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Sistema de gestão ambiental, oportunidade e riscos

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Estudando: Gestão Ambiental
Sistemas de Gestão Ambiental: oportunidades e riscos
Com a implantação do SGA, espera-se que a empresa obtenha os seguintes resultados diante das questões 
ambientais: a) prevenir-se de riscos e prejuízos; b) observar os requisitos legais pertinentes; c) melhorar o 
desempenho ambiental com a redução de desperdícios por meio da otimização dos recursos e aproveitamento de 
resíduos; d) melhorar o relacionamento com a comunidade de seu entorno, promovendo o conhecimento mútuo, o 
que reduz as resistências de ambas as partes; e) cativar clientes, aumentando as chances de novos negócios, 
particularmente os voltados para o exterior, associando a empresa ao espírito de cidadania; f) atrair a atenção 
positiva da mídia, beneficiando-se do “marketing verde”; g) reforçar a imagem institucional, ligando a empresa a 
causas de interesse público; e h) melhorar a vida da comunidade, que do ponto de vista dos negócios, também 
significa fazer dela um lugar melhor para seu crescimento sustentável. Essas observações são pertinentes, posto 
que, na visão de SACHS (1997), o conceito de desenvolvimento sustentável apresenta cinco dimensões principais 
de sustentabilidade: a) social; b) econômica; c) ecológica; d) geográfica; e e) cultural.
Os procedimentos de fabricação, relações externas com os clientes e relações internas de trabalho constituem os 
elementos essenciais do patrimônio de uma empresa. A criação de círculos de qualidade, constituído de um grupo 
composto de cinco a dez voluntários pertencentes a uma mesma unidade, têm por meta enriquecer 
constantemente este patrimônio, em benefício de todos os atores implicados (diretores, funcionários, clientes), por 
meio de procedimentos que integram o diagnóstico dos problemas e a negociação de soluções. Tais 
procedimentos respeitam a arbitragem final da parte da direção, mas sem excluir o recurso à intervenção dos 
facilitadores (ou mediadores, ou auditores) (MONTGOLFIER e NATALI, 1997).
Busca-se, diante dessas questões de gestão dos recursos naturais, a excelência ambiental. Esta poderá ser 
atingida por três caminhos, de acordo com CONTADINI (1997): a) melhoria da imagem institucional; b) melhor 
desempenho ambiental; e c) maior aproveitamento das oportunidades de negócios.
Melhoria da imagem institucional
De acordo com NARDELLI e GRIFFITH (2000), a melhoria da imagem institucional refere-se à preocupação das 
empresas em demonstrar a terceiros a sua efetiva preocupação com o meio ambiente. Inclusive, permite que 
sistemas de diferentes organizações possam ser comparados, significando benefícios para o consumidor e para o 
governo em face da possibilidade de controle sobre os seus fornecedores. Para isso, é preciso que sejam traçadas 
estratégias - entre o setor público, privado e a sociedade civil - cujas alianças são fundamentais para que as ações 
voluntárias sejam eficientes e atinjam, monotonicamente, um maior número de pessoas, capazes de potencializar 
toda uma gama de programas e projetos nas mais diversas frentes de atuação.
Para isso, NARDELLI (2001) afirma que as empresas não devem ter apenas a preocupação com o cumprimento 
dos requisitos legais ou com sua imagem, quando no fundo o objetivo principal é aferir lucros, provenientes do 
possível retorno proporcionado pelo “marketing verde”; portanto, sendo conflitantes com os interesses de 
conservação ambiental e da geração de benefícios sociais. Essa mesma autora comenta, citando Coelho (2000), 
que para muitas empresas, o meio ambiente é a principal preocupação e a última prioridade. Ou seja, a inserção 
do setor empresarial no ambientalismo não é resultado de sua conscientização ambiental, mas sim de uma 
motivação econômica.
A formação, o fortalecimento e o uso de uma imagem ambiental positiva, para que sejam legítimos, deverão ser 
sustentados por atitudes e compromissos reais por parte da organização, tais como: a) a adoção de tecnologias 
limpas que minimizem os impactos ambientais negativos; b) a economia de matérias-primas e outros insumos; c) o 
aproveitamento de subprodutos; d) a otimização de processos; e e) menores custos com o tratamento e a 
disposição de resíduos. Isto exige que a gestão dos sistemas produtivos permaneça sempre sensível às limitações 
e oportunidades de cada ecossistema natural. Portanto, devem ser bem visualizadas pelas organizações, qual a 
maneira como planejam e implementam suas estratégias e táticas para percorrer esses caminhos que irão 
influenciar o sucesso ou o fracasso de sua gestão ambiental, em vez de buscar falsas vantagens competitivas 
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mediante a superexploração dos recursos e, ou, uma política salarial desfavorável à força de trabalho local 
(Galopin, 1988 apud SACHS, 1997; NARDELLI, 2001).
