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* * A IDADE PRÉ - ESCOLAR DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA: PERÍODO PRÉ-OPERACIONAL 2 a 6 anos * * MANIFESTAÇÕES DO PENSAMENTO INFANTIL Equilíbrio : estado de constantes trocas. Período pré-operacional – caracteriza-se por certa organização e coerência a nível da ação. Nível de pensamento – equilíbrio instável – inadequações do pensamento egocêntrico quanto a compreensão da realidade. Predomínio da assimilação sobre a acomodação – assimila mais dados da realidade externa à sua visão de mundo do que se acomodar a eles. * * Justaposição: O pensamento não consegue organizar seus elementos em sistemas coerentes. A criança é incapaz de entender o conceito de classes – não percebe inter relações que existem entre os vários elementos – tende a justapor, colocar lado a lado, as várias informações que captar. Ex.: se mostrarmos a uma criança de 5 anos dois ramalhetes de flores, um de rosas e um de margaridas e perguntarmos se temos mais rosas ou mais flores, não saberá responder. * * Ocorre pela dificuldade de entender as relações de inclusão, de perceber que os vários elementos de uma classe devem possuir as mesmas propriedades definidoras, ao mesmo tempo que possuem particularidades que o colocam numa ou noutra subclasse. Transdução: agregação, junção de elementos que podem ou não manter uma conexão lógica entre si. Terá dificuldade em entender leis gerais. * * Ex.: não chegará a conclusão de que todos os animais se movem. Tem facilidade em unir elementos que não possuam esta ligação, num ato englobador. Sincretismo: estabelece conexões entre atos ou fatos que logicamente não estão conectados, realizando generalizações indevidas. * * Ex.: se dissermos a uma criança num momento qualquer que não deve chupar laranja porque a fruta está verde e pode fazer-lhe mal, num outro momento a criança poderá recusar um abacate em função da sua cor. Ligação indevida entre dois atributos: a fruta verde e a fruta de cor verde – ausência dos dois esquemas conceituais. * * Irreversibilidade: incapacidade de percorrer um caminho cognitivo seguindo uma série de raciocínios e transformações de uma determinada situação e inverter mentalmente a direção, voltando a um ponto de partida não modificado. Ex.: a criança não compreende que a subtração é o reverso da adição. 3+1=4.Então se do 4 tirarmos 1 vai aparecer o 3. * * Centralização: raciocínio centralizado, rígido, inflexível, no qual a criança não leva em consideração as várias relações ao mesmo tempo. Ex.: Apresentada a ela uma xícara com suco e solicitado que despeje o conteúdo em um copo alto e fino, não percebe que a alteração da altura foi compensada pela mudança da largura. Como pode uma pessoa ser ao mesmo tempo sua mãe e filha de sua avó? Ou seu tio ser irmão do seu pai? * * Realismo Intelectual: para as crianças, palavras, retratos, sonhos e sentimentos são reais. Toma como verdade uma percepção momentânea. A realidade é construída pela criança. Ex.: Desenhe uma pessoa de perfil. Ela o fará com dois olhos e duas pernas – desenha conforme entende a situação, e não conforme a vê. Se sonhou que o lobo está no corredor, pode ter medo de sair do quarto. * * Animismo: a criança acredita que todas as coisas são vivas e dotadas de intenções e sentimentos. Ex.: a boneca está chorando porque está de castigo. * * Artificialismo: a criança atribui ao homem ou a Deus a responsabilidade pela criação das coisas. Ex.: De onde vêm os rios? Os homens o fizeram. O Sol foi aceso por um fósforo gigante. ---------------------------------------------- Socialização: a partir do tato, do calor no contato com o corpo da mãe, dos sons por ela emitidos, da visão contínua de sua fisionomia é que a criança irá formando noção desta figura humana. * * O esquema da mãe estará bem formado em torno de 9 meses de idade. Nesta época, o bebê chorará na presença de estranhos, indicando que já estabelece discriminação adequada entre a mãe e os demais. O objetivo da inteligência é a socialização do pensamento. A