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História da Psicologia

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História da Psicologia
Psicologia I
Andrea Dórea
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Para compreender a diversidade com que a psicologia se apresenta hoje, é indispensável recuperar sua história.
A história de sua construção está ligada às exigências de conhecimento da humanidade em cada momento histórico. 
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Primórdios: Psicologia entre os Gregos
Séc VIII A.C.
Cidades-estados (pólis): soluções práticas para arquitetura, agricultura e organização social.
O cidadão grego pode se ocupar das coisas do espírito.
Filosofia: especula em torno do homem e sua interioridade.
É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar a Psicologia.
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Primórdios: Psicologia entre os Gregos
Psyché- alma
Logos- razão
Psicologia- estudo da alma.
A alma ou espírito era concebida como a parte imaterial do ser humano e abarcaria o pensamento, os sentimentos, desejos, sensação e percepção. 
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Pré-socráticos
Definem a relação do homem com o mundo através da percepção.
Questão: o mundo existe porque o homem vê ou o homem vê um mundo que já existe
Idealistas x materialistas
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Sócrates
Sócrates (469-399 A.C. Atenas)
Psicologia ganha consistência
Principal preocupação: o limite que separa o homem dos animais
A principal característica humana é a razão.
A razão permite o homem controlar seus instintos. 
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Sócrates
Ao definir a razão como essência humana, Sócrates abre um caminho que será muito explorado pela Psicologia.
As teorias da consciência são, de certa forma, frutos dessa primeira sistematização na Filosofia 
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Platão
Platão (428- 348 A.C. Atenas)
Procurou definir um “lugar” da razão no corpo. 
O “lugar” seria a cabeça, onde se encontra a alma.
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A medula seria o elo entre alma e corpo.
A alma era separada do corpo.
Quando alguém morria, a matéria desaparecia e a alma tornava-se livre para habitar outro corpo.
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Aristóteles
Aristóteles- 384-322 A.C. Atenas
Alma e corpo não podem ser dissociados. 
Psyché seria o princípio ativo da vida.
 Tudo aquilo que cresce, se alimenta e se reproduz possui uma alma.
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Aristóteles
Vegetais- alma vegetativa - responsável pela alimentação e reprodução.
Animais- alma vegetativa e sensitiva - responsável pela percepção e movimento.
Homem- alma vegetativa, alma animal e alma racional - que tem função pensante.
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Arisstóteles
Da anima
Estudo das diferenças entre a razão, percepção e as sensações
Primeiro tratado em Psicologia
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Primórdios: Psicologia entre os Gregos
2 correntes 2.300 anos antes da Psicologia científica: 
		Platônica: alma imortal e separada do corpo.
		Aristotélica: alma mortal e pertencente ao corpo.
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Império Romano e Idade Média
Séc V- XV
Império Romano: domina a Grécia, parte da Europa e Oriente Médio
Desenvolvimento do Cristianismo – força religiosa maior que a força política
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Império Romano e Idade Média
Psicologia relacionada com o conhecimento religioso.
A igreja católica monopolizava o saber, inclusive o conhecimento do psquismo.
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Santo Agostinho
Santo Agostinho (354- 430 D.C. Argélia)
Inspirado em Platão
Cisão entre alma e corpo
A alma era mais que sede da razão, era manifestação divina no homem. 
Era imortal por ser o elemento que liga o homem à Deus.
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São Tomás de Aquino
São Tomás de Aquino (1225- 1274 D.C. Itália)
Ruptura da igreja católica, 
Aparecimento do Protestantismo
Transição para o capitalismo - Revolução Francesa e Industrial. 
Crise econômica e social: questionamentos da Igreja e dos conhecimentos produzidos por ela.
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São Tomás de Aquino
Inspirado em Aristóteles
Essência x Existência
O homem, na sua essência, busca a perfeição através de sua existência. 
Somente Deus seria capaz de unir essência e existência. 
A busca de perfeição pelo homem seria a busca de Deus.
