e, na esfera cível, desde que haja disponibilidade de interesses. 
Constituída por meio do negócio jurídico denominado convenção de arbitragem (cláusula compromissória ou compromisso arbitral).
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Teoria geral do processo é uma disciplina jurídica dedicada à elaboração, à organização e à articulação dos conceitos jurídicos fundamentais (lógico- jurídicos) processuais. 
 
Processo é um método de exercício da jurisdição (relação jurídica + procedimento). 
 
Direito processual é um conjunto de normas e princípios que regem o exercício da jurisdição pelo Estado- juiz. 
Direito material é o corpo de normas e princípios que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e a utilidades da vida.
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A evolução histórica do direito processual costuma ser dividida em três fases: 
Primeira fase) praxismo ou sincretismo (séc. XVI ao séc. XIX) período em que não havia a distinção entre o processo e o direito material. O direito processual era considerado como um conjunto de recomendações práticas sobre o modo de se proceder em juízo, havia uma preocupação maior com a forma de ser realizar o processo do que com os estudos teóricos do processo; 
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Segunda fase: processualismo ou autonomista (segunda metade do séc. XIX), em que se demarcam as fronteiras entre o direito material e o direito processual, com o desenvolvimento científico das categorias processuais. 
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Terceira fase: instrumentalismo, em que, não obstante se reconheçam as diferenças funcionais entre o direito processual e o direito material, se estabelece entre eles uma relação circular de interdependência: o direito processual concretiza e efetiva o direito material, que confere ao primeiro o seu sentido. 
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Quarta fase: fala-se, atualmente, em uma quarta fase, chamada de neoprocessualismo, em que o processo é visto como instrumento de consagração de direitos fundamentais (direito processual constitucional).
É inegável o paralelo existente entre a disciplina do processo e o regime constitucional em que o processo se desenvolve. Todo o direito processual, como ramo do direito público, tem suas linhas fundamentais traçadas pelo direito constitucional.  
A jurisdição constitucional compreende o controle judiciário da constitucionalidade das leis – e dos atos da Administração, bem como a denominada jurisdição constitucional das liberdades, com o uso dos remédios constitucionais- processuais – HC, MS, MI, HD e ação popular.
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Fontes formais do direito são os meios de produção ou expressão da norma jurídica. Com relação ao direito processual, são fontes formais a lei (em sentido amplo), os usos e costumes,
o negócio jurídico e a jurisprudência (súmulas vinculantes).
Novo CPC, Art. 190.  Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
É o dispositivo mais polêmico do novo CPC.
Prevê a possibilidade de NEGÓCIOS PROCESSUAIS, ou seja, das partes negociarem o procedimento a ser obedecido. 
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A norma processual tem eficácia em todo o território nacional (critério da territorialidade) e terá aplicação imediata aos processos em curso, respeitados os atos processais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da lei revogada (novo CPC, arts. 13 e 14. Conferir também artigo 1046).
PRINCÍPIOS DO PROCESSO
A normatividade dos princípios. Diferença entre princípios e regras jurídicas.
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1) Devido processo legal (CF, art. 5º, LIV) “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” – O conteúdo mínimo do sobreprincípio compreende: o contraditório e a ampla defesa; tratamento paritário às partes no processo; proibição de provas ilícitas; o processo há de ser público; garantia do juiz natural; motivação das decisões; o processo deve ter duração razoável e garantia do acesso à justiça.
 
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 2) Princípio do contraditório – (CF, art. 5º, LV) “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” – o princípio tem uma dimensão formal, que é a garantia de ser ouvido, e uma dimensão substancial, que é a garantia de influir na decisão do magistrado. Democracia é participação, e a participação no processo opera-se pela efetivação da garantia do contraditório. (cf. art. 9º, novo CPC).
Lei 13.245/2016, assegura a participação do advogado no interrogatório e nos depoimentos realizados na investigação criminal. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
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3) Princípio da ampla defesa (CF, art. 5º, LV) – consiste no conjunto de meios necessários para o exercício do contraditório, corresponde ao aspecto substancial do direito do contraditório.
4) Princípio da imparcialidade – para assegurar a imparcialidade, a CF estipula garantias, vedações e proíbe juízos e tribunais de exceção (art. 95, CF).
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 Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; 
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; 
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
 Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; 
III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei
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5) Princípio da igualdade – tratar de forma desigual os desiguais na medida de sua desigualdade (igualdade material). 
6) Princípio dispositivo – é a regra de iniciativa probatória da parte. No processo civil, embora o juiz não mais se limite à assistir inerte a produção das provas, pois em princípio pode e deve assumir a iniciativa destas, na maioria dos casos (direitos disponíveis) pode satisfazer-se com a verdade formal, limitando-se a acolher o que as partes levam ao processo e eventualmente rejeitando a demanda ou a defesa por falta de elementos probatórios. 
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7) Princípio da persuasão racional do juiz – regula a apreciação e a avaliação das provas existentes nos autos. Situa-se entre o sistema da prova legal e o do julgamento secundum conscientiam. O primeiro atribui aos elementos probatórios valor inalterável e prefixado, que o juiz aplica mecanicamente. O segundo é o oposto, o juiz pode decidir com base na prova dos autos, mas também sem provas e também contra a prova. 
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8) Princípio da exigência de motivação das decisões judiciais (art. 93, IX, CF)
Novo CPC, Art. 489.  
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
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9) Princípio da publicidade – (CF, art. 5º, LX) “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.” Possui uma dimensão interna, a da publicidade para as partes (decorrência do devido processo legal); e outra externa, publicidade para terceiros, que pode ser restringida em determinados casos. (CF, art. 93, IX; novo CPC, art. 11).
 