estimulação social é básica para o desenvolvimento intelectual e se constitui numa de suas forças motivadoras. * * O bebê sai do período sensório-motor e passa para o pré-operacional – capacidade para imitar gestos e situações presenciadas no contato com outras pessoas e realizar estas imitações mesmo nas situações de modelo ausente (imitação retardada). Ex.: criança de 3 anos “falar” ao telefone como viu sua mãe fazer anteriormente. * * A capacidade de imitação constitui num dos elementos básicos que permite à criança uma assimilação da realidade externa ao seu próprio “eu” em formação, como também uma acomodação de suas estruturas mentais e de ação às exigências da realidade externa física e social. O contato com as pessoas permitirá a criança adaptar-se à realidade e crescer no sentido psicológico. * * O relacionamento social – ainda restrito (pessoas da família, alguns adultos e outras crianças) – é autocentralizado – uma certa indiferenciação eu- outro – a criança ainda não se coloca como um indivíduo entre os demais e é incapaz de perceber que cada um tem uma realidade interna diferente. Facilitador do contato entre criança e adulto – possibilidade que este tem de penetrar no mundo da criança, pensar como ela, entender suas * * necessidades, etc. Pela percepção do choque entre suas explicações fantasiosas e aquelas oferecidas pelo adulto (lógicas) que a criança procurará novos modos de entender a realidade – ocorrerá no final deste período e início do operacional concreto – a criança mostrará uma interação social efetiva. * * Existe um certo interesse pelos companheiros da mesma idade – limita-se mais a um estar junto do que a fazer alguma coisa junto. Ex.: grupo de crianças entre 3 e 6 anos no quintal de casa envolvidos numa atividade, mas cada um em sua própria ação, sem troca ou ajuda mútua. * * Brinquedo: Neste período a criança desenvolve o pensamento, e o planejamento mental ocorre antes de sua ação. A função representativa reveste-se de grande importância. Um objeto representa o outro, e com isto a imaginação da criança sofre um grande impulso. Ex.: uma simples caixa de sapatos pode ora se tornar um carro, ora um potente cavalo que viu na televisão. * * Inicia-se e atinge pleno desenvolvimento o chamado jogo simbólico ou faz-de-conta. Neste tipo de atividade, a criança dá significados pessoais a objetos e a brincadeiras que realiza. Observa o que acontece à sua volta, em sua casa, na rua, e reproduz posteriormente em suas brincadeiras o que viu, apresentando, inclusive, sentimentos e emoções frente ao fato. * * Ex.: a criança brinca com a boneca, vestindo-a, dando de comer ou até dando-lhe umas palmadinhas. É interessante observar como ela brinca, pois suas emoções, sentimentos e compreensão da realidade são expressos neste momento. * * Na brincadeira do faz de conta, a criança modifica a realidade em função dos seus desejos; pode trazer à tona experiência do passado e explorar o que imagina que vai acontecer depois. Há um grande desenvolvimento da fala, as palavras se organizam em frases e a linguagem passa, juntamente com a ação, a ser uma possibilidade da criança expressar suas ideias e emoções. * * Desenvolvimento da linguagem: a criança não se expressa simplesmente por meio de uma versão inadequada e imprecisa da fala adulta – a linguagem infantil caracteriza-se por padrões peculiares e que sofre transformações à medida que a criança cresce. Tem papel preponderante na representação, organização e interação com o ambiente. * * O domínio da linguagem é condição essencial para que o ser humano seja capaz de relembrar,planejar, raciocinar e direcionar o curso de sua própria vida e o da comunidade em que se encontra. Existem algumas tentativas para explicar como as crianças aprendem a falar. Algumas teorias propostas. * * Teoria Racionalista de Noam Chomsky – Americano Filósofo - 1928 A capacidade de representar eventos, característica essencial do ser humano, é, em grande parte especificada biologicamente. A função da experiência não é propiciar a aprendizagem, mas