Encontra argumentos racionais para justificar os dogmas da Igreja e continua garantindo para ela o monopólio do saber
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PRECONDIÇÕES SOCIOCULTURAIS PARA O APARECIMENTO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA NO SÉCULO XIX
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A EXPERIÊNCIA DA SUBJETIVIDADE PRIVADA
	Para que exista um interesse em conhecer cientificamente o “psicológico” são necessárias duas condições
1. uma experiência de subjetividade privatizada
2. a crise dessa subjetividade
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A EXPERIÊNCIA DA SUBJETIVIDADE PRIVADA
Experiência da subjetividade privada: todos sentem que parte de suas experiências é íntima, que mais ninguém tem acesso a ela.
Experiência extremamente valorizada: relacionada ao nosso desejo de sermos livres para decidir nosso destino.
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EXPERIÊNCIA DA SUBJETIVIDADE PRIVADA
A experiência subjetiva privatizada ocorre em situações de crise social, quando uma tradição cultural (valores, normas e costumes) é contestada e surgem novas formas de vida.
A perda de referências coletivas, como a religião, a “raça”, o “povo”, a família obriga o homem a construir referências internas. 
Surge um espaço para a experiência da subjetividade privada: quem sou eu, como sinto, o que desejo, o que considero justo e adequado? 
Nessa situação, o homem descobre que é capaz de tomar suas próprias decisões  e que é responsável por elas.
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EXPERIÊNCIA DA SUBJETIVIDADE PRIVADA
 Nos primórdios da nossa história eram poucos que podiam gozar de liberdade para se reconhecerem como seres moralmente autônomos, capazes de iniciativa, dotados de sentimentos e desejos próprios. 
Hoje, esta se tornou a imagem generalizada que temos de nós mesmos.
Resistimos à idéia de que não temos controle de nossas vidas.
A crença na liberdade é um dos elementos básicos da democracia e da sociedade e não estamos dispostos pôr em risco nosso valores
Essa imagem é ilusória, e uma das tarefas da psicologia será talvez a de revelar essa ilusão
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EXPERIÊNCIA DA SUBJETIVIDADE PRIVADA
Nosso modo atual de entendermos nossa experiência como indivíduos autônomos não é natural nem necessário,
Parte de um movimento de amplas transformações, sobretudo ocorridas na Modernidade.
Noção de subjetividade privada data aproximadamente dos últimos três séculos: a passagem do Renascimento para a Idade Moderna.
 O sujeito moderno teria se constituído nessa passagem e sua crise viria a se consumar no final do séc XIX.
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Renascimento
Renascimento ou Renascença
Séc XIII-XVII 
Descoberta de novas terras
Acúmulo de riquezas pelas nações
Transição para o capitalismo: nova forma de organização econômica e social.
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Renascimento
Experiência de perda de referências
A falência do mundo medieval e a abertura do ocidente teriam lançado  homem europeu numa condição de desamparo.
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Renascimento
Experiência medieval: o homem sente parte de uma ordem superior que o ampara e constrange ao mesmo tempo.
 Por um lado, a perda desse sentimento de comunhão com uma ordem superior traz uma grande sensação de liberdade
Por outro, deixa o homem perdido e inseguro: como escolher o que é certo e errado sem um ponto seguro de apoio?
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Renascimento
	
O contato com a diversidade das coisas, dos homens e das culturas impôs novos modos de ser.
Período muito rico em variedade de formas e experiências e de produção intensa de conhecimento. 
Não podendo esperar pelo conselho de uma figura de autoridade, o homem viu-se obrigado a escolher seus caminhos e arcar com as conseqüências de suas opções.
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CONSTITUIÇÃO E DESDOBRAMENTOS DA NOÇÃO DE SUBJETIVIDADE NA MODERNIDADE
Valorização do homem
O mundo passou a ser considerado cada vez menos sagrado e mais como objeto de uso. 
Essa transformação é parte essencial da origem da ciência moderna.
Nascimento do humanismo moderno.
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Artes 
Da Vinci pinta Anunciação em 1.472
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Michelangelo esculpe Davi em1.501
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Maquiavel escreve O Príncipe em 1.513
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As ciências também conhecem um grande avanço 
Copérnico em 1.543 mostra que nosso planeta não é o centro do universo 
 Galileu estuda a queda dos corpos (1.564-1.642) – primeiras experiência da Física moderna
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Renascimento
Avanço na produção de conhecimentos: início da sistematização do conhecimento científico. 