Observa-se, entretanto, que para atingir esse objetivo, é necessário que as organizações dediquem os seus 
esforços administrativos e gerenciais para fora de seu espaço físico de atuação e do seu quadro de funcionários. 
Deve trabalhar com a comunidade local por meio da criação e formação de lideranças conscientes, de tal forma 
que possibilite o desenvolvimento de relações físicas, biológicas, políticas, sócio-econômicas, tecnológicas e 
culturais inseridas no contexto dessa comunidade, gerando um maior envolvimento empresa/comunidade, que 
garantirão a estabilidade ambiental e social da região abrangente. Dessa forma, haverá o surgimento de uma 
noção de gestão de recursos humanos. Essa postura favorecerá a própria sobrevivência desta organização, posto 
se tratar de uma estratégia fundamentada em uma visão sistêmica de todo o processo. Assim, as organizações 
operando em permanente mudança, com as pessoas que as compõe gerando novas formas de organização e 
alterando o próprio meio institucional no qual estão atuando, faria com que a empresa passasse a interagir com 
todo o sistema e não apenas a reagir à pressões de forma pontual.
Entretanto, para GODARD (1997), “considerando os laços estreitos que unem certos recursos às diversas funções 
ecológicas do meio exigem, para os primeiros, um tipo de gestão permanente, orientada com base na 
consideração dos ritmos assumidos pelos processos ecológicos de reconstituição dos meios naturais”. Para este 
mesmo autor, poderia ser introduzida nesse caso, a noção de “gestão durável” como perspectiva organizadora, 
onde não houvesse a tendência de otimizar a taxa de exploração dos recursos sem considerar a sua capacidade 
de reprodução e de regeneração.
Para PORTER e BROWN (1996), caberia ao Estado definir as linhas de atuação dos atores não-estatais 
(organizações internacionais, ONGs e grandes corporações), decidindo sobre linhas de financiamento, legitimando 
ações e criando condições favoráveis para a implementação de projetos.
Melhoria do desempenho ambiental
De acordo com NARDELLI e GRIFFITH (2000) refere-se objetivamente à economia de recursos e a redução da 
produção de resíduos, sendo necessário a otimização de processos e esperando como resultado menores custos 
com o tratamento e disposição de resíduos. Para PORTER e BROWN (1996), as grandes corporações, que 
também formulam e executam políticas ambientais, devem criar áreas de proteção ambiental ou investir em 
projetos estatais ou ONGs, de acordo com seus interesses empresariais e de “marketing”. Para SACHS (1997), a 
busca deve ser por “um padrão de industrialização caracterizado por uma transformação simultânea da estrutura 
da oferta de produtos, das modalidades de uso dos recursos naturais, e da forma pela qual eles são produzidos”. 
Para esse mesmo autor, isso pode ser conseguido mediante uma “combinação judiciosa de vários aspectos -
seleção de matérias-primas, de fontes de energia, de técnicas e de espaços para a instalação de sistemas 
produtivos. Dessa forma, seriam conciliadoso desenvolvimento com a gestão racional da natureza, fazendo uso, 
concomitantemente, da industrialização como uma alavanca de transformação estrutural de suas economias, 
visando melhorar sua produtividade, reduzir sua heterogeneidade, aumentar sua resistência às tendências 
desfavoráveis da economia mundial e gerar os recursos necessários à redução da dívida social acumulada”.
Ø A gestão dos resíduos
De acordo com NARDELLI e GRIFFITH (2000) a gestão atual deve consistir no planejamento, na organização e na 
alocação de recursos (físicos, financeiros e tecnológicos) e na formação de lideranças que criem uma visão 
compartilhada nas comunidades onde a empresa está inserida, possibilitando atingir os objetivos desta 
organização ou empreendimento. Deverá, também, gerar emprego e renda possibilitando uma maior eqüidade 
social, tendo como resultado final a redução da pobreza e dos impactos ambientais.
Uma empresa que produz um excessivo volume de resíduos, poluindo excessivamente, pode-se concluir que, no 
mínimo, está sendo ineficiente do ponto de vista produtivo e econômico. As empresas eficientes não devem 
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produzir resíduos: devem reduzir a utilização de matéria-prima, reutilizar os recursos disponíveis e reciclar os 
resíduos gerados durante o processo produtivo. Apenas quando não mais houver possibilidade de 
reaproveitamento, os resíduos deverão ser encaminhados para compostagem, no caso dos orgânicos, ou 
transformar-se em insumo para outra empresa. Como último recurso, deverá ser encaminhado para aterro 
sanitário.