Novo CPC, Art. 189.  Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
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10) Princípio da duração razoável do processo – (EC 45-2004, CF, art. 5º, LXXVIII) “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 
 Processo devido é, pois, processo com duração razoável.
Novo CPC, Art. 4º. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída da atividade satisfativa.
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11) Princípio da igualdade processual (paridade de armas) – não implica uma identidade absoluta entre os poderes reconhecidos às partes de um mesmo processo e nem, necessariamente, uma simetria perfeita de direitos e obrigações. O que conta é que as diferenças eventuais de tratamento sejam justificáveis racionalmente.
Novo CPC, art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
Aula 2 - Jurisdição.pptx
JURISDIÇÃO
.Conceito:
“É uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente,
buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça.”
Jurisdição é poder, função e atividade. 
É manifestação do poder Estatal, conceituado como a capacidade de decidir imperativamente e impor suas decisões.
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É a função que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do direito justo e através do processo.
Como atividade, é o complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete.
Características da jurisdição:
1) Caráter substitutivo: o Estado substitui, como uma atividade sua, as atividades daqueles que estão envolvidos no litígio trazido à apreciação. Exceções: autotutela e autocomposição.
2) Escopo jurídico de atuação do direito: é a justa composição da lide (pacificação social). A jurisdição busca a concretização das normas de direito material. Atividade construtiva ou criativa de normas jurídicas (aplicação de regras e princípios). Não se pode decidir além do caso, fora do que foi pedido, nem contra o direito objetivo.
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3) Existência de lide: a jurisdição cuida de pretensões insatisfeitas que poderiam ter sido satisfeitas pelo obrigado. É a existência de um conflito de interesses que leva o interessado a dirigir-se ao juiz e a pedir-lhe uma solução.
4) Inércia: nemo judex sine actore, ne procedat judex ex officio. 
Fica a critério do próprio interessado a provocação do Estado- juiz ao exercício da função jurisdicional. Exemplos de exceções: habeas corpus, execução penal, execução trabalhista. 
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5) Definitividade: os atos jurisdicionais são suscetíveis de se tornar imutáveis, não podendo ser revistos ou modificados. Coisa julgada é a característica de imutabilidade adquirida por uma sentença. Não há, portanto, controle externo da atividade jurisdicional.
Equivalentes jurisdicionais
1) Autotutela
2) Autocomposição: a) transação; b) submissão; c) renúncia.
3) Tribunais Administrativos: solução estatal não- jurisdicional de conflitos. Ex: Tribunais de Contas, CADE, Tribunais Administrativos Fiscais (TIT-SP). 
Princípios inerentes à jurisdição:
1) Investidura: a jurisdição só será exercida por quem foi regularmente investido na função de juiz. 
2) Aderência ao território: o juiz só exerce a sua autoridade nos limites do território sujeito por lei à sua jurisdição (comarcas ou seções judiciárias). Exceções legais no novo CPC: 
Art. 60 “ Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel.” 
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Art. 255. “Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.”
Pelo CPC de 73, prevento é o juízo que despachou em primeiro lugar (quando estão na mesma base territorial) ou o que realizou primeiro a citação (quando estão em bases territoriais distintas. O novo CPC simplifica a matéria no artigo 58, estabelecendo que prevento é o juízo onde o processo foi registrado (vara única) ou distribuído (mais de uma vara) primeiramente, independentemente dos juízos estarem na mesma ou em diferentes bases territoriais. 
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3) Indelegabilidade: o juiz não pode delegar as suas funções a outro órgão, de acordo com a sua conveniência. O magistrado não exerce a jurisdição em nome próprio, mas em nome do próprio Estado. A vedação se aplica integralmente aos atos decisórios, o que representaria violação da garantia do juiz natural. Todavia, a lei prevê exceções relacionadas a atos instrutórios (cartas de ordem, ex. art. 972), atos de execução das decisões (CF, art. 102, I, m). 