Começa a se procurar métodos e regras básicas para a construção do conhecimento científico.
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Renascimento
A falta de referências absolutas fez nascer uma escola da filosofia grega chamada ceticismo.
 Os céticos achavam impossível que pudéssemos obter algum conhecimento seguro sobre o mundo.
A constituição do sujeito moderno é contemporânea ao início da crítica a esse mesmo sujeito.
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Renascimento
Já no século XVI surgiram tentativas de conter e circunscrever as ações do homem.
É como se houvesse o desejo de poder voltar ao mundo medieval, em que uma única ordem reinava.
Religião: articulação entre a crença num Deus onipotente e o livre-arbítrio
Preserva a crença na liberdade ao mesmo tempo que exige o exercício desse liberdade com disciplina
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Renascimento
O sujeito deve sujeitar-se uma vez mais a uma ordem superior, desvalorizando seus desejos e projetos particulares
Vão nascendo tanto a individualidade quanto os modos de controle do indivíduo que conhecemos até hoje
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Idade Moderna
Marco do início da Modernidade: Pensamento de Descartes
Racionalismo moderno
Pretende estabelecer as condições de produção de um conhecimento seguro da verdade. 
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Racionalismo de Descartes
Discurso do método: busca por alguma verdade sobre a qual não pairasse dúvida para tornar-se o fundamento de conhecimento válido.
Idéia indubitável: enquanto duvido, existe ao menos a ação de duvidar, e essa ação requer um sujeito. 
“Penso, logo existo”. 
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Racionalismo de Descartes
Marca o fim de conjunto de crenças que fundamentavam o conhecimento. 
A verdade agora significa adquirir uma representação correta do mundo. 
O sujeito do conhecimento (o “eu”) é pura representação sem desejo ou corpo, por isto supostamente capaz de produzir um conhecimento objetivo do mundo.
Separação corpo-mente
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Dualismo mente-corpo
Dessacralização do corpo 
Estudo do corpo humano morto,
Avanço da Anatomia, Fisiologia da própria Psicologia.
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Empirismo de Francis Bacon
Francis Bacon: fundador do moderno empirismo. 
Estabelecer bases seguras para o conhecimento válido
Para Bacon, a razão deixada em total liberdade pode tornar-se especulativa e delirante
É necessário dar à razão uma base nas experiências dos sentidos, na percepção, desde que essa percepção tenha sido purificada, liberada de erros e ilusões a que está submetida no cotidiano.
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Métdodo
Bacon, como Descartes, é um dos grandes pioneiros na preocupação com o Método na produção de conhecimentos filosóficos e científicos que marcou toda a Modernidade até os dias de hoje.
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A CRISE DA MODERNIDADE E DA SUBJETIVIDADE MODERNA EM ALGUMAS DE SUAS EXPRESSÕES FILOSÓFICAS
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Iluminismo
Iluminismo: movimento filosófico do séc. XVIII
A crença de que o homem pode atingir a verdade absoluta e indubitável, desde que siga estritamente os preceitos do Método correto é criticada.
Consciência mais profunda de toda a problemática do conhecimento 
Começa a se colocar em xeque a soberania do “eu”
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Iluminismo - Hume
Negação do “eu” como algo estável
O “eu” seria muito mais o efeito de suas experiências do que o senhor de suas experiências
Já não podemos nos conceber como base e sustentação dos conhecimentos e de nós mesmos. 
Nessa medida, o conhecimento entendido como domínio dos objetos por um sujeito soberano não pode mais se sustentar.
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Iluminismo - Kant
Problematização da crença em conhecimentos absolutos.
 Em A crítica da razão pura, afirma que o homem só tem acesso às coisas tais como se apresentam para ele.
A única forma de produzirmos algum conhecimento válido é nos restringirmos ao campo dos fenômenos, pois as “coisas em si” (independente do sujeito) são incognoscíveis.
Toda a questão do conhecimento é radicalmente colocada em termos subjetivos.
 
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Romantismo
O Romantismo nasceu no final do século XVIII como uma crítica ao Iluminismo
Outra forma de crítica às pretensões totalizantes do “eu”, da razão universal e do Método.