A reciclagem, em muitas empresas, além dos benefícios ambientais e o auxílio à criação de inúmeros empregos, 
reduz o seu custo de produção. Isso melhora a visão institucional da empresa frente à sociedade, revertendo em 
lucro e garantindo a sustentabilidade. Para isso, é necessário que haja esforço em toda a cadeia produtiva, para 
que reduzam os impactos ambientais e sociais.
Com esses procedimentos, o investimento em SGA produz retorno significativo, tais como:
• Gestão dos resíduos, que poderão, inclusive, ser comercializados;
• Melhoria nos índices dos indicadores ambientais, eficiência energética e de insumos;
• Redução direta de consumo de energia e água; e
• Melhoria da visão institucional, principalmente quando o objetivo é a exportação.
Algumas empresas conseguem reciclar até 90% de seus resíduos gerados nos processos produtivos. Significa que 
além de estar poupando recursos naturais, também está cumprindo a legislação ambiental. Porém, para que as 
mudanças sejam efetivas, deverão envolver todos os seus quadros de funcionários, a comunidade onde está 
inserida, entre outros, por meio de educação e práticas ambientais, que forneçam subsídios à formação de um 
elevado grau de conscientização. Dessa forma, a possibilidade de sucesso será maior e possibilitará que sejam 
duradouras.
Nesse processo educativo, onde deve ser trabalhadas a empresa e a comunidade para o desenvolvimento de uma 
visão compartilhada, deve ser evidenciado como fundamental a contribuição individual para a integração de todo o 
processo. Porém, no Brasil ainda é incipiente a adesão das empresas à implantação do SGA, com exceção 
daquelas de maior porte.
BERDAGUE et al. (2002) elaboraram uma proposta de implementação de um sistema de gestão ambiental (SGA) 
para a Usina de Reciclagem e Compostagem de Lixo do Município de Viçosa, MG, com o objetivo de fornecer 
ferramentas que pudessem dirimir eventuais falhas operacionais e gerenciais, possibilitando que o 
empreendimento obtivesse as licenças ambientais pertinentes e operasse de forma plena. O desenvolvimento e 
implantação do SGA, apesar de útil para o processo de licenciamento ambiental pelo qual a Usina terá de passar, 
entre outros, não despertaram o interesse de todos os membros da alta administração, composta pelas Secretarias 
Municipais de Agricultura e de Ação Social.
Melhoria e maior aproveitamento das oportunidades de negócios
A busca por produtos e serviços produzidos por processos limpos, que não causem impactos e degradação ao 
meio ambiente é cada vez maior. O consumidor, ao fazer uma compra ou utilizar um serviço, inclui na sua decisão 
a análise de quanto socialmente responsável ele julga que uma empresa é. Portanto, os modelos de produção 
agropecuários, florestais e industriais, que por natureza são agressivos ao meio ambiente, necessitam de 
alternativas tecnológicas mais saudáveis, por meio de ações efetivas, para atender à essa demanda. Fica claro 
que, para atingir a sustentabilidade, deverá haver uma integração entre os pontos de vista econômico, ecológico e 
social, necessitando de políticas públicas efetivas direcionadas nesse sentido, dedicados à promoção de um novo 
modelo de desenvolvimento, que favoreçam uma melhor distribuição dos recursos disponíveis evitando os 
processos de acumulação.
Dessa forma, com a atitude consciente da necessidade de conservação do meio ambiente, não vendo a obrigação 
de cumprimento às leis ambientais apenas como um custo adicional para a empresa, provavelmente, os benefícios 
ambientais tornar-se-ão benefícios econômicos. Para isso, de acordo com NARDELLI e GRIFFITH (2000), é 
necessário e imprescindível que promovam um planejamento adequado das ações e dos investimentos a serem 
realizados, que podem ser obtidos a partir de um eficiente sistema de gestão ambiental.
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O planejamento do SGA pode ser definido como o processo no qual um conjunto de informações é trabalhado no 
sentido de orientar as atividades, produtos e serviços da organização de forma a satisfazer as principais 
necessidades e exigências, que gerem ao mesmo tempo, um valor econômico e um valor social e ambiental, para 
as partes interessadas. Dessa forma, as empresas devem incluir a criação de valores sociais e ambientais, além do 
lucro propriamente dito.
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