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4) Princípio da Inevitabilidade: as partes ficam em posição de sujeição ao Estado- juiz, não podem evitar que sobre elas e sobre sua esfera de direitos se exerça a autoridade estatal. 
5) Princípio da Inafastabilidade: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (CF, art. 5º, XXXV).
CF, Art. 217, §1º. “O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, reguladas em lei.”
Esgotamento de instâncias administrativas. 
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6) Princípio do juiz natural: ninguém pode ser privado do julgamento por um juiz independente e imparcial, indicado pelas normas constitucionais e legais. Proibição dos chamados tribunais de exceção (CF, art. 5º, incisos XXXVII e LIII).
Sob o aspecto substancial, a garantia do juiz natural consiste na exigência da imparcialidade e da independência dos magistrados.
O Julgamento de Nuremberg
1961 ‧ 3h 6m
Data de lançamento: 14 de dezembro de 1961 (mundial)
Direção: Stanley Kramer
Jurisdição especial ou comum
Jurisdição especial: apreciam litígios fundados em ramos específicos do direito material. Justiça do Trabalho (pretensões oriundas da relação de trabalho); Justiça Eleitoral (matéria relacionada a eleições políticas); Justiça Militar (causas penais fundadas no direito penal militar e na Lei de Segurança Nacional). 
Jurisdição Comum: Justiça Estadual e Justiça Federal, conhecem de toda a matéria não reservada às justiças especiais. Aplicam o CPC e o CPP. 
Jurisdição superior ou inferior
Princípio do duplo grau de jurisdição.
Foro privilegiado (ex. art. 105, I, CF).
Não confundir instância (grau de jurisdição) com entrância (grau administrativo das comarcas e da carreira dos juízes estaduais e membros do Ministério Público). 
Limites da Jurisdição
Limites internacionais.
Em princípio, cada Estado tem poder jurisdicional nos limites de seu território. No direito brasileiro, os conflitos civis consideram-se ligados aos seu território quando: a) o réu tiver domicílio no Brasil; b) versar a pretensão do autor sobre obrigação a ser cumprida no Brasil; c) originar-se de fato aqui ocorrido; d) o alimentante (credor) tiver domicílio ou vínculos no Brasil, como bens, rendas e outros benefícios econômicos; e) for objeto da pretensão um imóvel situado no Brasil; f) situarem-se no Brasil os bens que constituam objeto de inventário ou partilha.
As duas últimas hipóteses (letras e e f) representam competência exclusiva. Conferir artigos 21 a 23 do novo CPC.
Jurisdição Voluntária ou Graciosa
Existem atos jurídicos da vida dos particulares que se revestem de importância transcendente aos limites da esfera de interesses das pessoas diretamente empenhadas, passando a interessar também à própria coletividade. 
Natureza jurídica: existem duas correntes. a) Clássica ou Administrativista: a jurisdição voluntária não é jurisdição, consiste em uma administração pública de interesses privados. Justificativa: não tem natureza substitutiva, não possui lide e não faz coisa julgada material. Não existiria partes na demanda, mas interessados. Segundo Frederico Marques, a jurisdição voluntária seria materialmente administrativa e subjetivamente judiciária. 
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b) Jurisdicionalista: a jurisdição voluntária é espécie de atividade jurisdicional, a princípio não tem lide, mas pode haver litígio na demanda. Nessas condições, os sujeitos são parciais (partes em sentido processual) e a demanda é apta a fazer coisa julgada material. A doutrina tem defendido que foi a posição adotada pelo novo CPC, porque não reproduziu a regra do artigo 1111, do CPC de 1973 (A sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, se ocorrerem circunstâncias supervenientes). 
Previsão legal no novo CPC: artigos 719-770. Exemplos: interdição; divórcio consensual; dissolução de união estável; expedição de alvará judicial; homologação de autocomposição extrajudicial; alteração de regime de bens do matrimônio. 
 
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Lei 11.441-2007 – previu a possibilidade de divórcios consensuais e arrolamentos serem formalizados em cartórios extrajudiciais, desde
que não haja interesse de incapazes.

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