A idéia cartesiana de que o homem é essencialmente um ser racional é contraposta a idéia de que o homem é um ser passional e sensível.
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Romantismo
Crise do sujeito moderno pela destituição do “eu” de seu lugar privilegiado de senhor, de soberano.
O homem possui níveis de profundidade que ele mesmo, no entanto, desconhece. 
Paradoxalmente, portanto, há uma grande valorização da individualidade e da intimidade. 
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Romantismo
Nietzsche: idéias de “eu” ou “sujeito” são interpretadas como ficções
Cada elemento tomado como fundamento absoluto ou causa primeira de tudo o que existe foi criado num determinado momento com uma determinada finalidade. 
Nossas crenças e valores estão comprometidos com a perspectiva em que nos colocamos a cada instante.
 A crença em algo fixo e estável seria uma necessidade humana, na tentativa de crer que tem controle sobre o devir.
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Sistema mercantil e individualização
Caminho da constituição e desdobramentos da noção de subjetividade privada pelo viés das condições socioeconômicas que deram sustentação ao processo de individualização no ocidente moderno.
Sistema mercantil: Sistema social e econômico que, pela carga de conflitos e transformações que carrega consigo, aprofunda e universaliza as experiências da subjetividade privada.
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Sistema mercantil e individualização
Produção para subsistência x Produção para a troca
Produção para a troca: forte motivo para a experiência da subjetividade privatizada: cada um deve ser capaz de identificar a sua especialidade, aperfeiçoar-se nela, identificar-se com ela. 
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Sistema mercantil e individualização
 Quando o mercado toma conta de todas as relações humanas, universaliza-se a experiência de que os interesses de cada produtor são para ele mais importantes do que os interesses da sociedade como um todo e assim deve ser.
Individualismo
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Sistema mercantil e individualização
Mercado de trabalho. 
Homens que não têm meios próprios para produzir e sobreviver, necessitando alugar sua capacidade de trabalho para receber em troca um salário com o qual devem comprar os produtos de que necessitam.
Trabalhador livre: falta de vínculos com os meios de produção e independência comunitária
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Sistema mercantil e individualização
Liberdade (?)
Esse indivíduo livre é um desamparado. 
Ele pode escolher (até certo ponto), mas, mesmo que a escolha seja real, ele passa a conviver com a indecisão: seu destino passa a depender dele, de sua capacidade, de sua determinação, de sua força de vontade, de sua inteligência e, também, de sua esperteza, de sua arte de vencer, de passar por cima dos concorrentes, de chegar primeiro – e de sua sorte.
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Sociedade feudal
Modo de produção: subsistência
Principal fonte de produção: terra
Relações de produção: economia fechada, hierarquia rígida, imobilidade social.
Visão de universo estático
Homem com seu lugar definido a partir do nascimento
Razão submetida à fé - argumento de autoridade
Mundo fechado e universo finito refletiam e justificavam a hierarquia social inquestionável do feudo.
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Capitalismo
Põe esse mundo em movimento
Questiona as hierarquias
Cria necessidades e mercadorias
Trabalhadores assalariados e consumidores
Homem como ser livre, capaz de mobilidade social
Conhecimento independente da fé
Racionalidade do homem
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Ciênciamoderna
Século XIX
Crescimento do Capitalismo
Desenvolvimento das Ciências: sustentáculo da nova ordem econômica e social e dos problemas colocado por ela
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Ciência moderna
Quebra da idéia do universo estável - emancipação do homem e exploração da natureza
Condições materiais para o desenvolvimento da ciência moderna
Conhecimento como fruto da razão
Possibilidade de desvendar a Natureza pela observação rigorosa e objetiva
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Ciência moderna
A ciência se torna um referencial para a visão de mundo.
A noção de verdade passa a contar com o aval da ciência.
Esta forma de pensar também atingiu as ciências humanas
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IDEOLOGIA LIBERAL ILUMINISTA, ROMANTISMO E REGIME DISCIPLINAR
Nos séc. XVIII e XIX desenvolveram-se na cultura ocidental duas formas de pensamento que refletem muito as experiências da subjetividade privatizada numa sociedade mercantil em pleno processo de desenvolvimento: a ideologia Liberal Iluminista e o Romantismo.