sim ativar a capacidade inata dos seres humanos para adquirir e utilizar um código linguístico. A linguagem é uma capacidade específica da espécie humana, propriedade exclusiva dos homens. * * As crianças não recebem um treino tão sistemático e desenvolvem a linguagem naturalmente. A aprendizagem da linguagem não deve ser distinta de qualquer outra aprendizagem. * * Teoria de Burrhus Frederic Skinner – Americano – Psicólogo Behaviorista – 1904 / 1990 A linguagem é adquirida a partir do condicionamento operante – a aquisição da linguagem se dá em termos das relações funcionais que existem entre determinados estímulos e respostas e entre determinadas respostas e suas consequências. O comportamento verbal é o comportamento reforçado pela mediação de outras pessoas – para que ocorra é necessário um emissor, um receptor e uma interação social entre eles. * * Se dá a partir da imitação do comportamento verbal dos adultos, que ao interagir com a criança, irão seletivamente reforçando suas respostas para que elas se tornem cada vez mais próximas do padrão de linguagem adequado. A criança então aprende a discriminar : quais, dentre as suas verbalizações implicarão a obtenção de reforços e quais não; as situações adequadas para a emissão de cada resposta verbal. * * Teoria de Sir Jean William Fritz Piaget – Suiço –Biólogo – Psicólogo – Educador - 1896/1980 O aparecimento da linguagem seria decorrência de algumas aquisições do período sensório-motor. A imitação é a grande responsável pelo processo de aquisição da linguagem – a princípio por excitação e depois reproduz internamente tais ações(símbolos mentais). Faz o papel de intermediária entre as ações concretas, explícitas e exteriores e as ações figuradas, implícitas e interiores – essência da linguagem e do pensamento. * * Aparecimento dos sons: associados a determinadas ações – aquisição da linguagem se processa a partir da imitação deste sons. Aparecimento das palavras: relacionadas com os desejos e ações da criança. Linguagem não comunicativa ou egocêntrica: não existe uma intenção de comunicar, não se observa nenhuma tentativa de levar em consideração o ponto de vista do ouvinte. * * Aquele que fala orienta-se de acordo com seus interesses – egocêntrico – a linguagem empregada pela criança pequena é centrada em sua própria atividade e não nas necessidades das demais pessoas. Tipos: 1.Repetição ou ecolalia : copia aquilo que acabou de dizer ou ouvir. * * 2.Monólogo: a criança fala alto por um espaço de tempo relativamente longo, apesar de estar sozinha. 3.Monólogo coletivo: as sentenças emitidas pelos participantes da conversa não são comunicadas porque cada um deles fala para si próprio. * * Em uma situação social a criança pode então: Repetir aquilo que disse ou ouviu. Usar a linguagem para produzir,magicamente, um determinado resultado. Falar para acompanhar suas ações. Linguagem comunicativa ou socializada: a criança leva em conta o ponto de vista do ouvinte e tenta transmitir alguma informação. * * As sentenças apresentam deficiências, não há tentativa de explicação de eventos, justificativas lógicas, razões claras, não acredita que o ouvinte possa ter opiniões, ideias e concepções distintas das suas. Não sente necessidade de explicar ou justificar suas afirmações, parece não entender o que dizem. Assimila aquilo que acabou de ouvir, deixando de lado aquilo que o emissor estava tentando dizer. * * Distorce aquilo que ouve moldando o discurso à sua própria necessidade e interesse. Tipos de linguagem socializada: 1.Informação adaptada: emissor e ouvinte- receptor conseguem realmente falar sobre o mesmo assunto. Ex.: “Fulano” está feliz porque ganhou um brinquedo novo. 2.Críticas: comentários onde o emissor ou afirma sua superioridade ou deprecia aqueles a quem se dirige. Ex.: Eu sou muito mais obediente. * * 3.Ordens. Ex.: Você sairá do jogo se errar a resposta. 4.Questões. Ex.: Quando você poderá brincar comigo? 5.Respostas. Ex.: Amanhã poderei brincar com você. ************
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