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IDEOLOGIA LIBERAL ILUMINISTA, ROMANTISMO E REGIME DISCIPLINAR
Na ideologia Liberal as principais idéias manifestaram-se na Revolução Francesa, os homens são iguais em capacidade e devem ser iguais em direitos.
 Todos devem ser solidários uns com os outros, sem renunciar a essa liberdade.
No Romantismo reconhece-se a diferença entre os indivíduos, e a liberdade é exatamente a liberdade de ser diferente.
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IDEOLOGIA LIBERAL ILUMINISTA, ROMANTISMO E REGIME DISCIPLINAR
Tanto na Ideologia Liberal como no Romantismo se expressam os problemas da experiência subjetiva privatizada
Ideologia Liberal: todos são iguais, têm interesses próprios (individuais), mas apostam na utópica fraternidade
Romantismo: cada um é diferente, mas acreditam que os grandes e intensos sentimentos podem reunir os homens apesar de suas diferenças.
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IDEOLOGIA LIBERAL ILUMINISTA, ROMANTISMO E REGIME DISCIPLINAR
Liberdade individual acabou não sendo vivida como tão boa assim porque, de um jeito ou de outro, todos parecem se defender contra o desamparo, a solidão e a imensa carga de responsabilidade que implica ser livre, ser singular, ter interesses particulares e der diferente.
Na busca de reduzir os “inconvenientes” da liberdade que se foi instalando um sistema de docilização, de domesticação dos indivíduos.
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A CRISE DA SUBJETIVIDADE E O REGIME DISCIPLINAR
A subjetividade privatizada entra em crise quando se descobre que a liberdade e a diferença são, em grandes medidas, ilusões
Presença forte, mas sempre disfarçada, das Disciplinas em todas as esferas da vida, inclusive nas mais íntimas e profundas.
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A CRISE DA SUBJETIVIDADE E O REGIME DISCIPLINAR
Regime Disciplinar: sistema que envolve a elaboração e aplicação de técnicas “científicas” de controle social e individual
Encontrado na prática de todas as grandes agências sociais, como as escolas, as fábricas, as prisões, os hospitais, os órgãos administrativos do Estado, os meios de comunicação de massa...
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A CRISE DA SUBJETIVIDADE E O REGIME DISCIPLINAR
Reduzem o campo de exercício das subjetividades privatizadas, impondo padrões e controles muito fortes às condutas, à imaginação, aos sentimentos
Faz parte de seu modo de funcionamento dissimular-se, esconder-se, deixando-nos crer que somos cada vez mais livres, profundos e singulares.
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A CRISE DA SUBJETIVIDADE E A PSICOLOGIA CIENTÍFICA
Surge, desse modo, a demanda por uma psicologia aplicada, principalmente nos campos da educação e do trabalho. 
O Regime Disciplinar, em si mesmo, exige a produção de um certo tipo de conhecimento psicológico de forma a tornar mais eficazes suas técnicas de controle.
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*
A CRISE DA SUBJETIVIDADE
Ao lado da necessidade que emerge no contexto das existências individuais de se saber o que somos, quem somos, como somos, por que agimos de uma ou outra maneira, surge para o Estado a necessidade de recorrer a práticas de previsão e controle: como lidar melhor com os sujeitos individuais? 
A esperança é que seja possível padronizá-lo segundo uma disciplina, normalizá-lo, colocá-lo, enfim, a serviço da ordem social. 
*
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Filosofia e Ciência moderna
Filosofia tenta adaptar-se aos novos tempos
Positivismo de Auguste Comte (1798- 1857, França)
Necessidade de um maior rigor científico na construção de conhecimento nas ciências humanas. 
Método da ciência natural (Física) como modelo
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Origem da Psicologia Científica
Meados do Séc. XIX: os problemas e temas da Psicologia, estudados antes apenas pela filosofia, são estudados também pela Fisiologia e Neurofisiologia.
 
Formulação de teorias sobre o SNC, demonstrando que pensamentos, percepções e sentimentos são resultados do funcionamento do sistema nervoso.
*
*
Origem da Psicologia Científica
Conhecimento do psiquismo humano – compreender as mecanismos e o funcionamento da máquina de pensar do homem – seu cérebro.
A Psicologia passa a trilhar os caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia
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Psicofísica
Interesse pelo estudo científico de fenômenos psicológicos
1860 - Lei de Fechner-Weber- estabelece a relação entre estímulo e sensação e permite sua mensuração
Instaura a possibilidade de medida do fenômeno psicológico.
Os fenômenos psicológicos adquirem status de científicos
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Psicologia Científica
Wilhelm Wundt (1832-1926): Pai da Psicologia
Criação do primeiro laboratório de Psicologia na Universidade de Leipzig, Alemanha, em 1879. 
Experimentos na área da Psicofisiologia
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Psicologia Científica
Paralelismo Psicofísico: fenômenos mentais correspondem fenômenos orgânicos.
 Uma estimulação física teria uma correspondência na mente.
Introspeccionismo: método para explorar a mente ou consciência.
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Psicologia Científica
Status de ciência: se afasta da Filosofia.
Sob novos padrões de produção de conhecimento:
define seu objeto de estudo (comportamento, vida psíquica, consciência)
delimita seu campo de estudo.
formula métodos de estudo.
formula teorias enquanto um corpo consistente de conhecimentos na área.
EUA : primeiras abordagens em Psicologia
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Psicologia Científica
	As teorias obedecem aos critérios básicos da metodologia científica: 
neutralidade do conhecimento científico
dados passíveis de comprovação
conhecimento cumulativo
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Primeiras abordagens em Psicologia
Funcionalismo- Willian James (1.878)
Primeira sistematização de conhecimentos em Psicologia.
Pragmatismo americano do desenvolvimento econômico
Interessado em responde o que os homens fazem e por que
Objeto de estudo: consciência
*
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Primeiras abordagens em Psicologia
Estruturalismo- Tichner (1.901)
Compreensão da consciência em seus aspectos estruturais.
 Estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso.
Introspeccionismo
Conhecimentos experimentais
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Primeiras abordagens em Psicologia
Associacionismo- Thorndike (1874 - 1949)
Formulação da primeira Teoria da Aprendizagem.
Visão utilitarista do conhecimento
A aprendizagem se dá por um processo de associação de idéias – das mais simples às mais complexas
*
*
Primeiras abordagens em Psicologia
Lei do efeito- todo comportamento tende a se repetir se for recompensado. 
O organismo associa essas situações com outras semelhantes.
Fundamental para a Psicologia Comportamentalista
*
*
SÍNTESE
A suspeita que a liberdade e a singularidade dos indivíduos são ilusórias, a qual emerge com o declínio das crenças liberais e românticas, abre espaço, finalmente, para os projetos de previsão e controle científicos do comportamento individual
Esse será um dos principais objetivos da psicologia como ciência a serviço das disciplinas.
Mas abre espaço, também, para problematizações teóricas e práticas das subjetividades totalmente avessas ao regime disciplinar que e que alimentarãomuitas das escolas contemporâneas e, principalmente, suas incidências na clínica e na educação.
*
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PRINCIPAIS TEORIAS DA PSICOLOGIA NO SÉCULO XX
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Behaviorismo
EUA
Watson
Skinner publica, em 1945, Science and Human Behavior. Início do Behaviorismo Radical.
Grande desenvolvimento em função de suas aplicações práticas
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Gestalt 
Europa
Max Wertheimer (1880-1943) 
Wolfgang Köhler (1887-1967) 
Kurt Koffka
Negação da fragmentação das ações e processos humanos
Compreensão do homem enquanto totalidade
Linha teórica mais ligada à Filosofia
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Psicanálise 
Áustria
Sigmund Freud (1856-1939)
Prática médica
Resgate as afetividade nos estudos de Psicologia
Postula o inconsciente como objeto de estudo
Quebra a tradição da ciência da consciência e da razão
Idealistas (a ideia forma o mundo) e materialistas (a matéria que forma o mundo já é dada para a percepção)
*
Crise: necessário buscar novas justificativas para a relação entre Deus e homem.
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Crise: necessário buscar novas justificativas para a relação entre Deus e homem.
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Renascimento: pouco mais de 200 anos após a morte de são tomás de aquino
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Sujeito treinado para auto-observação relata os caminhos percorridos no seu interior por uma estimulação sensorial
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